quarta-feira, 29 de junho de 2011

Férias...?

Hoje entrei no assunto das minhas férias, que serão apenas no ano que vem. Não que eu já tenha planos e queira reservar as datas, pelo contrário: não faço a menor ideia de como aproveitar esse período sagrado. Vejamos, planejei minhas "férias" de 2010 com um ano e meio de antecedência, porque tinha que pagar o curso e a passagem aérea antes, além de juntar o dinheiro das despesas com a viagem. Eu poderia começar a me programar, mas não tenho ideia do que fazer, nem se tiro 15 dias antes e 15 dias depois ou um mês inteiro. Só sei que não quero passar minhas próximas férias em casa - afff, já não basta passar os feriados em São Paulo?
Tenho dois meses para decidir, sem um lampejar de decisão sequer. Claro, sei bem os (muitos) lugares para os quais gostaria de viajar, mas não faço ideia da época do ano, tempo, dinheiro... junto mais grana e faço outro curso ou aproveito só para curtir? Viajo sozinha ou considero a longínqua possibilidade de conseguir uma companhia que vá comigo - difícil, já que cada um tem seu tempo e eu não considero viajar em épocas de alta temporada. Praia, campo ou cidade? América do Sul, América do Norte ou Europa? Mochilão ou conforto? Estudo ou curtição? Agência ou por conta própria? 
Uma tênue neurose começa a surgir e a indecisão toma conta de mim. Não sei o que quero da vida, nem o que esperar dela. Se só de pensar em férias fico assim, imagine como fico ao pensar em todo o resto.

domingo, 26 de junho de 2011

Outras notas cinematográficas

Já que o que eu faço de bom na vida é ver filmes, aqui vão alguns destaques das últimas semanas (excluindo aqueles que já foram comentados):

Um Parto de Viagem: Bobo, mas com alguns (poucos) bons momentos. Desperdício de bons atores num roteiro fraco e "chupado" de Antes só do que mal acompanhado.

Hunger: Drama impressionante baseado na greve de fome do ativista do Exército Republicano Irlandês (IRA), Bobby Sands. Quando termina, você fica mudo.

Fish Tank: Filme independente britânico que se foca na relação entre uma adolescente e o namorado de sua mãe (ninguém menos do que Michael Fassbender). Inédito do Brasil, apesar de ser de 2009.

RED: Digno de ser assistido com uma tigela de pipoca no colo, é um filme de ação divertido, mas que dificilmente ficará por muito tempo na sua cabeça.

Atlantic City: Um dos últimos filmes do lendário ator Burt Lancaster, traz a bela e talentosa Susan Sarandon como uma mulher com problemas demais para lidar. Dirigido pelo francês Louis Malle, é impossível não pensar em Boardwalk Empire ao ver o calçadão e as referências a gângsters.

Marujos do Amor: Gene Kelly e Frank Sinatra irresistíveis (principalmente o primeiro) como dois marinheiros de folga em busca de paqueras. A dança de Kelly com Jerry, de Tom & Jerry, é memorável.

Namorados para Sempre: A distribuidora brasileira deu um título estúpido e teve a ideia equivocada de lançar esse romance no Dia dos Namorados. Imagino os casais que foram abraçadinhos ver o filme esperando uma história melosa! Em tempo: maravilhoso! 

Magnólia: Visto com anos de atraso. Não se compara a outras obras de P. T. Anderson, como Boogie Nights e Sangue Negro, mas não deixa de ser ótimo e impressionante.

O Pecado Mora ao Lado: A antológica cena do vestido branco e esvoaçante de Marilyn Monroe é superada pela foto icônica. Mas sendo um filme de Billy Wilder, é claro que você tem que assistir.

Trabalho Sujo: Filme simpático - e só! - sobre duas irmãs que trabalham com limpeza de cenas de crime. No elenco, as lindas Amy Adams e Emily Blunt, além do ótimo Alan Arkin.

Amor e Outras Drogas: Comédia romântica água-com-açúcar, com um roteiro mal-escrito. Vale mesmo pela dupla Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal (além de alguns bons coadjuvantes).

