terça-feira, 28 de outubro de 2014

Coisas legais também fazem parte da vida

Resolvi criar este post com "coisas legais" que aconteceram recentemente, para me lembrar que por mais que de vez em quando encontre motivos para chorar e ficar triste, também tenho para me sentir bem - ou inusitada - com o que acontece.

- Peruada: Nunca imaginei sair pelo centro de São Paulo seguindo um trio elétrico ao lado de centenas de jovens fantasiados - e bêbados. Não digo "nossa, como me diverti", mas é algo que jamais imaginei que um dia fosse fazer na minha vida. OK vai... eu me diverti com as fantasias que encontrei pelo caminho.

- Comer batata frita e jogar conversa fora (ao mesmo tempo): Um bar não precisa ter cerveja ou qualquer outra bebida alcoólica para ser legal. Basta um(a) bom(oa) amigo(a) e uma porção de batatas fritas. E papos aleatórios. E mais batata frita.

- Comer Milka Oreo: Qualquer Milka está valendo, mas Milka Oreo é aquele chocolate que me leva instantaneamente ao paraíso. Eu nem preciso comer uma barra de uma vez - três tabletinhos já têm esse efeito celestial.

- Exposição: Oh, quantas exposições no meu caminho! A última que fui, no CCBB, foi surpreendente. Curiosa e criativa, mexeu bastante comigo, especialmente porque ocupei minha mente com tantos pensamentos e constatações que até parece que fui lá ontem.

- Andar no parque: Não foi em São Paulo, mas onde o ar é mais puro e o clima mais informal (adoro São Paulo, mas às vezes preciso sair dessa atmosfera). Ver uma represa com aves ao redor, encarar uma coruja à luz do dia, observar uma família de capivaras e assistir a uma mamãe joana-de-barro alimentar seus filhotinhos não acontece todo ano. Mas quando acontece, como é bom!

- Ir a um show: Desde o ano passado eu não ia a um show. Vi Zeca Baleiro em um clima super-descontraído, cantando pra caramba e acompanhado de uma ótima banda. Até pulei quando rolou o grand finale com Heavy Metal do Senhor. Impossível ficar indiferente diante de um artista como ele.

- Ver um filme argentino no cinema: Cinema argentino é uma de minhas paixões. Não que eu goste de todo filme feito na terra da Mafalda, mas quando eu gosto... nossa, gosto mesmo. Relatos Selvagens é uma dessas pequenas pérolas que aparecem de vez em quando, e você ri, reflete e sai do cinema pensando "nossa, precisava mesmo de um filme assim".

- Mensagens de amigos: E por fim, mesmo aqueles que não posso ver com frequência, mas me procuram e escrevem... essas pessoas fazem cada dia ter um momento especial, seja como eu me sinta. Eles iluminam a minha vida e me fazem pensar como tenho sorte em ter conhecido pessoas assim.

sábado, 18 de outubro de 2014

Cinco filmes no Netflix

Eu acho o Netflix sensacional para ver séries: basta acabar um episódio para dar play e continuar com o seguinte. Mas, ultimamente andei dando uma fuçada e encontrei ótimos filmes para rever - e outros que nunca tinha assistido. Estes são os que assisti nos últimos meses pelo site.

Priscilla, a Rainha do Deserto: A trilha sonora é uma das mais memoráveis do cinema, assim como o figurino e a caracterização de Guy Pearce, que interpreta a drag queen mais sexy do universo: a assanhada Felicia. Hugo Weaving e Terence Stamp estão ótimos, mas Pearce está excelente. O roteiro consegue acrescentar uma dose de emotividade sem ser piegas, o que é bastante raro em filmes com temáticas assim.

O Pequeno Nicolau: Um dos meus filmes infanto-juvenis favoritos de todos os tempos. Divertido e fofo, conta com um elenco mirim admirável. O tom de nonsense se mistura à ternura da história sobre o garoto que acredita que terá um irmãozinho, mas teme que os pais o abandonem por conta disso. Situações um tanto quanto criativas permeiam esta adorável comédia.

