Não sou ligada na crença de que o destino de cada ser humano está escrito. É como dizer que, não importa qual decisão seja tomada, o destino será aquele e pronto. Por outro lado, a teoria da árvore de decisão vital, descrita pelo filósofo espanhol Juan Antonio Rivera, no livro O que Sócrates diria a Woody Allen, me causou certo fascínio. O autor escolheu o filme Um homem de família para discutir a tomada de decisão de um indivíduo e os reflexos que terá na vida dele. Rivera analisa as possíveis ramificações dessa hipotética árvore baseada em determinada escolha e alerta para a névoa da incerteza - "é pura arrogância intelectual dar como certo que podemos saber para onde nos conduzirão no futuro as opções que seguimos no presente (os ramos pelos quais nos dividimos)", escreve o filósofo.
A partir disso, levanto uma questão: você já refletiu sobre as opções que teve e as escolhas que fez? Eu sei, sob o ponto de vista psicológico não é fácil relembrar péssimas escolhas que tenha feito ou uma oportunidade que tenha abandonado por um imprevisto ou mesmo pelo medo do que viria a seguir. Alguns acham melhor jogar na mão de Deus a própria escolha de apelar para um uni-duni-tê, outros analizam os pormenores que um "sim" e um "não" podem acarretar. E há aqueles que simplesmente arriscam, tal qual numa partida de pôquer. Apesar de maneiras tão diferentes de agir, o resultado é o mesmo: uma nova ramificação e a névoa da incerteza pairando lá na frente.
Uma decisão que tomei há mais de um ano será experimentada em três semanas. No entanto, um evento ocorrido uma semana atrás quase implicou numa reviravolta: um terremoto na região para a qual vou viajar destruiu construções, causou pânico e colocou a cidade escolhida em estado de alerta. Some a isso o fato de eu nunca ter viajado de avião e estar bastante apreensiva por isso (viajo sozinha, com duas escalas e aproximadamente 18 horas totais de voo). Mantenho a calma, mas o meu inconsciente se revela bastante consciente de como estou me sentindo. Meu sono está cada vez mais irrequieto e parece não haver nada que eu possa fazer para aplacar o receio dentro de mim. Porque a minha decisão pode resultar em uma grande experiência para minha vida - estudar inglês, estar numa cultura diferente -, mas preciso enfrentar alguns medos, e até mesmo riscos, para concretizar um plano esboçado há tanto tempo.
O que o futuro me reserva? Não sei, a névoa lá na frente é espessa demais para que eu possa enxergar. Que o barqueiro me guie com sua lanterna nas brumas do Avon!
2 comentários:
"Efeito Borboleta" me fez pensar muito sobre isso tudo.
Quanto a viagem vou mandar um clichê: RELAXA! Tente se acalmar pq vai dar td certo!
Vou deixar para ficar mais nervosa dentro do avião, hehehe.
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