quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mano a mano musical

Folk-Indie Fashion Week
Eles são irmãos, músicos e talentosos, mas não são briguentos e nunca apareceram em manchetes de jornais. Em 2000 formaram uma banda de folk na cidade de Concord, na Carolina do Norte (EUA), e deram a ela o sugestivo nome de The Avett Brothers (alguns anos depois, o baixista Bob Crawford faria parte do grupo).
Chega de blablabla que eu quero mesmo é registrar o quanto estou apaixonada por esses irmãos e suas músicas - aliás, pela banda completa, para não desmerecer ninguém. Só baixei os dois últimos álbuns da discografia de seis de estúdio, mas tenho ouvido bastante e decifrado as composições simples, belas e poéticas. Foi assim com The Black Keys: baixei os mais recentes e depois pirei com os trabalhos mais antigos. E virou doença. Agora estou com medo de cair pelos irmãos Avett (nota: OK, é impossível eu me obcecar tanto por eles como pelo Dan Auerbach).
Scott Avett: Too sexy
for my banjo
Mas a história do meu caso imaginário com os Avett começou mesmo em 2010, quando descobri por acaso (mentira, estava pesquisando sobre o Josh Ritter) uma cover que a banda fez de Glory Days, do Bruce Springsteen. Imediatamente, ela se tornou uma das minhas preferidas no 1001 Covers - e não é à toa que eu escrevi o post
Há uns dois meses, eu estava numa pegada de Mumford & Sons (também descoberta enquanto eu pesquisava covers, só que do Vampire Weekend - confira!). Então, resolvi baixar Avett Brothers e... BAM! Caí de amores por várias músicas. E eu juro, nunca foi questão de "atração física", só reparei que eles eram muito bonitinhos com o tempo (mentira, já achava eles gatinhos antes). E os irmãos têm nome: o primogênito Scott e o caçula Seth (acabo de saber que um nasceu em 1976 e o outro, em 1980). 
Seth Avett: empresto roupa 
do meu pai sim, e daí? 
E eu adoro ouvir The Avett Brothers no meu MP3, indo para o trabalho, principalmente enquanto desço a rua para pegar o ônibus. De vez em quando esboço uma dublagem mal-feita, principalmente se for The Perfect Space e Die Die Die
Prometo que vou baixar os outros álbuns até a semana que vem, já que Emotionalism (2007) e I and Love and You (2009) já comprovaram que é uma banda que tem muito a ver comigo, cheia de fofura, mas sem firula. 
Sem mais delongas, um dos meus vídeos preferidos deles. E preste atenção também no figurino do quarteto, que demais! 


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

#epicfail

As falhas históricas da humanidade nunca são piores do que as nossas próprias falhas (conhecidas popularmente como micos). E como observou Antonio Prata em um debate realizado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), existem aqueles que preferem rir de si mesmos em suas obras, como ele e Woody Allen. Aliás, falando em CCBB, rir de si mesmo e Allen, quem já leu esta crônica conhece uma de minhas experiências traumáticas dignas de #epicfail. Porém, nesse último debate que conferi lá, não me atrevi a fazer perguntas para não correr o risco de passar pela mesma situação novamente.
Meu último #epicfail aconteceu numa noite de sexta-feira, quando eu tentava entrar no Studio SP para ver um show do Vanguart tocando Beatles. Fui barrada na entrada porque havia esquecido meu RG em casa e não tinha nenhum outro documento comigo. (Bobeei, é verdade, mas quem nunca esqueceu de levar algum documento importante em situação semelhante? A gente acaba pensando mesmo no dinheiro que não pode faltar.) 
No auge dos meus 20-e-tantos anos, precisava mesmo comprovar a maioridade com algum documento? Tenho tanta cara de adolescente assim? Resultado: desisti de insistir e fui embora de lá - quase chorando de decepção. Nem quando viajei para a Nova Zelândia precisei mostrar meu documento (nesse caso, o passaporte) para comprar bebida num pub com o pessoal do curso de inglês, mesmo estando rodeada de coreanos com cara pré-adolescentes. 
Por outro lado, a mesma viagem já tinha rendido um #epicfail quando me perdi no aeroporto de Auckland e perdi o voo para Christchurch (relembre aqui). Ainda bem que o destino me poupou de outros infortúnios e evitou que eu passasse mais apuros.


