A Grande Virada: Embora o título brasileiro nada tenha a ver com o original (The Company Men), tão pouco com a história, é um filme surpreendente - ainda mais considerando que o Ben Affleck está tão bem quanto Tommy Lee Jones e Chris Cooper. Tendo como contexto a crise econômica do final da década passada, mostra a decadência do american way of life quando funcionários demitidos contabilizam apenas cortes de gastos para manter o padrão de vida daqueles que comandam a companhia.
Malu de Bicicleta: Filme brasileiro que não conseguiu atrair muito minha atenção, apesar de alguns bons momentos, mas piadas forçadas conseguem estragar o clímax - afinal, é um drama, e não uma Malhação para pós-adolescentes. A história é batida (solteirão pegador se apaixona e tem medo de perder a pessoa, daí começa a fazer m*), mas Marcelo Serrado dá conta do recado.
Drive: Um filme que entrou na minha lista dos que prometem mais do que entregam, talvez por culpa do público e da crítica, que o elevaram a cult instantâneo. Violência a la Tarantino, mas carece de diálogos tão interessantes quanto os escritos pelo autor de Pulp Fiction. Sou fã de Ryan Gosling, mas ele anda escolhendo projetos muito hipsters atualmente - e pareço ser a única fã não empolgada com isso.
Um herói do nosso tempo: Radu Mihaileanu é um desses diretores que conseguem combinar drama com comédia de maneira eficiente. Embora tenha poucos longas no currículo (dirigiu também Trem da vida, O concerto e A fonte das mulheres - que não vi ainda), entende o que o público espera e insere reviravoltas para temperar as histórias. Neste filme, retrata os etíopes judeus que migraram para Israel na década de 1980, fugindo da perseguição religiosa no território africano para se deparar com o preconceito racial na Terra Prometida. Magnífico.
Asas do Desejo: Tinha tentado ver esse filme há uma década, mas não consegui. Agora, já habituada com o cinema filosófico de Wim Wenders, pude entender porque é um marco da década de 1980. Porém, o fato de ter personagens reais interpretando si mesmos, como Peter Falk e Nick Cave, tira um pouco a magia romântica da história. No fim, Cidade dos Anjos não fica a dever.
A dupla vida de Veronique: Belo filme de Krzysztof Kieslowski, um dos cineastas que mais admiro, com a linda e talentosa Irène Jacob como uma protagonista dupla: a soprano polonesa Weronika e a professora de música francesa Veronique. Fez-me pensar que Jean-Pierre Jeunet se inspirou neste filme ao escrever O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (assista para entender).
Amor e ódio: Outro título brasileiro esdrúxulo (do original La Rafle, ou "detenção em massa"). O filme, felizmente, é muito bom. Embora o tema do Holocausto seja um dos mais recorrentes, mostra um lado obscuro da história: a perseguição da comunidade judaica pelos próprios franceses, que se aliaram aos alemães para evitar "maiores problemas".
Shame: Um dos filmes mais audaciosos de 2011, com atuações excepcionais de Michael Fassbender e Carey Mulligan. Embora tenha chamado bastante atenção pelo fato de o protagonista ter cenas de nudez de causar inveja a qualquer homem, o drama do viciado em sexo é tratado como uma dolorosa patologia - a "vergonha" do título. Para ver sem preconceito e se deslumbrar.
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