sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

2013 de A a Z

Ansiedade: Um ano em que minha ansiedade bateu recordes. Foi difícil controlar, mas ainda estou tentando.
Black Keys, The: Realizei o desejo de ver a banda do Dan Auerbach e do Patrick Carney ao vivo, berrei, descabelei-me, fiquei com dor no corpo todo... e valeu a pena.
Causos: Sim, eu tive bebedeiras (acho que compensaram as que não tive em 28 anos), alegres e vergonhosas. Tive histórias. Causinhos. Enfim.
Depressão: Este mal apareceu, mas por enquanto se mantém escondido.
Ele: O nome dele também começa com E. Rendeu histórias, brigas, expectativas, suspiros... Às vezes nem acredito, mas aconteceu - e está acontecendo.
FDS: Finais de semana - nunca torci tanto para eles chegarem logo como em 2013.
Guarujá: Destino de férias, descanso e réveillon. E nem preciso entrar no mar pra curtir.
Hiddleston, Tom: Muso definitivo, foi tão bom revê-lo em Amor Profundo e em Thor: O Mundo Sombrio.
Ideias: Um ano de muitas ideias e projetos para serem tirados do papel em 2014.
Jornada: O ano foi como uma jornada rumo ao desconhecido - sem roteiros, imprevisível, estressante e obscuro. Mas, ainda assim, não foi um ano perdido.
Kubrick, Stanley: Tema de uma exposição fantástica montada no MIS, o cineasta segue como uma das personalidades cujos trabalhos mais admiro.
Lollapalooza: OK, já mencionei The Black Keys, que vi no Lolla. Mas como esquecer que também vi Two Door Cinema Club e Queens of the Stone Age?
Mindy Project, The: Na falta de tempo e de ânimo - e excesso de rabugice -, elegi esta série guilty pleasure para preencher as lacunas de um dia ou outro.
Noitão: Finalmente foi no Noitão do Espaço Itaú. Os filmes valeram muito a pena - Blue Jasmine, Um Corpo que Cai e O Homem que Ri (OK, não gostei tanto deste último).
Office, The: A série que me acompanhou em momentos difíceis, como uma companheira para me fazer rir e esquecer um pouco o lado chato da vida.
Pós-graduação: Quando encontrei o curso que realmente queria fazer, empenhei-me para conseguir. Financeiramente, psicologicamente e fisicamente.
Quente: Talvez porque eu esteja escrevendo em pleno verão... Não, 2013 foi "quente" sim.
Rock: Se foi um ano "meh" pro cinema, ao menos os rockers puderam desfrutar bastante de boa música.
Springsteen, Bruce: Porque ver o Boss ao vivo foi uma das coisas mais marcantes que já me aconteceram - e não só este ano.
Trabalhos: Claro, muito trabalho para encher o saco a cabeça. Mas pelo menos os da pós são úteis.
União: Por mais que eu quisesse lidar com as coisas sozinha, sabia que precisava do apoio de alguém(ns) na empreitada.
Vampire Weekend: Afinal, os nova-iorquinos fofuchos lançaram um álbum-delícia e já têm show marcado por aqui em 2014.
Wright, Edgar: Um dos meus cineastas favoritos voltou com um filme que fecha a trilogia Cornetto de maneira surpreendente. Oh Wright!
X-Men: Falta muito para o próximo filme dos mutantes estrear? Porque este ano foi muito fraco para filmes (aguardados ou não).
Ya Hey: Aproveitando que é nome de uma das músicas novas do Vampire Weekend - e que a versão ao vivo é bem melhor do que a de estúdio.
Zumbis: Não tem como fugir do tema - afinal, The Walking Dead continua sensacional.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Desafio dos 200 filmes - parte 7

31) Um bom filme infantil: Babe, O Porquinho Atrapalhado (Babe, 1995)
Digamos que é o meu filme infantil favorito de todos os tempos.


32) Algum filme de época: Jane Eyre (Jane Eyre, 2011)
Michael Fassbender justifica qualquer adaptação de romance de época.


33) Um filme que você não indicaria: 360 (360, 2011)

De tantos, escolhi um que vi recentemente e achei muito decepcionante.


34) Um filme de epidemia: A Epidemia (The Crazies, 2010)

Surpreendentemente ótimo - e nem vou mencionar que tem o Timothy Oliphant.


35) um filme que fica na cabeça: Na Natureza Selvagem (Into the Wild, 2007)

Marcante até a última cena.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Um post de 15 minutos

Como eu estava querendo atualizar o blog, mas não sabia sobre o que escrever, impus para mim o desafio de simplesmente criar um post em 15 minutos. Um quarto de hora é um bocado de tempo para escrever livremente, só que deixar as palavras fluírem conforme as ideias transbordam pela linha do pensamento não é uma coisa tão simples. Ainda mais sem um tema definido - agora mesmo estou pensando "que Frankenstein sem coesão e coerência isto vai sair!".
Porém, logo lembro dos meus diários de adolescência, onde eu transcorria sobre dias nos quais não havia acontecido simplesmente coisa alguma. Eu escrevia algumas besteirinhas, que talvez na época fizessem algum sentido pra mim. Depois ainda relia e me divertia com aquilo. Que época!
Os dias têm passado e eu sinto alguma criatividade no trabalho. Tento driblar o estresse e a pressa com textos mais redondos, explorando um aspecto ou outro que julgo importante. Penso no que escrevo mais como uma história informativa - claro que não é, mas preciso libertar algum espírito literário para produzir algo com certa leveza. 
Daí preciso guardar mais um punhado de criatividade para a pós, tentar produzir algo que valha a pena, mas o cansaço e a energia desprendida ao longo da semana quase impedem que eu me esforce mais. E acaba ficando assim, até que me pego torcendo para as férias das aulas chegarem logo.
De vez em quando penso que deveria ter algum hobby mais "animado". Sabe, dedicar-me a atividades que tenham mais ação. E não ter preguiça para isso. Talvez se eu morasse bem ao lado de um parque soubesse aproveitar mais esse lado. Ou talvez eu continuasse sendo eu mesma, jogando o tempo fora quando deveria fazer algo mais proveitoso. 
O fato é que eu não tenho tanto do que reclamar - embora seja uma reclamona. É que reclamar faz parte, sabe? Parece algo que serve para preencher conversas sem nexo. Reclama-se do emprego, reclama-se das pessoas, reclama-se do tempo, reclama-se dos preços, reclama-se do trânsito, reclama-se do metrô lotado, reclama-se de acordar cedo...
No fim, as coisas só ficam realmente péssimas de vez quando - naquele momento em que a sombra negra me dá uma rasteira e tenta me arrastar para dentro da caverna, onde posso ficar durante algumas horas ou alguns dias, mas saio de lá num momento inesperado.

Bom, meus 15 minutos acabaram - mas adoraria falar mais sobre essa sombra negra em outra oportunidade.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Lulu? Só a do gibi.