Agora, com medo do meu próximo #epicfail, vou ali chamar a benzedeira e já volto.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Da série...

... não se faz mais homens como antigamente


Gene Kelly

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Desafio musical - parte 11

051) Uma música que te dê calafrios:
Este item é muito parecido com aquele da música que dá medo. Pensei, pensei e pensei: não cheguei a nenhuma conclusão e resolvi pular.

052) Uma música com metáforas: Cole Porter, You're the Top
Na letra dessa canção clássica de Cole Porter, ele comparar o amor da sua vida às coisas mais fantásticas da época: o Museu do Louvre, o Coliseu, um soneto de Shakespeare, o sorriso da Monalisa, a melodia de uma sinfornia de Strauss... como não fazer "awn"?

053) Uma música que tenha a ver com o feriado mais próximo: Vampire Weekend, Holiday
Primeiro porque adoro essa música. Segundo porque o nome é autoexplicativo. Terceiro porque o próximo feriado será em pleno verão.

054) A primeira música que vier na sua cabeça: PoP, PoP Goes My Heart
Não me perguntem por quê, mas o refrão disso ecoou na minha cabeça! Como não dá para incorporar, clique aqui se quiser conferir.

055) Uma música que te lembra uma cor (especifique qual): REM, Shiny Happy People
Então, essa música me lembra um rosa-choque ou cor de laranja bem forte.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O último/ A última...

... filme visto: Cemitério de vagalumes
... filme visto no cinema: Se não nós, quem?
... episódio de série visto: Episode #1.2, de The Hour (S01E02)
... música ouvida: Noel Gallagher, The Death of You and Me
... DVD comprado: Lawrence da Arábia
... programa cultural: O Humor na Mídia e nas Artes, debate com a presença de Tutty Vasques e Antonio Prata no CCBB-SP  
... exposição visitada: no Masp
... leitura: edição número 02 da revista Metáforas
... comprinha de mulher: blusinhas e um vestido lindo >.<
... cerveja degustada: Eisenbahn Oktoberfest

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Futura romancista?

Nunca consegui esboçar um romance. No máximo, escrevo contos e crônicas; raramente surge um poeminha curto e quase despretensioso - porque poetizar é coisa de poeta ou de gente pretensiosa. Mas nunca tive uma ideia que passasse de algumas parcas linhas e se desenvolvesse de forma satisfatória, gerando uma grande história. O que escrevo são como os fatos cotidianos ou os sentimentos de determinados momentos: curto e objetivo.
Talvez se eu fosse uma grande aventureira, uma desbravadora, conseguiria ideias suficientes para criar um romance de páginas e páginas, e não as linhas e linhas que o fruto da minha imaginação consegue render. Talvez se eu tivesse uma história pessoal muito forte e interessante pudesse usá-la como inspiração. E, claro, se eu tivesse todo o talento e a dedicação daqueles que um dia conseguiram escrever uma história em prosa - e aqui não discuto se o resultado final foi bem-sucedido ou não, mas a capacidade de desenvolver uma ideia e conseguir criar uma história mais longa com ela.
Parece-me que tudo o que me acontece, observo ou simplesmente crio é resultante de uma ação, fato ou pensamento efêmero. Por isso, em poucas linhas consigo reunir e costurar o texto. Jamais é preguiça, mas falta de um assunto melhor sobre o qual discorrer; um tema profundo com personagens também profundas. Uma trama e um enredo que suplicam por mais palavras, frases, parágrafos... Esfomeados por continuidade e desenvolvimento; ansiosos por saber como a história irá se desenrolar.
Enquanto uma ideia não acontece, salpico o teclado com pequenas histórias que brotam dia sim e dias não. Tudo assim, com um pouco de razão e um pouco de sentimento; um pouco de medo e um pouco de pretensão; um pouco de experimentação e um pouco de emoção; um pouco de mim e um pouco de outros.

domingo, 20 de novembro de 2011

Notas cinematográficas

Em casa para o Natal: Dramédia norueguesa com período de exibição bastante curto nos cinemas brasileiros. Trata-se de um belo filme sobre a noite de Natal, com histórias diferentes intercaladas, todas trazendo alguma peculiaridade que consegue envolver o espectador - há sempre um aspecto curioso sobre as personagens, fazendo com que se queira saber mais sobre quem são e como chegaram onde estão.

