sexta-feira, 18 de outubro de 2013

No escurinho do cinema

Na fila da bilheteria, eu me preparo para falar com a atendente e dizer o nome do filme e a sessão. Na minha vez, mostro minha carteirinha e escolho meu lugar. Aguardo alguns minutos para entrar na sala, abastecida com guloseimas. Quando chega o momento, entro e me acomodo na poltrona, esperando as luzes se apagarem e abrindo o pacote de salgadinhos. É aconchegante estar ali, com meus pensamentos e expectativas. Os olhos vidrados na tela e os sentidos atentos: apenas eu e o filme.
É uma necessidade que tenho de vez em quando: ir ao cinema sozinha, principalmente no meio da semana - se for dia normal, à noite. Não é um programa para ser feito sempre, mas quando quero, traz um certo aconchego. Um salgadinho no colo e um chocolate na mão... perfeito.
Durante o filme, entro na história e desvendo segredos. Surpreendo-me com alguma reviravolta ou a acompanho aborrecida. Se não gosto, esboço levantar da poltrona e ir embora, mas me seguro até o final, olhando no relógio a cada minuto. Suspiro com alguma cena e sinto meus olhos brilharem. 
Ao final, acabaram os salgadinhos e o chocolate, mas ainda resta um pouco de água na garrafa. Espero os créditos finais enquanto minha consciência remexe e meus pensamentos pululam sobre o que acabou de ser visto. Silenciosamente, retiro-me da sala, enquanto os auxiliares de limpeza aparecem para deixá-la em ordem para a próxima sessão.
No caminho, penso no que vi e rascunho opiniões. A brisa da noite move alguns fios de cabelo enquanto ando apressadamente. Os olhos parecem cansados, mas estão apenas se acostumando com as luzes urbanas que refletem. Dirijo-me ao metrô e aguardo o próximo trem, que traz consigo um letreiro: "Fim".  

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