Vamos lá: não uso e nem pretendo usar um tal aplicativo chamado Lulu (saiba mais aqui). Não julgo quem curte esse tipo de coisa, mas acho que rankear homens e rotulá-los é se igualar a eles - digo, ao grupo de homens que faz justamente isso com as mulheres.
Uma coisa é aquela conversa de bar divertida em uma happy hour, onde coisas são ditas pela diversão e muitas vezes esquecidas antes do dia seguinte. Agora, tornar pública uma opinião anonimamente, que pode denegrir alguém, parece mais uma vingancinha ou coisa de quem não tem o que fazer (ou ambos). Para não dizer covarde, já que não quer mostrar a cara ao dar a própria opinião.
As hashtags do aplicativo e os comentários sugeridos pelo mesmo criam o tom de descontração e piada pronta, mas duvido que as usuárias não ficariam putas se vissem seu perfil do Facebook vinculado a algo do tipo. É hipócrita celebrar o "feminismo" com uma estupidez dessas. Pois, quais conquistas uma mulher que usa um app desses conseguirá? Só se for o êxito de se igualar a homens fúteis e superficiais. 
Sim, sou adepta da máxima "não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você". Acho desrespeitoso e sem graça avaliar alguém por suas "proezas sexuais" ou aparência. E antes que digam "você não tem moral de escrever sobre algo que sequer usou para saber como funciona", respondo o seguinte: imbecilidade não precisa ser testada para ser atestada.

Atualizando: este texto é mais ou menos como penso. Merece ser lido - senão eu não estaria indicando ;)

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Transcorrer

A caixa comprimia o pequeno músculo, que agia lentamente e dolorosamente. A dificuldade em respirar a forçava a lançar um suspiro, que expirava com pouco efeito. Nada ao redor a inspirava. Tudo havia se tornado apático e cinzento. Eram obrigações que precisavam ser cumpridas, quilômetros que precisavam ser percorridos, textos que precisavam ser escritos e vozes que precisavam ser ouvidas. 
O bater lento do músculo remetia à vontade de esvanecer. Em um segundo, deixar tudo. Mas os dias se seguiam conforme o sol surgia desbotando o céu azul. A cabeça esvaziava os pensamentos e o corpo se desfazia de emoções e sentimentos. Rememorou Sylvia Plath e guardou consigo a identificação. Nada esperava, pois não havia mais o que esperar. Apenas registrou para a posteridade.

domingo, 3 de novembro de 2013

Desafio dos 200 filmes - parte 6

26) Um filme que lembra a sua família: Um Homem de Família (The Family Man, 2000)
Eu lembro de quando fomos ao cinema juntos para ver esse filme. E ainda por cima é bem família.


27) Um péssimo filme: Tudo para Ficar com Ele (The Sweetest Thing, 2002)
É tão ruim, mas tão ruim, que eu nunca quis saber como termina.


28) Um excelente musical: Cantando na Chuva (Singin' in the Rain, 1952)
Não é apenas o meu musical favorito como também é o meu filme preferido.


29) Um filme baseado em um jogo: Os 7 Suspeitos (Clue, 1985)
Baseado no jogo Clue/Detetive.


30) Um filme que você não entendeu ou teve dificuldade de entender: Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive, 2001)
Difícil de entender, mas depois que você entende - e lê várias boas críticas sobre ele - é sensacional.


terça-feira, 29 de outubro de 2013

Da série...

... Se eu fosse groupie


Matt Vasquez

sábado, 26 de outubro de 2013

O último/A última...

... filme visto: Perfume, a história de um assassino
... filme visto no cinema: Gravidade
... episódio de série visto: S02E05 de The Mindy Project
... música escutada: Howling for you, do Black Keys
... comprinha de mulher: vestido e saia
... ataque de gulodice: rodízio de temaki
... comidinha boa degustada: crepe do Amorim Chéri
... cerveja degustada: Camila Camila, da Bamberg
... visita ao hospital: há 2 dias
... constatação: não aguento mais ficar doente

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Mindy e seu projeto

Mindy Lahiri. Poucos irão se familiarizar com o nome de uma de minhas protagonistas de série favoritas. A ginecologista com complexo de Bridget Jones é criação da comediante Mindy Kaling, que ganhou holofotes ao se tornar a única roteirista mulher de The Office. E como muitos sabem, é um tanto raro uma roteirista ter a chance de demonstrar seu talento, embora atualmente o cenário esteja se tornando cada vez mais favorável às mulheres.
Mindy - a mulher e a personagem - tem um estilo desbocado, mas romântico. É uma balzaquiana capaz de colocar Carrie Bradshaw no chinelo. Por que? Ela simplesmente se aproxima mais da realidade do que a jornalista superficial de Sex and the City. Claro que Mindy Lahiri também tem seu lado superficial, mas ele é explorado de maneira cômica, e não como um estilo de vida glamouroso em Manhattan.
Com diálogos e tiradas afiados - afinal, em que outro seriado você veria um pastor luterano citar The Black Keys num sermão? -, The Mindy Project é para mulheres. Os personagens masculinos (os bonitões Chris Messina e Ed Weeks) também exercem importante papel, e não apenas de interesse romântico ou cafajeste. Porém, até Mindy encontrar seu par perfeito, temos a oportunidade de ver um desfile de participações especiais na tela: Seth Meyers, Ed Helms, Bill Hader, B.J. Novak, Seth Rogen... e Mark Duplass, que ilumina o programa em inúmeros episódios.
Sem a pretensão de ser inovadora ou um recorde de audiência, a série simplesmente aposta no humor, ora inteligente, ora pastelão. Faz observações quase seinfeldianas do cotidiano feminino, com suas decepções e prazeres, conquistas e derrotas, receios e expectativas. E em um momento no qual Parks and Recreation tenta recuperar o fôlego, Mindy pode se tornar a nova guru da comédia. Bem, como as imagens abaixo mostram, não lhe falta potencial.


domingo, 20 de outubro de 2013

Desafio dos 200 filmes - parte 5

21) Algum filme que te faça rir: Diabo A Quatro (Duck Soup, 1933)
É tiro e queda!


22) Um filme bom com um final péssimo: Identidade Paranormal (Shelter, 2010)
Se o final é péssimo, significa que o filme está longe de ser bom. Mas escolhi um que começa bem melhor do que termina.


23) Um filme que você gostou mas tem vergonha de falar: Hot Rod - Loucos Sobre Rodas (Hot Rod, 2007)
Guilty pleasure.


24) Um filme que te dá medo: O Exorcista (The Exorcist, 1977)
Insuperável.


