Eu sempre me vi como uma pessoa modesta. Nunca me achei linda, não me sinto confortável falando sobre eu mesma, não curto fazer marketing pessoal e sinto que estou extrapolando a naturalidade quando faço algum comentário positivo de algo que conclui ou estou em vias de. Modéstia. Mas, até que ponto?
No último ano, eu me autoanalisei bastante. Passei a notar mais minhas falas, atitudes e comportamentos. Percebi que sofria/ainda sofro de baixa autoestima. Não é como o estereótipo da pessoa que não está preocupada consigo mesma, não se cuida e acha todo mundo melhor do que ela. É simplesmente se enxergar como "menos" do que os outros te veem. E isso faz muito mal, com o tempo. O fato de eu não suportar muito ficar perto de pessoas que só falam do que fizeram e delas mesmas me fez querer ser o extremo oposto. Eu não quero falar sobre quem sou, mas demonstrar.
A baixa autoestima intensifica a necessidade de elogios - não palavras rasas, mas aquela frase no momento em que cabe. É como ouvir dos meus orientadores que minha monografia está ótima, e até um inesperado "gosto muito do seu trabalho" assim que me avista, me pegando meio de surpresa. Me faz constatar que as horas de leitura, pesquisas e interpretações deram o resultado que eu buscava, mas não, necessariamente, esperava.
Elogiar não é agradar ou, para usar um termo mais chulo, "puxar o saco". Não é dizerem que estou "chique" com aquele vestido, mas "elegante". Não é ouvir um "gostosa" na rua, mas "bonita" em casa.
Nota-se, hoje em dia, como os elogios estão raros. As pessoas preferem expressar o descontentamento e as críticas, talvez por acharem que elogiar seja invasivo, ou até uma maneira de "encher a bola". "Elogiar para o fulano ficar se sentindo? Pra quê?"
E a nossa própria autocrítica faz com que sejamos mais duros com os outros, ainda que sejam aqueles mais próximos, de convívio quase diário ou um pouco mais distante, mas pessoas de nossa realidade. Gastar o tempo reparando nos defeitos faz com que percamos as qualidades e os pequenos detalhes que tornam cada ser humano único e especial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário