domingo, 7 de março de 2010

Adolescência cinematográfica

Antes de comentar o cinema na minha adolescência, preciso abordar a pré-adolescência. Nessa época eu ainda era uma fã do Tom Hanks, sendo que Forrest Gump me marcou tanto a ponto de considerá-lo até hoje um dos grandes filmes do cinema, mesmo com um senso crítico bem mais apurado - é um longa patriótico mezzo auto-ajuda. Também me tornei fã de Jim Carrey e ficava louca para ver os filmes dele no cinema. Aliás, comecei a comprar a revista Set para saber das novidades da carreira do ator e seus últimos trabalhos. Foi nesse período também que comecei a ir ao cinema com mais frequência - não era tanta assim, mas já foi uma evolução. Lembro de ter visto na telona desde filmes infanto-juvenis, como 101 dálmatas e Space Jam, a produções mais adultas, por exemplo Marte ataca!, de Tim Burton, e a A outra face, de John Woo.
É na pré-adolescência que as meninas ficam mais obcecadas com determinados artistas. Enquanto a maioria só falava de Brad Pitt, Leonardo DiCaprio e Tom Cruise, eu tinha uma queda pelo Chris O'Donnell, uma espécie de bom rapaz da época. Porém, não foi nada que eu pudesse denominar obsessão. 
Já adolescente, tentei - sem sucesso, diga-se - me interessar pelos filmes que faziam a cabeça de colegas de classe. O pessoal se interessava por coisas como Pânico, Eu sei o que vocês fizeram no verão passado e American Pie, mas eu não gostava do estilo desses filmes, algo como "se é isso o que a geração quer ver, vamos fazer clones" - não deu outra e desembestaram para as paródias Todo mundo em pânico e Não é mais um besteirol americano.
Mas eu fui, sim, uma adolescente normal, do tipo que se divertiu horrores com a A múmia - até hoje esse é um dos filmes que mais me diverte -, suspirou com Cidade dos anjos e ficou com medo do escuro por causa de O sexto sentido
Nas prateleiras da videolocadora buscava filmes de diferentes gêneros, conforme as indicaçõs da Set, mas acabava me prendendo a produções dos anos 1980 em diante. Depois comecei a diversificar meu gosto para filmes, descobrindo Chaplin com O grande ditador, e John Huston com O homem que queria ser rei. Um quê de garota cult me diferenciava das pessoas com as quais eu convivia pelo simples fato de achar Danny Boyle o máximo (por causa de Cova rasa e Trainspotting), assim como as ideias dos irmãos Coen.
Decidi que queria dedicar minha vida à sétima arte. Pensava em ser cineasta ou crítica de cinema. Nenhuma dessas carreiras se concretizou, mas a curiosidade e o interesse em descobrir um outro cinema - aquele que fascina, impressiona, emociona, comove, ensina, estimula a pensar - acabaram se tornando necessidade na minha vida. 

Um comentário:

Cecilia disse...

O grande responsável pelo meu amor ao Cinema é James Cameron, uma vez que "Titanic" mudou minha vida. A partir do amorzinho adolescente por Leo DiCaprio, e ter como musa Kate Winslet, fui atrás de seus filmes. E assim descobri outros atores, e outros diretores, e minha listinha até então um pouco "medíocre" foi aumentando, e fui me interessando mais. Pois bem, todo mundo começa de algum lugar, né?

(eu ainda acho Titanic um filmaço)