25) Um curta-metragem: Le Queloune (2008)
História de um palhaço zumbi. É um dos meus favoritos, com o sempre memorável Dominique Pinon.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

No escurinho do cinema

Na fila da bilheteria, eu me preparo para falar com a atendente e dizer o nome do filme e a sessão. Na minha vez, mostro minha carteirinha e escolho meu lugar. Aguardo alguns minutos para entrar na sala, abastecida com guloseimas. Quando chega o momento, entro e me acomodo na poltrona, esperando as luzes se apagarem e abrindo o pacote de salgadinhos. É aconchegante estar ali, com meus pensamentos e expectativas. Os olhos vidrados na tela e os sentidos atentos: apenas eu e o filme.
É uma necessidade que tenho de vez em quando: ir ao cinema sozinha, principalmente no meio da semana - se for dia normal, à noite. Não é um programa para ser feito sempre, mas quando quero, traz um certo aconchego. Um salgadinho no colo e um chocolate na mão... perfeito.
Durante o filme, entro na história e desvendo segredos. Surpreendo-me com alguma reviravolta ou a acompanho aborrecida. Se não gosto, esboço levantar da poltrona e ir embora, mas me seguro até o final, olhando no relógio a cada minuto. Suspiro com alguma cena e sinto meus olhos brilharem. 
Ao final, acabaram os salgadinhos e o chocolate, mas ainda resta um pouco de água na garrafa. Espero os créditos finais enquanto minha consciência remexe e meus pensamentos pululam sobre o que acabou de ser visto. Silenciosamente, retiro-me da sala, enquanto os auxiliares de limpeza aparecem para deixá-la em ordem para a próxima sessão.
No caminho, penso no que vi e rascunho opiniões. A brisa da noite move alguns fios de cabelo enquanto ando apressadamente. Os olhos parecem cansados, mas estão apenas se acostumando com as luzes urbanas que refletem. Dirijo-me ao metrô e aguardo o próximo trem, que traz consigo um letreiro: "Fim".  

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Ah, Saleh Bakri...

Eu o conheci graças a O Que Resta do Tempo, fantástica comédia dramática palestina que assisti na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2009. Foi amor à primeira vista. Uns dois anos depois, conferi A Banda, e quem estava lá? O mesmo moço de olhos verdes e sorriso cativante: Saleh Bakri.
Não demorou para eu procurar outros filmes com ele e encontrar O Sal Desse Mar e A Fonte das Mulheres, sendo este último de um dos diretores que mais admiro na atualidade, Radu Mihaileanu. E o nome árabe do ator não saiu mais da minha cabeça.
Quando soube que estava estreando um filme com Bakri, pensei apenas "preciso conferir". Mal li a sinopse, queria surpresa. E Salvo é um bom filme, embora lhe careça algumas qualidades que me fizeram encantar por O Que Resta do Tempo e A Banda. O filme é italiano e seu personagem (o protagonista) tem poucas falas. Diria que o papel caiu como uma luva, já que ele tem um olhar bastante expressivo - e duvido que seu italiano seja bom o bastante para fazer um filme todo no idioma. 
A película pode não ter sido tão marcante, mas a presença de Bakri deu um toque a mais ao filme - que tem uma escolha técnica que não poderia ser diferente: dispensar a trilha sonora (com exceção de uma canção, que toca "dentro" das cenas) e fazer uso massivo de sons ambientes. 
O silêncio de Bakri, o close em seus olhos e o mundo acontecendo ao seu redor. Como um conto lírico que um de meus alter-egos protagonizaria. Sem a violência, mas com a melancolia das incertezas da vida. Ah, Saleh Bakri...



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Ídolos

Esses dias estava pensando: meus ídolos da adolescência ainda são os mesmos desta fase, digamos, adulta? Não falo especificamente dos atores e cantores/bandas que decoravam minha parede em pôsteres, mas daquelas personalidades pelas quais tinha admiração ou simplesmente gostava muito dos trabalhos.
Para começar, meu primeiro ídolo cinematográfico foi Tom Hanks. Eu tinha uns 9 anos quando apaixonei-me por ele, queria ver todos os filmes de sua filmografia. Mas meus favoritos, com certeza, eram Sintonia de Amor e Forrest Gump - aliás, tenho um carinho muito grande pelo primeiro. Depois veio Jim Carrey. Nossa, eu tinha até uma pasta com recortes de jornal e revista sobre ele. Daí eu curti o Chris O'Donnell - mais pelo fato de ele ser lindo do que bom ator. Matt Damon veio a seguir: na época em que toda menininha gostava de Leonardo DiCaprio e Brad Pitt, eu gostava mais de "cérebro".
Hoje eu posso resumir meu astro-ídolo na persona de Michael Fassbender. Se ele fosse só um rosto (e o resto) bonito, nem o consideraria tanto. Mas depois de ver 14 filmes, acho que já dá para dizer que sou um pouquinho fanática por ele. 

Da fase musical, era só Oasis, Liam Gallagher e Noel Gallagher. Hoje, eu ainda adoro o último. Sua língua afiada durante entrevistas me diverte. Suas músicas atuais remetem às melhores canções do Oasis, especificamente aqueles lados B maravilhosos da coletânea The Masterplan - não é à toa que ele adore mesclar as duas fases nos shows.
Daí eu fui diversificando meu ouvido e tive a fase Travis (ou "menininha ultra-romântica que suspira toda vez que escuta a voz do Fran Healy"), Josh Ritter (ainda o considero um dos melhores cantores e compositores folk da atualidade) e The Black Keys (nem comento porque basta eles lançarem um álbum novo para eu ficar viciada de novo). Bruce Springsteen entrou de vez para o meu rol de pessoas incríveis que tive a oportunidade de ver ao vivo.

Ainda tenho meus autores favoritos - sim, aqueles que me inspiram na linguagem literária, meus musos-escritores. Os contos de Paris é uma Festa, de Hemingway, mexeram comigo na adolescência e vez ou outra recordo algum trecho marcante. Luis Fernando Verissimo tem aquela verve de humor que já tentei emular, mas é impossível ser como ele. 
Da fase pós-ensino médio, Milton Hatoum é a minha herança universitária, já que o descobri graças à faculdade (aliás, um dos melhores escritores que já li - foram só três livros, mas ainda pretendo prosseguir com suas obras). Só um livro de F. Scott Fitzgerald bastou. Poderia citar também Guy de Maupassant e, é claro, o cronista extraordinário Rubem Braga. 

E daí, claro, tenho meus cineastas/roteiristas favoritos. Irmãos Coen, Woody Allen e Billy Wilder no topo. Todos expressam um certo amadurecimento cultural de minha parte, quando diversifiquei meu gosto cinematográfico em busca de novas experiências - OK, irmãos Coen sempre estiveram na minha lista de favoritos, mas depois de assistir a Ajuste Final e Gosto de Sangue, passei a fazer reverência a eles. 
Poderia passar horas falando de meus ídolos do cinema clássico (atores e diretores), mas seria repetitiva porque já falei deles várias outras vezes por aqui (Marx Brothes, Buster Keaton, Charlie Chaplin, William Holden, James Stewart, Gene Kelly e (sim!) Dustin Hoffman).

*Para não dizer que isso é um "clube do Bolinha", da próxima eu cito minhas "ídolas" e divas.

sábado, 5 de outubro de 2013

Serenity now

"Serenity now, Lucy". Foi assim que um grande amigo meu me ensinou. Era 2007 e eu tinha crises de estresse graças à chefe de um emprego temporário. Acordar e pensar que teria de encarar a pessoa era um martírio, mas segui em frente até arranjar outro trabalho - e cumpri e ultrapassei metas até minha feliz saída.
Seis anos se passaram e eu adotei a expressão seinfeldiana como um mantra para momentos difíceis. Ultimamente, várias coisas me encurralam ao mesmo tempo, sendo as principais os trabalhos do curso de pós-graduação (OK, e a tonelada de tarefas que despejam na minha cabeça no emprego). Junta tudo e eu tento disfarçar de uma maneira meio zen, mas tem hora que não dá: SERENITY NOW!
Eu tento ser mais do que sou, desdobrando-me e assumindo compromissos esparsos. Mas aquele senso de responsabilidade de entregar tudo no prazo - digo, os trabalhos da pós - me tira o sono.
Funcionando à base de pizza e energético, finalizo algumas pendências e dou continuidade a outras. O efeito vai passando e eu me encontro sonolenta e pronta para a cama. Não sem martelar na cabeça que preciso levantar cedo em pleno sábado para uma aula e, ao voltar para casa, dar continuidade a outro trabalho que deve ser apresentado em breve. 

