... Mas ainda quero? Um dos meus posts mais clássicos (datado de agosto de 2008) surgiu pouco tempo depois de uma pessoa que considerava muito dizer, na maior franqueza, "não gosto tanto de você quanto gosta de mim". Doeu. E ele nunca mais me procurou e deixou tudo como antes, como se nunca tivéssemos nos conhecido.
Na mesma época, lia Emma, de Jane Austen. Coincidentemente, Orgulho e Preconceito, da mesma autora, marcou outro momento de decepção amorosa em minha vida, e Elizabeth Bennet foi transformada em heroína.
Não sei exatamente qual momento atravesso. Só sei que fui repreendida com certa razão. Acomodei-me a agir de determinada maneira, seja com quem fosse. Mas eu não coloco um peso sobre minha cabeça de que sou a única culpada - tão pouco me faço de vítima.
De repente, sou a "Nova Baby" da música do Black Keys. "All this love of mine/ All my precious time/ You waste it 'cause you/ Don't know what you want". Cantei aos berros, quando me dei conta de que talvez fosse um pouco sobre mim - não sei o que quero.
Talvez idealize demais as situações e me esconda quando preciso tomar alguma atitude. Porque de tanto idealizar, chorei em meu travesseiro ao notar que a realidade é sempre mais aquém daquilo que construí mentalmente.
Ou ainda, sou a "Romanticazinha", esperando que tudo siga um script determinado e tenha um final feliz. Mas esse script... eu sou a co-autora. Eu determino a minha parte, construo minha personagem, escrevo suas falas e determino suas atitudes. Só não controlo os outros, fazendo com que seja imprevisível e o final aproxime-se tanto de uma comédia quanto de um drama - só espero que suspense e terror passem longe.
Então, respondendo à pergunta: Ainda quero ser Emma Woodhouse? Penso que ela seja a personagem literária que mais se aproxime de quem sou. Não uma lady, mas alguém que com uma certa petulância quase incorrigível à espera de um Mr. Knightley que educadamente me faça enxergar que o mundo não gira apenas em torno de meus desejos escusos.
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