sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O dia que não existiu

Trinta de setembro de 2010. Um frio na barriga se espalha pelo meu corpo e o coração acelera. Ando apressadamente e tento disfarçar meu nervosismo. Olho ao redor e reviso mentalmente, mais uma vez, se não esqueci nada. Não há como mudar de ideia: agora será para valer. Ali, há tantas pessoas que devem estar sentindo o mesmo que eu, mas cada um na sua individualidade, na sua diferença.
Faço o meu check-in e aguardo o tempo passar, enquanto o frio na barriga aumenta, até finalmente dar a hora de eu atravessar para o lado de lá e mostrar todos os documentos. É o primeiro grande passo para embarcar em um avião pela primeira vez. E é tudo tão diferente, tão complexo. Estar ali sozinha, contando comigo, com a minha habilidade de tentar me manter calma e desfrutar tudo da melhor maneira. A pequena janela reflete os raios do sol, o mundo lá embaixo encoberto por nuvens, e eu me sentindo como uma semente de dente-de-leão, imperceptível e sonhadora.
As horas passam. É dois de outubro, e o dia primeiro, uma sexta-feira, inexistiu no meu calendário. Seria uma página em branco do diário. É como se eu tivesse viajado no tempo e chegasse àquela estranha cidade, em um sábado ensolarado e com muito vento, num passe de mágica. Todos são estranhos, até mesmo o idioma, mas ali será minha casa por um mês. E é um lugar aconchegante, com pessoas hospitaleiras e simpáticas. Mas o dia anterior não existiu, fazendo com que eu sinta, mais do que nunca, o quanto a vida é curta e como o tempo acelera quando menos esperamos.
O dia que desapareceu para mim deve ter sido inesquecível para outros. O choro de um bebê irrompendo no quarto do hospital enquanto o médico dá-lhe um tapinha; as lamúrias da viúva enquanto olha para o corpo do marido durante o funeral; o sorriso da garota ao receber o SMS do rapaz que ama; o silêncio do homem ao saber que o namoro chegou ao fim. Primeiro de outubro de 2010 foi nada para mim, porque simplesmente foi o dia que não existiu.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Desafio musical - parte 3

011) Uma música que fica na cabeça: Elvis Costello, She
Eu sei, essa música é do Charles Aznavour, mas é a versão do Costello que fica na memória. E eu a escolhi pela força: faz muito tempo que não a escuto, mas vira e mexe ela está na minha cabeça.



012) Uma música com mérito pouco reconhecido: Richard Ashcroft, Break The Night With Colour
Apesar do sucesso que alcançou quando foi lançada, em 2006, parece-me uma música que deveria ser relembrada e, consequentemente, mais reconhecida. Afinal, seus versos ganham ainda mais força com a interpretação de Ashcroft. 



013) Uma música que te deprima: Lou Reed, Perfect Day
Quase sempre passo essa quando ela aparece no meu MP3. Não dá, é triste demais (pelo menos a interpretação que faço dela).



014) Uma música que te traga memórias boas: The Proclaimers, (I'm Gonna Be) 500 Miles
Porque eu não fazia ideia de quem tocava e ouvi duas vezes, em ocasiões diferentes, na minha viagem. Então, ela me faz lembrar a Nova Zelândia e a época boa (ainda que curta) em que estive lá.



015) Uma música que te traga memórias ruins: Travis, Paperclips
É uma canção que fala de memórias que preferimos esquecer. Logo, quando a ouvimos lembramos daquilo que traz lembranças não muito desejáveis.

sábado, 24 de setembro de 2011

Comédia 094 - Meia Noite em Paris

Ficha técnica
Título original: Midnight in Paris. Ano: 2011. País: Estados Unidos, Espanha. Direção: Woody Allen. Com Owen Wilson, Rachel McAdams, Marion Cotillard, Michael Sheen, Corey Stoll. 94 min - Colorido.

