Em 2009, publiquei um post intitulado "10 filmes que mudaram minha percepção sobre o cinema". Relendo-o hoje, cinco anos após sua publicação (grande coincidência), percebo que pouco mudaria na lista, embora não seja minha intenção analisar o post nem a escolha dos filmes.
Das minhas diversas fases, a de cinéfila é a mais duradoura. Esteve em declínio no ano passado, quando não me entusiasmei para ver filmes - os lançamentos pouco interessantes não ajudaram também. Ironicamente, meu filme favorito havia sido o romance autodestrutivo The Deep Blue Sea, que na verdade revi - foi lançado por aqui apenas em 2013, mas eu já havia baixado e assistido no ano anterior (revi no cinema porque É um filme de cinema).
Embora qualquer crítico experiente tente convencer seu fiel leitor de que a crítica cinematográfica é baseada em argumentos e no seu conhecimento enciclopédico de filmes, qualquer um sabe que não é apenas isso. O que também pesa em uma crítica e/ou opinião é o gosto pessoal, experiência de vida e (sim!) o arrebatamento que a obra provoca. Este último é difícil de questionar, pois é tão íntimo que quando alguém fala sobre isso chega a ser mais interessante do que assistir ao filme - dependendo de qual for, claro.
Ultimamente, tenho recuperado o prazer de assistir filmes. Atribuo essa responsabilidade a duas obras: O Lobo de Wall Street e Inside Llewyn Davis. O primeiro, desde já, considero o melhor que assisti desde Bravura Indômita, dos irmãos Coen, lançado no Brasil em 2011. O segundo, não coincidentemente, foi dirigido pelos Coen.
São filmes muito diferentes, mas que me hipnotizaram desde a primeira cena. Seus protagonistas não são grandes homens, tão pouco heróis. Um marca pela ousadia; o outro, pela melancolia. São obras que não querem apaixonar o espectador, nem servir como lição de vida ou levar à reflexão. Suas narrativas e, consequentemente, enredos são envolventes, encantando pela estranheza de fatos e personagens. Enfim, são filmes que acontecem, e não planejam acontecer.
A mim, simples cinéfila em ascensão após um ano de queda, só resta agradecer: Obrigada, Martin, Ethan e Joel.
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