sábado, 31 de janeiro de 2015

Modéstia à parte

Eu sempre me vi como uma pessoa modesta. Nunca me achei linda, não me sinto confortável falando sobre eu mesma, não curto fazer marketing pessoal e sinto que estou extrapolando a naturalidade quando faço algum comentário positivo de algo que conclui ou estou em vias de. Modéstia. Mas, até que ponto?
No último ano, eu me autoanalisei bastante. Passei a notar mais minhas falas, atitudes e comportamentos. Percebi que sofria/ainda sofro de baixa autoestima. Não é como o estereótipo da pessoa que não está preocupada consigo mesma, não se cuida e acha todo mundo melhor do que ela. É simplesmente se enxergar como "menos" do que os outros te veem. E isso faz muito mal, com o tempo. O fato de eu não suportar muito ficar perto de pessoas que só falam do que fizeram e delas mesmas me fez querer ser o extremo oposto. Eu não quero falar sobre quem sou, mas demonstrar.
A baixa autoestima intensifica a necessidade de elogios - não palavras rasas, mas aquela frase no momento em que cabe. É como ouvir dos meus orientadores que minha monografia está ótima, e até um inesperado "gosto muito do seu trabalho" assim que me avista, me pegando meio de surpresa. Me faz constatar que as horas de leitura, pesquisas e interpretações deram o resultado que eu buscava, mas não, necessariamente, esperava.
Elogiar não é agradar ou, para usar um termo mais chulo, "puxar o saco". Não é dizerem que estou "chique" com aquele vestido, mas "elegante". Não é ouvir um "gostosa" na rua, mas "bonita" em casa.

Nota-se, hoje em dia, como os elogios estão raros. As pessoas preferem expressar o descontentamento e as críticas, talvez por acharem que elogiar seja invasivo, ou até uma maneira de "encher a bola". "Elogiar para o fulano ficar se sentindo? Pra quê?"
E a nossa própria autocrítica faz com que sejamos mais duros com os outros, ainda que sejam aqueles mais próximos, de convívio quase diário ou um pouco mais distante, mas pessoas de nossa realidade. Gastar o tempo reparando nos defeitos faz com que percamos as qualidades e os pequenos detalhes que tornam cada ser humano único e especial.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Vícios de verão

Verão é época de comer mal. Calor derretedor, preguiça de cozinhar e apetite voltado para coisas geladas (geralmente líquidos ou doces) e fáceis de fazer. Estou redescobrindo o Cornetto e meu estômago ronca só de pensar no finalzinho do sorvete, com aquela casquinha recheada de chocolate. Definitivamente, verão é época de trocar o Milka Oreo por sorvete, muito sorvete. Outro dia fui na sorveteria Alaska e pedi um Colegial de pistache e amêndoas. Tomei ele todo e saí de lá com dor de barriga. Pecado da gula por uma taçona de sorvete incrementado.

Affogato também é perfeito para o verão, ainda mais se for aquele do Cafezal, que fica no CCBB-SP, que eu não consigo trocar por outra coisa toda vez que vou lá. Ainda não encontrei outro Affogato que me faça tão feliz quanto o do Cafezal.

Todos os dias tenho feito uma guloseima em casa: janto, espero um tempo, e faço pipoca doce com açúcar mascavo. Ainda não sei quando vou enjoar de comer isso, porque é tão bom que eu nem lembro que comi no dia anterior também.

Chá gelado, sempre. Seja daqueles de latinha - melhor se for Lipton Ice Tea, com pêssego ou limão. Agora estou numa fase de chá gourmet (hahaha) e comprei um especial na Talchá, chamado Estrela Guia, com várias ervas e especiarias misturadas. Preparo o chá conforme o ritual (comprei um infusor bonitinho), e depois coloco muito gelo para refrescar. Até troco o leite pelo chá, de tão bom que é.

E Oreo. Sempre preciso ter um pacote de Oreo no armário - não que eu coma todo dia, mas a vontade vem de forma inesperada. E o melhor lugar para comer Oreo: no cinema, claro.

Eu parei de tomar Diletto simplesmente por causa do marketing mentiroso que a marca fez. Só tomava pela qualidade, mesmo achando meio caro, mas depois que soube da falsa propaganda, que era aproveitada para vender o produto por um preço maior, preferi investir em outros sorvetes, às vezes nem tão bons, mas ao menos mais baratos e sinceros.