Logo tudo termina - e recomeça. O vai-e-vem emocional atravessa o calendário e atinge picos. O desânimo e o cansaço encobrem meu estado de espírito, enquanto eu respiro fundo e digo num sussurro "serenity now". 

domingo, 29 de setembro de 2013

Reencontro

Frente a frente, ela mal conseguia olhar em seus olhos. Tantas coisas passavam pela cabeça que era difícil se concentrar. Respirou fundo, tentando se controlar, e começou a falar. Fez algumas perguntas e gostou de ouvir sua voz em resposta. Estava se segurando, imaginando por quanto tempo conseguiria não transparecer o que sentia. Vez ou outra desviava o olhar em direção a alguma pessoa que passava - mas sua atenção permanecia ali.
Conforme as reticências ocupavam seu pensamento, ele pediu para sentar-se ao seu lado. Abraçou-a. Aquilo a fez retornar dois meses e meio no tempo. O beijo na bochecha alcançou uma parte dos lábios, tocando-os levemente. Não sabia se era proposital, mas decidiu acreditar que sim. 
Em um impulso, pediu para beijá-lo. Queria senti-lo, como tantas outras vezes, e redescobri-lo. Assim o fez. O diálogo aos poucos esmaeceu. Preferiram dedicar-se o momento e curti-lo juntos, enquanto a noite encobria a cidade e a falta de planos permitia um final inesperado.  

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Desafio dos 200 filmes - parte 4

16) Um filme que utilizou de cenas reais: Welcome to Sarajevo (1997)
Eu fiquei impressionada com as cenas reais da guerra em Sarajevo. Tanto que não consegui terminar de ver o filme.


17) Um filme que ganhou o Oscar merecidamente: O Artista (The Artist, 2011)
Só para pegar um exemplo bem recente.


18) Um filme que você nunca assistiria de novo: O Turista (The Tourist, 2010)
Foi o primeiro que me veio à cabeça - e considerei que assisti inteiro.


19) O melhor documentário: Cabra Marcado para Morrer (1984)
Não sei se é o melhor, mas é um dos meus favoritos. 


20) Um filme que possui uma excelente trilha sonora: Um Grande Garoto (About A Boy, 2001)
Assinada por Badly Drawn Boy, é tão boa que dá vontade de deixar no repeat.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

O(s) último(s)/A(s) última(s)...

... filme visto: Elysium
... episódio de série visto: S06E22 de The Big Bang Theory
... série descoberta: Derek
... álbum escutado: The Beast In Its Tracks, de Josh Ritter
... DVDs comprados: A ponte do Rio Kwai e A Vida de Brian
... show visto ao vivo: Bruce Springsteen, em São Paulo
... balada: no Beco 203
... pequenos prazeres: chocolate quente cremoso e quiche de tomate seco num dia frio
... sonho de consumo realizado: um Swatch branco
... trabalho da pós finalizado: artigo sobre a Netflix

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Uma noite de quarta-feira

São de Paulo, 18 de setembro de 2013. Espaço das Américas, 21 horas. A expectativa pelo artista e pela banda acentua a ansiedade. Alguns minutos se passam e as luzes do palco prenunciam a apresentação. Finalmente, um dos shows dos meus sonhos finalmente aconteceria, ali e naquele momento.
Cada músico toma seu lugar e o artista principal se aproxima do microfone. Não parece um senhor de 64 anos. Simpático, jovial e sexy, com a voz rouca e o semblante de uma pessoa comum. Não era o rockstar, era o artista. 
Ao som de Raul Seixas, cantor e banda interpretam Sociedade Alternativa. Nem foi preciso gritar "toca Raul"! Num português carregado de sotaque, a versão enérgica leva o público surpreso à loucura. A partir daquele momento, minha certeza de que aquele seria um show histórico só foi confirmada.
Foram tantos momentos memoráveis que eu não conseguiria fazer um top 10. Mesmo as canções que não conhecia, exalavam sinceridade e emoção. O cantor é um verdadeiro showman. Sua banda, uma reunião de músicos talentosos. Juntos, formam uma família no palco, disposta a entreter e levar alegria ao público. E tudo de maneira espontânea.
Ao longo de quase 3h30, ninguém parecia disposto a deixar o palco. Mas o momento final chegou. A despedida emocionada, o público agradecido e uma pequena lista de músicas que poderiam ter sido incluídas fecham o começo de madrugada - afinal, já era meia noite e meia. É difícil retornar à realidade e constatar que é preciso voltar para casa, dormir e levantar para trabalhar no dia seguinte. Pelo menos foi um motivo para sorrir e enxergar a rotina de outra forma.

Obrigada Bruce Springsteen.


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Da série...

...Candidato a teste do sofá

Oscar Isaac

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Desafio dos 200 filmes - Parte 3

11) Algum filme que te traga boas lembranças: O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel (The Lord of the Rings - The Fellowship of the Ring, 2001)
Além de ser o meu favorito da trilogia, é um filme que me lembra as pequenas - e inesquecíveis - viagens pela Nova Zelândia. E é claro que fiz o tour do Senhor dos Anéis em Wellington.


12) Um filme que você dormiu antes de terminar: O Rei Leão (The Lion King, 1994)
Eu tinha uns 11 anos e dormi antes da metade. Sempre gostei mais das aventuras da Disney do que dos dramas e filmes de princesa. 


13) Algum filme que você nunca conseguiu assistir inteiro: Calígula (Caligula, 1979)
OK, só tentei ver uma vez. E achei tão péssimo que chega a ser engraçado constatar que Peter O'Toole e Helen Mirren fizeram parte disso. 


14) Um filme que tenha sido baseado em um livro: Emma (Emma, 1996)
Adoro o livro e o filme. E a Emma Woodhouse dispensa comentários. Diva!

