segunda-feira, 30 de março de 2009

É hora doooooo... Top 5 cinematográfico

Outro Top 5 inspirado na criação da Cecilia. Menina impossível essa! Logo, não tem como uma cinéfila ignorar algo do tipo.

Celebridades que gostaria de abraçar:
1. Sir Sean Connery;
2. Tom Hanks;
3. Meg Ryan;
4. Meryl Streep;
5. Jon Stewart.

Atores com as quais gostaria de sentar, tomar um drink e conversar sobre a vida:
1. Robert Downey Jr.;
2. Matt Damon;
3. Hugh Laurie;
4. Simon Pegg;
5. Julia Louis-Dreyfus.

Diretores com os quais gostaria de fazer o mesmo do item acima:
1. Irmãos Coen;
2. Charlie Kaufman;
3. Danny Boyle;
4. Edgar Wright;
5. Fernando Meirelles.

Atores que me fazem ter pensamentos pecaminosos:
1. Hugh Jackman;
2. Johnny Galecki;
3. Colin Firth;
4. Jake Gyllenhaal;
5. James Roday.

Atores que eu gostaria de fazer cafuné:
1. Edward Norton;
2. Bret McKenzie;
3. Ryan Gosling;
4. Hugh Dancy;
5. Paul Rudd.

Cenas que me fazem chorar sem grandes esforços:
1. David imagina ser aceito pela “mãe” e tem bons momentos com ela – Inteligência Artificial;
2. Vada no funeral de Thomas – Meu Primeiro Amor;
3. Seth responde a Cassiel que faria tudo novamente – Cidade dos Anjos;
4. O pai chora e é abraçado pela filhas – Terra de Sonhos;
5. A vendedora de flores reconhece Carlitos – Luzes da Cidade.

Cenas que me fazem rir sem grandes esforços:
1. Lloyd sofre abuso dentro do banheiro de um posto de gasolina – Débi e Lóide;
2. Cena do apedrejamento – A Vida de Brian;
3. O diálogo entre Tugg e o agente, após a morte “acidental” de um panda – Trovão Tropical;
4. Nick Angel visita Janine em uma cena de crime – Chumbo Grosso;
5. Moisés e os 15 mandamentos – A História do Mundo.

Cenas românticas que me derretem:
1. Mark Darcy ajuda Bridget no jantar de aniversário dela – O Diário de Bridget Jones;
2. Seth e Maggie na beira do lago no dia seguinte ao esperado encontro – Cidade dos Anjos;
3. Lady Ashley e o capataz se beijam na chuva – Austrália;
4. Amélie acorda ao lado de Nino, com cara de sonhadora – O Fabuloso Destino de Amélie Poulain;
5. O beijo surpresa no barco – De caso com o acaso.

Falas marcantes:
1. “I like you, very much. Just as you are” – Mark Darcy em O Diário de Bridget Jones;
2. “I see dead people” – Cole Sear em O Sexto Sentido;
3. “Here’s Johnny!” – Jack Torrance em O Iluminado;
4. “He's a very naughty boy” – Mão do Brian em A Vida de Brian;
5. “Call it, friendo” – Anton Chigurh em Onde os fracos não têm vez.

Personagens com os quais me identifico:
1. Sally Albright – Harry & Sally;
2. Amélie Poulain – O Fabuloso Destino de Amélie Poulain;
3. Kate – Sem Reservas;
4. Jacques Mayol– Imensidão Azul;
5. Catherine – Jules et Jim.

Ícones do cinema que eu gostaria de ter conhecido:
1. Charlie Chaplin;
2. Gene Kelly;
3. Steve McQueen;
4. Marlon Brando;
5. Buster Keaton.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Voltando

Eu sei, é um clichê. Quando diziam, eu não dava muita bola. Apenas respondia mentalmente: “Ah, tá. Quero mesmo é me formar e trabalhar. Dedicar-me desse jeito me estressa.” Três anos depois, lá estou. Melancólica e saudosista, faço piada da minha própria desgraça. Sinto falta. Gostava de entrar na biblioteca, pegar livros de contos e levar para a casa. Não tive tempo de ler metade deles, mas pude desfrutar das páginas daqueles livros e guardar comigo alguns nomes que pretendo buscar em breve.
Está tudo tão diferente… e igual. O porteiro ainda é o mesmo, mas os alunos são uns jovens desconhecidos de olhares brilhantes. Para entrar, é preciso colocar o crachá de visitante. No banheiro, usa-se ar quente para secar as mãos ao invés das folhas de papel. Fizeram algumas salas de aula novas e o lugar cresceu. O clima, incluindo aquele sol intenso e o ar seco, continua o mesmo.
Passei em frente ao canto onde costumava sentar, ali no chão mesmo, com meu caderno, estojo e páginas de cópias. Ficava sozinha, estudando ao som do vento nas folhagens, ao canto de pássaros alegres e ao ruído da cigarra, que me assustava quando cismava voar do galho e dar uma rasteira sobre a minha cabeça. Ninguém se apoderou do canto, está vazio.
Foi uma visita rápida, durou minutos. Não quis me demorar muito e a caminhada foi breve. Se pudesse, passaria uma tarde na biblioteca revirando os livros novos e fazendo indagações como “Por que não tinham esse daqui na minha época?”.
No momento da saída, constato: Depois que a gente vai embora, percebe como o tempo passou depressa e sente saudades, imaginando como gostaria de ter aproveitado ainda mais aqueles momentos. Eu sei, é um clichê. Mas é verdade.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Se a minha vida fosse um filme...