Faz alguns meses que abandonei outro vício, que costuma aparecer nos dias frios: comer Ruffles e salgadinhos de pacote (melhor se for Tyrrells, mas é tão caro). Mas geralmente isso é feito nos meus tempos de pressa, em dias de aula ou rumo a algum lugar onde não terei muito o que escolher, a não ser que não me importe em gastar bem mais. Quando vejo na prateleira do mercado, bem que me dá vontade de comprar, mas acabo lembrando que preciso comer melhor e me seguro.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Nolando

Eu já comentei com algumas pessoas que considero Christopher Nolan um diretor de cinema talentoso, mas seus filmes são muito difíceis de serem vistos mais de uma vez. Ele nunca fez um filme ruim, porém suas obras são envoltas de uma mística de inteligência e ousadia que não entendo. Mesmo.
A começar pela premissa: ele cria algo básico e simples, depois recheia o roteiro de reviravoltas e cria cenas e sequências estilo pegadinha para um espectador acostumado a blockbusters repletos de correria e explosões. O resultado é um filme que só exige um pouco mais de atenção (vide Amnésia, que é ótimo, mas sem muito mistério) e uma boa dose de ânimo, já que geralmente seus longas (e bota "longas" nisso) são tediosos e cheios de questões pseudo-filosóficas e pseudo-complexas.
Nolan requenta clichês (como esquecer o final do terceiro filme do Batman, onde o plano vilanesco é TODO revelado?), insere diálogos expositivos para um público com déficit de atenção (explica a mesma questão duas ou três vezes em Interestelar), cria reviravoltas que só deixam os filmes mais longos (A Origem, oi?) e, no fim, é taxado de complexo e inteligente.
Lembro de já ter feito comentários do tipo e ouvir em resposta "ah, mas tem que prestar atenção, você entendeu?". Entender, eu até entendi. Mas me deu um sono danado esse processo todo...

Estou longe de me julgar superior a qualquer espectador de cinema ou sair dizendo que Nolan é um incompetente (mesmo porque não é; pelo contrário, sabe que tipo de filme seu público assiste e cria obras "desafiadoras" para ele). Mas daí sair dizendo que Nolan is God é um exagero sem tamanho. Talvez eu tenha visto tantos filmes em minha vida de épocas e nacionalidades diferentes que já consiga me prevenir dessas armadilhas pega-fã-de-cinema e acabe achando uma perda de tempo rever qualquer coisa do Nolan, apenas para acabar gostando menos.

Aliás, ao ler este texto de André Barcinski sobre Interestelar, penso sobre o filme e gosto ainda menos dele. Aquela aura de épico complexo-filosófico se esvai cada vez mais, enquanto lembro do sotaque irritante do Matthew McConaughey e os rumos da carreira de Anne Hathaway. Realmente, não dá para ser fã de ficção-científica quando filmes como Interestelar são levados tão a sério.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Falando sobre música

Aproveitei as últimas semanas para escutar coisas diferentes - ou nem tanto. Aqui vão algumas pitadas pessoais sobre o assunto.

She & Him: Escutei todos os álbuns da dupla várias vezes - menos o de Natal, porque não estava a fim de ouvir músicas do tema. Estou gostando tanto do som deles, acho uma fofura sem pretensão. Nunca imaginei que um dia virasse fã da Zooey Deschanel.

St. Vincent: Estava curiosa para ouvi-la, já que é uma das artistas mais elogiadas da atualidade e não faz o tipo "polêmica" para chamar atenção. Escutei o último álbum e adorei. Achei a voz dela ótima, o som eletrônico puxa para o indie e o rock, as melodias são lindas demais. Enfim, bom e diferente.

Owen Pallett: Como gosto muito da cover dele para uma música do Strokes, que até já postei aqui, resolvi ouvir algo original. Escutei o álbum mais recente, In Conflict, e é ótimo, tanto que não consegui pular nenhuma música. Além da bela voz, ele cria um som com distorções, pitadas eletrônicas e violoncelo. 

Strand of Oaks: Outro artista que me cativou com a voz, letras e melodias. Faz um som meio folk, mas sem pegada country. O álbum mais recente dele, Heal, é melancólico e belíssimo, repleto de inspiração. 

Cheatahs: Banda britânica que traz o estilo shoegaze, bastante popular nos anos 1980 e 1990, para a atualidade. Não apresenta nenhuma novidade em termos de estilo, mas manda bem no que faz, com melodias etéreas sendo expressadas por muralhas de guitarras distorcidas e vocal suave. Seu público tende a ser bem focado.