O filme
Encantador e original, Meia Noite em Paris é uma comédia romântica por meio da qual Woody Allen revela sua adoração pela cidade luz. Porém, muito mais do que uma declaração de amor à capital francesa, o filme revisita a gloriosa década de 1920 sob a ótica de um aspirante a escritor insatisfeito com o século XXI. Quando seu sonho de vivenciar a efervescência cultural parisiense se torna realidade, ele conhece artistas como Ernest Hemingway, Pablo Picasso, Gertrude Stein, F. Scott Fitzgerald... e se apaixona por uma bela mulher, tão sonhadora quanto ele.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Notas cinematográficas

Reino animal: Drama policial australiano sobre uma família de criminosos formada por quatro irmãos e a mãe superprotetora. A chegada do adolescente Josh em um momento conturbado acaba se transformado num estopim de reviravoltas. É um filme que consegue colocar o espectador no lugar do recém-chegado, fazendo-o se questionar sobre o que o ser humano é capaz de fazer para manter a superioridade e o poder.

Pollock: Ótima cinebiografia sobre o artista plástico norte-americano Jackson Pollock. Traz um inspirado Ed Harris estreando na direção e atuando. A maneira como mostra o processo criativo de Pollock é de rara beleza e bastante realista.

Era uma vez na América: Último trabalho de Sergio Leone, este longuíssima metragem (tem quase 4 horas de duração) cobre meio século para contar uma história de amizade e lealdade. Um filme que reúne um elenco afiado, liderado por Robert DeNiro e James Woods, e retrata uma gangue nova-iorquina e a luta de seus membros para se manter unidos.

Além da vida: Clint Eastwood mergulha no espiritismo para mostrar a dor da perda e a luta contra um dom que mais parece uma maldição. Para fãs do gênero ou admiradores de Matt Damon, que me impressionou com sua ótima atuação em um filme improvável como este.

Deixe-me entrar: Remake desnecessário do ótimo Deixa ela entrar, filme de terror sueco altamente recomendado. A releitura ficou satisfatória, mas aquém da melancolia perturbadora do original.

Um conto chinês: Comédia argentina estrelada por Ricardo Darín, ator que sempre vale o ingresso. Aqui, ele interpreta um adorável rabugento boca suja que decide ajudar um chinês perdido em Buenos Aires. 

Sede de viver: A trágica história de Vincent Van Gogh de acordo com o cinema hollywoodiano da década de 1950. Exagerado, mas tem lá seus encantos.

O homem do futuro: Um simpático pastiche de filmes de ficção científica sobre viagem no tempo com comédia romântica. Wagner Moura está ótimo como sempre, mas o ator Fernando Ceylão também se destaca como o amigo Otávio. 

A última estação: As últimas semanas de vida do escritor russo Leon Tolstoy sob a ótica de uma narrativa típica de épicos britânicos - logo, ficou ocidentalizado demais. Vale mesmo pelas atuações de Helen Mirren, Christopher Plummer e James McAvoy.

Minhas mães e meu pai: Não entendi todo o frisson causado por esta dramédia. Um casal de lésbicas, mães de dois adolescentes por inseminação artificial, precisa lidar com o fato de os filhos quererem conviver com o pai recém-descoberto. Em meio a isso, nada que comova ou marque mais do que a escolha de canções de Vampire Weekend e MGMT para os créditos iniciais e finais, respectivamente.

Trem da vida: Tragicomédia sobre uma pequena comunidade judaica do Leste Europeu que, ameaçada pelo avanço das tropas nazistas, bola um plano de chegar à Palestina. Detalhe: o longo caminho será percorrido em um trem disfarçado como se estivessem seguindo para um campo de concentração. Segue uma linha parecida com A Vida É Bela, mas na essência é um filme bastante diferente.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Da série...

...eu pegaria sim, e daí?



Adrien Brody

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O(s) último(s)/ A(s) última(s)...

... filme visto: Minhas mães e meu pai
... filme visto no cinema: O homem do futuro
... episódio de série visto: Firewall (S01E02), de Wallander
... álbum ouvido: Naked Baby Photos, do Ben Folds Five
... música ouvida: The Youth, do MGMT
... DVDs comprados: Scott Pilgrim contra o mundo e A rede social
... revista comprada: Metáfora
... momento "túnel do tempo": jogar Pinball e descobrir que ainda mando bem
... gulodices geladas para a lista: frapê de coco do Fifties + creme de papaya com licor de cassis do Fiorino
... cerveja degustada: Eisenbahn Dunkel

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Desastrada, eu?