Esse joguinho já foi feito há algum tempo por coleguinhas blogueiros, mas a primeira vez que vi foi em A culpa é da crítica. Agora que meu iTunes está cheio de música, resolvi testar qual seria a trilha do meu filme. Como?
- Copiando as cenas dos filmes pré-estabelecidas.
- Abrindo a biblioteca de música do iTunes.
- Colocando no modo aleatório (shuffle). 
- Apertando o play. 
- Colocando, na sequência da cena, o nome da música.
- Importante: não menti ou omiti nada. Talvez por isso o Stereophonics tenha três músicas no meu filme e o Suede tenha duas.
- Para fazer mais sentido, copiei os versos que teriam mais a ver com a cena em questão e descrevi como ela seria no meu filme.

Créditos iniciais – Everyday I Think of Money (Stereophonics)
Yesterday, I bought my beach house/ A little place just off the coast of France/ Everyday, I think of money/ Everyday, I think of running
* Estou em um caixa eletrônico tirando meu saldo e olho espantada para o papel. Está negativo e faço cara de aflita.

Acordando - Philosophy (Ben Folds Five)
And that’s why my philosophy/ It keeps me walking when I’m falling down
* Acordo com cara de mal humorada, lembrando da conta negativa. Mas me levanto rapidamente da cama e a música entra.

Primeiro dia de aula – Road Rage (Catatonia)
If all you've got to prove today is your innocence/ Calm down, you're as guilty as can be
* OK, é no curso de jornalismo e consegui transferência para o último ano. Estou nervosa por estar rodeada de patricinhas e playboyzinhos e faço amizade com um nerd de óculos.

Se apaixonando – Live-in Skin (Foo Fighters)
Turn your insides out to the outside/ Turn the outside in to the inside/ Trade your outside in for the inside/ Turn it around again
* Percebo o quanto esse novo amigo é um fofo e me apaixono por ele, mas tenho medo de demonstrar meus sentimentos.

Música da briga – Too Many Sandwiches (Stereophonics)
Grandpa drunk a drop or two and his head's still stuck down the portaloo, what a man
* Vou a um jantar de família comemorar o aniversário de algum tio, daí meu avô bebe demais e começa uma briga.

Terminando tudo – Moonshine (Gram)
But when i try to fly/
I don’t have a wing as you
* De alguma forma, comecei a namorar esse amigo nerd. Mas ele é um tanto orgulhoso e me irrita com seu narcisismo. Resolvo terminar com uma mensagem por celular.

Aproveitando a vida – Living For the Weekend (Hard Fi)
Out there tonight/ Is the night of my last got my name on/ Run down my street adidas on my feet/ I'm on fire
* Depois de estudar muito e ficar pensando no ex, resolvo me divertir em um sábado à noite. Em clima de abertura de Os Embalos de Sábado à Noite indie, desço a Augusta com meu Adidas.

Formatura – I’m So Free (Lou Reed)
When I feel good, I'm so free/ When it's in the morning, I'm so free/ When it's in the evening, I'm so free
* Não apareço na formatura porque não gosto dos colegas de classe e vou comemorar sozinha fazendo um passeio pela cidade à noite.

Caindo aos pedaços - Deadhead (Stereophonics)
Just another lush/ I got my ten green bottles/ In my pocket for luck
* O nerd de óculos me liga e eu pego o recado no celular. Diz que sou uma anti-social por desprezar todos na minha formatura. Eu choro, vou ao supermercado e compro várias garrafinhas de bebida. 

Dirigindo – Redwings (Guillemots)
So I'm leaving my best friend/ Just for the hell of it/ Just for the sake of it/ But how much I loved you
* Acordo de ressaca e decido dar um basta em tudo. Pego o carro da minha mãe e saio dirigindo sem ter habilitação.

Flashback – Can’t Get Enough (Suede)
Take it like a teenage tough/ And I feel real now talking like sugar/ And shaking that stuff
* Bato o carro, fico desesperada e ligo para o ex pedindo ajuda. Ele aparece, me trata muito bem e, em seguida, eu tenho o flashback de quando nos conhecemos.

Reatando o namoro - Electricity (Suede)
We got a love between us and it's like electricity/ We got a love like a violent mind
* Ele me dá carona, nos beijamos em frente à minha casa e entramos no maior clima. Censurado a partir desse ponto.

