"Aqueles dias" que costumam ocorrer uma vez por mês, mas a forma como se estendem parece uma eternidade. A gente fica ainda mais mulherzinha, toda sensível e com vontade de chorar por qualquer coisa. Eu disse qualquer coisa, então até a entrevista do Rafinha Bastos no programa Marília Gabriela tá valendo. Um homem daquele tamanho chorando e eu no meu sofá tentando segurar as lágrimas.
Certamente, "aqueles dias" são pura vergonha - não alheia, mas de si mesma. Até em trailer de documentário meus olhos marejam. O que dizer então de ficar sensível enquanto assiste a um filme romântico como Madrugada dos Mortos? A justificativa é válida: durante cena em que o mocinho se despede da mocinha, tudo que você pensa é "foda! Foram feitos um para o outro!".
Pior é decidir comprar biquíni "naqueles dias". Você se sente gorda e feia, parece que nada vai ficar bom mesmo. Imagina-se na praia - ou na piscina - com aquelas peças, daí o foco volta pra barriga e pro bumbum, e logo tenta bolar planos para disfarçar as imperfeições e os olhares que podem se voltar a elas.
Sobra vontade de comer doce, mas você se segura e se distrai com o monte de afazeres que tem. Coloca na cabeça que é cada vez mais caro comer fora de casa e evita passar em frente àquela doceria cheia de cupcakes e brigadeiros gostosos. E com a Páscoa logo aí, difícil mesmo evitar alguma vitrine convidativa.
Quando passam "aqueles dias", os próximos veem sem parecer ter dado chance para eu me recuperar dos últimos. E assim vai o ciclo, que só de pensar, já tenho vontade de chorar.
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