Eu o conheci graças a O Que Resta do Tempo, fantástica comédia dramática palestina que assisti na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2009. Foi amor à primeira vista. Uns dois anos depois, conferi A Banda, e quem estava lá? O mesmo moço de olhos verdes e sorriso cativante: Saleh Bakri.
Não demorou para eu procurar outros filmes com ele e encontrar O Sal Desse Mar e A Fonte das Mulheres, sendo este último de um dos diretores que mais admiro na atualidade, Radu Mihaileanu. E o nome árabe do ator não saiu mais da minha cabeça.
Quando soube que estava estreando um filme com Bakri, pensei apenas "preciso conferir". Mal li a sinopse, queria surpresa. E Salvo é um bom filme, embora lhe careça algumas qualidades que me fizeram encantar por O Que Resta do Tempo e A Banda. O filme é italiano e seu personagem (o protagonista) tem poucas falas. Diria que o papel caiu como uma luva, já que ele tem um olhar bastante expressivo - e duvido que seu italiano seja bom o bastante para fazer um filme todo no idioma.
A película pode não ter sido tão marcante, mas a presença de Bakri deu um toque a mais ao filme - que tem uma escolha técnica que não poderia ser diferente: dispensar a trilha sonora (com exceção de uma canção, que toca "dentro" das cenas) e fazer uso massivo de sons ambientes.
O silêncio de Bakri, o close em seus olhos e o mundo acontecendo ao seu redor. Como um conto lírico que um de meus alter-egos protagonizaria. Sem a violência, mas com a melancolia das incertezas da vida. Ah, Saleh Bakri...
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