quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sherlock vs. Sherlock

O detetive mais conhecido da cultura pop, Sherlock Holmes, é protagonista de diversos livros, filmes e séries. Embora não seja uma conhecedora das obras de Sir Arthur Conan Doyle, nem tenha visto as séries ou longa metragens antigos - com a exceção do divertido O Enigma da Pirâmide (dir. Barry Levinson, 1985), do qual tive um certo trauma durante a infância por causa de algumas cenas assustadoras -, sou fã do personagem. Por ser , entende-se a nova série da BBC e os filmes recentes da Warner Bros.

Do século XXI - filmes e série
A série acabou de finalizar sua segunda temporada, enquanto o filme já chegou à segunda parte. Na TV, o ator principal é britânico de nascença, enquanto no cinema é um norte-americano de alma inglesa (afinal, ele já foi até Charlie Chaplin em uma cinebiografia). Embora Sherlock (a série) e Sherlock Holmes (os filmes) tenham suas diferenças, retratam o detetive de maneira semelhante, acredito que bastante fiel ao personagem literário. Enquanto o primeiro é um indivíduo contemporâneo, resolvendo casos com a ajuda de gadgets modernos e muita tecnologia, o segundo segue a linha aventura de época, contextualizando-se na segunda metade do século XIX. Ambos trazem uma boa dose de ação, mas Sherlock se prende ao complexo e intelectual - é difícil imaginar Benedict Cumberbatch saindo no braço com algum malfeitor, como Robert Downey Jr. faz.

"Foi bom para você, Watson?"
Guy Ritchie no comando
Quando surgiram as notícias de que Guy Ritchie dirigiria um novo filme baseado nos personagens de Sir Conan Doyle, torci um pouco nariz. Afinal, o diretor nunca mais fez nada que chegasse aos pés de sua estreia no cinema, o cool Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (OK, Snatch é bacana, mas muito pretensioso para o meu gosto). Daí escolheram um americano para viver Sherlock: Robert Downey Jr, que estava recuperando o prestígio de outrora (OK, ele estava ótimo em Chaplin, mas com tanto ator britânico bom, precisava de alguém com tamanho apelo comercial?). E como John Watson... Jude Law (OK, ele é versátil, mas conseguia imaginá-lo mesmo como Sherlock). Felizmente, enganei-me quanto a essas escolhas, que se mostraram acertadas - ainda mais no segundo filme.

London Fashion Week
Hi-tech 
A ideia não soa original: uma série na qual Sherlock Holmes é um sujeito brilhante, arrogante e obcecado por resolver mistérios em pleno ano de 2010. Claro que ele não abre mão de celular, GPS, microscópios eletrônicos e o que de mais bacana estiver ao seu alcance, para ajudá-lo a desvendar crimes que a Scotland Yard não faz ideia por onde começar. Para o papel principal, o londrino Benedict Cumberbatch, que me causou repulsa em Desejo e Reparação e até em Garoto Nota 10. Na pele de Watson o simpático Martin Freeman, que até então eu sempre lembrava graças ao dublê de corpo em Simplesmente Amor. (Os criadores dessa produção televisiva eram desconhecidos para mim.) Mas o que não parecia ter chances de me viciar se tornou um dos seriados mais sensacionais dos últimos meses - a segunda temporada é um deleite.

Sherlock sensualizando na poltrona
Downey Jr. x Cumberbatch
Acho que não preciso dizer que prefiro o Downey Jr. como Sherlock do que como Tony Stark, preciso? Passei a dar a devida atenção a esse ótimo ator em Zodíaco, no qual ele é o jornalista paranoico colega do personagem de Jake Gyllenhaal. Seu Sherlock tem um senso de humor sagaz e não pensa duas vezes antes de partir para o "mano a mano". É um sexy meio junkie, sem se preocupar tanto com a aparência, mas com charme de sobra.
Cumberbatch, por outro lado, é um Sherlock mais contido, super bem vestido, com um ar angelical, mas mala demais - no sentido de "mal humorado" e "pedante". 
OK, na minha ou na sua?
Das duas versões sherlockianas, é uma tarefa quase impossível escolher a melhor. De um lado, um steampunk que exibe inúmeros machucados ao longo dos filmes; um sujeito mais aventureiro e que sua a camisa - chegando a tirá-la em algumas oportunidades (ui!). Do outro, um mimado que arranca suspiros com seu figurino e cachecóis elegantíssimos, o olhar frio e as maçãs do rosto que parecem ter sido esculpidas. Sem contar os cabelos originalmente loiros que foram escurecidos especialmente para o personagem (sacrifício? Nada! Ele fica melhor moreno). Mas eu diria que mesmo o Cumberbatch ganhando na elegância, no sotaque e na linda voz, Downey Jr. vence no carisma, no cinismo e na habilidade de irritar o Watson. Então... deu empate técnico!

2 comentários:

Patty a.k.a. Delores Vickery disse...

Acho (nossa, espero mesmo que sim!) que eu comentei esse post diretamente pra você na época, pois adorei! E hoje recomendei ele como "dica de leitura" em um post meu! Beijos! *pra quem não sabe que nos conhecemos esse não parece um comentário spam de blogueira melosa - adorei seu post, lê o meu?* Hahaha.

Anômima disse...

Patty fofa! Meu primo de MG e a esposa dele também adoram o Sherlock da BBC. Quando comentei que o Watson é o Bilbo Baggins eles curtiram! rs