domingo, 26 de fevereiro de 2012

Em dia de Oscar...

... dou uma de que não liga, mas fico ansiosa para chegar logo o horário. Não vou repetir o que escrevi ano passado, embora continue pensando mais ou menos da mesma maneira.
Este ano, dos nove indicados, não assisti O Homem que Mudou o Jogo, Histórias Cruzadas e Tão Forte e Tão Perto. Destes, só assistiria ao primeiro no cinema, pois o que li sobre os outros dois não me chamou muito a atenção a ponto de pagar caro num ingresso para ver na telona.
Os outros indicados a melhor filme em ordem de preferência:

1) O Artista - Ao contrário de muitos comentários, não acho que este seja um "filme de Oscar" (basta ver uma lista com os vencedores dos últimos 70 anos). Mas daí aparecem os "malas do contra", que gostam muito de algum filme que ficou fora ou um concorrente indicado. Sem querer generalizar, mas vejo o perfil de gente que acha Avatar (bocejo) e/ou Cisne Negro (bocejo novamente) o máximo. Pior são os argumentos de que "filme em preto e branco E mudo dá sono" ou que "a história é muito simplória". Mas como já mencionei antes, apaixonei-me por O Artista e nada tira o seu mérito.

1) Meia noite em Paris - Empate de preferência. Também já escrevi um comentário sobre este memorável filme de Woody Allen aqui.

2) A árvore da vida - Não achei extraordinário e, em alguns momentos, até fiquei impaciente. Mas a beleza da composição das imagens e a história central fizeram dele um filme diferente do que costumo assistir, a ponto de me emocionar e refletir sobre ele após o término da sessão.

3) A invenção de Hugo Cabret - Não querendo ser pedante, mas eu tiraria o Hugo Cabret e deixaria apenas "a invenção". Um longa (até bem mais do que necessário) metragem que parece perdido entre a fábula infantil e a declaração de amor ao cinema. Na primeira, Martin Scorsese não parece ter sido bem sucedido, mas na segunda, cativa e emociona.

4) Os Descendentes - Um daqueles tipos de filmes que não fazem a menor diferença na minha vida e que até esqueço ter assistido. Falava-se tanto na atuação de George Clooney que até esperei algo diferente do que ele costuma fazer - tipo Um homem misterioso -, mas é mais do mesmo. 

5) Cavalo de Guerra - Esse me deu sono de verdade. Desnecessariamente longo, piegas e com uma sequência forçada numa fazendinha francesa, que acaba gerando outra cena boba no final. Recomendado para quem considera Spielberg o maior gênio do cinema de todos os tempos e defende qualquer coisa que leve o nome do diretor/produtor.

Demais categorias compreendidas como "principais" 
Ator: Minha preferência se divide entre Jean Dujardin (O Artista) e Gary Oldman (O espião que sabia demais), mostrando que um ótimo ator não precisa de muitas palavras - ou nenhuma - para expressar o talento. Não vi o filme de Damián Bichir (Uma vida melhor não estreou), não achei a atuação do Clooney grande coisa e não gosto do Brad Pitt. 
Atriz: Não assisti a nenhum dos filmes pelos quais as atrizes foram indicadas - por falta de interesse (Millennium, A dama de ferro e Histórias Cruzadas), porque não tive tempo de ver (Albert Nobbs) ou ainda não estreou (Sete dias com Marilyn).
Ator coadjuvante: Só sei das atuações soberbas de Christopher Plummer (Toda forma de amor) e Nick Nolte (Guerreiro). 
Atriz coadjuvante: Outro que só conheço o trabalho de duas indicadas: Bérénice Bejo (O Artista) e Melissa McCarthy (Missão Madrinha de Casamento). Mas são trabalhos bem diferentes.
Diretor: Única categoria principal na qual posso palpitar sobre os cinco indicados! Como não considero o conjunto da obra (vide Martin Scorsese) nem o lado fangirl (Woody Allen), fico entre Michel Hazanavicius (O Artista) e Terrence Malick (A árvore da vida). 
Roteiro original: Só não vi Margin Call. Gosto dos demais indicados, mas me divido entre Meia noite em Paris e A Separação.
Roteiro adaptado: Nesta categoria, não conferi O Homem que Mudou o Jogo. E como não entendo a presença dos outros indicados (A invenção de Hugo Cabret, Os Descendentes e Tudo pelo poder), com certeza O Espião Que Sabia Demais é o que mais merece.
Trilha sonora original: Não é considerada categoria principal, mas como adoro trilhas sonoras e também posso palpitar sobre todas as indicadas, quero que a estatueta fique com John Williams (por As Aventuras de Tintin, e não o meloso Cavalo de Guerra) ou Ludovic Bource (O Artista). 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

11 perguntas - e respostas

Minha amiga Patty, do blog Quarto 217, indicou 11 perguntas para eu responder. Vou tentar, OK?