Lenny: Ótimas atuações de Dustin Hoffman e Valerie Perrine em uma cinebiografia sobre o comediante de stand-up Lenny Bruce, figura polêmica e caracterizada pelo humor cáustico, falecido na década de 1960. As dramatizações do show de Bruce comprovam mais uma vez porque Hoffman é um dos maiores atores de todos os tempo. A fotografia e a direção de Bob Fosse, que lança um olhar cru e até realista sobre o mundo do showbizz, colaboram para o aspecto artístico da obra.

Piaf - Um hino ao amor: Cinebiografia da cantora francesa Edith Piaf, um dos maiores nomes da música de seu país. Infelizmente, o filme só fica na memória pela premiada atuação de Marion Cotillard e pela trilha sonora, já que os recortes que faz da vida da artista chegam a ser mal-feitos. Enfim, o roteiro e a montagem contradizem o cuidado com a direção de arte, fotografia e figurino. Aliás, a maquiagem da velhice de Piaf também merecia um tratamento melhor.

Tropa de Elite 2: Já havia gostado muito do primeiro, mas a sequência acerta ao mostrar-se indispensável para a compreensão - e afirmação - do caráter crítico do filme anterior: Capitão Nascimento nunca foi herói (no máximo anti-herói) e não se trata, de modo algum, de uma narrativa fascista, como muitos críticos rotularam. Um roteiro inteligente, um enredo fascinante e uma ótima direção de José Padilha. 

Os Falsários: Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, em 2008 (uma das edições mais justas da premiação, fora Piaf levar melhor maquiagem e Juno, melhor roteiro original), este drama austríaco mostra um acontecimento da Segunda Guerra Mundial que eu, até então, desconhecia: os prisioneiros (judeus, comunistas) que prestaram serviços de falsificação de dinheiro e documentos ao III Reich, em troca da própria vida. Chamou-me a atenção ao ótimo August Diehl, o que me fez assistir o próximo filme.

Se não nós, quem?: Estrelado por August Diehl e Lena Lauzemis, é uma película da qual esperava muito mais por compreender uma década de história da Alemanha Ocidental nos anos 1960. Uma pena que não consiga retratar - e até esclarecer - tão bem o conturbado período pelo qual o país atravessava, inclusive a Primavera de 68. Também não é tão bem-sucedido como biografia de seus principais personagens. Nota: em uma parte do filme, Lena usa uma peruca ridícula para representar sua personagem de cabelos curtos.

O turista: Simplesmente o pior filme de 2011 que vi até agora. Angelina Jolie canastrona como sempre (depois falam que eu implico ela...); Johnny Depp perdido com um personagem mal-construído. O mais surpreendente é o alemão Florian Henckel von Donnersmarck (de A vida dos outroster dirigido essa bomba. Só a música do Muse nos créditos finais se salva. E por que botar o Rufus Sewell no filme se o personagem dele é totalmente dispensável?

Tolerância zero: Um filme complexo. Não por ser difícil de compreender, mas pelo debate que acarreta com a história de um jovem neo-nazista de origem judaica - e o impressionante é ele ter sido baseado em alguém que realmente existiu. Faz-nos questionar outros tipos de intolerância e preconceito que movem o ser humano, algo que está longe de conseguir uma resposta ou justificativa. E atenção para Ryan Gosling: este é o filme que definiu sua carreira.

sábado, 19 de novembro de 2011

Os 12 homens mais sexy de 2011...

... de acordo com a People:
01) Bradley Cooper (talvez entraria no meu top 30)
02) Liam Hemsworth (nada demais)
03) Idris Elba (sou mais o fella Chiwetel Ejiofor)
04) Justin Theroux (não diria sexy, mas bonito)
05) Chris Evans (sei lá, acho ele meio pateta)
06) Tim McGraw (as americanas devem ver algo nele)
07) Josh Charles (o eterno Knox Overstreet de Sociedade dos Poetas Mortos)
08) Joel McHale (acho justo)
09) Jason Momoa (tão bombado que dá medo)
10) Ryan Gosling (acho justíssimo)
11) Alec Baldwin (se fosse há uns 20 anos, né?)
12) Dylan McDermott (50 anos? Uau!)