Bastille: Esse eu não fiquei com vontade de ouvir de novo. Achei repetitivo, não faz muito meu estilo, embora as músicas sejam bonitas e o vocalista tenha um tipo de voz que gosto.

The Black Keys: Eu já tinha escutado Turn Blue algumas vezes, mas é o tipo de obra que fica melhor com o tempo - especialmente porque as versões ao vivo conseguem ser melhores. É o álbum mais introspectivo do Black Keys, com um clima meio soturno em algumas músicas, com uma pegada mais soul e setentista. Dan Auerbach não canta mais como antes (fato), mas ele está adaptando a voz a melodias e estilos diferentes, compreendendo seus próprios limites.

Punch Brothers: Você pode nunca ter ouvido falar dessa maravilha, mas se viu Inside Llewyn Davis, com certeza já ouviu algo deles. O vocalista Chris Thile, tido como um mestre do mandolin, tem inúmeros projetos musicais, tendo inclusive participado da trilha do filme dos irmãos Coen. O mais recente trabalho do grupo, The Phosphorescent Blues, faz jus a tudo que fizeram até hoje - além de ter sido produzido pelo Midas da música americana, T Bone Burnett. Outro destaque vai para a capa do álbum, que utiliza uma pintura de um dos meus ídolos, René Magritte. Enfim, sou fã demais da banda.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

6 termos que já encheram o saco - mas continuamos a usar

1) Gourmet: Eis a palavrinha mágica para justificar qualquer preço exorbitante que se paga por uma comida. É brigadeiro, hambúrguer, cerveja, coxinha, hot dog, pastel... qualquer coisa que leve o "gourmet" no final, pode apostar que é traquinagem.

2) Hipster: Sim, os hipsters estão em declínio. Ou ao menos estavam, até surgirem os lumbersexuais, lenhadores urbanos que usam iPhone e escutam Radiohead nos seus headphones gigantes. Ou seja, ressuscitaram os hipsters antes que comprassem a gilete - agora eles vão em barbearias gourmet.

3) Pensar fora da caixa: Esta é a frase que mais leio em anúncios de emprego, especialmente para designers e na área de marketing digital. Virou tão lugar comum que não sei como uma empresa que se acha descolada ainda escreve isso para atrair candidatos.

4) Feminazi: Não adianta a mulher ser feminista, estudar o assunto e lutar pelos direitos do gênero. Ela tem que aturar piadas de mau gosto, ter a aparência física criticada e até receber ameaças de morte. Isso porque, como dizem os machinhos sem causa, ela é uma feminazi.

5) Startup: O conceito nem é tão novo assim, mas como o Brasil é um pouco atrasado, só começamos a falar disso nos últimos anos, principalmente quando pessoas muito jovens ficaram milionárias num estalo de dedos. O fato é que é algo vendido como cool e simples, mas quanto mais se estuda sobre isso, mais complicado fica. 

6) Reaça: Com certeza existem muitos reacionários por aí. O problema é que qualquer "não-me-toques" contra os esquerdinhas, eles já vociferam "reaça"! Parece criança brigando no playground, daí acontece bullying, faz o amiguinho chorar e comprar uma coxinha na cantina.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O último/ A última...

... Filme visto: The Rover - A Caçada
... Filme visto no cinema: O Crítico
... Episódio de série visto: S06E05, de Doctor Who
... Série na lista de favoritas: Agent Carter
... Show visto: Miucha, na Caixa Cultural
... Livro lido: News as Entertainment: The Rise of Global Infotainment, de Daya Kishan Thussu
... Livro iniciado: Ethical Chic, de Fran Hawthorne
... Viagem: Minas Gerais, com direito a Tiradentes no roteiro
... Momento de gulodice: Colegial na sorveteria Alaska
... Experiência gastronômica na cozinha: couve-flor gratinada com provolone, cream cheese de ricota e tomate sweet grape 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Agente-musa-diva Carter

Nestes últimos anos, deixei de assistir a um monte de série que gostava. O motivo? Não me empolgavam mais como antes. Dentre elas estão The Big Bang Theory, Modern Family e Parks & Recreation. As três começaram a ficar repetitivas e, por fim, eu nem estava mais me importando com o rumo das histórias e o destino dos personagens.
Fora séries britânicas e Veep, que está de férias, nenhum programa de humor tem me agradado ou chamado a atenção - dei até uma pausa em The Mindy Project. Sillicon Valley, que retorna logo, parece que vai ser mais do mesmo. 
Depois de rever Arrested Development, vai ser difícil outra série cômica recente me agradar tanto. Então, enquanto me divirto com a sagacidade bem-humorada de Adventure Time e Doctor Who, dedico atenção a outras séries que não são exatamente humorísticas. 