1 - Qual seu autor favorito?
Não são muitos os autores dos quais li vários livros, mas admiro bastante o Milton Hatoum e suas belas histórias contextualizadas em uma região do Brasil que pouca gente conhece: a Amazônia.


2 - Escolhe o livro pela capa?
Nunca escolhi pela capa. Geralmente sou objetiva e escolho pelo autor ou assunto.


3 - Qual o pior filme que assistiu?
Vou citar os três primeiros que me vieram à cabeça: Calígula (um lixo que muita gente insiste em chamar de cult só porque tem um elenco admirável), Tudo para ficar com ele (sofrível e digno de vergonha alheia) e O Turista (o pior que vi em 2011).


4 - Qual sua profissão, ou a que almeja ter?
Sou jornalista e dificilmente vou mudar de profissão, já que só sei fazer o que faço.


5 - Quais séries de televisão acompanha?
Das que ainda estão indo ao ar: The Walking Dead, Modern Family, Parks and Recreation e The Big Bang Theory. Fora essas, tem outras que já terminaram a temporada e vão demorar para retornar.


6 - Possui alguma coleção?
Coleções que aumentam gradativamente, só DVDs e revistas - se bem que nem chamo de coleção porque quase não compro.


7 - Uma música que te anime sempre.
Run, do Vampire Weekend.


8 - Possui alguma tatuagem? Gostaria de ter?
Não tenho e falta coragem para fazer, já que sou intolerante a dor.


9 - Sabe tocar algum instrumento?
Já tentei aprender, mas sou um desastre e me conformei com isso.


10 - Uma frase de um livro.
Quanto melhor conheço o mundo, menos ele me satisfaz; e cada dia vejo confirmada a minha crença na incoerência de todos os caráteres humanos e na pouca confiança que se pode depositar nas aparências do mérito ou do bom senso. Orgulho e Preconceito, de Jane Austen


11 - Qual foi o melhor show em que foi?
No quesito conforto, qualidade e emoção: The Swell Season, em 2010.


Leia Mais: http://quarto217.blogspot.com/2012/02/tag-11-perguntas.html#ixzz1nQATBGaa
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Desafio musical - parte 24

116) Uma música que faça referência a um lugar real: Phantom Planet, California
A única coisa que realmente prestava na série The OC era a trilha sonora.


117) Uma versão acústica de uma música que você goste: Titãs, Flores
Adoro a original, mas a acústica ficou maravilhosa.


118) Uma música que fale sobre guerra: Edwin Starr, War
Eu lembro do Jackie Chan a cantando A Hora do Rush, um filme que gosto, mas pouca gente sabe.



119) Uma música tocada por um instrumentista que você adore: Django Reinhardt e Stéphane Grappelli, Minor Swing
Adoro os dois, mas conheço melhor o trabalho do Reinhardt (violão) do que do Grappelli (violino).



120) Uma música que te lembre uma festa que você foi: Supergrass, Alright
Há longínquos 9 anos...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Da série...

...Candidato a teste do sofá

Jean Dujardin

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Meme - Desafio das séries de TV

Copiei das minhas notas do Facebook e atualizei.


01) Série de TV favorita: Seinfeld
02) Série de TV de que menos gosto: Glee - não consegui passar do episódio piloto.
03) Série cômica/musical favorita: Arrested Development
04) Série dramática favorita: Homeland
05) Série de ficção/ação favorita: The Walking Dead
06) Série infantil favorita: Castelo Rá-Tim-Bum
07) Série dramática adolescente favorita: Wonder Years (Anos Incríveis)
08) Personagem feminina de série cômica favorita: Leslie Knope (Parks and Recreation) e Elaine Benes (Seinfeld)
09) Personagem masculino de série cômica favorito: Sheldon Cooper (The Big Bang Theory) e Phil Dunphy (Modern Family)
10) Personagem feminina de série dramática favorita: Carrie Mathison (Homeland)
11) Personagem masculino de série dramática favorito: Gregory House (House)
12) Casal favorito: Leslie Knope e Ben Wyatt (Parks and Recreation)
13) "Vaca" favorita: Linda Bluth (Arrested Development)
14) Vilão favorito: Jim Moriarty (Sherlock)
15) Final favorito de série: Spaced
16) Final de série de que menos gostei: Não lembro de nenhuma
17) Final de temporada favorito: The Walking Dead (1ª temporada)
18) Episódio de Natal/Ação de Graças favorito: "The Bath Item Gift Hypothesis" (S02E11), de The Big Bang Theory  (a reação do Sheldon quando ganha o presente da Penny)
19) Episódio que me fez chorar: "Daredevils!" (S03E03), de Psych
20) Série de TV que é meu prazer com culpa: Grimm
21) Série de TV na qual eu gostaria de viver: Pushing Daisies
22) Personagem com o qual mais me identifico: Michael Bluth (Arrested Development)
23) Série de TV com a qual mais me identifico: Spaced
24) Série de TV com a abertura favorita: Dexter
25) Série de TV que eu adorava e agora odeio: Heroes
26) Série de TV com a trilha sonora favorita: Boardwalk Empire
27) Primeira série de TV que eu lembro de ter assistido: Beauty and the Beast (A Bela e a Fera)
28) Último episódio de série visto: "Triggerfinger",(S02E09), de The Walking Dead
29) Uma frase de série de TV que eu goste: "I'm not crazy, my mother had me tested" - The Big Bang Theory
30) Série de TV favorita da infância: Teatro dos Contos de Fadas