Nas Montanhas dos Gorilas: Típico filme que você assiste quando criança e adora, mas ao rever na idade adulta vê o quanto uma boa história pode ser desperdiçada com um enredo desnecessariamente meloso. Mas Sigourney Weaver brilha, como sempre, na pele da estudiosa de gorilas Dian Fossey, morta na década de 1980.

Locke: A premissa é tediosa - um homem dirigindo e falando ao telefone por quase 90 minutos. A diferença é que este homem é interpretado por Tom Hardy e os diálogos que trava, cada vez mais, justificam suas atitudes e sua personalidade, sem jamais torná-lo um herói. É apenas um homem comum que erra e acerta na vida. Simples e curioso.

Uma Secretária de Futuro: Embora seja formulaica, esta comédia romântica dirigida por Mike Nichols (de A Primeira Noite de um Homem e Closer) acerta por ser mais inteligente do que a média e por ter um elenco afinado - Melanie Griffith está muito bem como a secretária do título. Divertido para quem quiser reviver a nada estilosa década de 1980.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Cinco filmes no cinema


Meu gosto por cinema voltou admiravelmente ao normal. Claro que ainda tento escapar de filmes tristes para não chorar, embora tenha visto Era uma vez em Nova York, que adorei, mas... chorei. 

Começando com Magia ao luar, a mais recente empreitada cinematográfica de Woody Allen. A premissa, em si, é muito aquém dos outros filmes do diretor/roteirista. O resultado final é apenas bom, com um desfecho inacreditável e uma montagem que quebra totalmente o ritmo. Ainda assim, a trilha sonora e Colin Firth, que tem, de longe, as melhores falas, conseguem compensar a falta de originalidade. Ah, e Emma Stone também está encantadora.

Era uma vez em Nova York é um dos melhores que vi este ano. Gostei muito dos últimos dois filmes de James Gray: Os Donos da Noite e Amantes, ambos estrelados por Joaquin Phoenix. Aliás, neste épico situado na Nova York dos anos 1920, Phoenix brinda com uma excelente atuação. No entanto, é Marion Cotillard quem brilha e comove, como a imigrante polonesa recém-chegada. O dramático roteiro, inspirado nos avós de Gray, é reforçado pela fotografia, direção de arte e figurinos, além de efeitos visuais que recriam a cidade sem a artificialidade que infesta os filmes atuais.

Último filme de Alain Resnais, falecido este ano, Amar, beber e cantar adapta uma peça de teatro para o cinema, mantendo o cenário típico de palco e investindo em tomadas diferenciadas e no talento de seu elenco. Mas, ao longo do filme senti um certo cansaço, pois tem muitos diálogos e o enredo fica um pouco truncado da metade para o final. Apesar disso, vale como experiência narrativa - quem adora teatro com certeza deve gostar ainda mais do longa.

Não esperava muito de O último concerto, mas por se tratar de um filme que retrata músicos clássicos e ter Phillip Seymour Hoffman e Christopher Walken (além de Catherine Keener), pensei que talvez valesse a pena ver na telona. Eu realmente acreditei que eram os atores que tocavam os instrumentos - ainda acho que cada um deles tenha conhecimento avançado em música. As duas tramas principais são ótimas, mas seria melhor se o filme focasse apenas nelas - tem conflitos demais na trama.

Antes de assistir, eu só queria que Garota exemplar fosse melhor do que o filme anterior de David Fincher, Os homens que não amavam as mulheres. Embora seja inferior a outros longas do diretor (Seven, Clube da Luta, Zodíaco e A rede social), consegue entrar no top five do cineasta, que é um dos mais talentosos em atividade no cinema hollywoodiano. O roteiro é cativante, Rosamund Pike está fantástica e Ben Affleck constrói um personagem como poucas vezes fez em sua carreira. 
 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O décimo muso doutor

Eu já me rendi completamente a Doctor Who, mais especificamente ao décimo doutor, interpretado por David Tennant. Eu gostei tanto do Christopher Eccleston na série que pensei que não fosse me interessar mais depois que ele saiu, mas o David Tennant... Ah, David Tennant... São tantos motivos para amá-lo...