... de acordo comigo:
01) Michael Fassbender (D-E-U-S)
02) Dan Auerbach (D-E-U-S 2)
03) Ryan Gosling (claro, né?)
04) Tom Hiddleston (cute is the new sexy)
05) Jon Kortajarena (guapo!)
06) Wagner Moura (orgulho brasileiro)
07) Jeremy Renner (agora mainstream)
08) Joel McHale (lindo e engraçado)
09) Andrew Lincoln (mesmo disfarçando o sotaque britânico de sulista)
10) Colin Firth (gaguejando ou não)
11) Henry Cavill (o super-homem do milênio)
12) Donald Glover (outro bom motivo para assistir Community)

* Precisei deixar de fora nomes óbvios, como Robert Downey Jr, James McAvoy, Ben Whishaw, Hugh Jackman, Tom Hardy, Alex O'Laughlin, Matt Damon e Chris Pine, mas considere-os em um top 20.

** Confira também Os 30 mais sexy 2010.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Desafio musical - parte 10

046) Uma música que te lembra alguém que você já amou: Radiohead, Creep
Fazer o quê, né?

047) Uma música que te lembra alguém que você ama: The Beatles, With a little help from my friends
Então, levando em consideração que as únicas pessoas que amo atualmente são minha família e determinados amigos, esta é a música.

048) Uma outra versão de uma música que você considera melhor que a versão original: The Frames, Everytime
Qualquer cover de uma música da Britney Spears é melhor do que a original, ainda mais se cantada pelo Glen Hansard e acompanhada do violinista Colm Mac Con Iomaire.

049) Uma música que tenha um sintetizador e você goste: David Bowie, Heroes
Acho que dispensa apresentação, comentário e elogios, né?

050) Uma música com onomatopeias: Björk e Catherine Deneuve, Cvalda
Tenho um pouco de raiva desse filme maniqueísta (Dançando no escuro) e acho a Björk irritante, mas admito que gosto um pouco desta música.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sensações

Os olhos cansados encararam-se por um breve instante no espelho, logo após escovar os cabelos antes de deitar, algo que costumava fazer todas as noites. O olhar distante não se reconheceu naquele reflexo; as íris acastanhadas estavam opacas, sem o brilho de outrora; as pálpebras pesadas se esforçavam para manter-se abertas. Era como se observasse uma figura estranha através do espelho, uma versão envelhecida de si mesma. E isso tudo notou durante alguns segundos.
Sem se mover, dirigiu o olhar para os lábios ressequidos, esbranquiçados e levemente enrugados. Passou a ponta da língua na parte inferior e sentiu pequenos sulcos e um corte, provavelmente resultante do clima frio e seco - e da falta de cuidado para consigo mesma. Com a pontas dos dedos, jogou as madeixas para trás; depois alinhou-as para o lado direito. Enquanto isso, recolhia os fios que se desprendiam e caíam delicadamente sobre a blusa do pijama, montando um pequeno emaranhado.
O gosto amargo do remédio subiu-lhe a garganta, causando repugnância e ânsia. Esforçou-se para engolir novamente, sem se preocupar em pegar um copo d'água para amenizar o gosto ruim que revolvia sua boca. Uma tontura revirou sua mente, fazendo com que o corpo magro se jogasse suavemente na cama. Sentiu o coração palpitar com violência pela veia do pescoço, enquanto uma mistura de calafrio e delírio subia-lhe a espinha.
Puxou a coberta do pé da cama e cobriu-se com esforço. Ajeitou a cabeça no travesseiro e esticou o braço para trazer o despertador para perto de si, ajustando o horário no qual deveria se levantar. Sentiu o furo na veia do braço e tentou disfarçar a aflição que aquilo lhe causava, encolhendo-se para se esquentar, à espera do sono que se interromperia pela manhã, ao som do sinal do alarme alertando que o segundo dia havia chegado.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

(Des)virtude

You know what hope is?
Hope is a bastard
Hope is a liar
A cheat and a tease
Hope comes near you?
Kick it's backside
Got no place in days like these
(Pictures Window - Ben Folds & Nick Hornby)