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Notas cinematográficas

Caminho da liberdade: O elenco chama a atenção - Ed Harris, Saoirse Ronan, Mark Strong, Colin Farrell e Alexandru Potocean (OK, este é semi-desconhecido, mas já vi alguns filmes e gosto de suas atuações). Porém, o protagonista é Jim Sturgess, que eu acho fraco, mas aqui até que dá conta. Na direção, o mestre Peter Weir, que costuma conduzir bem filmes sobre os desafios que o homem enfrenta em busca de seu destino. Aqui, trata-se de um grupo de prisioneiros na Sibéria em plena Segunda Guerra Mundial, que escapa dos soviéticos e parte rumo à Índia em uma longa jornada por lugares inóspitos e perigosos (as imagens de encher os olhos fazem jus ao à coprodutora National Geographic). Senti falta, no entanto, de uma profundidade maior dos personagens. E, apesar de ser inspirado em fatos reais, várias situações não convencem e o filme precisaria de um tempo de duração ainda maior  para desenvolvê-las.

Hanna: Joe Wright é um diretor revelação da última década cujos trabalhos parecem procurar uma forma de terem sua autoria reconhecida. De fato, ele é responsável por belos planos sequência que permanecem na memória mesmo anos após assisti-los (a Normandia em guerra em Desejo e Reparação, por exemplo). Em Hanna, uma mistura de ação, drama e suspense que parece ter bebido na fonte de Mogli, O Menino Lobo e A Identidade Bourne, o diretor cria uma sequência de luta com Eric Bana de deixar o queixo caído. Mas o filme em si precisava de um "algo a mais".

Um clarão nas trevas: Audrey Hepburn em um suspense como uma mulher cega encurralada por bandidos em seu apartamento? Premissa surpreendente e uma boa atuação da musa - embora exagerada em algumas partes -, resultando em um filme claustrofóbico e tenso. Destaque para Alan Arkin no primeiro grande papel de sua longeva carreira.

Precisamos falar sobre o Kevin: Um filme tenso e marcado pela ótima atuação de Tilda Swinton e do (quase) novato Ezra Miller. Com uma narrativa instigante, achei que o personagem do título merecia um tratamento mais aprofundado por parte dos roteiristas, já que vemos apenas a mesma faceta rebelde - e má.

Carros 2: Sequência desnecessária de uma animação da Pixar que eu nem gostava tanto assim, apesar de reconhecer seus méritos.

Ca$h: Oui, Jean Dujardin! Peguei esse filme só para conhecer algum outro trabalho dele além de O Artista. Achei uma trama muito americanizada, apesar de ser um filme francês. A reviravolta não é empolgante, assim como a história central. Mas vale um fim de tarde.

Nunca diga nunca: Outro com o Jean Dujardin, uma comédia de época fraquinha que só vale para vê-lo na plenitude da cafajestagem (seja bem vestido ou "ao natural").

O Besouro Verde: Não é ruim como dizem. Quer dizer, o roteiro de Seth Rogen e Evan Goldberg é uma grande bobagem, mas considerando o que tinha em mãos para dirigir, Michel Gondry até que fez um trabalho admirável. E vamos parar de desperdiçar o Christoph Waltz com vilões babacas, né gente. 

Filhos da guerra: Filme franco-alemão-polonês de 1990 que se propôs a retratar o nazismo  sob o ponto de vista de um adolescente judeu que conseguiu se infiltrar entre os alemães sob uma nova identidade. Uma história incrivelmente real, mas que perde um pouco pela forma usual com a qual infinitos filmes já trataram do mesmo tema.

