Frente a frente, ela mal conseguia olhar em seus olhos. Tantas coisas passavam pela cabeça que era difícil se concentrar. Respirou fundo, tentando se controlar, e começou a falar. Fez algumas perguntas e gostou de ouvir sua voz em resposta. Estava se segurando, imaginando por quanto tempo conseguiria não transparecer o que sentia. Vez ou outra desviava o olhar em direção a alguma pessoa que passava - mas sua atenção permanecia ali.
Conforme as reticências ocupavam seu pensamento, ele pediu para sentar-se ao seu lado. Abraçou-a. Aquilo a fez retornar dois meses e meio no tempo. O beijo na bochecha alcançou uma parte dos lábios, tocando-os levemente. Não sabia se era proposital, mas decidiu acreditar que sim.
Em um impulso, pediu para beijá-lo. Queria senti-lo, como tantas outras vezes, e redescobri-lo. Assim o fez. O diálogo aos poucos esmaeceu. Preferiram dedicar-se o momento e curti-lo juntos, enquanto a noite encobria a cidade e a falta de planos permitia um final inesperado.
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