Eu não lembro quem foi a primeira pessoa que me disse para segurar nela nos momentos difíceis. Abstrata e invisível, ela pode não passar de uma palavra qualquer para uns. Para outros, ela é uma virtude e até faz a vida continuar e a Terra girar. Se o sol nasce, é preciso tê-la por perto. Se algum familiar está doente, assegure-se de que pensar nela ajuda a superar as dificuldades. Se o telefone não tocou, ela garantirá que toque em breve.
Todas as vezes que pensei nela, minha vida não mudou. E se houve alguma mudança, foi para me jogar no chão por ter justamente acreditado que ela me ajudaria a superar aquele momento. Talvez se fosse uma mensageira, ela resolveria metade dos problemas da humanidade, levando nossos recados lá pro Seu Todo Poderoso, pedindo uma forcinha pelo menos daquela vez, afinal o que seria isso em comparação a tantas grandiosidades atribuídas a Ele. Entretanto, no fim ela é tão eficaz como aquele tapinha no ombro, que no fundo significa um sinal de apoio ou de conforto que não faz a menor diferença na sua vida.
Não que seja preciso culpá-la pelo que não acontece, quando tudo que desejamos seria o contrário. Se a gente pode fazer algo para mudar, levantamo-nos do sofá e enfrentamos, mas na dependência do outro, ela é uma mera palavra soprada de lábios alheios, doce quando dita, mas que aos poucos parece embeber-se num tipo de veneno que nos embriaga, fazendo-nos até cantarolar naquela música que diz "Don't worry about a thing, 'cause every little thing gonna be all right!". É justamente quando você pensa isso que ela desaparece e o destino te nocauteia. Imobilizado, você pede a toalha para desistir rapidamente de tudo, embora ainda continue ouvindo vozes sussurrando para continuar. Mas não dá mais.
Não importa a situação em que esteja: não acredite nela. Faça o que estiver ao seu alcance; se não puder, desista e encare do jeito que as coisas estão. Não espere chover para que a planta se desenvolva, e caso não possa molhá-la, abandone-a. Evite olhar para trás e não se iluda - mesmo que a esperança envolva seu corpo como um laço para que seus pensamentos se dirijam para aquele futuro que julga ideal.

E agora para algo completamente diferente...


Uma das séries mais viciantes que conheci, The Walking Dead tem também uma galeria interessante de personagens. O Daryl Dixon (Norman Reedus), por exemplo: eu o odiava no começo, mas ele se mostrou um badass de bom coração nessa segunda temporada. Além de os roteiristas estarem concentrando boa parte do humor negro (a.k.a. nojento) na persona do macho man caipira e (não mais tão) individualista. Te cuida Rick Grimes!

Obs: Para quem não sabe, essa é uma série de zumbis sobre a luta pela sobrevivência. Recomendo não assistir enquanto estiver jantando, tomando um lanche ou um sorvete. Pode não fazer muito bem ;)

domingo, 13 de novembro de 2011

Borocoxô way of life 2

O estado emocional se repete um ano depois. Estou desconfiando que novembro é o "mês inferno astral" da minha vida - junto com julho. Porque meu posts mais lamentáveis costumam ser escritos justamente nesses meses do ano. E motivos semelhantes os "inspiram".
A mesma história do "e se..." motivou outro fato que me aconteceu, porque mais uma vez foi uma escolha minha: não fui embora e fiquei; perdi o metrô, mas esperei dar o horário de funcionamento da estação para pegar outro no comecinho da manhã. Tive a companhia de uma pessoa que, ao contrário do caso de um ano atrás, as possibilidades de encontrá-la novamente são relativamente altas, já que vivemos na mesma cidade. O problema é que ele não parece querer isso, porque não retoma o contato.
A história de eu ser impulsiva desencadeou uma ansiedade enorme e a decisão de excluir número do celular da agenda e o perfil da pessoa na "lista de amigos" do Facebook. Porque se é para ser deixada de lado, prefiro não saber mais nada dele e nem correr o risco de mandar mais uma mensagem sem resposta.
E assim, minha autoestima despenca e quero me isolar de todo mundo mais uma vez. E, como diria o Boça, "puta mundo injusto, meu!"

*A autora mais uma vez recorre a um meio eletrônico para desabafar e se fazer de mimimi, porque a autopiedade a ajuda de vez em quando. Não se arrepende do decisão do "e se..." que tomou, pois está acostumada a se ferrar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Eu sei que...

... sou unsexy.
... sou tímida.
... sou baixinha.
... sou nerd.
... sou uma "mulher de três PPPês" (citando o livro de Paulo Emilio Salles Gomes, com a diferença de que meus Pês são de petulante, pedante e pretensiosa).
... penso demais numa coisa para agir impulsivamente em outra.
... não consigo me expressar a não ser que imagine um interlocutor anônimo e sem rosto.