Coloquei várias de assadeiras e travessas em cima da geladeira, porque não tinha outro lugar para deixá-las. Minutos depois, fui abrir a porta da geladeira para pegar alguma coisa e caiu tudo na minha cabeça, sendo que uma delas bateu no meu lábio e ele ficou inchado e igual ao da Angelina Jolie. 
Estava na sala de cinema do Centro Cultural Banco do Brasil durante um debate. Levantei para pegar o microfone e quando voltei para me sentar, a poltrona era daquelas dobráveis e fui parar direto no chão. Foi tão lamentável que rendeu uma crônica.
Semana passada cortei o dedo polegar com faca de pão. Aliás, sempre corto o dedo quando penso "vou tomar cuidado para não me machucar". Quando era criança, fiz um corte tão um fundo enquanto cortava a embalagem de Iô-Iô Crem que fiquei meses sem pegar numa faca. Minha sorte é ter a cicatrização de um Wolverine.
Não posso andar com salto nem de 1 cm que torço o pé. Aliás, torço o pé até usando rasteirinha, chinelo e tênis. Subir escadas é um perigo; pressa nem pensar!
E fazer "massaroca" ao invés de comida? Minha sorte é ter evoluído bastante na cozinha, mas às vezes a comida mais simples de preparar vira um desastre que tento consertar, dando certo de vez em quando. 
Pintar as minhas próprias unhas, então, nem se fala. Não sei o que é pior: passar o esmalte ou limpar o borrado na pele com aquele palito com algodão na ponta embebido em acetona. E sendo uma destra incorrigível, não consigo fazer nada com a mão esquerda que dê certo. 
Falando em ser destra, qualquer atividade manual que requeira prática também fica aquém do esperado quando uso a mão direita. Não é de se estranhar que eu nunca tenha me destacado nas aulas de Educação Artística.
E para finalizar, também sou um desastre quando tento corrigir meu próprios erros. Se falo algo dúbio e tento me fazer entender, posso acabar parecendo mais dúbia ainda. Com a melhor das intenções, faço o que dá para consertar algo péssimo que falei, mas só me resta pedir desculpas e mudar de assunto.

domingo, 18 de setembro de 2011

Desafio musical - parte 2

006) Uma música da sua banda preferida: The Black Keys, Sinister Kid
Complicado, já que sou uma mulher de fases. Ou seja: minha banda preferida varia com o meu momento. Mas atualmente tenho ouvido muito The Black Keys (uma dupla, mas vale, né?). Para esse desafio, escolhi Sinister Kid porque não é um single e é excelente.



007) Uma música que você ame a letra: Ben Folds Five, Philosophy
De tantas que eu amo a letra, escolhi essa porque a filosofia do Ben Folds é bem parecida com a minha: confio na minha filosofia como no chão em que piso, sem me importar com aqueles que riem de mim, pois é ela que me faz continuar quando estou caindo.



008) Uma música que não tenha letra: The Dave Brubeck Quartet, Take Five
Eu poderia citar qualquer jazz instrumental, mas essa foi a primeira que pipocou na minha cabeça.


009) Uma música que você odeie: Radiohead, Everything In Its Right Place
Para não perder o tempo com sertanejos, pagodes, axés, dance music, R&B etc, resolvi escolher uma música de uma banda bem conceituada. É uma chatice insuportável, sem alma e repetitiva.


010) Uma música que você quer apresentar às pessoas: Chico Buarque, Nina
Música nova e fofíssima do mestre Chico Buarque. Já compartilhei no Twitter e Facebook, mas nunca é demais postar em mais um lugar uma canção tão boa como essa.

sábado, 17 de setembro de 2011

Comédia 093 - O incrível exército de Brancaleone

Ficha técnica
Título original: L'Armata Brancaleone. Ano: 1966. País: Itália, França. Direção: Mario Monicelli. Com Vittorio Gassman, Catherine Spaak, Gian Maria Volonté, Folco Lulli, Maria Grazia Buccella. 104 min - Colorido.