Casamento – The Whole She Bangs (Grant Lee Buffalo)
But love is extra-terrestrial/ And love falls from the stars
* Depois de um tempo, nos casamos apenas no civil e ninguém fica sabendo. Vamos viajar e ele coloca essa música para tocar e dedica ao nosso casamento.

A véspera da Guerra - Crosswords (The Mystery Jets)
Show me your teeth not the whites of your eyes/
Don't look so suprised, it's all lies lies lies
* Eu aceito ser correspondente de guerra de um grande jornal e preciso partir. Ele tanta me fazer desistir, mas não consegue. 

Batalha Final – Up the Bracket (The Libertines)
And it's just like he's in another world/ He doesn't see the danger on show/ Now he'll end up like Joseph bloody in the hole
* Estou cobrindo a guerra, começa um fogo cruzado e passo o maior apuro. Estou na companhia de alguns soldados que se mostram bem fora de si, atirando e gritando.

Momento de Triunfo – Everyday I Love You Less and Less (Kaiser Chiefs)
Oh, and my parents love me/
Oh, and my girlfriend loves me/
Oh, they keep photos of me/
Oh, that's enough love for me
* Escrevo um texto sobre a batlha que presenciei para o jornal, que coloca a notícia na manchete do dia. Escrevo um e-mail para meu marido dizendo quando vou voltar. Ele o lê de maneira bem fria.

Cena da morte - Tender (Feeder)
Faith/ New roads to take/ Together/ Days/ Lying awake/ Remember
* No dia da volta, um atentado terrorista me fere gravemente antes que eu chegue ao aeroporto. Peço um gravador e falo como se estivesse conversando com o meu marido e a minha família. Minutos depois de terminar, morro no hospital.

Créditos Finais – This Time (The Verve)
Lookin' back on my life/ You know that all I see/ Are things I could've changed/ I could have done/ No time for sad lament/ A wasted life is bitter spent
Meu marido recebe a notícia de minha morte quando o editor do jornal liga para ele. Meu corpo chega e entregam a fita. Ele ouve e chora. O filme acaba e os créditos sobem ao som de This Time.

terça-feira, 24 de março de 2009

Da série...

... Se eu fosse Maria Chuteira

Thierry Henry

segunda-feira, 23 de março de 2009

Delírios de uma noite de outono

Dormir gripada é uma das coisas mais desagradáveis que existem. E virada de estação quente para mais amena causa esse problema para mim. Acho que meus anticorpos estão tão acostumados ao calor derretedor que levam choque térmico quando o clima esfria. Daí, não dá outra: os sintomas da doença se manifestam, a voz fica parecida com a do Kelly Jones, o nariz entope que nem pia de banheiro feminino e o humor se torna tão agradável quanto aquele cara de filme de gângster que só fica encostado na parede observando o andamento do contrabando.
Quando pego no sono, começa a temporada de delirios gripais. Primeiro, sou encurralada em um beco sem saída por um homem-sombra de três metros de altura e não consigo gritar para chamar por socorro. De repente, estou em um restaurante jantando com um belo exemplar do gênero masculino à minha frente. Começo a espirrar e não consigo parar, traumatizando para sempre o rapaz que viu sua refeição ser estragada.
Corro do restaurante e chego ao pronto-socorro, onde sou atendida pelo famoso médico de olhos azuis que, estranhamente, trata-me com muita simpatia. Quando falo sobre o que se passa comigo, ele sorri e pergunta em um irresistível sotaque britânico:
- Quem você pensa que eu sou?
- Hum… Doutor House?
- Não, sou só o ator que faz ele na tevê. Veja só!
E faz uma piada sarcástica com o sotaque norte-americano do personagem, para o meu espanto, que procurava por alguém que conseguisse curar a gripe mutante que tanto mal estava me causando.
Fora esses delírios, há também aqueles em que não consigo respirar porque estou sendo enterrada viva, me afogando em um rio escuro ou sendo sufocada com um travesseiro pelo namorado que quer se livrar de mim para poder ficar com a amante. E eu adoro esse clima frio!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Serenata

Em alguma noite quente no final dos anos 90...

- Vai gente, quando eu disser três vocês começam a tocar que eu entro cantando.
- Tem certeza que quer isso? Ela já não deixou bem claro que não quer te ver? Então, pra quê?
- Xiu, pega seu batuque aí e se prepara. Um, dois, três…
Os amigos começaram a tocar lentamente e Otávio entrou com a voz, tentando disfarçar o tom trêmulo e desafinado.
- Ela passou do meu lado.
Oi, amor - eu lhe falei…

Na sala de casa, Silvana arregalou os olhos e puxou a cortina da janela para confirmar a suspeita de que a tal serenata não era conversa fiada. Em poucos segundos, os irmãos, a mãe e o padrasto abriram a porta para ver o que estava acontecendo.

- Hoje à noite não tem luar, e eu estou sem ela. Já não sei onde procurar, onde está meu amooooooor.