A Banda: Comédia surpreendente sobre uma banda militar egípcia perdida numa pequena cidade israelense no meio do deserto. Ri bastante e fiquei profundamente encantada com o enredo e os personagens. 

sábado, 25 de junho de 2011

O último/ A última...

... filme visto: Trabalho Sujo (Sunshine Cleaning)
... filme visto no cinema: Meia Noite em Paris (Midnight in Paris)
... DVD comprado: Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)
... episódio de série visto: The Agreement Dissection (S04E21), de The Big Bang Theory
... música ouvida: Feeder - Can't Stand Losing You 
... compra mais do que necessária: um computador novo
... comprinha de mulher: luva bicolor 
... curso prestes a ser finalizado: Cinema e Pintura, no Centro Cultural São Paulo
... aventura culinária na cozinha: Bolo de inhame com queijo
... cerveja degustada: Baden Baden Cristal

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Top 6 - Filmes lindos

Seis belos filmes que enchem os olhos com suas qualidade estéticas (fotografia, direção de arte, figurino...) e emocionam com uma narrativa cativante. Em ordem cronológica, este top 6 é inteiramente subjetivo.


Aurora (Sunrise: A Song Of Two Humans, 1927). Dir. F.W. Murnau.
Trata-se da primeira produção hollywoodiana do cineasta expressionista alemão. F. W. Murnau. A história de um homem cuja amor pela esposa reacende após desistir de um plano diabólico é adaptada de um conto de Hermann Sudermann. Imagens esteticamente impressionantes, como a do encontro entre o homem e a amante, somadas às sequências rodadas na cidade (totalmente construída para o filme) tornam este clássico da era silenciosa uma obra que todo cinéfilo deve assistir.


O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939). Dir. Victor Fleming.
Um dos melhores exemplos do uso de Technicolor (processo que tornava possível aos filmes serem coloridos), este adorável musical impressiona até os dias de hoje com sua direção de arte, figurinos e maquiagem espetaculares, além de efeitos especiais bastante avançados para a época. Baseado no livro de L. Frank Baum, o filme superou sua fonte de inspiração e se tornou uma das produções cinematográficas mais memoráveis de todos os tempos.


Cantando na Chuva (Singin' in the Rain, 1952). Dir. Stanley Donen, Gene Kelly.
Perfeitamente escrito, dirigido, atuado e coreografado, o melhor musical de todos os tempos tem a sequência musical mais famosa do cinema: Gene Kelly cantando e sapateando alegremente sob um toró. Felizmente, a película não se resume a isso: o momento de Broadway Melody é tão colorido e fantástico que costuma ser referido como "o filme dentro do filme" e tem a participação da estonteante Cyd Charisse e suas longas pernas. E como não se contagiar e sair cantarolando Moses, do número musical de Kelly e Donald O'Connor?


Imensidão Azul (Le Grand Bleu, 1988). Dir. Luc Besson
Esqueça tudo o que Luc Besson fez após O Profissional e se envolva por este drama fantástico sobre um mergulhador e sua paixão pela água. Filmado em lugares belíssimos, o filme mostra um homem deslocado na sociedade que só encontra a paz em meio aos seus iguais: os golfinhos. Do preto e branco ao colorido, Besson não perde o foco e consegue extrair o melhor de cada tomada, além de apostar em um humor agradável e num romance apaixonante.




O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain, 2001). Dir. Jean-Pierre Jeunet.
Audrey Tautou pode não ter se tornado um ícone, mas a principal personagem de sua carreira sim. Esta fantasia romântica de um dos principais realizadores do cinema contemporâneo encanta espectadores, não importando o sexo ou a idade, com uma história simples que impressiona pela maneira como é contada. Os cenários, a fotografia e a trilha sonora são um show à parte. 