O filme
Nove anos antes de Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado ser lançado, Mario Monicelli havia dirigido uma comédia hilária com temática semelhante. Afinal, em O incrível exército de Brancaleone temos uma trupe de cavaleiros medievais cujo líder é um sujeito não muito brilhante, a donzela virgem e uma importante missão - sem contar os inúmeros desafios que são enfrentados até finalmente chegarem ao destino. O elenco afiado liderado por Vittorio Gassman não deve nada ao genial sexteto britânico.     

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Termos (curiosos) de busca

Alguns termos (curiosos) de busca com os quais já conseguiram chegar ao meu blog:


michael fassbender seminu: Dá para ter uma amostra no terrível 300. Mas em Angel e em Hunger ele mostra mais.


cinto sumido de colin farrell: Será que ele conseguiu encontrar?


harvey dent repulsivo: Algum leitor de quadrinho do Batman ou fã de O Cavaleiro das Trevas.


adriana lima escandalo: Coisa de tabloide, né?


chris hemsworth musculos: Nah, prefiro o Tom Hiddleston magrinho :-P


chris hemsworth 2011 sem blusa: Outra(o) tarada(o) que assistiu Thor e encontrou meu blog pelo Google.


baijo debora oek gregory pek: Hein?


homem bonito antigamente: Tem que ser velho, pelo jeito.


modelo oculos leonard bigbang: Não sou tão nerd assim...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O desafio musical de 250 músicas

Notei que está rolando um meme no Facebook intitulado "O Desafio Musical De 250 Dias". Como 250 dias é muito tempo e eu gostaria de arquivar o meu desafio no blog, vou publicar de cinco em cinco por post. Visto que não finalizei até hoje as minhas 101 comédias, sabe-se lá quando vou terminar. Mas com certeza será um grande desafio para mim relembrar músicas.

Começando:

001) Uma música que te lembre a sua infância: Joan Baez, Let It Be
Eu me lembro de algum programa na TV tocando essa música. Eu deveria ter uns 4 ou 5 anos e estava sozinha na sala, a voz e a melodia grudaram na minha cabeça, até que na adolescência descobri se tratar da famosa canção dos Beatles interpretada pela Joan Baez.



002) Uma música que você ache engraçada: Coração Melão, Pira Pira Piro
É infalível: ouço esse clássico do besteirol de Hermes & Renato e dou muita risada. Enfim, chega a ser melhor do que Massacration.



003) Uma música que te faça dançar: Depeche Mode, Just Can't Get Enough
Eu tinha fitas com músicas que gravava da 89 FM e a que continha esse clássico dos anos 1980 me fazia querer dançar. Numa pista, é a combinação perfeita.



004) Uma música que você saiba a letra toda: Adoniran Barbosa, Samba do Arnesto
Uma das canções mais divertidas e legais de cantar. De tanto treinar, até decorei a letra e cantarolo por aí.



005) Uma música com um dos seus solos preferidos: Oasis, Live Forever
O primeiro solo de guitarra pelo qual me apaixonei.

domingo, 11 de setembro de 2011

Mais notas cinematográficas

A árvore da vida: Apesar de não ter gostado da abordagem meio zen no início e no final, estaria mentindo se dissesse que quis sair da sala de exibição, tal qual ocorreu enquanto assistia a Melancolia. A história central, mostrando a relação do garoto protagonista com os pais e os irmãos, é absolutamente emotiva e narrada/filmada de maneira belíssima.

O ritual: Acredite - este filme não fará a menor diferença na sua vida. Próximo!

Sob o domínio do medo: Um jovem clássico (um termo cunhado por Pablo Villaça, do Cinema em Cinema) de Sam Peckinpah que quase chega a ser equiparado a Laranja Mecânica. Dustin Hoffman tem uma das melhores carreiras que um ator de Hollywod pode sonhar, sendo que nos anos 1960/70 participou de projetos geniais como este. 