Emma (1996) por m0vietrailerpark


15) Um filme que tenha participação de algum famoso que não seja ator: Dogma (Dogma, 2000)
O filme é ruinzinho, mas lembrei da participação boba da Alanis Morissette.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Meu escritório por três meses

Se um elemento audiovisual pudesse resumir os últimos três meses de minha vida, seria The Office. Não a série original britânica estrelada por Ricky Gervais e Martin Freeman, mas seu homônimo estadunidense que durou nove temporadas. 
Por incrível que pareça, a série nunca havia me atraído. Talvez porque uma vez, zapeando pelos canais da TV deixei nela por uns 5 minutos e não senti vontade de acompanhar. Mas quando vi que a Netflix tinha várias temporadas, pensei "por que não?". Afinal, as séries que estava acompanhando já haviam chegado à season finale e tinha acabado de conferir a quarta temporada de Arrested Development, também na Netflix. Comecei e simplesmente viciei. Às vezes, no meu próprio trabalho, olho para a sala do chefe e penso "como gostaria que saísse um Michael Scott de lá...".
Em primeiro lugar, preciso confessar que virei fã de Steve Carell. Seus papéis no cinema nunca chamaram muito minha atenção, mas Michael Scott é simplesmente um ícone, um dos melhores personagens da TV de todos os tempos - e, sim, melhor do que o David Brent de Ricky Gervais. Assistindo à série, já sabia que ele sairia em algum momento, e o episódio de despedida do Michael me fez... chorar.
Em segundo lugar, Amy Ryan como Holly Flax é a perfeição. Gosto muito da atriz, mas vê-la como essa personagem cujas participações simplesmente me fascinaram só me faz aplaudir The Office em pé.
Em terceiro lugar, Rainn Wilson está genial como Dwight Schrute. Único ator do elenco que consegue rivalizar com Carell, ele é hilário e talentoso. Chega a ser incrível, na verdade. 
Em quarto, quinto, sexto, sétimo... tudo na série. Dos atores/roteiristas B.J. Novak ("little man") e Mindy Kaling (agora com sua própria série, The Mindy Project) às participações especiais (Will Ferrell, Kathy Bates, Idris Elba, James Spader...), passando pelas revelações John Krasinski (protagonista do simpático Distante Nós Vamos, de Sam Mendes) e Ed Helms (o Stu de Se Beber, Não Case). De episódios especiais de Halloween e Natal a momentos insuperáveis, como o cheese puffs e o parkour (assista a ambos abaixo), The Office entrou definitivamente no meu coração, onde permanece ao lado de Seinfeld, Newsradio, Arrested Development, Flight of the Conchords, The IT Crowd e Parks and Recreation.
E hoje, 13 de setembro, cheguei à series finale como se tivesse passado nove anos com esses personagens, dentro do escritório da Dunder Mifflin em Scranton, Pennsylvania. Mas The Office amorteceu meus últimos três meses, colocando sorrisos nos meus lábios e me fazendo rir alto. Ou suspirar por Jim e Pam e ficar com os olhos cheios de lágrimas em alguns momentos surpreendentes. Foi minha anestesia. Será que estou completamente curada?



sábado, 7 de setembro de 2013

A menina

Era uma festa infantil, mas não havia muitas crianças no salão. Algo pesava no peito de uma das convidadas, que resolveu se afastar de um grupo que conversava sobre um assunto qualquer, em busca de um lugar mais tranquilo onde pudesse se sentar e simplesmente terminar de beber o refrigerante do copo descartável transparente.
Encontrou um canto ignorado pelos outros convidados e pela própria música, que o alcançava com o volume mais baixo do que o resto do salão. Acomodou-se na cadeira e bebeu um longo gole do copo. Afastou a manga da blusa e conferiu as horas no relógio de pulso que acabara de comprar. Ajeitou-o e, quando levantou a cabeça, foi surpreendida por uma menina de olhar curioso a fitando. Sem saber o que dizer, simplesmente voltou a olhar para o relógio.

- Você tá triste? - indagou a menina com olhar curioso.
- Ãhn? É... Não... Por que tá perguntando isso?
- É que você tá aí sozinha e todo mundo tá lá. - apontou para o outro lado do salão, onde as pessoas conversavam e algumas até dançavam com as crianças.
- Não estou sozinha, você tá aqui também.
A menina a encarou mais uma vez, como se seu olhar questionasse a resposta.
- Eu só estou cansada.
- Mas a festa tá começando! Vai demorar um tempão pra cortar o bolo. Eu só fico cansada no final.
Achou graça no comentário e acrescentou:
- Sim, é mesmo. Quando eu tinha a sua idade só me cansava no final também. Voltava pra casa dormindo no carro.

Ao dizer isso, reparou melhor na menina: corpo magro, pernas finas, cabelos e olhos escuros. A franja balançava de um lado para o outro, conforme ela se expressava e gesticulava as mãos ao falar. Lembrava-lhe alguém, inclusive a voz e o modo como falava. 
- Mas o que aconteceu? Você não gosta mais de festas? 
- Eu gosto, é que... sim, estou triste. Você acertou.
A menina balançou a cabeça afirmativamente, como se dissesse "eu sabia". 
- Não pensei que fosse assim tão chato ser adulta
- Como é que é? - olhou incrédula para a menina, impressionada com a semelhança física entre as duas. Até o jeito de balançar a cabeça e morder o lábio inferior era idêntico.
- É... chato. Eu sempre tenho hora pra fazer tudo. Nunca posso ficar mais tempo na festa nem ver filme à noite na TV. Preciso comer legumes e feijão, senão não ganho sorvete. Mas pelo menos não fico triste em festa de aniversário.

Ela abriu a boca para responder à menina, que repentinamente se afastou. Procurou-a pelo salão, mas não a encontrou. Aproximou-se da mãe do pequeno aniversariante e a descreveu, mas não obteve resposta sobre quem seria nem onde poderia estar. Passou o resto da noite pensando naquele diálogo inusitado.
Ao voltar para casa, colocou a cabeça sobre o travesseiro e encarou o teto durante longos três minutos. Suspirou e lembrou-se dos bons tempos em que ouvir um "boa noite" indicava que teria um sono tranquilo e sem pesadelos.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Reconstrução

- Lacuna... - disse silenciosamente, aos prantos, enquanto recordava alguns acontecimentos recentes. 

Mas a ciência não havia revolucionado a tal ponto. A inteligência artificial saía das páginas da literatura de ficção-científica e se tornava parte do cotidiano de milhares de pessoas. O transplante de face já era encarado como um procedimento médico possível. Enquanto isso, apagar memórias seletivas estava longe de se tornar uma realidade. 
Com os olhos fechados, fixou-se em uma lembrança. Apertando as pálpebras, tentou movê-la de um lado da mente para o outro, como se uma tela mental mostrasse tal procedimento. Fazia força, mas a recordação insistia em permanecer ali, imóvel. Segurou a respiração e rememorou outra vez, como se pressionasse com o pensamento um botão imaginário. Assistiu a uma lembrança distorcida, com cores vívidas em paleta alaranjada. 
Ao fundo, escutou uma canção que não pertencia àquele momento. A voz masculina ecoava em uma agradável melodia, enquanto a cena rodava. Parecia estar picotada, pois palavra ou outra era cortada e os movimentos não pareciam naturais. Editara a recordação e agora a relembrava do seu jeito. 
Não se sentia estúpida por mudar o ângulo daquele momento. Agora, era a diretora e comandava o diálogo, focando no detalhe que desejava. Podia torná-lo até mais magro, mais bonito, menos irritante e menos arrogante. Já sua própria imagem, preferia deixar como era, afinal compreendia bem seus defeitos e limitações. Suas falas, porém, eram reescritas. Responderia aquilo que gostaria - ou achava que deveria ter dito. 