Amor À Toda Prova: Comédia romântica boba (assim como 90% delas) que prega lutar pelo grande amor até o fim, seja qual for a humilhação pela qual ele tenha feito você passar. Apesar do ponto de vista ignorante do roteirista Dan Fogelman, alguns momentos inspiradores dão pontos positivos ao filme, assim como o elenco magistral (Steve Carell, Ryan Gosling, Julianne Moore e Marisa Tomei).

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O último/ A última...

... filme visto: O Besouro Verde
... filme visto no cinema: O Artista
... episódio de série visto: Nebraska, de The Walking Dead (S02E08)
... livro comprado: um guia sobre o Equador
... revista comprada: Total Film, edição de março.
... música ouvida: The Chemical Brothers, The Devil is in the Beats
... álbum ouvido: Hanna Original Soundtrack
... hipotético homem da minha vida: Jean Dujardin
... gulodice provada e aprovada: cupcake à-porter da Nina Veloso
... presente para eu mesma: uma sessão de massagem relaxante

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Desafio musical - parte 23

111) Uma música recente de um artista que você curta: Mumford and Sons, The Cave
Acho que postei músicas de todos os artistas que curto bastante, mas eis que esqueci deste grupo.



112) Uma música que seja trilha sonora de um filme que você goste: Jefferson Airplane, Somebody To Love
De Um Homem Sério, que fique claro - pois acho O Pentelho um filme chatinho.



113) Uma música cujo clipe tenha coreografia: Franz Ferdinand, The Dark of the Matinée
Prova de que os indies também dançam... ainda que travados.



114) Uma música com um clipe engraçado: Foo Fighters, Everlong
O Foo Fighters tem vários clipes engraçados, mas este foi o primeiro que vi deles - e é do Michel Gondry.



115) Uma música com erros de português: Ultrage a Rigor, Inútil
Lembro até de uma professora que deu um exercício com a letra desta música para a gente corrigir.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Gulodices paulistanas

Empadinha de sorvete, da Empadaria da Vovó: Trata-se de uma quantidade generosa de sorvete com calda em uma empada doce aberta. Simples e irresistível, a massa deliciosa tem um toque de canela. Provei o sabor de chocolate com calda de ganache (na foto, é o da direita).



Milk shake de kiwi com iogurte, do Fifties: No cardápio de verão do ano anterior, o grande chamariz era o pecaminoso milk shake de pistache. Nesta edição, o Fifties introduziu os chamados yogoshakes. É claro que fui direto no de kiwi, uma de minhas frutas favoritas. Veredito: o preço compensa essa delícia.


Minicupcakes, da Kapcakes: ainda tratados como novidades, os cupcakes bite size desse atelier encantam pela aparência e pelo sabor. Ao contrário de muito bolinho seco encontrado por aí, são macios e molhadinhos, além de não ter buttercream no recheio ou na cobertura.


Cupcake à-porter, da Nina Veloso: Prático de comer, nem parece um cupcake - afinal, você não suja a mão nem a ponta do nariz com a cobertura. Mas quando abre a tampinha, espeta a colher na cobertura, que se alterna com a massa, e prova... Hum! Experimentei o sabor de brownie trufado e não consigo esquecê-lo.




Brigadeiros, da Maria Brigadeiro: Admito que nas festinhas meu docinho preferido sempre foi o de coco. Mas eis que a essa confeitaria inovou ao criar versões gourmet do doce mais famoso do Brasil e mudou o meu conceito. Provei vários sabores e não consegui escolher meu preferido, porém sugiro começar pelo tradicional com chocolate belga.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Impressões pessoais sobre O Artista

O Artista é para mim o que Meia Noite em Paris foi em 2011. E ver os dois filmes indicados ao Oscar me agrada bastante - embora saiba que a película franco-belga tenha vantagem sobre o mais recente longa de Woody Allen. Desde o ano passado, estava curiosa para conferir essa comédia romântica dramática (sim, enxergo os três gêneros nele), desde que li um artigo comentando que se tratava de um filme mudo, uma homenagem à era do cinema silencioso hollywoodiano e sua queda. E sendo uma grande admiradora desse tipo de película quase esquecido - e fã de verdadeiros mestres dessa arte de dizer muito sem falar nada -, minha ansiedade foi aumentando conforme o burburinho se tornava mais frequente.

Don Lockwood e Lina Lamont?
Agradável déjà vu
Fui conferir O Artista na estreia - não aguentei esperar de tanta curiosidade. Logo no começo, me remeteu a Cantando na Chuva, meu favorito de todos os tempos. Não preciso nem dizer, então, que George Valentin (Jean Dujardin) me laçou de jeito e me arrebatou da poltrona. Assim como no clássico de Stanley Donen e Gene Kelly, o diretor, roteirista e coeditor Michel Hazanavicius usou justamente o período de transição do cinema mudo para o sonoro na sua história do astro que entra em decadência por ser "antiquado" para os filmes falados, uma novidade. Em contraposição, a jovem desconhecida Peppy Miller (Bérénice Bejo) entra em ascensão e se torna a estrela da vez.

