Ainda faltam sete meses para a minha primeira viagem internacional e eu já não aguento de ansiedade. Leve em consideração que eu nunca viajei de avião e que a viagem escolhida sai do Brasil numa sexta-feira à tarde para chegar ao destino na madrugada de domingo (contam-se escalas e fuso horário). Já comprei um guia em inglês da Nova Zelândia para ter ideia da cultura, transporte e turismo do país – e nem vou ficar tanto tempo assim, um pouco mais de um mês. Escolhi uma cidade relativamente pequena para ficar, Christchurch, na Ilha Sul. A maioria dos brasileiros vai para Auckland. E se fosse para estudar inglês em uma metropóle com bastante brasileiros, eu escolheria Toronto (Canadá).
O que sei sobre Christchurch já é o suficiente para sonhar com a cidade. Com menos de 400 mil habitantes, é a maior da Ilha Sul e a terceira maior da Nova Zelândia, atrás de Auckland e Wellington. É conhecida como a cidade mais inglesa fora do Reino Unido e Cidade Jardim, devido aos seus premiados jardins. Não foi à toa que escolhi estar lá justo na primavera.
Ficarei um mês em Christchurch em casa de família. Vou fazer um curso quase integral de inglês, pois passei um bocado de tempo sem estudar e quero compensar, embora treine a leitura e a audição quase todos os dias, mas o que conta mesmo é a comunicação – falar e escrever. À tarde, no final das aulas, me imagino passeando pela cidade, em suas praças, parques, museus, galerias, centros de compras, bares, cafés, restaurantes… mas daí o fator “dindim” começa a me preocupar, e uma neurose me sobe à cabeça. E se eu não conseguir fazer tudo o que gostaria? Ainda bem que não sou consumista.
Terminadas as aulas, pretendo pegar o trem e passar dois dias em Kaikoura, um paraíso ecológico. Depois, pego um ferryboat, subo para a Ilha Norte e vou para a capital Wellington, de onde volto para o Brasil. Nessa segunda parte das férias são cinco dias e meio. Se eu pude$$e ficaria mais; iria a Auckland, visitaria o Parque Nacional, mas o investimento não dá.
Sobre a decisão de ficar dias a mais, desisti de levar mala de rodinha. Quem me conhece já imagina uma pessoa de tamanho diminuto viajando com um mochilão enorme nas costas, toda curvada. Mas já recebi algumas dicas para levar o essencial, porque todo mundo sempre volta com a bagagem mais pesada. Daí eu fico repetindo mentalmente o que vou levar: “Roupa íntima, sabonete, shampoo, condicionador, hidratante… calmaí, é só em outubro! Até lá, eu vejo o que aguento levar na mochila e me organizo melhor”. Coisas de quem cairia dura no chão se ansiedade matasse.
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