Mesmo assim, tenho um coração que acelera sob o efeito de cafeína, de ansiedade, de medo e daquela outra coisa que sempre me provoca essas duas últimas.
Aconselharam-me expressar meus sentimentos; não esperar, mas me revelar. Segui o conselho, mas só me f*#*. Na falta de um não, não tenho resposta. E prefiro um não a ser ignorada - porque já me acostumei a respostas negativas, e uma vez que elas são ditas, eu me viro e sigo em frente do meu jeito.

Apesar de todos os rótulos que possam me dar - e eu confirmo -, eis uma pessoa. Não uma santa, mas uma pessoa comum; talvez mais melancólica do que deveria, assim como pessimista e neurótica. Sinto-me culpada ao recusar alguém, lembrando-me de como me sinto na situação oposta. Às vezes torço para não gostar de ninguém - e para que não gostem de mim, pois assim os dois lados serão poupados. 
E com desabafos eletrônicos, aguardo a insônia passar. Que a noite passe logo para que eu enfrente um novo dia à base da minha anestesia diária.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Desafio musical - parte 9

041) Uma música com medley: Fredde Gredde, TV Theme Medley
Impossível um fanático por séries de TV não amar este medley genial do talentoso músico que ficou famoso graças ao YouTube.



042) Uma música que você nunca ouviu ao vivo mas quer muito: Josh Ritter, Right Moves
Porque esta música é vida!



043) Uma música que use um instrumento que você considera exótico: Howard Shore, Ed Wood Theme
Teremin é um dos instrumentos musicais mais exóticos e bacanas que conheço. E a trilha de Ed Wood faz excelente uso dele.



044) Uma música que você considera influente: Joy Division, Love Will Tear Us Apart
Não me considero fã de Joy Division, mas pelo parco conhecimento musical que tenho, acredito ser uma das bandas mais influentes da música. E o "divisor de águas" entre o punk e o new wave seria justamente esta música.



045) Uma música que te lembra um hobby seu (especifique qual): Travis, Writing to Reach You
Tudo bem que escrever é mais do que um hobby para mim: é uma necessidade - tanto do ponto de vista profissional quanto pessoal (senão este blog não existiria).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Da série...

... Se eu fosse groupie

Marcus Mumford

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Mais notas cinematográficas

Contágio: Além de contar com um dos elencos mais formidáveis do ano, acerta ao contextualizar de maneira rica como seria se uma epidemia muito maior do aquelas dos vírus SARS e H1N1 acontecesse nos dias de hoje. O diretor Steve Soderbergh é um sujeito talentoso que não costuma desperdiçar ideias.

O palhaço: Ótimo filme dirigido, coescrito e estrelado por Selton Mello, um dos grandes nomes do cinema brasileiro atual. O protagonista Benjamin,é uma mistura de Charlie Brown com Buster Keaton e Marvin (Guia do Mochileiro das Galáxias). Nos quesitos técnicos, também é belíssimo.

O Lutador: Este é o filme de Jim Sheridan estrelado por Daniel Day-Lewis e Emily Watson. Traz uma curiosa abordagem da Irlanda do Norte em tempos de atentados comandados pelo IRA. Porém, é Day-Lewis e seu carismático e apaixonante personagem quem rouba a cena mais uma vez.

O poder e a lei: Uma das surpresas hollywoodianas do ano. Afinal, há quanto tempo Matthew McConaughey não faz um filme realmente bom? Aqui, ele é um advogado anti-herói que não mede esforços para sair lucrando com os polêmicos casos que defende - até precisar lidar com um cliente astuto.

Estômago: Uma das comédias nacionais mais geniais a que já assisti. João Miguel é um baita ator que merece mais reconhecimento e papéis interessantes como o deste filme. A vingança nunca foi tão algo tão gastronômico e irônico como a trama mostra.

Cidade dos Sonhos: Delírio audiovisual de David Lynch, um filme que faz o espectador querer saber mais assim que os créditos finais começam a passar na tela - daí eu recomendo ler a crítica esclarecedora de Pablo Villaça no site Cinema em Cena.

O Pagamento: Ficção-científica que começa muito bem, mas se torna um filme de ação chinfrim. Infelizmente, tudo é muito mal utilizado: o elenco, o conto de Phillip K. Dick e até a direção do geralmente bom John Woo.