"Eu também quero beijar"
Dupla perfeita
Apesar de contar com nomes conhecidos no elenco, ainda que em papéis pequenos, como John Goodman, James Cromwell, Penelope Ann Miller e Malcolm McDowell, a dupla principal é liderada por dois atores relativamente desconhecidos (ao menos no Brasil): os ótimos Jean Dujardin e Bérénice Bejo. Ela está encantadora como a heroína, uma mistura de Amy Adams com Anne Hathaway. Ou seja: tem talento para a comédia e é bela e adorável. Dujardin, com seu bigodinho e ternos sob medida, incorpora Douglas Fairbanks, Gene Kelly e até Clark Gable. É a síntese do homem romântico hollywoodiano - aquele por quem as mocinhas suspiravam e se derretiam. 

Se esse casaco falasse...
Beleza por trás da simplicidade
O que mais me encantou em O Artista não foi o fato de ser mudo e em preto e branco nem a história em si, mas a maneira como Hazanavicius o narra  e captura as mise en scènes. Da solitária Peppy abraçada a um casaco ao reflexo de Valentin alcoolizado, são cenas simples, porém poéticas e cativantes. E, como não poderia deixar de mencionar, o cãozinho Uggie, que a cada cena arranca sonoras manifestações de simpatia e ternura do público (nota: os cães dominaram em 2011! Além de Uggie, Milou (As Aventuras de Tintin) e Arthur (Toda Forma de Amor) também arrasaram na tela)).

Posso levar os dois
pra casa?
Ah Dujardin!
Assim que saíram os indicados ao Oscar e Michael Fassbender ficou de fora entre os atores, minha torcida se concentrou em Gary Oldman. Além de o britânico estar ótimo em O Espião que Sabia Demais, tem o conjunto da obra. Porém, depois de assistir a O Artista, Jean Dujardin passou a dividir com Oldman o posto de favorito na categoria. Além de exalar charme e carisma, sua atuação é comovente. As expressões, os olhares e a linguagem corporal usados na construção de seu personagem denotam o talento de um ator que ainda vai dar muito o que falar. Em tempo: em uma entrevista a Jay Leno e na imperdível participação no Funny or Die, ele se mostra uma pessoa extremamente bem humorada - e interessante. Desde então, habita meu ideal masculino - ao lado de Fassbender, Auerbach e Hiddleston. Como diria Lorraine McFly, ele é um sonho!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Balada miada e etc

Lá estou eu navegando pela homepage da Folha quando uma chamada atraiu minha atenção: uma balada temática em São Paulo de The Walking Dead. Fã da série, fiquei com vontade de ir e já comecei a me mobilizar, chamando pessoas para irem junto. Foi no Sonique Bar, um lugar que parecia legal, bem badalado pela mídia. E ainda haveria sorteio de DVDs, livro e brindes da série. Ou seja: achei que me sentiria em casa, com nerds como eu.
Chegando, que decepção: além de ter que ficar mais de meia hora na fila para entrar, embaixo de uma chuvinha (nota: estava vazio lá dentro), tive que aturar uma hostess grossa, como se estivesse fazendo um favor ao deixar cada meia dúzia de pessoas entrar. Quando finalmente entramos, a trilha sonora era um lixo. Era tão ruim que em certo momento o ponto alto foi tocar Backstreet Boys (para verem o nível!), fora Spice Girls, Britney Spears, Lady Gaga e coisas que eu não gostava nem quando tinha 13 anos de idade. Um pouco antes de eu ir embora tocou Take me out, do Franz Ferdinand, mas nem foi a música inteira. No final, fomos embora mais cedo, lá estava abafado e "miado". E é um lugar péssimo para paquerar, diga-se (a não ser que eu fosse homem, gay ou hetero). 
Nem esperei o sorteio. E aposto que o nerds pingados que ficaram para esperar se sentiram torturados com aquela overdose de música duvidosa e gente antipática. Nota: eu fui paquerada por um pivete de 18 anos, insistente pra caramba. O que eu tenho para atrair gente assim, hein?
A malfadada balada me fazia pensar que estaria mais satisfeita em casa sozinha, em plena noite de sábado, vendo algum filme ou seriado. Eu me esforço para ser, er, "normal", mas noites assim me desanimam muito. Eu sei que tenho um alto grau de exigência, tem que ser algo muito bom para me tirar de casa e da rotina. E ainda imaginei poder ouvir na pista Lonely Boy, do Black Keys, agora que eles estão ficando pop...