Em meio a tantas produções de universo Marvel e DC, a que realmente me deixou curiosa foi Agent Carter. O principal motivo é por ser focada em uma personagem feminina, que apesar de não ter super-poderes, é uma heroína: Peggy Carter. A série é ambientada na década de 1940 e tem direção de arte e figurinos de encher os olhos. Quem também enche os olhos é Hayley Atwell, que brilha como a protagonista: além de talentosa, ela é linda demais e tem aquele sotaque britânico de invejar. 
A atriz é, de longe, a mais bela e talentosa do universo Vingadores no cinema - ela esteve em Capitão América: O Primeiro Vingador. Fora que sua personagem é bem mais interessante do que qualquer mocinha vista na tela. Por isso, eu tinha bastante expectativa para conferir a minissérie dedicada à Agente Carter (a segunda temporada ainda não foi confirmada e, como tem apenas oito episódios, por enquanto é mini mesmo). 
E, felizmente, o programa me agradou bastante. A começar pelo contexto feminista, em que a mulher questiona seu papel na sociedade como mera secretária e copeira de homens que se definem superiores em qualquer aspecto. A história central, envolvendo roubo de tecnologia de Howard Stark, ajuda a inserir Peggy em um universo conhecido, seja para leitores de quadrinhos ou para o público que assistiu aos filmes. O roteiro contém diálogos sagazes que quebram qualquer monotonia. E a ação, bem, é naquele estilão exagerado da Marvel.
Além de Hayley Atwell, outro britânico que faz derreter com o sotaque e a elegância é James D'Arcy. Ele interpreta o mordomo de Howard Stark, Edwin Jarvis, que cai de paraquedas na missão para ajudar Peggy Carter a defender seu patrão, a quem é muito leal. Acredito que não poderiam ter inserido um personagem melhor do que Jarvis para fazer dupla com Peggy. O ator é igualmente uma escolha acertada.
Agent Carter pode estar apenas no começo, mas pelo início demonstra ser a série certa para o momento certo: em tempos de heróis machões e bombados, nada melhor do que uma heroína que não precisa fazer beicinho para derrotar seus adversários. (Sorry Scarlett Johansson.)


domingo, 11 de janeiro de 2015

Cara nova

Não, o visual diferente do blog não faz parte de nenhuma resolução de ano novo - mesmo porque eu não tenho nenhuma. A ideia não fermentou na cabeça antes de eu buscar imagens, editá-las e inseri-las. Mas a música já estava na minha memória há um bom tempo - digamos que há alguns anos.
Eu simplesmente pensei "ai, esse rosa do meu blog já deu. Está com cara de desbotado e merece uma renovada". Infelizmente, aquela foto do triciclo de André Kertész (nunca reparou? Era esta aqui!) também foi aposentada, junto com os versos de Simon & Garfunkel.
Não foi uma mudança drástica. Nem mexi no template, só apliquei alguns conhecimentos para alterar o layout, tirar as cores e colocar algo em referência à música (quer algo mais alusivo do que dente-de-leão? Eu não consegui pensar em outra imagem). Não queria nada trabalhoso, mas que pudesse ser feito em (bem) menos de uma hora e tivesse um resultado final diferente do que era antes.

E eu, que sou exigente demais, até que gostei da cara nova. E bastante.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O presente que (quase) sumiu