Ele fica muito bem de terno e óculos

Eu já disse que ele fica muito
 bem de terno e óculos?


Gosta de gatos

Combina ainda mais com a Tardis
Faz a melhor cara de bobo

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Não é tabu

Há alguns meses, vi que o Netflix tinha disponibilizado várias temporadas de Sons of Anarchy. Como tinha curiosidade de conhecer a série, aproveitei para assistir. Gostei bastante, apesar de ser violenta e ter um universo extremamente masculino e, consequentemente, machista. Mas como tem personagens mulheres para quebrar isso, e os machões são os mais idiotas, dá para assistir sem ficar culpando os roteiristas - afinal, é um mundo de motoqueiros contrabandeadores de armas de fogo.
Terminei a primeira temporada e já quis começar a segunda. No entanto, o primeiro episódio desta começa com um caso de "estupro de vingança". A matriarca do Sons of Anarchy sofre a violência de uma gangue rival e, apesar de a cena ter sido cortada, o que mostra já me deixou impressionada. Ao longo dos episódios, a série explora as consequências do crime para a mulher, retratando seu trauma e seu silêncio diante do que aconteceu.
Pronto, não consegui mais assistir ao programa. Cenas de estupro e abuso, ainda que fictícias, me impressionam muito. Não é exatamente o que um filme mostra, mas o que está por trás, afinal sabemos que esse tipo de violência acontece diariamente com milhares de mulheres. E ler sobre casos reais e depoimentos me faz ter asco de assistir a cenas assim. 
Nunca sofri diretamente esse tipo de violência, embora não seja preciso para saber como é terrível. Tem um filme chamado Miss Violence, está em cartaz em São Paulo, que traz temas que a imprensa chama de "tabu": pedofilia e incesto. Eu não acho que seja tabu algo que, repito, aconteça diariamente a milhares de mulheres/crianças e seja divulgado pela mesma mídia. Eu vi apenas uma parte dele - e foi demais para odiá-lo profundamente. Não é um filme sugestivo, ele tem cenas. O desfecho apenas demonstra como um lixo de produção, disfarçada de "polêmica" e "realista", consegue ser vendida apenas por trazer um tema que poucos têm a "ousadia" de tratar. (Não vou fazer spoiler, quem assistir talvez não pense o mesmo que eu.)
Não é que eu condene produções audiovisuais por colocar em pauta a violência contra a mulher. Ultimamente, não tenho suportado ver o assunto ser tratado sem sensibilidade, pois para um homem talvez seja mais fácil assistir e aplaudir pela técnica e a ousadia, porque é algo pelo qual ele nunca irá passar - e talvez até já tenha cometido sem sequer se dar conta, uma vez que algumas atitudes são consideradas "normais". 

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Sobre o choro e o desabafo

Não choro para mostrar minha dor para todo mundo
Não desabafo para tornar públicas as minhas frustrações
Faço porque sou um ser humano evitando se tornar uma bomba-relógio

Não contenho a dor em meu peito
Tento expulsá-la de mim, ainda que cause constrangimentos
Não considero minhas mágoas maiores do que as de ninguém
Nem meus sentimentos são mais importantes 
Apenas os expresso porque são o que sinto
E o que fazem parte de mim

