Descobri Robert Doisneau quando era uma pessoa extremamente comprometida com meu Tumblr, programando atualizações de postagens várias vezes ao dia. Deve ter sido em 2010, quando decidi pesquisar trabalhos de fotógrafos em sites de fotografia. Encontrei vários por quem me apaixonei, sendo os principais deles André Kertész e Robert Doisneau. Ambos, aliás, profissionais talentosíssimos na composição de imagens, mas com outra característica em comum que me atraiu tanto: o clique no momento "certo" (embora o primeiro tenha um estilo mais artístico, como um diretor).
Já fui a exposições de fotos de ambos (sou uma pessoa de sorte, consegui ver obras de dois dos meus maiores ídolos da fotografia), sendo a de Kertész em São Paulo e a de Doisneau no Rio de Janeiro - uma coincidência cósmica, já que estava dando uma volta pelo centro da cidade quando resolvi entrar em um centro cultural que desconhecia e, pasmem, estava tendo uma exposição dele que nunca aterrissou em São Paulo.
Mas o tema deste post é o meu atual livro de cabeceira, então vou adiantar um pouco o assunto: Paris Doisneau, da Cosac Naify. Aproveitei a promoção do dia (cada dia tem um livro com 35% de desconto), que aliás, foi descoberta por pura coincidência também: eu nem sabia que a Cosac Naify realizava essa promoção, pois, apesar de segui-la no Twitter, ainda não tinha visto nada sobre. Daí acordei num domingo, peguei meu celular, abri o Twitter e vibrei quando vi o tweet da promoção. "É hoje!", empolguei-me.
Novo livro de cabeceira |
O livro demorou vários dias para chegar, devido a greve dos Correios, mas quando chegou, eu me senti realizada. Desde então, Paris Doisneau é o livro que folheio todas as noites, antes de dormir. Daí quando o sono bate forte, eu fecho e deixo para continuar na noite seguinte.
Às vezes, encontro uma foto muito curiosa, daí sinto aquele impulso de "tirar foto da foto". Em seguida, penso, "ah, quero mostrar para outras pessoas também", e compartilho. São cliques singelos, mas ao mesmo tempo complexos, pois contêm uma narrativa que talvez só aquelas pessoas e o próprio fotógrafo entendam. Alguns textos e legendas ajudam a compreender, mas dá vontade de simplesmente interpretar a imagem por conta própria e imaginar uma história para ela e seus personagens.
Para uma pessoa como eu, que sempre viveu (ou sonhou) no mundo da Lua, pinturas e fotografias são como um tipo especial de oxigênio, que precisa ser absorvido com frequência. E Doisneau é um desses artistas que me faz dormir feliz, por constatar que o dom da sensibilidade vai além da imaginação.
Casa de papelão, 1957 - ©Robert Doisneau |
Um comentário:
Eita, telepatia blogueira. :)
Postar um comentário