Ela esperou terminar a música para decidir se aparecia no quintal ou se escondia debaixo da cama.
- Sil, vem ver. Tem uns vizinhos aqui batendo palmas. – disse inocentemente o irmão mais novo.
- É, estou ouvindo. – respondeu a moça, entre os dentes.
- Ah, mas que bonito. Peraí que eu vou chamar a Silvana. Ô Siiiiil! – gritou a mãe.
- Não grita, estou aqui. – a força do maxilar pressionando dente contra dente causou-lhe dor. O ódio crescia e a vontade era de quebrar o cavaquinho na cabeça do Otávio. O amigo dono do instrumento não tinha violão e era integrante de um grupo famoso na cidade, Don Pagodone.

- Mais que coisa bonita! Essa música é aquela dos Travessos? – suspeitou a vizinha emocionada, questionando ao batuqueiro.
- Não, Menudo.
- Menudo não! Legião Urbana, a banda da Silvana! – interviu Otávio, preparando o buquê de rosas vermelhas para entregar à amada. – Sil, venha cá. Preciso te entregar uma coisa, prova de que me arrependo e que gosto muito de você.

Silvana apareceu no quintal e falou alto, excluindo pela imaginação todas as pessoas à sua volta.
- Ah, menudete! Não quer tocar mais uma? Que tal Vamos a la playa, Gisele? Ou uma do Ricky Martin, pode ser? Livin’ la vida loca com a Gisele, não é? Não foi nessa música que você beijou ela?
- Sil, me arrependi. Desculpa! Olha só essas rosas…
- Que feio, só porque ela respondeu na prova que para saber a raiz quadrada é só dividir o número por quarto, o número de lados do quadrado?
- Se fizer isso com o 16 dá certo. – sussurrou o batuqueiro.
- Sil, ela foi um erro. Depois do que fiz, me arrependi.
- Nããããão, você se arrependeu depois que vieram me contar!

Os olhos de Silvana exalavam fumaça, como se estivessem pegando fogo. Sua voz se tornava maléfica e ela soltava risos diabólicos enquanto apontava as burrices de Gisele e jogava na cara de Otávio todas as suas atitudes estúpidas anteriores que ela tentava aceitar. Os vizinhos, lentamente, voltavam para suas casas, constrangidos pela vergonha que o rapaz passava, enquanto a mãe de Silvana a incentivava a entrar também e descasar. O grupo aos poucos foi se dispersando e, ao se ver sozinho, Otávio sentou na calçada e começou a chorar, até o telefone tocar. Atendeu murmurando:
- Oi Gi. Ah, não tô legal. Nada não. Amanhã… pode ser. Terminei com a Sil agora. A gente se vê e conversa direito. Beijo.

terça-feira, 17 de março de 2009

Ângulos, compassos e acertos

Levantou a cabeça apoiada nos braços, com um marca vermelha na testa e fios de cabelo grudados no rosto por causa do suor. Massageou a testa e penteou-se com os dedos levemente separados. A cadeira da cozinha era desconfortável e a mesa um tanto alta para servir como apoio, mas já que estava ali há tanto tempo, resolveu ficar mais um pouco e tirar outro cochilo.
Ao invés de enterrar a cabeça no vão que os braços formavam, preferiu voltar o rosto à janela. Naquela posição, observava apenas um recorte do céu coberto de nuvens brancas e volumosas. Repentinamente, um bando de pássaros barulhentos atravessou o retângulo em diagonal e ela levantou levemente a cabeça para continuar acompanhando o vôo, mas o que viu foi apenas uma parte do telhado do sobrado da frente. Inclinou o corpo para trás, afastando a cadeira, e observou duas crianças assistindo televisão. Ficou em pé e conseguiu enxergar metade do portão do sobrado e, ao aproximar-se da janela, percebeu o movimento da tranquila rua abaixo.
A janela mostrava aquilo que queria ver, conforme o ângulo. O que era estático, via de maneiras diferentes. Já o que movimentava, como os carros, os pedestres e os pássaros, só poderia acompanhar com o esforço de ir além daquele recorte. Analisou os diferentes aspectos de sua vida naquele momento sob outros ângulos. Para alguns resultados, porém, precisaria agir e persegui-los.
Sentou-se novamente, com papel e caneta em punho. Preparou-se e escreveu uma carta, nem curta nem longa – apenas na medida em que os pensamentos cessaram. Apanhou envelope e cola na gaveta, dobrou o papel, guardou e colou a aba. Endereçou ao pai e desceu as escadas do prédio em direção ao posto do correio.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Dois, nenhum

Jean estendeu a mão direita timidamente e Beatriz a aceitou com receio de que, se recusasse, o deixaria sem graça. O sinal para pedestres abriu e os dois atravessaram a avenida movimentada e salpicada de faróis reluzentes. Ela pediu para parar em uma banca e observou atentamente as capas das revistas americanas e inglesas, tentando disfarçar um sorriso de surpresa ao ver um ator bonito estampado em uma delas. Ao notar, Jean comentou que havia gostado do último filme dele e teve como resposta um “preferi o anterior”.
Entraram na galeria, cada um com o olhar voltado para uma loja diferente: ela de olho na vitrine de sapatos; ele observando os equipamentos de informática.
- Hum, preciso de um pendrive com mais capacidade de memória, mas acho que vou comprar na 25. Lá é mais barato.
- Eu preciso de um sapato desses. Mas vou comprar por aqui mesmo, um dia que vier sozinha.
- Por que sozinha?
- Ah, eu prefiro. Sei que homem detesta quando uma mulher entra na loja e experimenta vários sapatos até encontrar o que seja perfeito.
- E mulher não curte quando a gente entra nessas lojas de computadores e fala um monte de siglas e números.
Beatriz pareceu ignorar essa observação, embora no seu íntimo concordasse. Preferiu não responder, afinal tinha pouca afinidade com o rapaz e achava seu nome engraçado.