De volta à "irrealidade". Benedict Cumberbatch se tornou o novo muso do blog, mas Tom Hiddleston e Jean Dujardin estão a caminho. Aliás, onde esse francês esteve este tempo todo? Por que ninguém ofereceu um papel em um filme realmente decente para ele antes de O Artista? Por que? POR QUE?

Agora, dou meia volta e me viro de frente à realidade. Por que é tão difícil abandonar velhos hábitos, manias e rotinas? Por que é tão fácil se acomodar a eles? Não digo em relação a nada especificamente, mas a quase tudo. Necessito abandoná-los, junto com a minha preguiça. Preciso de uma força nisso, de um apoio. Eu me desanimo facilmente, preciso insistir mais em algumas coisas, ter algum objetivo, e não viver como um barco abandonado no meio oceano, sem bússola e muito menos GPS. Navego, navego, navego e nunca esbarro em uma ilha misteriosa, é sempre o mesmo vento soprando e o sacolejo infinito do mar. Enfim.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Desafio musical - parte 22

106) Uma versão ao vivo que você ache melhor que a de estúdio: Ben Folds Five, She Don't Use Jelly
Eu prefiro esta versão ao vivo. Ficou mais limpa, só com o trio piano-bateria-baixo. A de estúdio tem um som latino mais acentuado.



107) Uma música lado-b de um artista que você curta muito: Oasis, Round Are Way
Levando em consideração que os únicos lados-B que conheço são do Oasis... e este é excelente.



108) Uma música de um artista ou banda com um artista que você ache linda/o: Bruce Springsteen, Human Touch
Ai ai... e este é justamente o clipe que me fez "pirar" no Mr. Springsteen.



109) Uma música que você considere épica: Queen, Bohemian Rhapsody
Épica em todos os sentidos.





110) Uma música cantada em uma língua não nativa por um artista: Belle & Sebastian, A Minha Menina
A primeira que lembrei! (PS: essas meninas dançando no palco são muito cafonas, hahaha)

Da série...

...Ô lá em casa!


Mathias Lauridsen

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Mais dois pra lista...



  • Vestido com saia estilo soltinha. Caminho em direção à porta do prédio. Automática com sensor, ela abre assim que me aproximo. Algum passos à frente, estou do lado de fora, em frente à movimentada Nove de Julho. Uma ventania forte insiste em levantar a saia e, sem ter muito o que fazer para impedir, tento segurá-la e corro para sentar no banco, desesperada e preocupada se alguém viu. Mesmo sentada, o vento insiste em me fazer passar mais vergonha. Volto ou saio em direção ao meu destino - não "destino", mas o lugar pra onde estava indo mesmo. OK, destino, aí vou eu, o caminho todo segurando a barra da saia como uma Marilyn Monroe morena e desengonçada.

  • Ah que ótimo, deu 18 horas e posso finalmente ir pra casa. Elevador chegou, ninguém mais vai entrar? Só tem seis pessoas e cabe mais uma. Bom, então eu vou. Hein? O elevador parou? Ele não desce mais? QUEBROU? Entre o 13º e o 12º andar? Oh não! E eu esqueci de colocar água na minha garrafinha. Céus, que calor! Pelo menos tenho companhia. Ai, vai demorar muito pra abrir? Abriram uma frestinha, tá entrando ar! Temos que esperar o técnico sair de onde ele está pra vir aqui ajudar a gente a sair? PQP! Bom, pelo menos eu tenho Black Keys para ouvir. "Keep calm and listen to The Black Keys". "Serenity now". Passa a água aqui pra gente, enche minha garrafinha. Ufa! Ganhamos bala também! Ah, isso, liga o ventilador e direciona ele na fresta. Ai, alívio. Droga, já estou em pé há mais de uma hora, quero sentar, mas de saia não dá! Ai, minha pressão parece estar baixando... calor! Quero sair! Quero ir embora! Ah, o moço chegou, quase 1h30 depois... nossa, que rápido, já abriu! Estou de saia, vai ter que me pegar para eu sair daqui, não vou sentar para pular! Bem... foi ruim, mas poderia ter sido pior...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sobre arte e croissants

Maurice Utrillo - Sacré-Coeur de Montmartre
e Chatêau des Brouillards
(1934)