O Brilho de uma Paixão (Bright Star, 2009). Dir. Jane Campion.
Diálogos, olhares, toques,  beijos. O romance entre o poeta inglês John Keats e a jovem Fanny Browne é retratado com muita sensibilidade pelas lentes de Jane Campion, que conta com o auxílio da fotografia magnífica de Greig Fraser, além de direção de arte e figurinos impecáveis que ajudam a captar a essência romântica do início do século XIX. Os protagonistas interpretados por Abbie Cornish e Ben Whishaw são simplesmente cativantes.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Impressões pessoais sobre Meia Noite em Paris

Fantasia. Delírio. Realização. O sino mal anuncia que é meia noite em Paris e o roteirista de Hollywood e aspirante a escritor Gil Pender se prepara para uma deliciosa viagem ao seu período preferido: a década de 1920. Na Cidade Luz em plena efervescência cultural, intelectuais norte-americanos, franceses, espanhóis, italianos e outros, se reúnem e discutem arte. Literatura, pintura e cinema jamais viveram um período tão interessante e marcante - pelo menos é o que Pender imagina. Na sua primeira visita a esse mundo de sonhos, ele logo (re)conhece Zelda e o marido F. Scott Fitzgerald. No bar, Cole Porter toca e canta Let's Do It. Todos bebem, conversam e dançam alegremente. Como não se apaixonar por essa visão romântica da Era do Jazz?
Um dos cineastas norte-americanos mais nostálgicos de todos os tempos, Woody Allen acerta em cheio no roteiro e na direção de sua mais recente empreitada cinematográfica. Aliás, a própria escolha de Owen Wilson como protagonista é surpreendente e correta. Eu diria que Wilson, aliás, é o melhor alter-ego de Allen desde o próprio Allen. E olha que nesse quesito ele tem concorrentes de peso, como John Cusack (Tiros na Broadway) e Larry David (Tudo Pode Dar Certo).


Nasci na época errada?
"O que eu tô fazendo aqui?"
Assim como eu já me questionei algumas vezes sobre ter nascido na época errada, pois os anos 1920 exercem um estranho fascínio sobre mim, Pender não tem dúvidas de que deveria ter vivenciado a década dourada. Tratando-se de um escritor, um verdadeiro aspirante a artista, não é de se estranhar que se sinta deslocado na era atual: seu livro de estreia tem como tema uma loja retrô, além de ele preferir a Paris nostálgica à metrópole moderna. A noiva, por outro lado, é uma mulher prática e consumista, influenciada pela mãe igualmente fútil. Enquanto o escritor gosta de pequenos prazeres, como caminhar tranquilamente sob a chuva e simplesmente admirar a paisagem urbana ao seu redor, Inez é apressada e impaciente, além de menosprezar o sonho do noivo de abandonar a profissão de roteirista e largar a vida luxuosa, porém vazia, em Beverly Hills. É por meio da idealização de Pender que o filme levanta uma questão um tanto quanto reflexiva: por que algumas pessoas insatisfeitas, seja com a época na qual vivem ou por outros motivos, preferem idealizar um período, com base apenas nos registros do que ele hipoteticamente teve de bom, ao invés de tentar encontrar a felicidade na contemporaneidade? Um homem do século XXI sonha com os anos 1920; uma jovem desse período quer reviver a Belle Époque; artistas da década de 1890 menosprezam esse "presente" e elogiam a genialidade renascentista... talvez o problema real esteja nas nossas escolhas e percepções. 


Diogo Mainardi em Paris?
Um tipo (bem) pedante
Além de chatinha, a noiva de Pender não disfarça que se derrete por um ex-professor que encontra ao acaso em Paris (nota: o cara é comprometido e a esposa está com ele na cidade). O tal é um intelectual pedante e até deselegante a ponto de se esforçar para mostrar sua superioridade para uma guia turística que o corrige a respeito de um fato pertinente à vida pessoal de Rodin, algo que claramente irrita Pender e provoca grande admiração em Inez. Imagine você ir a um museu e querer simplesmente admirar uma pintura enquanto um pentelho fica o tempo todo falando para mostrar o quanto sabe, pensando que está fazendo um grande favor ao agir como um tutor super instruído. É exatamente por isso que Pender prefere as andanças solitárias pela cidade e aguarda ansiosamente pela meia noite para rever seus velhos colegas e um novo amor.