Super 8: Muitos comentam que seria a volta de filmes típicos dos anos 1980, mas eu não lembro de Goonies ou ET serem violentos como esse. Vale muito mais pela primeira metade do que como um todo.

A mentira: Uma espécie de Juno, recheado de diálogos pseudointeligentes e com uma protagonista (quase)  tão irritante. Como foi escrito por um marmanjão, qualquer artificialidade não é mera coincidência.

Negócios de família: Só chama a atenção pelo fato de ter sido dirigido por Sidney Lumet e trazer Sean Connery e Dustin Hoffman no elenco. De resto, esquecível.

Esses amores: Personagens marcantes e uma boa história que aproveita um contexto histórico quase cliché: a Segunda Guerra Mundial. Os minutos finais são um exagero à parte, mas é um belo filme.

Basquiat: Filme sobre a curta trajetória do artista plástico Jean-Michel Basquiat. Como se trata de um longa de Julian Schnabel, qualquer cinéfilo deve assistir. Porém, caso goste muito de artes plásticas ou seja fã de David Bowie, está valendo também.

Agonia e êxtase: É aquele típico épico hollywoodiano, convencional e mezzo moralista (basta notar como as desavenças entre Michelângelo e o Papa se resolvem). Porém, se sai bem ao retratar o artista italiano realizando o monumental teto da Capela Sistina.

Caravaggio: O diretor Derek Jarman é responsável por um filme que detestei (Eduardo II). Posso dizer que apesar das referências às obras de Caravaggio, não gostei do estilo teatral atemporal (não é um filme de época como parece ser) e achei o enredo uma bagunça.

Planeta dos macacos - a origem: Longe de ser perfeito, mas talvez seja a minha surpresa do ano. Eu não dava nada pelo filme e gostei muito do foco e do debate que levanta acerca do uso de animais como cobaias (para um blockbuster, cumpre bem o papel).

sábado, 10 de setembro de 2011

Cervejeira principiante

Quem diria. Há alguns anos eu detestava cerveja. Só bebia Malzbier, chopp escuro e olhe lá. Preferia uma saquerinha de kiwi ou uma caipiroska de morango. Quando o bar oferecia mais opção, ia de Alexander, Cosmopolitan ou White Russian. Porém, há mais de um ano - não lembro exatamente quando -, resolvi provar uma cerveja diferente recomendada pelo garçom. Ele comentou que era de uma cervejaria de Ribeirão Preto chamada Colorado e era bem diferente do que havia no mercado. E aí conheci a Appia e me apaixonei.
Aos poucos, descobri que não detestava cerveja: não gostava era de cerveja ruim, dessas que mais parecem água gaseificada com malte e lúpulo. Meu conhecimento parco ganhou uma incrementada durante a minha viagem à Nova Zelândia, quando me arrisquei a beber algumas stouts com o pessoal (foram em quatro ocasiões). Mas o verdadeiro desafio surgiu quando descobri que faria parte da equipe de um guia impresso totalmente dedicado à bebida. E eu não poderia fazer feio: tratei de me informar mais sobre cervejas e de arriscar algumas encontradas pelas prateleiras do supermercado. 
Não me considero uma conhecedora da cultura cervejeira - longe de ser, aliás -, mas uma recém-entusiasta que já pode dizer que provou uma quantidade razoável da qual dá para escolher suas favoritas. Além da Appia, gosto muito da Guinness e sua espuma incrivelmente cremosa. Das mais populares, vou de Stella Artois - superior à Heineken. A Original vai bem na mesa de bar, bem como a Bohemia. A Eisenbahn tem rótulos ótimos, como Rauchbier e Kölsch, enquanto a Franziskaner Dunkel é um primor. A Amazon Beer Forest Bacuri é a típica cerveja feminina para quem quer algo leve e adocicado, enquanto a Wäls Trippel quase me derrubou (apesar de excelente, o nível alcoólico é de 9%!). A Christoffel Robertus é outra que vale muito a pena experimentar. Outras mais simples, mas boas, são a Birra Moretti e a Estrella Galicia.
Então, se um dia quiser degustar umas cervejas num bar, com um bom papo (cof cof), saiba que aqui tem uma jornalista curiosa para experimentar coisas diferentes, sempre disposta a se apaixonar por um novo sabor.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                

domingo, 4 de setembro de 2011

A melhor série de todos os tempos (do fim de semana)

Quando virei fã de vez do diretor Edgar Wright, logo depois de assistir ao segundo filme dele, Hot Fuzz, em 2007, fui pesquisar sobre o que mais ele tinha feito. Descobri que aos 25 anos de idade ele já tinha uma série no currículo: Spaced (1999-2001). Fiquei muito curiosa para assisti-la, mas nessa época ainda não era tão fácil baixar séries. O tempo passou e eu esqueci completamente desse fato, até que uma lâmpadazinha brilhou acima da minha cabeça na tarde de sábado (ontem, portanto) e eu direcionei a seta do mouse para o Google e pressionei meus dedos no teclado em busca de Spaced.

Eu sabia que não iria me decepcionar. Depois de ter visto Shaun of the Dead, Hot Fuzz e Scott Pilgrim vs. The World, Edgar Wright não me decepcionaria, mesmo que a série tivesse sido produzida anos antes de sua estreia no cinema. E não deu outra: Spaced é uma pequena obra-prima televisiva britânica. Em outras palavras, mais nerd do que The IT Crowd e The Big Bang Theory juntas - e isso é um elogio.
Escrita e estrelada por Simon Pegg (o outro gênio por trás de Shaun of the Dead e Hot Fuzz) e Jessica Stevenson (que agora atende pelo sobrenome Hynes), a série teve apenas 14 episódios (insanos, diga-se) divididos em duas temporadas. Começa com dois completos desconhecidos que têm uma coisa em comum: ambos precisam de um lugar para morar em Londres. Cansados da procura incessante por um apartamento bom e barato, encontram o anúncio de um local com dois dormitórios a um preço justo. O problema é que a senhoria só aluga para casal. Então, nada mais justo do que fingirem ser namorados para poder morar lá.
Acrescente a essa inocente mentira o fato de Tim Bisley (Pegg) ser um dos caras mais nerds no universo: coloca pôsteres de cultura pop espalhados pelo apartamento, consegue passar um dia inteiro jogando videogame, trabalha numa loja de quadrinhos e é um quadrinista frustrado. Daisy Steiner (Hynes), por outro lado, é uma aspirante a escritora que nunca consegue escrever nem arrumar um emprego no qual passe mais do que alguns dias. Juntos, têm uma química perfeita - mas são apenas bons amigos, como fazem questão de frisar para os amigos.Some à dupla de protagonistas outros personagens hilários: a senhoria divorciada que vive brigando com a filha adolescente e não desgruda de uma garrafa de vinho; o artista plástico psicótico que só consegue criar quando está infeliz e/ou deprimido; o melhor amigo fanático por armas e estratégias de guerra; a melhor amiga que gasta todo o salário com roupas de grife; o ciclista clubber que vive chapado com ecstasy. E ainda, todo episódio tem várias referências a filmes, séries e programas de TV, inclusive na trilha sonora. Por exemplo, tem um episódio no
Say Anything ao som de
Take That (clique para ampliar)
qual é possível ouvir Oasis, Take That e a música tema de Thunderbirds. As citações cinematográficas são mais calcadas no gosto pessoal dos roteiristas, por isso Star Wars é a referência-mor, principalmente o Episódio I - A Ameaça Fantasma, o filme da saga que Tim odeia (ele perde o emprego por detestá-lo e chega a dizer que Jar Jar Binks faz os Ewoks parecerem o Shaft). Ah, e para quem não entender a referência, não se preocupe: aparece uma legenda toda vez que alguma é feita.
Por isso, depois de uma maratona de Spaced durante o fim de semana, eu não poderia deixar um post desses de lado. Afinal, seja qual for a maneira pela qual encontrou este blog (Google, Twitter, Facebook, recomendação...), caro nerd leitor, espero estar contribuindo para o seu crescimento cultural. Para o bem ou para o mal.


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Da série...

...Quero pegar no colo e não soltar mais


Tom Hiddleston