Lá estou eu navegando pela homepage da Folha quando uma chamada atraiu minha atenção: uma balada temática em São Paulo de The Walking Dead. Fã da série, fiquei com vontade de ir e já comecei a me mobilizar, chamando pessoas para irem junto. Foi no Sonique Bar, um lugar que parecia legal, bem badalado pela mídia. E ainda haveria sorteio de DVDs, livro e brindes da série. Ou seja: achei que me sentiria em casa, com nerds como eu.
Chegando, que decepção: além de ter que ficar mais de meia hora na fila para entrar, embaixo de uma chuvinha (nota: estava vazio lá dentro), tive que aturar uma hostess grossa, como se estivesse fazendo um favor ao deixar cada meia dúzia de pessoas entrar. Quando finalmente entramos, a trilha sonora era um lixo. Era tão ruim que em certo momento o ponto alto foi tocar Backstreet Boys (para verem o nível!), fora Spice Girls, Britney Spears, Lady Gaga e coisas que eu não gostava nem quando tinha 13 anos de idade. Um pouco antes de eu ir embora tocou Take me out, do Franz Ferdinand, mas nem foi a música inteira. No final, fomos embora mais cedo, lá estava abafado e "miado". E é um lugar péssimo para paquerar, diga-se (a não ser que eu fosse homem, gay ou hetero).
Nem esperei o sorteio. E aposto que o nerds pingados que ficaram para esperar se sentiram torturados com aquela overdose de música duvidosa e gente antipática. Nota: eu fui paquerada por um pivete de 18 anos, insistente pra caramba. O que eu tenho para atrair gente assim, hein?
A malfadada balada me fazia pensar que estaria mais satisfeita em casa sozinha, em plena noite de sábado, vendo algum filme ou seriado. Eu me esforço para ser, er, "normal", mas noites assim me desanimam muito. Eu sei que tenho um alto grau de exigência, tem que ser algo muito bom para me tirar de casa e da rotina. E ainda imaginei poder ouvir na pista Lonely Boy, do Black Keys, agora que eles estão ficando pop...
De volta à "irrealidade". Benedict Cumberbatch se tornou o novo muso do blog, mas Tom Hiddleston e Jean Dujardin estão a caminho. Aliás, onde esse francês esteve este tempo todo? Por que ninguém ofereceu um papel em um filme realmente decente para ele antes de O Artista? Por que? POR QUE?
Agora, dou meia volta e me viro de frente à realidade. Por que é tão difícil abandonar velhos hábitos, manias e rotinas? Por que é tão fácil se acomodar a eles? Não digo em relação a nada especificamente, mas a quase tudo. Necessito abandoná-los, junto com a minha preguiça. Preciso de uma força nisso, de um apoio. Eu me desanimo facilmente, preciso insistir mais em algumas coisas, ter algum objetivo, e não viver como um barco abandonado no meio oceano, sem bússola e muito menos GPS. Navego, navego, navego e nunca esbarro em uma ilha misteriosa, é sempre o mesmo vento soprando e o sacolejo infinito do mar. Enfim.
Um comentário:
Se rolar algo assim sobre o Seinfeld a trilha sonora tem que ser aquela "música da salsicha" do Kramer. rs
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