Os Fitzgerald, um casal meigo
Referências delirantes
As referências a artistas do período simplesmente me fizeram delirar, principalmente porque li a obra de Ernest Hemingway sobre a época em que viveu em Paris, trabalhando como jornalista correspondente e tentando escrever contos para sobreviver na capital francesa. O livro em questão é citado pelo próprio Pender e se chama Paris É Uma Festa (A Moveable Feast). E como O Grande Gatsby, de Fitzgerald, também é um dos meus livros de cabeceira, ver Tom Hiddleston interpretando o autor foi um momento de êxtase (sim, o Loki de Thor tem uma participação pequena, porém fundamental, ao lado da igualmente ótima Alison Pill). Gertrude Stein, que também reconheci graças a Paris É Uma Festa, toma parte na história, assim como Pablo Picasso, Salvador Dalí, Man Ray e Luis Buñuel (nota: é impressionante como os diretores de elenco conseguiram atores realmente parecidos com as personalidades que interpretam).


Um Hemingway fora de série

Moçoilos, sim!
Embora a mais recente empreitada cinematográfica de Woody Allen não seja do tipo que recebe registros de impressões femininas, por ser algo mais profundo, ela tem seus momentos de palpitações apaixonantes. Por exemplo, o já citado Tom Hiddleston está simplesmente insubstituível como Fitzgerald. Adrien Brody dá o ar de sua graça como um divertido Salvador Dalí, enquanto Corey Stoll constrói um Ernest Hemingway atormentado pelas lembranças da guerra, mas muito macho para dar em cima da mocinha.


O veredito
Pausa para a foto
Meia Noite em Paris contém o mesmo clima deliciosamente fantasioso de A Rosa Púrpura do Cairo e de Todos Dizem Eu Te Amo, sendo que neste último o personagem interpretado por Woody Allen é um escritor que realiza o sonho de viver em Paris. A nostalgia, por outro lado, remete a A Era do Rádio, que retrata o início dos anos 1940. Neste novo filme, Allen, deixa de lado a religião e ameniza a neurose do protagonista, mas dá os seus pitacos em relação à política e, principalmente, aos republicanos. O resultado é um filme leve, mas que faz refletir a todo momento, com um elenco estelar no qual cada ponta é motivo de burburinho (será que só eu achei o máximo a escolha de Gad Elmaleh como o detetive?). É para ver, rever e relembrar.

sábado, 18 de junho de 2011

Mamãe adora Bon Jovi

Segunda metade da década de 1990. Eu era uma adolescente introspectiva que vivia num mundinho recheado de leituras, música e filmes. Tinha poucos - e bons - amigos, sendo a maioria fora da escola. Desde aquela época, já era diferente e não gostava das mesmas coisas que todo mundo. Assim como na maioria dos filmes adolescentes, existia o grupo das meninas sebosas e das normais. Mesmo não sendo tão normal assim para me encaixar num grupo de tal nome, fazia parte dele.
As sebosas eram fofoqueiras e gostavam de aparecer. Superestimavam sobrenomes e gostavam de Bon Jovi - e eu odiava, claro. Tal como os irmãos Gallagher, líderes da minha banda preferida, eu falava mal e não suportava o que as sebosas gostavam (algum tempo depois fiz amizade com uma fã de Bon Jovi que era normal, daí parei de implicar tanto com a banda farofa).
Enquanto eu me fechava no quarto ouvindo Oasis, tentando traduzir e decorar as músicas deles, minha mãe desenvolvia um comportamento suspeito e começava a se tornar fã de Bon Jovi. Quando eu fazia cara de desdém ao ouvi-la comentar que as músicas eram lindas, ela emendava dizendo que o cantor também era lindo. Era demais para mim. Achava que ela merecia ser mãe de qualquer uma das sebosas que achava Bon Jovi a melhor banda do mundo, seguida por Hanson, Backstreet Boys e Spice Girls - elas não tinham a cabeça muito aberta para ouvir coisas que eu julgava boas.
Vira e mexe, minha mãe ainda se emociona quando ouve Bon Jovi e continua achando o coroa bonitão. Como não sou mais tão mal humorada, até acho divertido quando ela faz tal comentário, e fico imaginando se as sebosas ainda são sebosas que escutam Bon Jovi e ensaiam coreografias típicas de "vergonha alheia". Dou um sorrisinho e lembro que mais tarde vou ao cinema ver o novo filme do Woody Allen. Eu mudei, mamãe não mudou. Será que elas mudaram?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Da série...