- Jean, nome de homem na França, mas existe mulher chamada Jean em outros países.
- Para quê você quer me lembrar isso?
- A Jean Harlow.
- É, o Jean-Claude Van Damme…
- Calça Jeans.
- Aí você pegou pesado.

Ela riu e ele sorriu com o rosto vermelho. Tentou aconchegar-se mais quando sentaram em um banco, mas ela levantou subitamente, dizendo que queria tomar um milk shake.
- Vamos?
- Hum, pode ser.
- Se você não quiser, tudo bem. Eu tomo sozinha.
- Não, eu tomo também.
Compraram a bebida e se sentaram em outro banco, em frente a uma loja de brinquedos. Ela olhava atentamente os bonecos, bichos de pelúcia e jogos, enquanto Jean tentava encontrar uma forma de puxar assunto, mas Beatriz parecia tão interessada na vitrine que ele desistiu. Deram mais algumas voltas até ela olhar no relógio e dizer que precisava ir.
- Mas tão cedo?
- Não quero virar a noite. Preciso chegar em casa.
- Tá bem, vamos então. Você vai de metrô, né? Eu pego um ônibus aqui.
- Bom, eu gostei do passeio. Até qualquer dia desses.
- Tchau, a gente de fala.

Despediram-se com um beijo no rosto e cada um seguiu o seu caminho com o mesmo pensamento: “Eu devia ter dito de uma vez o que eu acho dele(a)”.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Muso do blog

Visitantes, amigos, colegas e leitores, é o seguinte: Vocês estão convidados a eleger o muso oficial deste blog. Sim, o sujeito que acham que tem mais a ver com a Garota no hall, levando em consideração o que quiserem: a bizarrice, as citações em posts anteriores, o alto grau de compatibilidade que o muso escolhido teria caso me conhecesse (?!). Enfim, não importa. Então, vote no muso do blog no item de votação na coluna do perfil. Após cem votos (quem sabe mais?), vou fechar a enquete e definir o resultado, nem que demore uns seis meses para isso. Para (re)conhecer os dez candidatos, veja abaixo:

 
Charlie Kaufman 
Quem é: Roteirista, escreveu Adaptação e Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, entre outros.
Já foi: Muso inspirador em um post.




Robert Downey Jr. 
Quem é: Ator com uma carreira de altos e baixos. Esteve recentemente em Homem de Ferro e Trovão Tropical.
Já foi: Muso da semana e meu lobby para o Oscar de ator coadjuvante em 2009.



Felipe Andreoli 
Quem é: O repórter "quero pegar no colo" do CQC.
Já foi: Muso da semana.




Marco Luque 
Quem é: O desmiolado da bancada do CQC.
Já foi: Muso da semana umas quatro vezes e muso inspirador em um post.




Bret McKenzie 
Quem é: O integrante franzino do Flight of the Conchords (série e banda).
Já foi: Muso da semana e objeto de desejo Da série...




Dr. Gregory House (Hugh Laurie)
Quem é: O protagonista da série de TV House.
Já foi: Conforme relatado em um post, protagonista de um sonho impróprio. O ator foi um dos musos do post These charming men.




Leonard Hofstadter (Johnny Galecki)
Quem é: O nerd mais normal da série de TV The Big Bang Theory.
Já foi: Citado em crônica e post como um dos caras que acho mais sexy. O ator já foi muso da semana duas vezes.




Sheldon Cooper (Jim Parsons)
Quem é: O nerd CDF e obsessivo compulsivo da série de TV The Big Bang Theory.
Já foi: Citado em um post sobre os personagens preferidos de séries.



Mark Darcy (Colin Firth)
Quem é: Personagem de O Diário de Bridget Jones e Bridget Jones: No Limite da Razão.
Já foi: Citado em posts. O ator já foi muso da semana.