A sequência rememorada não tinha conclusão. Repentinamente, era encoberta por névoa e desaparecia enquanto os olhos se abriam. Da próxima vez que acessasse o arquivo mental daquela lembrança, ela seria diferente. Novos detalhes seriam incorporados, enquanto outros seriam descartados em uma nova reconstrução que não se comprometeria a ser fiel à realidade.

sábado, 24 de agosto de 2013

Depois da pausa

Precisei tirar algumas semanas para pensar e repensar antes de voltar a escrever. Não queria ser repetitiva nem me expor ainda mais. Pelos últimos textos pessoais, já dá para traçar um panorama de como me sentia e o que aconteceu nestes três meses. Pensei "é o suficiente". 
Encontrei uma espécie de refúgio em meus amigos e familiares, que pacientemente ouviram meus desabafos. Alguns arriscaram conselhos, outros simplesmente deixaram que eu falasse o que precisava. E aquele sentimento minguante de 'culpa e responsabilidade' foi desaparecendo.
Certamente, todos precisamos de pessoas que nos façam sentir seguros e abrigados - assim, no sentido metafórico. Mas não devemos jogar nossas âncoras e atracar, esperando que as mudanças ocorram ao desembarcar. Não é assim. 
Um dia após o outro, eu tento compreender como as coisas funcionam. Não os outros, mas eu mesma. É como uma busca por autoconhecimento: incessante. E conforme Fran Healy escreveu, "nobody is an island, everyone has to go".

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Como um câncer

Como um câncer, ele se instalou em minha carne. À distância, conseguiu me controlar e manipular insistentemente. Por trás do incômodo que me provocava, surgia a necessidade de uma simbiose, com trocas de segredos e confissões. Mas cada um com sua personalidade forte, desde o início discussões e brigas eram frequentes, fossem os motivos mais sérios ou simplesmente implicâncias.
Quando surgiu a oportunidade de um encontro, fui tomada pelo nervosismo e a insegurança que me são característicos. Temia presente e futuro, conhecendo o passado pouco fácil de que fizera parte em outras relações e mesmo nessa - afinal, já tínhamos dado início ao que foi chamado de "rolo".
Nenhum lado estava completamente certo: os dois erraram, mas também tiveram seus esforços e acertos. Com brigas, idas, reconciliações e voltas, houve inevitável desgaste. Cada um defendendo a si mesmo, poucas vezes foram feitas concessões. O ponto sem volta chegou e acometeu a relação - que eu me esforcei para entender como séria, porém nunca fui convencida de tal coisa. O câncer adormecido se remexeu. O consenso foi de que o fim seria a melhor solução.  
Entre ofensas, defesas, explosões e contra-ataques, ambos saíram magoados. No entanto, não consegui lidar com esse sentimento e nem com a ideia de uma amizade após tudo o que havia acontecido. Queria tirar o câncer de vez, afinal não havia sentido em fingir que nenhuma palavra havia me ferido. Não quis continuar e admiti.
Diante da impossibilidade de conseguir o que queria - que eu mantivesse a amizade e me tornasse alguém de prontidão para ajudá-lo -, ele simplesmente agiu como tantas outras vezes, porém com mais violência. Numa explosão irracional, desceu ao mais baixo nível desde então e proferiu as seguintes palavras:
- Vai tomar no seu #*, sua vagabunda.

Não precisou atingir-me com um soco para demonstrar o quão covarde e autoritário era. Fez da violência verbal a sua arma e justificou-se dizendo que a culpa era minha de ter chegado àquele ponto. Claro, porque é mais fácil culpar alguém por sua atitude do que enfrentar as consequências e conviver com o fato. Como se não bastasse, bloqueou-me para se sobressair como o "dono da razão" (característica que quaisquer cinco minutos de conversa conseguem detectar nele).  
O câncer formou uma ferida e sangrou, mas foi removido. Violentamente, sim. Dolorosamente, sim. E a cicatrização levará algum tempo, mas já começou a acontecer. E assim o câncer desapareceu e eu me recupero lentamente para seguir em frente e retomar minha paz de espírito.

Nota da autora: este texto foi baseado em um acontecimento recente e real. Não houve vencedor nem perdedor, certo nem errado, mas a violência verbal comprovou a fraqueza de um dos lados em aceitar a escolha do outro - e, consequentemente, várias impressões que já haviam se formado ao longo do tempo.

sábado, 3 de agosto de 2013

Desafio dos 200 filmes - Parte 2

06) Um filme de vampiro: A Dança dos Vampiros (The Fearless Vampire Killers, 1967)
Comédia nonsense dirigida por Roman Polanski que traz cenas vampirescas um tanto quanto memoráveis.


07) Um filme que você gostaria de ter assistido no cinema e não viu: Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia, 1962)  
Desde os belos frames construídos magistralmente por David Lean à beleza exuberante de Peter O'Toole e a trilha sonora impecável de Maurice Jarre.


08) Um filme ruim de um diretor bom: Missão: Marte (Mission To Mars, 2000)
Único filme do Brian De Palma que vi no cinema. Por que justo esse?


09) Um filme de baixo orçamento que você tenha gostado: Apenas Uma Vez (Once, 2006)
Custou aproximadamente 180 mil euros. Graças a ele conheci a dupla The Swell Season (formada pelos protagonistas) e pude assistir ao lindo show em 2010.


10) Um filme com uma ótima música tema: Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid, 1969)
Porque Raindrops Keep Falling On My Head é uma das melhores músicas do cinema - e esta cena é um chuchu.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Sylvia & eu

Em uma de minhas andanças cibernéticas, o nome de Sylvia Plath pipocou na minha mente. Em busca de alguns trabalhos dela (poemas, trechos de obras), eu me deparei com este logo abaixo:
Quando acordei esta manhã no quarto úmido e escuro, ouvindo o tamborilar da chuva por todos os lados, tive a impressão de que havia sarado. Estava curada das palpitações no coração que me atormentaram nos últimos dois dias, praticamente impedindo que eu lesse, pensasse ou mesmo levasse a mão ao peito. Um pássaro alucinado se debatia lá dentro, preso na gaiola de osso, disposto a rompê-lo e sair, sacudindo meu corpo inteiro a cada tentativa. Senti vontade de golpear meu coração, arrancá-lo para deter aquela pulsação ridícula que parecia querer saltar do meu coração e sair pelo mundo, seguindo seu próprio rumo. Deitada, com a mão entre os seios, alegrei-me por acordar e sentir a batida tranquila, ritmada e quase imperceptível de meu coração em repouso. Levantei-me, esperando a cada momento ser novamente atormentada, mas isso não ocorreu. Desde que acordei estou em paz.

Senti-me como se fosse a própria Sylvia. Objetiva, poética e sincera, ela faz um relato belíssimo sobre o que estava passando - e a escolha das palavras e metáforas impressiona, ainda mais lendo o original em inglês.

When I woke this morning in the dark, humid bedroom, hearing the rain beating down on all sides, it seemed to me I was cured. Cured of the shuddering heartbeat which has plagued these last two days so that I could hardly think, or read, for holding my hand to my heart. A wild bird pulsed there, caught in a cage of bone, about to burst through, shaking my whole body with each throb. I began to want to hit my heart, pierce it, if only to stop that ridiculous throb which seemed to wish to leap out of my chest and be gone to make its own way in the world. I lay, warm, my hand between my breasts, cherishing the surfacing from sleep and the peaceful steady unobtrusive beat of my rested heart. I rose, expecting at every moment to be shaken, and indeed I was not. I have been at rest since.

