Dois filmes essenciais vistos com alguns anos (décadas?) de atraso
A Lista de Schindler
Feriado de carnaval. Praias lotadas, capital paulistana quase vazia. A folia é para muitos, mas há anos faço parte da minoria. Aproveitei para colocar em dia minha lista imaginária de filmes essenciais a serem vistos: encarei as mais de três de A Lista de Schidler. E que filme agradável para ser assistido num feriado tão animado!
Eu tinha trauma desse filme. Explico: lá pelos meus 12 ou 13 anos de idade tentei assisti-lo na tevê, numa sessão noturna do SBT. É, dubladinho e tudo mais - na época eu não ligava para essa predileção por "áudio original". Eu já estava impressionada com o filme, mas bastou o Amon (o odiável personagem de Ralph Fiennes) matar a engenheira judia a sangue frio para eu decidir desligar a tevê e tentar dormir.
Finalmente tomei a iniciativa de ver o filme todo. Uma bela obra de Spielberg, mas um tanto meloso nos últimos 60 minutos - algo compreensível, devido ao tema e à proximidade do cineasta com ele. Mas do que eu realmente gostei foi do uso da bela fotografia em preto e branco e da capacidade do diretor em criar climax em cenas chave.
Inferno nº 17
Billy Wilder era um gênio. Blá blá blá. Um de meus cineastas favoritos. Blá blá blá. William Holden é o meu ator preferido. Blá blá blá. Ele ganhou o único Oscar da carreira com esse filme. Blá blá blá.
Depois dessa introdução óbvia e editada, confesso: Inferno nº 17 é um grande filme, mas não é o melhor da carreira de Wilder nem de Holden. O primeirão, com toda certeza, é o extraordinário Crepúsculo dos Deuses. Mas voltando ao inferno: oficiais do exército americano são prisioneiros de guerra de nazistas e sempre procuram a oportunidade de fugir. Sim, Steve McQueen estrelou um filme com enredo semelhante dez anos depois (1963, portanto), mas aqui o protagonista não é um herói: J. J. Sefton é cínico, egoísta e aproveitador. E ainda por cima é considerado um traidor pelos companheiros.
Dito isso, é uma comédia de humor negro na qual, por mais que se antipatize com Sefton, o espectador ainda tem esperança de que ele não seja tão mau assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário