Antes de ser questionada, eu não me converti ao heavy metal. Continuo fascinada por "folk fofinho" e indie rock espertinho. Mas, esta semana um dos reflexos do Lollapalooza me pegou de jeito. Juntou a tensão do dia a dia com a malfadada tentativa de headbanging que me acometeu no show do Queens of the Stone Age. Sim, porque na impossibilidade de pular e dançar (estava espremida na grade de trás) e cantar (não sabia nem um refrão sequer), testei meus dotes de headbanger. E, naturalmente, me dei mal.
No início, achei que fosse uma dor muscular de má postura ao dormir. Ou, ainda, estresse em excesso. Mas eis que um movimento semelhante ao balançar de cabeça revelou que a repetição brusca da ação ainda tinha reação mais de um mês depois. E lá estava eu, de mau-humor porque a dor subiu até a cabeça.
A busca para fazer a dorzinha insuportável parar me levou à farmácia. Se em três dias não passasse, procuraria um médico - e diria que não sou tão roqueira quanto imaginava que fosse. Surpreendentemente, o gel resolveu. Renasci das cinzas de um torcicolo piorado pelo peso da mochila - conforme constatei depois.
Com isso, aprendi que não sou mais aquela mocinha apelidada de Duracell, que dançava na balada inteira até a hora de ir embora. Que caminhava sem rumo com a pesada mochila e o mapa em mãos, em busca de um destino qualquer - desde que não se perdesse. Que aguentava um dia inteiro numa mostra de filmes do Woody Allen.
A velhice pesou nas costas, nos ombros e no pescoço. Talvez, só a mente continue acomodada nas velhas (ou jovens?) ideias de outrora, tentando extrair um elixir da juventude de prazeres quaisquer.
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