Antes de ir à minha consulta, resolvi aproveitar o tempo - e a proximidade a uma loja de vinhos - para comprar um presente de aniversário para o meu pai. Assim que saí da loja, caiu um chuvão. Eu precisaria andar ainda uns 10 minutos para chegar ao consultório, com a garrafa embalada apenas numa caixa (não tinha sacola plástica).
A embalagem do presente ficou molhada, mas sobreviveu. Depois, resolvi aproveitar novamente o tempo que tinha para ir ao cinema. Desta vez, sem chuva. Comprei o ingresso, fui comer alguma coisa e entrei na sala para a sessão. No meio do filme (que era meio chato, eu me distraía facilmente e quase deitava na poltrona), lembrei que a caixa não estava comigo. Fiquei torcendo para que o filme chato acabasse logo para encontrá-la.
Só tinha duas alternativas de onde teria deixado a caixa de vinho: perto de onde sentei para comer, no espaço do cinema, ou no lugar onde comprei meu pastel. Quando o filme terminou, verifiquei na bilheteria se estava entre os achados e perdidos. Não estava. Peguei outra chuvona, desta vez para ir até onde comprei o pastel. Ninguém viu nada. Voltei para o cinema e insisti, perguntando até para o moço da sala onde vi o filme se os achados e perdidos eram levados somente à bilheteria. Sim, isso mesmo.
Quando estava começando a desanimar, pensando que não existe gente honesta neste país, lembrei que sentei por um momento perto da cafeteria do cinema para arrumar minha bolsa e deixei a caixa em cima da mesa. De lá, saí para comer. Reconstruí meus passos. Perguntei à atendente da cafeteria "se eu esquecer algo em cima da mesa, vocês guardam aí?". Ela respondeu que às vezes sim, e questionou o que seria. "Ah, uma caixa de vinho". Abaixou no balcão e... voilà! Lá estava o presente de meu pai.
Na minha cabeça, pareceu uma história de reviravolta: Perde, procura, não acha, pergunta, volta, desanima, relembra, insiste, pergunta de novo e encontra. Peguei outra chuva para voltar para casa, mas ela nem foi ruim assim depois de tudo o que aconteceu.

Obs. 1: O cinema em questão é o Caixa Belas Artes.
Obs. 2: O filme chato, para quem quiser evitar, é O Crítico.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Notas cinematográficas

Homens, Mulheres & Filhos: Não sou fã de Jason Reitman (considero Juno e Amor Sem Escalas bons, mas superestimados). Havia visto o trailer deste filme e achei a maior baboseira. Só fui assisti-lo porque o outro que veria foi cancelado e eu não queria perder a "viagem". É um dramalhão com histórias parecidas que se cruzam, personagens mal desenvolvidos e uma lição de moral no final. Enfim, vai para a lista dos esquecíveis.

Bushido Sixteen: Drama juvenil japonês, com pitadas de humor, sobre duas garotas praticantes de kendo, sendo que uma é obcecada por vencer e a outra não faz ideia de porque insiste na arte marcial, já que não se dedica e tem até medo. As incongruências me incomodaram bastante, mas é interessante um filme estrangeiro que aborde um tema desconhecido do grande público.

Memories: O problema de filmes formados por segmentos diferentes, como contos, é que raramente todos são muito bons - proeza que Relatos Selvagens consegue cumprir. Esta coletânea de três animações japonesas sofre do mesmo mal, embora nenhuma história seja ruim. Porém, Stink Bomb é tão mais envolvente que as outras (Magnetic Rose também é interessante, mas começa melhor do que termina). Não me surpreende, entretanto, que a história de que menos gostei seja do mesmo diretor de Akira e Steamboy

Nausicaa - A Princesa do Vale dos Ventos: Bela animação do mestre Hayao Miyazaki, um dos primeiros longas que ele dirigiu. O contexto em que foi lançado (década de 1980) torna seu tema ainda mais impactante: a Terra pós-apocalíptica, com desastres ecológicos e grupos de habitantes disputando o poder. As referências são inteligentes e o filme impressiona também pela maneira adulta como algumas sequências são tratadas.

O Abutre: O ótimo enredo e a construção do protagonista fazem deste filme um dos meus favoritos de 2014. Apesar de a abordagem não ser nenhuma novidade para um jornalista - debates mais contundentes já foram feitos em outros filmes -, a narrativa compensa alguns clichês "preguiçosos", sendo a inserção da ação um ponto surpreendentemente positivo. 

O Segurança Fora de Controle: Seth Rogen está longe de ser meu ator cômico favorito, mas de vez em quando ele acerta, como neste filme (que também não é uma grande comédia). Ele interpreta um dedicado segurança de shopping, que precisa lidar com um tarado exibicionista e tem o sonho de se tornar policial. O problema é que, apesar das qualidades, ele é bipolar e um tanto maluco.

As Aventuras de Peabody e Sherman: Simpática animação da DreamWorks que traz um cão superinteligente e seu filho adotivo humano que viajam no tempo em uma máquina. Embora pudesse ser mais divertida, ainda assim consegue ser melhor do que grande parte das animações americanas lançadas nos últimos anos.