Ben Folds
Quem é: Cantor, compositor e pianista/tecladista, fez parte do Ben Folds Five.
Já foi: Muso inspirador em um post.


quinta-feira, 12 de março de 2009

O curioso caso da bola branca

A paisagem árida e exótica serve de cenário para as aventuras dos dois garotos que, agachados sobre o chão pedregoso, observam curiosos a pequena bola branca e oca que boia pela água lenta e gelada do riacho, atravessavando o solitário vilarejo. Concentrados no estranho objeto, um deles desafia o frio e adentra o corpo na água até a cintura, estendendo a mão direita para alcançar a bola e retirá-la dali.
Olhares curiosos, mãos tateando a superfície lisa e redonda, e ouvidos atentos aos sons que seriam emitidos caso batesse nas pedras. Nunca haviam visto algo assim antes: um objeto ordinário para quem vive em outro mundo, banal e corriqueiro.
Levaram a pequena bola cuidadosamente e a mostraram para todos. Ninguém sabia o que era, mas ouvia-se lendas a respeito de sua origem mágica, de seu poder e de sua curiosa aparência. Tornou-se um talismã, cultuado e reverenciado. Despertou algumas brigas, provocou fugas inocentes em busca de um destino hipotético e, acima de tudo, causou ciúmes. A pequena bola branca, perdida há milhas de distância, revolucionou vidas e encantou crianças.
Certo dia, após uma desavença, a bola desapareceu. E com ela, dissiparam-se os sonhos, os desejos e a inocente mania de inventar histórias extraordinárias e fazer uma busca pessoal através delas. A escola os aguardava, um lugar onde tudo era correto e desmistificado – o lar provisório de futuros adultos.

terça-feira, 10 de março de 2009

É hora doooooo... Top 5 musical

Inspirado no Top 5 do blog Síndrome de Mia Farrow

Top 5 músicas que me dão vontade de chorar

1. Olhos nos olhos (Chico Buarque);
2. Perfect Day (Lou Reed);
3. Tears in heaven (Eric Clapton);
4. Starlight (Muse);
5. Last time I saw you (Vanguart).

Top 5 músicas que preciso cantar junto quando ouço
1. Don’t look back in anger (Oasis);
2. Starlight (Muse);
3. You only live once (The Strokes);
4. Elephant Love Medley (Nicole Kidman & Ewan McGregor);
5. Raindrop keeps fallin’ on my head (Ben Folds Five).

Top 5 músicas que me fazem querer dançar
1. Hard to beat (Hard-Fi);
2. Are you gonna be my girl? (Jet);
3. Modern Love (David Bowie);
4. Psycho Killer (Talking Heads);
5. Dark of the Matinée (Franz Ferdinand).

Top 5 músicas que me fazem "viajar"
1. Live forever (Oasis)
2. Let forever be (Chemical Brothers)
3. Thoughts of a dying atheist (Muse)
4. Think about it (Flight of the Conchords)
5. I.D (Kasabian)

Top 5 FMs de São Paulo
1. Mitsubishi FM (92,5)
2. 107,3
3. Kiss (102,1)
4. Eldorado (92,9)
5. Oi FM (94,1)

Top 5 cena musicais de filmes não-musicais
1. Marty McFly tocando Johnny B. Goode (De volta para o futuro)
2. Monty Python cantando The Bright Side of Life (A vida de Brian)
3. Ferris Bueller dublando Twist and Shout (Curtindo a vida adoidado)
4. Shaun e cia lutando contra zumbis ao som de Don’t Stop Me Now (Todo mundo quase morto)
5. Wayne, Garth e cia ouvindo Bohemian Rhapsody (Quanto mais idiota melhor)

Top 5 bandas que todo mundo gosta, menos eu
1. The Doors;
2. Radiohead;
3. Pixies;
4. Legião Urbana;
5. The Smiths.

segunda-feira, 9 de março de 2009

A importância de fazer o que se quer

O ano era 1998. Uma professora substituta – assim como 99% delas – esperava o tempo da aula passar conversando com os alunos provisórios. Na época, eu era uma fanática por música e bandas de rock, e quando li a palavra U2 marcada em uma página do caderno dela, descobri uma admiração em comum e comecei a conversa:
- Ah, eu também adoro U2. Você foi ao show?
- Não, mas eu queria ir.
- Por que? Eu não fui porque meus pais jamais me deixariam ir para São Paulo num show deles sozinha.
- Meu namorado não ia, daí eu não fui.

Começou assim. Durante a conversa, percebi que ela parecia gostar mais da banda do que eu, uma fã mesmo. E deixou de ir por causa de um namorado? Mesmo com aquela idade e inexperiência, não compreendi porque uma pessoa deixaria de fazer algo de que gosta por causa de um namorado. O que há de errado em ir a um show sem a pessoa? E qual é o problema em ir sozinha?
Essa história ficou na minha cabeça e depois de alguns anos eu estava namorando alguém (que hoje apelido carinhosamente de “coisa”). No show do Placebo, ele quis pagar meu ingresso para eu ir junto. No entanto, odeio a banda e recusei. Falei que era para ele ir e se divertir, já que eu não curtiria nada. Quando o Oasis veio em 2006, ele não tinha dinheiro (para variar) e eu fui sozinha, sem me preocupar.
Sou uma pessoa que não se preocupa em fazer aquilo que quer sem companhia. Se tudo o que eu quisesse fazer dependesse de alguém, com certeza teria feito só 20% das coisas. Então, eu convido; se não der ou não quiser, eu vou sozinha. Apenas se não estou com tanta vontade assim acabo desistindo e ficando em casa mesmo. Claro, não vou afirmar que adoro sair sozinha sem alguém para conversar, mas não me prendo à dependência, porque entre fazer sozinha algo que quero muito e ficar em casa sozinha, prefiro o primeiro.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Da série...