... se eu fosse babá


Rupert Grint

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Impressões femininas sobre X-Men: First Class

Já que escrevi uma resenha um pouco mais detalhada do que o costume sobre um filme bem inferior (er, Thor), eu não poderia deixar de registrar minhas impressões sobre X-Men: First Class (ou Primeira Classe). O filme que eu mais aguardava em 2011 finalmente estreou na sexta-feira passada e fui conferir no mesmo dia num confortável multiplex paulistano.
Começa a película. A sequência de abertura é quase idêntica ao primeiro X-Men, dirigido por Bryan Singer em 2000: ao ser separado dos pais, um garoto judeu chamado Erik Lehnsherr (futuro Magneto) retorce o portão de ferro de um campo de concentração, impressionando os soldados nazistas. Na fase adulta, o personagem é interpretado por ninguém menos do que Michael Fassbender. O ator germano-irlandês, mais conhecido pelo público em geral graças a Bastardos Inglórios (ele era o Tentente Archie Hicox, o inglês cinéfilo fluente em alemão), tem nessa prequel a chance de se tornar um astro. Talento ele tem de sobra (veja Hunger, Fish Tank e Angel), beleza então... nem se fala.

Até que as diferenças os separem
Bromance e emoção
Ao lado de Charles Xavier (Professor X), Erik tem um bromance como poucas vezes um filmão de super-heróis abordou: uma forte amizade na qual o poliglota vingativo (Fassbender fala alemão, inglês, francês e espanhol na película) compartilhará suas piores lembranças para tentar superar o ódio que guarda consigo. O rancor em questão atende pelo nome de Sebastian Shaw (Kevin Bacon, canastrão como um vilão de James Bond), o algoz nazista responsável pela morte de sua mãe. Xavier é vivido pelo escocês James McAvoy, que dispensa apresentações.
Os momentos mais sentimentais são protagonizados pela dupla Fassbender-McAvoy, cuja química intensa resulta em atuações dignas de cinema independente britânico - marcantes e autênticas. Aliás, ambos fazem jus (até mais do que isso, eu diria) aos seus personagens na "velha" trilogia X-Men, interpretados pelos consagrados Ian McKellen (Magneto) e Patrick Stewart (Professor X). A já mencionada cena das lembranças de Erik, por exemplo, é o ápice da emoção: belissimamente atuada e dirigida.

Superhero's Next Top Model
Primeira classe
Embora o diretor Matthew Vaughn consiga captar bem a fase adolescente dos mutantes da primeira classe dos X-Men, fica óbvio que as cenas dos jovens perdem a força sem a presença dos mentores Xavier e Erik: eles não somente colocam ordem em tudo como são a razão de o filme existir. Logo, X-Men: First Class é dependente de seus protagonistas principais, algo que enfraquece sequências nos quais eles não têm participação - é natural que o roteiro faça com que ambos não precisem tomar parte de tudo. Jennifer Lawrence (Raven/Mística) e Nicholas Hoult (Hank/Fera) conseguem se sair bem em papéis de responsabilidade, já que o desenvolvimento de seus personagens vai além da ação, do humor e, principalmente, do "coadjuvante de “apoio"”. Zoe Kravitz, que interpreta Angel Salvadore, está no filme meramente por ser filha de Lenny Kravitz, já que a moça não tem currículo e nem demonstra muita empatia.

Gente fina é outra coisa
Time do mal
Como em toda franquia de heróis em quadrinhos, os vilões são os mais bizarros. Em First Class não é diferente, com o acréscimo de que praticamente só o nazista (agora sob uma nova identidade) abre a boca. Emma Frost (a insossa January Jones) tem algumas linhas no script, mas a própria falta de talento da atriz não dá a chance de fazer bom uso disso. Azazel e Maré Selvagem são meros assistentes do vilão, sendo que o primeiro tem o dom de se teletransportar como o Noturno de X-Men 2 (nota: se não me engano, Noturno é filho de Mística, então acho que Azazel deve ser o pai).