Às vezes eu me sinto um pouco Sylvia. Quando a palpitação começa, tento me distrair - criando histórias, vendo algum seriado engraçado ou simplesmente repousando minha cabeça sobre o travesseiro para me acalmar. Muitas vezes não tem motivo; sou simplesmente tomada por essa sensação de pessimismo que parece envolver tudo à minha volta. Se existisse um botão para me desconectar do mundo exterior, talvez fosse mais fácil. Enquanto sou mais humana do que ciborgue, tento lidar com isso do meu modo. 

terça-feira, 16 de julho de 2013

O último/ A última...

...filme visto: O Quarteto
...filme visto no cinema: A Bela Que Dorme
...filme na lista dos mais aguardados: Blue Jasmine
...episódio de série visto: The Merger (S03E08), de The Office
...livro ganhado: Entre os Atos, de Virginia Woolf (já lendo) 
...música escutada: The Black Keys, Never Gonna Give You Up
...exposição visitada: Lucian Freud, no MASP
...momento de gulodice: sorvete duplo de pistache
...comprinha de mulher: blusas para o frio e um cachecol
...show na lista do "preciso ir": Beck no Planeta Terra

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sobre as escolhas que fazemos

Às vezes a vida parece acontecer em câmera lenta. Os dias são longos, as noites monótonas e os finais de semanas terminam sem novidades. Essa lentidão dá a impressão de que a vida é mais longa do que deveria ser. São tantos sonhos e desejos que não cabem dentro dela. Você tenta colocar tudo com cuidado, mas logo percebe o quanto esse espaço é raso. Então, precisa escolher o que colocar dentro da vida, mas conforme o tempo passa, menos itens cabem dentro dela e você precisa tomar decisões rapidamente. Fazer escolhas.
E o que acontecia lentamente, de repente ganha os contornos de um fast-forward. Tudo acontece mais rápido e, se você se distrair por alguns minutos, perde a chance de dizer ou fazer algo. E foram muitas oportunidades perdidas ao longo dos anos, imaginando que ainda teria tempo o suficiente pela frente para alcançá-las. 
Pausar é difícil, mas voltar atrás e consertar é impossível. O que aconteceu, fica lá - no passado. Parar é o limite: muitos fazem com que aconteça, outros são surpreendidos precocemente. Aos que seguem, a pressão parece esmagadora, mas é preciso tirar proveito das preciosidades que nos são oferecidas.
Um sorvete num dia de sol. Um abraço num dia frio. Uma risada com os amigos. Um sorriso sincero. Um longo beijo. Um elogio inesperado. Uma conversa entusiasmada. A música certa no momento certo. A ligação que você estava esperando. O pedido de desculpas aceito. 
Estava tudo rápido demais, até que decidi pausar. Fiz com que a vida desacelerasse e retomasse seu ritmo normal. Passei a escutar as pessoas, mas também a me expressar melhor diante delas. Entendi que não sou "eu", somos "nós". Compreendi que o perfeito é o agora: é quando acontece que você tem certeza do que quer, e não quando aponta as expectativas para o futuro e aguarda.
Não é simples, não é fácil e não tem fórmula. Eu mesma nem sempre faço as escolhas que deveria. E quando acredito que fiz a escolha certa, desejo gritar para que o mundo me ouça. Mas, calada em meus pensamentos, tento encontrar a maneira de dizer para uma única pessoa. Tomada por uma espécie de medo, fecho os olhos e espero o dia amanhecer para, quem sabe, dar a ele um novo significado.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Corrente invisível

Naquela noite escura e fria
Mais do que fugir ou se esconder
Apenas o que ela queria
Era ser ouvida por alguém
Enquanto recostava a cabeça pesada
Cheia de pensamentos em vaivém
Como o pêndulo incessante do velho relógio
Que a despertava em badaladas
Encerrando pesadelos noturnos
Enquanto revirava o corpo entre as cobertas
Encarando o teto com os olhos soturnos
E a boca levemente entreaberta

Submersa nas próprias lembranças
Agitava braços e pernas
Na tentativa de recuperar o fôlego
E manter apenas as recordações ternas
Mas o rosto cansado e sôfrego
Não disfarçava o sentimento de rancor
Que persistia dia após dia
Embebido não só em incerteza e dor
Mas também em crise e melancolia

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Em busca do peso perdido

Enquanto muitos sofrem para emagrecer, eu emagreço sofrendo. De ansiedade. Sim, ansiedade, meu guia desde a infância, quando ia viajar com a família nas férias e precisava dormir cedo para acordar de madrugada e pegar a estrada. Eu era uma naninca - sim, menor do que já sou - e não me aguentava de ansiedade. Durante a viagem então... coitados dos meus pais! Eu ficava desesperada para chegar logo e encontrar meus primos. Daí, chegava acabada na casa da minha avó.
Sempre fui magrinha. Lembro da minha mãe me levando ao médico e insistir que eu deveria fazer exame de sangue porque devia ter anemia. Bem, nunca tive. O único problema que me recordo era do excesso de glóbulos vermelhos, que sempre me faziam ficar vermelha com qualquer esforço físico - tipo brincar no parquinho. Até hoje fico vermelha com uma facilidade enorme - mas isso também é reflexo da timidez.
Voltando à ansiedade, eu nunca conseguia dormir bem em época de prova e trabalhos. Ela trouxe a insônia consigo - e os costumeiros pesadelos de perder a hora, ir mal no teste, levar esporro dos outros... As minhas crises de ansiedade costumavam ser sazonais. Conforme fui crescendo, outros fatores apontaram para ela. A paixão, como sofro por isso! Desde que descobri realmente do que se tratava, acaba comigo toda vez. É algo incontrolável, beirando o insuportável.
O problema é que, bem, eu não tratava isso como um problema, mas uma característica minha. "Tal qual Woody Allen", ri uma vez. Só que no fundo não tem graça. Ela forma um emaranhado na cabeça, coloca ideias loucas lá no meio, cria teorias da conspiração, destrói a auto-estima e potencializa emoções negativas. Ela evolui para algo ainda pior.
A falta de apetite aparece de maneira bipolar. "Ah, que vontade de tomar um Diletto de pistache!" Passo em frente à sorveteria, olho para o freezer e... "Ah, perdi a vontade. Vou pra casa descansar." Só que assim vai sucessivamente. Logo, o almoço perde o sabor, o chocolate perde a graça e uma tortinha enche o estômago e deixa enojada. 
E o estômago roncando de fome simplesmente se cala ao ver comida. O apetite se contorce e se alimentar se torna uma tarefa. Claro que não é sempre, vez ou outra se consegue "comer com gosto", mas na maior parte das vezes algum tipo de sinal é mandado do cérebro e blinda a necessidade.
O corpo vai emagrecendo. Perde energia. Bate a vontade de dormir a todo momento. Chega a irritação. Já não se sabe distinguir tristeza de cansaço. O peso se esvai, o corpo dói e cada dia é interminável. 
Assim, ao menos, é como vejo o que vem acontecendo. É o meu ponto de vista sobre acontecimentos recentes e como lidei com eles: em silêncio, deixando-os me acometerem. Quando é hora de acordar, o esforço é grande. Aí sim eu me olho no espelho e percebo que não era assim. Nunca fui uma pessoa muito alegre, porém nem tão decadente. Aquela melancolia inerente à minha personalidade se transformou em algo maior - e bate o sinal de que é hora de fazer alguma coisa além de enfrentar cada dia com um enorme sacrifício. 
Em busca do peso perdido, aos poucos tento focar no meu objetivo de melhorar e me levantar. Sem (muito) mimimi e com a necessidade de narrar alguns pontos dessa trajetória, buscando apoio em minhas próprias palavras e dividindo isso com quem possa interessar.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sobre o 'não estar bem'