O Museu de Arte de São Paulo é um dos meus lugares preferidos na capital paulista (embora tenha visitado apenas quatro vezes). Na penúltima vez em que estive lá, anotei na agenda do celular o nome do autor do quadro ao lado e parte do título da obra, para lembrar de pesquisar quando chegasse em casa. Acabou que esqueci de fazer isso e, alguns meses depois, troquei de aparelho. Mas, ontem consegui encontrar a referência na memória dele e, embora não conseguisse relacionar a informação que gravei ao quadro em si, dei um Google e lembrei por que ele havia me encantado. O que mais me chamou a atenção foi o uso das cores, equilibrando o discreto colorido com a paisagem urbana que parece estar permeada por neve. Dá vontade de atravessar a tela e percorrer aquelas ruas típicas, entrar numa boulangerie e pedir um croissant para degustar durante o passeio. Referências sobre a obra aqui.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Outras notas cinematográficas

As aventuras de Tintin: Depois de anos de muitos rumores, Steven Spielberg e Peter Jackson finalmente se juntaram em uma bem-sucedida parceria para levar os personagens de Hergé ao cinema. Com uma produção cinematográfica estonteante, ótima caracterização de personagens, trilha sonora (de John Williams), roteiro (Edgar Wright & Steven Moffat & Joe Cornish) e sequências de ação e comédia, o resultado é uma divertida e agradável volta à infância.

A Separação: Drama iraniano favorito ao Oscar de filme estrangeiro (também concorre a roteiro original), que facilmente poderia estar também entre os candidatos a melhor filme. É uma história sem mocinhos ou vilões, você consegue compreender cada motivação dos personagens e, por fim, não consegue de fato julgá-los por suas ações.

Sherlock Holmes - Um jogo de sombras: Gostei bastante da primeira parte, mas essa sequência é o tipo de filme que dá vontade de ver de novo. Com um bom roteiro e ótimas atuações, é um blockbuster bem realizado que aponta a vulnerabilidade de Sherlock sem cair no uso de clichês.

Um negócio de morte: Comédia canadense simpática, mas que acrescenta pouco ao gênero, apesar do humor negro acentuado. Destaca-se pela presença de Rose Byrne e Jay Baruchel no elenco.

Ataque ao prédio: Produzido por Edgar Wright e dirigido por Joe Cornish (roteiristas de Tintin), é aquele tipo de filme supercool que as distribuidoras brasieliras preferem lançar diretamente em DVD por não trazer nomes conhecidos (vide Super 8, longa com tema parecido e inferior, que chegou às salas do País beneficiado pelos nomes de Spielberg e J. J. Abrams).

Paul: Boa comédia estrelada e escrita por Simon Pegg e Nick Frost (Todo Mundo Quase Morto, Chumbo Grosso), com a direção de Greg Mottola (Arrested Development, Superbad). Longe de ser um filme genial, mas consegue fazer rir com a história de dois nerds britânicos que encontram um extraterrestre no meio-oeste dos Estados Unidos. E, sim, Kristen Wiig está muito engraçada.

Burke e Hare: Baseado na história real de dois assassinos que vendiam os corpos de suas vítimas para um médico realizar estudos, na Edimburgo vitoriana. A crítica caiu matando em cima do filme, mas eu curti - principalmente pela dupla Simon Pegg e Andy Serkis - sem CGI!

Matador em perigo: Outro que vale mais pelo elenco do que pelo filme em si. Vejamos: Bill Nighy, Emily Blunt, Rupert Grint, Rupert Everett e Martin Freeman. Mas é uma comediazinha OK, dá para rir e tudo mais.

Guerreiro: Filmaço. Fico perplexa em constatar que não quiseram lançar esse filme nos cinemas brasileiros, mesmo com a boa recepção por parte da crítica estrangeira. Nick Nolte concorre ao Oscar de melhor ator coadjuvante, mas poderiam muito bem indicar a melhor filme - é melhor do que O Vencedor, que foi candidato ano passado. E nem preciso mencionar os lindos e talentosos Tom Hardy e Joel Edgerton, preciso?

Os descendentes: Dramédia simpática, mas não achei esse "oh" todo. Levando em consideração todos os prêmios que levou e está concorrendo, era de se esperar mais do que um filme convencional. Mas Alexander Payne é isso: um bom realizador, mas superestimado (o único filme dele de que realmente gosto é As Confissões de Schmidt).

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Desafio musical - parte 21

101) Uma música que não faça sentido: Oasis, Champagne Supernova
Adoro, mas alguém poderia me explicar?

102) Uma música que te lembre um amigo: Crowded House, Don't Dream It's Over
Persiolino!

103) Uma música na qual você se identifica com o refrão: Stereophonics, Mr. Writer
Sempre afogada nas mentiras que alguém escreveu...

104) Uma música que você quer que toque no seu funeral: Travis, Why Does It Always Rain On Me?
Por quê???

105) Uma música que fale de algo estranho: Iron Maiden, The Number of the Beast
Sinishtra!