Sexy demais para essa camisa
Olhar (muito) feminino
Agora os rapazes podem pular esta parte. Assim como os outros X-Men e Wolverine serviam de veículo para Hugh Jackman mostrar toda sua garra, músculos, peitoral, abdomen, suor etc, X-Men: First Class serve também para James McAvoy mostrar sua doçura e olhos azuis irresistíveis; Nicholas Hoult impressionar com "como ele cresceu!" (era um menino em Um grande garoto); Lucas Till (Alex Sommers/ Havok - pai do Ciclope?) ganhar nome com seus brações e cara de moleque que faz sére adolescente; Kevin Bacon fazer as mais, er, maduras suspirar e Michael Fassbender fazer-me torcer para que tivesse ao menos uma cena sem camisa (mal acostumei, ele aparece assim na maioria dos filmes). Apesar de First Class ter muitas mulheres desfilando em trajes sumários (inclusive Rose Byrne, a mocinha da CIA), precisei me contentar com o Fassbender vestindo roupa colada de mergulhador numa cena (ui!) e quando entra no bar com aquela camisa branca justa (ui ui!). 

Michael Fassbender prova que não é apenas
um rosto (extraordinariamente) bonito

sábado, 4 de junho de 2011

(Mais) notas cinematográficas

Era uma vez no Oeste: Obra-prima de Sergio Leone. Eu, que não sou entusiasta do gênero western, gostei de tudo nesse filme.

A Lenda dos Guardiões: Animação gráfica de encher os olhos, mas tão vazia quanto um filme de Zack Snyder. Ops, esse filme é do Snyder...

Intriga Internacional: Se esse filme fosse feito hoje, diriam que o roteiro é ridículo. Mas foi feito na década de 1950 e Alfred Hitchcock o dirigiu com muito estilo, então é um clássico.

Centurião: Guilty pleasure sangrento sobre a tentativa de Roma em conquistar a Grã-Bretanha. Lembra Rei Arthur, com a diferença de ser muito melhor e bem menos irritante. (Nota: mencionaria as cenas sem camisa do Michael Fassbender, mas não quero parecer tiete.)

Violência e Paixão: Um filme intenso, dirigido e produzido de maneira belíssima. Luchino Visconti é, definitivamente, um dos cineastas do meu top 10.

Megamente: Diversão eficiente, acerta por focar em um super-vilão sem cair na pieguice chata de Meu vilão favorito. Destaque para as dublagens de Will Ferrell e David Cross.

Homens e Deuses: A guerra civil da Argélia, na década de 1990, foi o estopim para um grupo de monges franceses questionarem sua presença naquele País. Questões filosóficas e políticas permeiam esta ótima película.

Três homem em conflito: A trilha sonora de Ennio Morricone é o prenúncio de um dos filmes mais celebrados da história do cinema. Também dirigido por Leone, apresenta seus personagens centrais de maneira sensacional.

Angel: Belo romance de época sobre as dificuldades de uma jovem escritora em encarar a realidade. Dirigido por François Ozon, tem um “quê” de Visconti e traz Fassbender como o oposto de um herói romântico.

Nem Tudo é o que Parece: O diretor Matthew Vaughn, de Kick-Ass e X-Men: First Class, sabe como contar uma boa história de gangters londrinos sem cair na pretensão exagerada de um Guy Ritchie.

O Homem ao Lado: Comédia dramática argentina quase tão pedante quanto seu protagonista.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O disco de um lado só

O velho vinil de sete polegadas girava na velha vitrola empoeirada. Colocou a agulha no sulco e o som antigo preencheu o quarto. Era como uma viagem no tempo. Aquele quarto moderno, com as paredes brancas e os móveis geométricos, escurecia com a música, tornando-se mais amarelado. Os móveis ganhavam contornos imperfeitos e a fragrância do sachê comprado na butique recebia um aroma de madeira com fundo de eucalipto.
A canção terminava numa sílaba vocalizada de maneira estridente e o pequeno disco, continuando a rodar, emitia ruídos. O impulso de virar o vinil foi controlado pela vontade de ouvir aquilo outra vez. Colocou a agulha no lugar certo e ouviu tudo de novo. Terminou e, mais uma vez, a agulha tocou o começo da música. Fez isso continuamente, talvez por horas. O volume, agora mais mais alto, invadiu os demais cômodos da casa, incomodando aqueles que não suportavam mais ouvir a mesma velha canção.
- Vira esse disco, não sabe ouvir outra coisa, não? - berrou uma voz mal humorada vinda da sala.
Naquela casa grande, decorada de maneira sóbria, como os pais gostavam de se gabar com os amigos igualmente pedantes que os visitavam, era tudo frio, fosse inverno ou verão. Sentia falta de simplicidade, da casa dos avós, da calorosa recepção dos primos sempre que os via. Sentia falta de um aconchego, do calor humano, e aquela voz trazia tudo isso de volta. Queria poder abrir a janela e receber a luz do sol no rosto pela manhã, porém, enquanto lá vivesse, isso não seria mais possível.
Conformada com o aviso, abaixou o volume vitrola, mas não virou o disco. O barulho da televisão na sala invadiu seu espaço, mas fingiu não se importar. Colou o ouvido direito na caixa de som e, tão logo a música terminou, levou a agulha para o ponto inicial.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Notas cinematográficas

São tantos filmes que eu gostaria de comentar rapidamente, mas não estou muito animada  para escrever. Não sei se alguém ainda quer saber o que acho sobre determinados filmes, se isso chega a ser útil. Será que sou uma referência do tipo "a Garota no hall gostou, então deve ser bom" ou "...então deve ser uma m*"? Sei lá, ando meio petulante e pedante (afe, fuja de mim!), achando minhas opiniões "é isso e acabou". Queria compartilhar mais ideias no blog, pois minhas referências acabam se restringindo a sites como Omelete e Cinema em Cena, ou então às redes sociais Tumblr e Flixster. De vez em quando algum amigo indica filmes diferentes (= que ainda não assisti ou não conhecia), mas já faz um tempinho.
Deixa eu comentar alguns desses filmes em uma ou duas frases para poupar o meu tempo e a sua leitura:

Atração Perigosa: Filme de assalto previsível, mas empolgante. Claro que o ótimo Jeremy Renner ajuda bastante, e a direção de Ben Affleck consegue manter a trama no eixo.

Como Treinar o seu Dragão: Belíssima animação da DreamWorks. Conta com um protagonista carismático e um final que me surpreendeu.

Enterrado Vivo: Claustrofóbico e eficiente, consegue comover e impressionar. Ryan Reynolds mostra que não é só o ex da Scarlett Johansson.

Trilogia das cores: Monumental obra cinematográfica de um dos mais importantes cineastas contemporâneos: Krzysztof Kieslowski. Inpirados nas cores da bandeira francesa, o destaque fica para A Liberdade é Azul, mas os outros também devem ser vistos: A Igualdade é Branca e A Fraternidade Vermelha (o segundo melhor).


Aurora: F.W. Murnau também dirigiu o fascinante Nosferatu. Engana-se quem pensa que o clássico do vampiro grotesco resume sua filmografia: Aurora é uma obra de arte tanto do ponto de vista narrativo como técnico.


Amnésia: Não é o filme mais inteligente do mundo, mas teve a vantagem de ser feito numa época sem grandes ideias. Mesmo sabendo o final, conseguiu me surpreender.


A Desconhecida: Suspense de Giuseppe Tornatore, que emocionou milhões com Cinema Paradiso. Um ótimo enredo e um filme que dá nos nervos.


Abutres: Da nova safra do cinema argentino. Achei um pouco cansativo, mas nada que tire o mérito da ótima direção de Pablo Trapero e das atuações do elenco.


Os Guarda-Chuvas do Amor: Musical francês, o primeiro totalmente cantado da história. Se não gosta do gênero, fuja; se não tem preconceitos, encante-se com ele.


A Viagem do Balão Vermelho: Não assisti ao original no qual este filme se baseia, mas gostei muito da história e das belas e singelas imagens.


O Silêncio dos Inocentes: Apesar dos spoilers (demorei anos para assisti-lo porque sabia demais), consegui deixar-me envolver por esse thriller não tão assustador. Eu diria que não envelheceu muito bem, embora não negue que deva ter sido um grande filme para a época.


Mais filmes brevemente comentados... em breve!