O detetive mais conhecido da cultura pop, Sherlock Holmes, é protagonista de diversos livros, filmes e séries. Embora não seja uma conhecedora das obras de Sir Arthur Conan Doyle, nem tenha visto as séries ou longa metragens antigos - com a exceção do divertido O Enigma da Pirâmide (dir. Barry Levinson, 1985), do qual tive um certo trauma durante a infância por causa de algumas cenas assustadoras -, sou fã do personagem. Por ser fã, entende-se a nova série da BBC e os filmes recentes da Warner Bros.
Do século XXI - filmes e série
A série acabou de finalizar sua segunda temporada, enquanto o filme já chegou à segunda parte. Na TV, o ator principal é britânico de nascença, enquanto no cinema é um norte-americano de alma inglesa (afinal, ele já foi até Charlie Chaplin em uma cinebiografia). Embora Sherlock (a série) e Sherlock Holmes (os filmes) tenham suas diferenças, retratam o detetive de maneira semelhante, acredito que bastante fiel ao personagem literário. Enquanto o primeiro é um indivíduo contemporâneo, resolvendo casos com a ajuda de gadgets modernos e muita tecnologia, o segundo segue a linha aventura de época, contextualizando-se na segunda metade do século XIX. Ambos trazem uma boa dose de ação, mas Sherlock se prende ao complexo e intelectual - é difícil imaginar Benedict Cumberbatch saindo no braço com algum malfeitor, como Robert Downey Jr. faz.
"Foi bom para você, Watson?" |
Guy Ritchie no comando
Quando surgiram as notícias de que Guy Ritchie dirigiria um novo filme baseado nos personagens de Sir Conan Doyle, torci um pouco nariz. Afinal, o diretor nunca mais fez nada que chegasse aos pés de sua estreia no cinema, o cool Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (OK, Snatch é bacana, mas muito pretensioso para o meu gosto). Daí escolheram um americano para viver Sherlock: Robert Downey Jr, que estava recuperando o prestígio de outrora (OK, ele estava ótimo em Chaplin, mas com tanto ator britânico bom, precisava de alguém com tamanho apelo comercial?). E como John Watson... Jude Law (OK, ele é versátil, mas conseguia imaginá-lo mesmo como Sherlock). Felizmente, enganei-me quanto a essas escolhas, que se mostraram acertadas - ainda mais no segundo filme.
London Fashion Week |
Hi-tech
A ideia não soa original: uma série na qual Sherlock Holmes é um sujeito brilhante, arrogante e obcecado por resolver mistérios em pleno ano de 2010. Claro que ele não abre mão de celular, GPS, microscópios eletrônicos e o que de mais bacana estiver ao seu alcance, para ajudá-lo a desvendar crimes que a Scotland Yard não faz ideia por onde começar. Para o papel principal, o londrino Benedict Cumberbatch, que me causou repulsa em Desejo e Reparação e até em Garoto Nota 10. Na pele de Watson o simpático Martin Freeman, que até então eu sempre lembrava graças ao dublê de corpo em Simplesmente Amor. (Os criadores dessa produção televisiva eram desconhecidos para mim.) Mas o que não parecia ter chances de me viciar se tornou um dos seriados mais sensacionais dos últimos meses - a segunda temporada é um deleite.
Sherlock sensualizando na poltrona |
Downey Jr. x Cumberbatch
Acho que não preciso dizer que prefiro o Downey Jr. como Sherlock do que como Tony Stark, preciso? Passei a dar a devida atenção a esse ótimo ator em Zodíaco, no qual ele é o jornalista paranoico colega do personagem de Jake Gyllenhaal. Seu Sherlock tem um senso de humor sagaz e não pensa duas vezes antes de partir para o "mano a mano". É um sexy meio junkie, sem se preocupar tanto com a aparência, mas com charme de sobra.
Cumberbatch, por outro lado, é um Sherlock mais contido, super bem vestido, com um ar angelical, mas mala demais - no sentido de "mal humorado" e "pedante".
OK, na minha ou na sua? |
Das duas versões sherlockianas, é uma tarefa quase impossível escolher a melhor. De um lado, um steampunk que exibe inúmeros machucados ao longo dos filmes; um sujeito mais aventureiro e que sua a camisa - chegando a tirá-la em algumas oportunidades (ui!). Do outro, um mimado que arranca suspiros com seu figurino e cachecóis elegantíssimos, o olhar frio e as maçãs do rosto que parecem ter sido esculpidas. Sem contar os cabelos originalmente loiros que foram escurecidos especialmente para o personagem (sacrifício? Nada! Ele fica melhor moreno). Mas eu diria que mesmo o Cumberbatch ganhando na elegância, no sotaque e na linda voz, Downey Jr. vence no carisma, no cinismo e na habilidade de irritar o Watson. Então... deu empate técnico!
2 comentários:
Acho (nossa, espero mesmo que sim!) que eu comentei esse post diretamente pra você na época, pois adorei! E hoje recomendei ele como "dica de leitura" em um post meu! Beijos! *pra quem não sabe que nos conhecemos esse não parece um comentário spam de blogueira melosa - adorei seu post, lê o meu?* Hahaha.
Patty fofa! Meu primo de MG e a esposa dele também adoram o Sherlock da BBC. Quando comentei que o Watson é o Bilbo Baggins eles curtiram! rs
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