Não quero chamar a atenção
Não quero tornar meu caso especial
Não quero sequer chorar
Tenho apenas essa necessidade 
De falar, escrever e consentir para a lágrima partir
Ainda que queime a minha pele pelo caminho
Deixando uma marca invisível
Mas levando consigo as más lembranças
E a dor da angústia e da incerteza

domingo, 5 de outubro de 2014

Não viver do passado

Eu tenho uma constatação de que quando algo não me faz bem, eu tenho que me desligar daquilo, de preferência por completo. É mais ou menos como ser 8 ou 80: dois extremos. Foi assim no meu antigo trabalho, quando cheguei no limite de chorar num domingo à noite porque tinha que levantar na segunda e ir para aquele lugar, e percebi como estava me fazendo mal. Pouco depois, pedi demissão.
Nos meus namoros foi o mesmo: percebi que manter contato só me fazia sofrer e ter crises de ansiedade. Coloquei um ponto final e me afastei completamente. Recentemente, fiz novamente essa opção pelo meu bem. Não é que a atitude em si traga melhoras, mas as consequências dela sim. Estou em uma fase que só de ler o nome da pessoa me sinto mal. E não quero viver em função disso.
Eu o bloqueei no Facebook, que era a maneira mais fácil de ele me contatar - um vício do namoro que me irritava muito, ser procurada pelo Facebook por pura comodidade. Enquanto meu celular sempre precisava ter crédito para inclusive receber ligações dele, ele mandava mensagens pelo Facebook. 
Os amigos em comum são um problema, pois se marca um ou outro, dá para ver. O jeito foi deixar de seguir algumas dessas pessoas para evitar aquela palpitação inesperada. 

Minha ansiedade diminuiu depois disso - o remédio também está ajudando. Estou tentando me adaptar a outros hábitos, evitar pensar nas coisas ruins e, quando acontece, eu tenho um lugar para desabafar e ser compreendida (outro além do blog e da psicóloga). Busco apoio onde sei que terei. 
Eu sei que para o outro deve ser chato saber que alguém o bloqueou, mas pensei apenas em mim, para variar. É a minha dor, o meu sofrimento, as minhas memórias que quero esquecer. Se ele tem mais lembranças boas do relacionamento do que eu, que conviva com elas. Eu tenho muito o que esquecer, não sou obrigada a aceitar e me acostumar com o que ele fez e disse.
Por fim, faço isso também para não guardar rancor toda vez que a pessoa me procura ou vejo o nome dela. Não quero ser a ex insistente, que sempre procura briga. Pelo contrário: quero ser livre e pensar na minha vida daqui para frente. Afinal, já diz o ditado: "Quem vive de passado é museu".

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Reflexão sobre um sonho

Noite passada eu tive um sonho que me deixou reflexiva. Eu e determinada pessoa andávamos juntos à noite por um lugar estranho, uma estradinha. Um homem se aproximou e tentou roubá-lo. Eu reagi e tentei impedir, daí o homem tentou puxar minha bolsa. A pessoa que estava comigo não fez nada, ficou olhando. Daí o homem tirou uma arma e eu falei para corrermos. Ele correu na frente, eu fiquei um pouco para trás. O homem começou a atirar na direção dessa pessoa e eu gritei para parar. No final, o homem continuou nos perseguindo, mas parou de atirar, e eu reagia muito, enquanto a outra pessoa fazia o que eu dizia.

Claro que esse sonho reflete alguns acontecimentos do passado e como eu me sentia em relação a essa pessoa. No sonho, eu estava desprotegida, mas tomava iniciativa e me preocupava mais com o outro. Eu enxergava que ficava para trás, mas ao invés de pedir que me esperasse, eu apressava os passos para acompanhá-lo. 
Não sou psicanalista nem nada - aliás, longe disso -, mas interpretar sonhos assim não revelam tanta coisa para mim: antes, fazem-me constatar o que já percebia. O meu instinto de proteção me faz preocupar com o outro, enquanto eu acabo enfrentando algumas consequências por não ter a mesma proteção de volta. Enfim, a explicação existe quando a gente começa a se conhecer bem o suficiente e aceita enxergar as coisas com um olhar menos distante.