Sherlock vs. Sherlock

O detetive mais conhecido da cultura pop, Sherlock Holmes, é protagonista de diversos livros, filmes e séries. Embora não seja uma conhecedora das obras de Sir Arthur Conan Doyle, nem tenha visto as séries ou longa metragens antigos - com a exceção do divertido O Enigma da Pirâmide (dir. Barry Levinson, 1985), do qual tive um certo trauma durante a infância por causa de algumas cenas assustadoras -, sou fã do personagem. Por ser , entende-se a nova série da BBC e os filmes recentes da Warner Bros.

Do século XXI - filmes e série
A série acabou de finalizar sua segunda temporada, enquanto o filme já chegou à segunda parte. Na TV, o ator principal é britânico de nascença, enquanto no cinema é um norte-americano de alma inglesa (afinal, ele já foi até Charlie Chaplin em uma cinebiografia). Embora Sherlock (a série) e Sherlock Holmes (os filmes) tenham suas diferenças, retratam o detetive de maneira semelhante, acredito que bastante fiel ao personagem literário. Enquanto o primeiro é um indivíduo contemporâneo, resolvendo casos com a ajuda de gadgets modernos e muita tecnologia, o segundo segue a linha aventura de época, contextualizando-se na segunda metade do século XIX. Ambos trazem uma boa dose de ação, mas Sherlock se prende ao complexo e intelectual - é difícil imaginar Benedict Cumberbatch saindo no braço com algum malfeitor, como Robert Downey Jr. faz.

"Foi bom para você, Watson?"
Guy Ritchie no comando
Quando surgiram as notícias de que Guy Ritchie dirigiria um novo filme baseado nos personagens de Sir Conan Doyle, torci um pouco nariz. Afinal, o diretor nunca mais fez nada que chegasse aos pés de sua estreia no cinema, o cool Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (OK, Snatch é bacana, mas muito pretensioso para o meu gosto). Daí escolheram um americano para viver Sherlock: Robert Downey Jr, que estava recuperando o prestígio de outrora (OK, ele estava ótimo em Chaplin, mas com tanto ator britânico bom, precisava de alguém com tamanho apelo comercial?). E como John Watson... Jude Law (OK, ele é versátil, mas conseguia imaginá-lo mesmo como Sherlock). Felizmente, enganei-me quanto a essas escolhas, que se mostraram acertadas - ainda mais no segundo filme.

London Fashion Week
Hi-tech 
A ideia não soa original: uma série na qual Sherlock Holmes é um sujeito brilhante, arrogante e obcecado por resolver mistérios em pleno ano de 2010. Claro que ele não abre mão de celular, GPS, microscópios eletrônicos e o que de mais bacana estiver ao seu alcance, para ajudá-lo a desvendar crimes que a Scotland Yard não faz ideia por onde começar. Para o papel principal, o londrino Benedict Cumberbatch, que me causou repulsa em Desejo e Reparação e até em Garoto Nota 10. Na pele de Watson o simpático Martin Freeman, que até então eu sempre lembrava graças ao dublê de corpo em Simplesmente Amor. (Os criadores dessa produção televisiva eram desconhecidos para mim.) Mas o que não parecia ter chances de me viciar se tornou um dos seriados mais sensacionais dos últimos meses - a segunda temporada é um deleite.

Sherlock sensualizando na poltrona
Downey Jr. x Cumberbatch
Acho que não preciso dizer que prefiro o Downey Jr. como Sherlock do que como Tony Stark, preciso? Passei a dar a devida atenção a esse ótimo ator em Zodíaco, no qual ele é o jornalista paranoico colega do personagem de Jake Gyllenhaal. Seu Sherlock tem um senso de humor sagaz e não pensa duas vezes antes de partir para o "mano a mano". É um sexy meio junkie, sem se preocupar tanto com a aparência, mas com charme de sobra.
Cumberbatch, por outro lado, é um Sherlock mais contido, super bem vestido, com um ar angelical, mas mala demais - no sentido de "mal humorado" e "pedante". 
OK, na minha ou na sua?
Das duas versões sherlockianas, é uma tarefa quase impossível escolher a melhor. De um lado, um steampunk que exibe inúmeros machucados ao longo dos filmes; um sujeito mais aventureiro e que sua a camisa - chegando a tirá-la em algumas oportunidades (ui!). Do outro, um mimado que arranca suspiros com seu figurino e cachecóis elegantíssimos, o olhar frio e as maçãs do rosto que parecem ter sido esculpidas. Sem contar os cabelos originalmente loiros que foram escurecidos especialmente para o personagem (sacrifício? Nada! Ele fica melhor moreno). Mas eu diria que mesmo o Cumberbatch ganhando na elegância, no sotaque e na linda voz, Downey Jr. vence no carisma, no cinismo e na habilidade de irritar o Watson. Então... deu empate técnico!