Trata-se de um documentário-musical. Não contém análises sociológicas ou culturais sobre o gênero, nem músicos relatando suas relações com ele. Do início ao fim, traz diferentes artistas interpretando, de forma instrumental ou cantando, as diferentes vertentes do fado, de Angola a Portugal, passando por Brasil, Moçambique e Cabo Verde. Com a exceção de alguns cantos femininos agudos e estridentes e de canções mais enfadonhas do que as músicas mais chatas do Radiohead, Fados oferece um passeio pela cultura musical lusitana, onde olhos e ouvidos se encantam com a beleza das imagens construídas e conduzidas por Saura. Ao final, fiquei com vontade de ouvir mais fados instrumentais, com a sonoridade épica da guitarra portuguesa.
O que eu conhecia do gênero se resume, de forma simples e direta, à participação do Madredeus no filme O céu de Lisboa, de Wim Wenders. Os músicos do grupo português, uns gajos muito elegantes, são excelentes, mas o vocal da cantora chegava a me irritar (percebe que não gosto de agudos?). Agora, Lisboa e outras cidadades lusas subiram na minha lista de lugares para visitar em um futuro não muito distante.
Um comentário:
Qdo era criança, lembro que meu pai tinha um disco de fados. Ele não ouvia muito, mas eu fiquei c/ medo de ele brigar qdo meu irmãozinho sentou em cima do disco e o quebrou no meio rs. Acho que nunca mais ouvi fado na minha vida.
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