...Beleza feminina que me inspira

Katherine Heigl

quinta-feira, 5 de março de 2009

Coleção de frases randômicas – Parte III

Um casal de namorados na fila da bilheteria do cinema. Ele faz uma observação irônica e diz... 
- Aquele filme ali é uma continuação de Sexta-feira 13.
- Qual?
- Uma garota didivida em dois.

Eu estava mudando de canal quando de repente minha irmã me interrompe…
- Volta lá que eu quero ver.
- O que é?
- É aquele grupo, o… o… o Baralho. [Quando na verdade era o Dominó]

Outra da minha irmã, dessa vez procurando alguma coisa para passar no pão…
- Cadê o Yu Yu Hakusho? [Confundindo o anime com Io-io Cream]

Durante uma aula na faculdade, meu nome é sorteado para entregar uma resenha na pior data possível. Não consigo segurar minha decepção e o professor se assusta…
- Puta que o pariu!
- Lucie, nunca te vi falando palavrão!
- Para você ver como a minha semana está difícil.

Encontrei um amigo que, ao me ver, fez o seguinte comentário:
- Tá vestida de Johnny Cash? Tá toda de preto.

Em uma conversa via MSN com o administrador do site The Nerds Theory…
- Eu só vou ver os extras de The Big Bang Theory quando comprar o box.
- Shelda Cooper.

Na cozinha da editora, alguém nota meu hábito de beber muita água em um dia quente…
- Você é a que toma mais água.
- Bom, desidratada eu não morro.


Na sala de cinema, antes de notar que eu tinha entrado na sala errada e o filme era outro…
- Nossa, mas que trailer longo!

Assistindo a The Flight of the Conchords, deixo escapar alto um comentário bem no início do momento musical da série…
- Ih, lá vem merda!

Para ficar em dez frases, o número preferido do Monk…
Monk: You know, I usually don't like shaking hands, but if I ever met the man who invented Tupperware, I would shake his hand.
Natalie: I think he might be dead.
Monk: But I would still shake his hand because he's probably perfectly preserved.

terça-feira, 3 de março de 2009

Quase mãe

O café estava quente e queimei meus lábios enquanto observava fixamente ela entrar na loja com a criança no colo. Vestia um conjunto social marrom escuro, os cabelos lisos presos com uma presilha dourada e sandália de salto médio. Não era exemplo de elegância, mas despertou minha curiosidade justamente pela autenticidade de não fingir o que sentia: irritação. Notei a pressa que tinha em fazer o pedido, o olhar de soslaio lançado em minha direção, os fios rebeldes escapando da presilha e a impaciência em não ser atendida pelo celular.
Colocou o garoto na cadeira e amarrou o cadarço de seu tênis pequenino. A garçonete levou um copo de suco, uma caneca de achocolatado e uma cesta de pãezinhos recheados e colocou tudo sobre a mesa, perguntando se precisava de mais algum coisa. Ao receber uma resposta negativa com a cabeça, voltou para trás do balcão e atendeu outro cliente.
Atentei-me ao comportamento da moça com a criança. O pequeno deveria ter uns três anos e não se parecia com ela. Enquanto bebia o suco e entregava a pequena caneca ao garoto, aguardava no viva-voz sua chamada ser atendida. Quando ouvi uma voz masculina do outro lado reponder, a moça colocou o celular no ouvido e suspirou.

- Alô? Adriano? Oi! É a Tatiane. Tudo bem, sim, mas estou com pressa. Olha, busquei o Pedro na casa da sua irmã. Você tem certeza de que eu posso deixá-lo no apartamento da mãe dele? Tá, tá… atrasada ainda não estou porque saí uns trinta minutos antes de casa. Ele está tomando café da manhã comigo aqui no Café. Ele tinha acabado de acordar e a gente está comendo uns pãezinhos. Ah sim, pode deixar. Eu tenho o endereço comigo e deixo ele lá. Contanto que sua ex-mulher não fique brava por ter sido eu, tudo bem. Tá bom, beijo. Te vejo à noite. Tchau!

O menino tinha só três anos e os pais já viviam separados. E a namorada do pai, que cuidava dele, até que era atenciosa. Levantei-me e segui ao caixa para pagar. Ela saiu em seguida e ficou atrás de mim, com o garoto no colo, uma malinha no ombro e a própria bolsa. Derrubou sem querer algumas moedas no chão; abaixei-me, peguei e entreguei a ela. Sorriu e agradeceu.

Fora da loja, ela me perguntou o que eu fazia lá.

- Tomando um café…
- Você queria me ver descabelada com o filho do Adriano, né?
- Nesses tempos modernos, a primeira pergunta que você tem que fazer quando conhece um cara é “tem filho?” e não “é casado?”.
- Tá bom, tá bom. Eu vou dizer para ele que não dá mais.
- Até que você dá uma boa mãe. Mas porque é então que vai ver ele hoje à noite?
- Vou terminar. Três meses, mais não dá.
- E daí então vai ser só comigo?
- Você tem filho?
- Sai comigo há três semanas e só agora vem perguntar? Filho não, mas tenho cachorro.
- Ótimo!

E seguiu para o ponto de ônibus, com o garoto no colo e as bolsas sacolejando nos ombros delicados. E, nesse momento, percebi que havia esquecido de colocar ração para o Tito.

segunda-feira, 2 de março de 2009

10 filmes que mudaram minha percepção sobre o cinema

Há uns 10 anos, cinema representava um hobby para mim. Habitante de uma cidade interiorana que não oferecia muitos meios para o cultivo do conhecimento e do interesse cinematográfico, ver um filme interessava meramente pelos atores, pela história e, em alguns casos, pelo diretor (quando se tratava de Tim Burton, Irmãos Coen ou Robert Zemeckis, para citar os ídolos da época). Mas o amadurecimento e a insaciável busca pelo novo – ou o antigo, o clássico, o venerado – me apresentaram a algumas obras que hoje considero essenciais para o que o cinema significa para mim.
Obs.: Não se trata de uma lista de preferidos, e procurei manter apenas um filme de cada diretor.

Em busca do ouro (The Gold Rush, 1925)
Há mais de 80 anos, Charlie Chaplin contemplou o cinema com uma comédia muda (assim como todos os seus filmes até 1936) que tratava da busca do amor, da luta pela sobrevivência e da realização do homem, ancorado, principalmente, na famosa cena da dança dos pãezinhos. Simples e genial.

Cidadão Kane (Citizen Kane, 1940)
Um filme que conseguiu juntar elementos indispensáveis para qualidade – e perenidade – de uma obra: o tema sempre atual, o ótimo roteiro de Herman J. Makiewicz e Orson Welles, a direção revolucionária e a montagem que define e constitui a narrativa.

Ladrão de bicicletas (Ladri di Biciclette, 1948)
O filme definitivo do Neo-realismo. Uma história simples, um elenco de atores não profissionais, iluminação natural e cenários reais da Roma pós-guerra. A a lente da câmera funciona como um observador que narra à distância, como em um documentário.

Cantando na chuva (Singin’ in the rain, 1952)
Um musical perfeito e encantador em todos os aspectos: É engraçado; possui coreografias, atuações e músicas inesquecíveis; é bem dirigido e produzido… Toda vez que o filme termina, lamento como se fosse o final de um sonho.

A Estrada da Vida (La Strada, 1954)
Federico Fellini era dono de uma verve dramática impressioanante. Neste filme, seus personagens são tão bem caracterizados (e deslocados) e a história é tão envolvente que me sinto parte do que está sendo narrado e me surpreendo a cada cena.

Uma mulher é uma mulher (Un femme est une femme, 1961)
Essa obra-prima de Godard rompe com quaisquer convenções cinematográficas: assim como a protagonista Angela, o diretor não segue regras e parte em busca de um cinema autoral dotado de alma. O filme pode chocar os menos acostumados ao cinema pop sessentista.

O Leopardo (Il Gattopardo, 1963)
Não é o meu preferido de Luchino Visconti (o favorito é Rocco e seus irmãos), mas é a película do diretor que mais me impressionou pela técnica e beleza das imagens. Do enquadramento de câmera ao figurino e a trilha sonora, é um épico indispensável.

O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972)
Um dos elencos mais incríveis reunidos em um só filme. O roteiro adapta com perfeição a obra de Mario Puzo, e Francis Ford Coppola consegue transpor para a tela até mesmo os pequenos detalhes, indispensáveis para criar a atmosfera ameaçadora dos negócios de Don Corleone.

Taxi Driver (Taxi Driver, 1976)
O filme que transformou Martin Scorsese e Robert De Niro em ídolos cult do cinema de autor norte-americano na década de 1970. O roteiro original de Paul Schrader apresentou ao público Travis Bickle, um autêntico anti-herói, marcado para sempre em minha memória.

Anti-herói Americano (American Splendor, 2003)
Uma cinebiografia e adaptação de quadrinhos diferente de tudo que eu já havia assistido até então. Uma combinação perfeita de documentário e ficção, que estabelece um diálogo produtivo, divertido e informativo, provocando uma discussão sobre os limites de uma adaptação.

Não estão entre os dez, mas também foram essenciais:  Nosferatu (Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922); A General (The General, 1927); Persona (Persona, 1966); MASH (MASH, 1970); O Iluminado (The Shining, 1980); Paris, Texas (Paris, Texas, 1985); A Rosa Púrpura do Cairo (Purple Rose of Cairo, 1985); Pulp Fiction (Pulp Fiction, 1994); Trainspotting (Trainspotting, 1996); 
Adaptação (Adaptation, 2002).