É um assunto delicado para abordar, mas sinto como se devesse falar sobre isso. Ao mesmo tempo que esse desabafo parece ser necessário, sinto-me retraída para me expor. É, de certa maneira, um tabu: as pessoas não querem ou não gostam de falar sobre isso, principalmente porque acham que denota um sinal de fraqueza. Mas, decidi trocar o último por franqueza.
O fato é que possivelmente estou deprimida. E aqui não falo sobre aquela sensação de tristeza ou melancolia. É algo que tenho sentido há alguns meses e que foi piorando conforme ignorei o que se passava comigo. Longe de ser especialista a ponto de fazer um diagnóstico preciso, resolvi procurar ajuda especializada, pois o que sinto está acabando não somente comigo, mas afetando meu convívio e me afastando das pessoas. E eu não quero magoar os outros por um problema que é meu.
Não sinto mais prazer no que gostava de fazer. Quero me isolar de todos e adotar a ideia de que é melhor assim, sozinha. Nem apetite tenho mais: as refeições são simplesmente empurradas - isso é, quando eu como. Tenho vontade de chorar a todo momento e, quando sinto um pouco feliz, logo em seguida algo me derruba, como um pensamento pessimista e a ideia de perder o pouco do que tenho. 
Quero simplesmente dormir por 24 horas, sem ter meu sono interrompido. Mas, quando me deito, demoro a pegar no sono e durmo mal, acordando em vários momentos. Tornei-me desinteressada e desinteressante. Tudo tanto faz pra mim. Nem pra mim tenho ligado, já que cheguei ao ponto em que tudo o que me importa é partir sem dor. Aliás, a tensão acumulada me traz dores no corpo. Ataques de ansiedade não são raros e simplesmente destroem meu dia, assim como a impaciência e a irritação. E, claro, o cansaço.
Nem sei ao certo o que estou compartilhando. Pode ser que eu pense ser uma coisa, mas é outra bem menos grave. Por outro lado, como eu raramente me preocupo comigo, se cheguei ao ponto de procurar ajuda, é porque realmente não estou aguentando.

Não acredito na máxima do "ser feliz o tempo todo", nem prego a crença no amor. Não busco um sentido pra minha vida, nem agradar todo mundo. Quero apenas melhorar antes que esse inimigo anônimo e invisível me destrua.

domingo, 16 de junho de 2013

Da série...

...Ô lá em casa!
Martin Cannavo

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Compilação

Sobrevivi para contar a história. Ou para guardá-la comigo.

De repente, uma melancolia sutil se apoderou de seu corpo e cresceu conforme pensamentos e ideias reviravam em sua mente. 

A respiração pesada atingiu o fundo da alma e retomou fôlego na forma espiralada de um suspiro. Os olhos piscaram lentamente e fitaram o nada. 

Algo queimava dentro de si, exalando uma desagradável sensação de incerteza, enquanto a noite a encobria com seu manto negro e áspero. 

O bocejo denotava cansaço. O olhar, tristeza. As mãos, ansiedade. Os pés, pressa. E o coração, tudo ao mesmo tempo em um milésimo de segundo.

Tudo girava ao seu redor. As vozes ecoavam lentamente e o calor permeava o ambiente. A sobriedade que ainda restava evaporou, tal qual a idealização minguante que insistia em permanecer na cabeça.

Os lapsos de memória traziam de volta o aroma, que parecia cintilar, até enfraquecer e desaparecer completamente.

sábado, 25 de maio de 2013

Desafio dos 200 filmes - Parte 1

01) Um filme que lembre a sua infância: Esqueceram de Mim (Home Alone, 1990)
Era apaixonadinha pelo Macaulay Culkin e me divertia muito quando assistia.


02) Um filme que marcou a sua adolescência: A Múmia (The Mummy, 1999)
Foi marcante ter visto este filme no cinema com um monte de moleque que estudava comigo - eu era a única garota, claro.


03) Um filme que passe na Sessão da Tarde e que você adora: Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off, 1986)
Não deve passar mais, mas era um dos meus favoritos.


04) Um filme que você considera um clássico: Casablanca (Casablanca, 1942)
Perfeito.


05) O melhor filme de seu diretor favorito: Arizona Nunca Mais (Raising Arizona, 1987) - Ethan & Joel Coen
Difícil escolher o melhor, mas este é o meu favorito dos irmãos Coen (a nostalgia influencia na escolha).


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sorriso noturno

Após curtas trocas de mensagem, sorriu. Não conseguiu disfarçar o que sentiu ao ler aquilo. E foi surpreendida de novo. Sorriu mais uma vez. Quando olhou para o relógio e viu que já era hora de se deitar - como uma preguiçosa nata, sabia que minutos a mais pesariam no longo dia que se seguiria -, despediu-se. 
-Vou dormir sorrindo. - admitiu.

No mesmo momento, lembrou-se da última vez que fez isso, quando deitou-se na cama e não conseguia dormir de tanto êxtase, com o enorme sorriso emoldurado pelos lábios e as lembranças faiscantes brilhando dentro da mente. "Você é o meu show do Black Keys no Lollapalooza". Pensou, mas não disse. Talvez fosse algo bobo para comentar com alguém. Talvez fosse entendido meramente como uma piada - ou pior, poderia simplesmente passar em branco. 
Ficou com isso na cabeça, enquanto momentos distintos se entrecruzavam num acontecimento imaginário, como duas linhas do tempo que o acaso resolvesse juntar. Dois dias completamente diferentes. Duas situações marcantes. Um mesmo sentimento: um misto de alegria e sensações adolescentes.
Ainda sorrindo, bebeu o último gole de vinho e sussurrou um refrão, como uma cantiga de ninar para embalar o sono que se aproximava cada vez mais. Sorriu novamente e tentou desligar-se do mundo real para adentrar as cobertas e se permitir imaginar histórias que a embalassem suavemente.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

O último/ a última...

... filme visto: Amor Profundo
... episódio de série visto: Frat Party (S01E23), de The Mindy Project
... álbum escutado: Modern Vampires of the City, do Vampire Weekend
... música escutada: Young Lion, do Vampire Weekend
... violação à tentativa de ser vegetariana: temaki duas vezes na mesma semana
... aventura culinária na cozinha: macarrão com champignon, noz-moscada e alecrim no azeite
... compra mais do que necessária: um notebook
... comprinha de mulher: pijama e camisola para o inverno
... mega-mudança de rotina: a pós finalmente começou
... ataque de ansiedade: ontem