A outra história americana: A cena mais violenta - e polêmica - deste drama suburbano me afastou do filme durante anos. Até que finalmente criei coragem (não sem fechar os olhos no trecho mencionado). Um show de atuação de Edward Norton e até do sumido Edward Furlong.

sábado, 5 de novembro de 2011

Quando a noite cai

When the night comes
And you lay your weary head to rest
No more trials, no more tests
When the night comes


When the night comes
You don't have to be afraid
Of any choice you made
When the night comes


Don't be afraid
You're only dreaming...
(When the night comes - Dan Auerbach)


A solidão noturna de mais um dia dói mais do que aqueles que já passaram. A expectativa fere quando desmentida, espetando na carne invisível da consciência e girando para lembrar que a rotina é o anestésico de quem não quer ter mais anseios e desejos. 
A imaginação acolhe a alma cansada e a envolve em seu véu de sonhos, visando protegê-la da realidade que provoca decepção e melancolia. O medo é um mero sinal intuitivo que o corpo encolhido exala suavemente, exterminando o menor resquício de desejo que tenta em vão aflorar da pele. 
Aos poucos, a decepção toma seu lugar, refletida no olhar triste e na voz que esforça para ser ouvida - um esforço precário que mais parece querer calá-la para poupar um diagnóstico preciso de que a fraqueza de espírito a acorrentou mais uma vez.
A cabeça pesa no travesseiro com todos aqueles pensamentos e delírios que impedem o descanso efetivo. De um lado para o outro, o corpo revira em busca de uma posição tranquila para que a mente confusa escolha o caminho da bifurcação que pretende seguir: o real ou o imaginário. Entre valas e curvas, desvia para o ponto de retorno, onde a chance permite optar pela passagem ilusiva. Ao menos ela é plana e não parece ter fim.
Sometimes, all I need is Dan. Para o bem ou para o mal. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Desafio musical - parte 8

036) Uma música cuja letra você se identifica: The Avett Brothers, The Perfect Space
Linda e perfeita. Uma excelente razão para quem não conhece esta banda começar a ouvi-la. (Se quiser conferir a letra dela, clique aqui.)

037) Uma música que você ouça, em uma língua que você não fala: Renan Luce, On N'Est Pas A Une Bétise Près
Eu queria muito poder falar francês fluentemente, mas tenho o nível básico e preciso de $ para voltar ao curso em uma escola de idiomas melhor. Vira e mexe, esta música está no meu player.

038) Uma música que seja conceitual: John Cage, 4' 33"
Confesso que precisei pesquisar para entender o que seria uma "música conceitual". E o exemplo mais curioso que encontrei fui justamente este.

039) Uma música que seja difícil de reproduzir (não estou falando de apertar o play): Charlie Parker, Groovin' High
Nunca estudei música (tentei, mas abandonei tão logo percebi que não levava mesmo jeito pra coisa), então acharia difícil reproduzir qualquer uma. Mas escolhi uma que deve precisar de músicos de alto nível para reproduzi-la.

040) Uma música que você considera complexa: Rachmaninoff, Piano Concerto 3
Complexo é este item, que parece o anterior! Mas lembrei deste concerto de Sergei Rachmaninoff graças ao filme Shine: quem viu sabe que o pianista David Helfgott surtou geral no momento em que o apresentava.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Citando Sr. Königsberg*

"Tenho uma visão muito realista de mim mesmo. Algumas pessoas acham que é humildade excessiva, ou até mesmo falsa modéstia, quando digo que nunca fiz um grande filme. Quando eu dramatizo minhas observações da vida, dizem que é cinismo. Mas não é nada disso, em nenhum dos casos. Estou dizendo a verdade. Não me vejo como um artista. Eu me vejo como um cineasta trabalhado, que escolheu seguir no rumo de trabalhar o tempo todo em vez de fazer dos meus filmes algum evento especial do tapete vermelho de três em três anos. Não sou cínico, e estou longe de ser um artista. Sou um sortudo viciado em trabalho."

Woody Allen em entrevista a Eric Lax em janeiro de 2000 (LAX, Eric. Conversas com Woody Allen: seus filmes, o cinema e a filmagem. Trad. José Rubens Siqueira. 2ª ed. São Paulo: Cosac Naify, 2009)

*O nome verdadeiro de Woody Allen é Allan Stewart Königsberg. Se aqui ele fala como um trabalhador, e não um artista, nada mais adequado do que intitular o post com seu sobrenome de nascimento.