sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Meme saúde

Não costumo responder memes, mas já que a minha amiga Patty propôs esse para mim, não tinha como eu ficar indiferente!

3 doenças que eu tenho:
1. Taquicardia;
2. Rinite;
3. Fotofobia.

Quando eu era criança tive:
1. Catapora;
2. CIV (Comunicação Inter-Ventricular);
3. Sinusite.

3 hábitos saudáveis que eu me orgulho de ter:
1. Não fumar;
2. Beber bastante água;
3. Não ingerir gordura animal.

3 hábitos saudáveis que eu gostaria de ter:
1. Comer frutas;
2. Fazer exercícios físicos com mais frequência;
3. Alimentar-me bem no café da manhã.

3 Remedinhos sagrados para mim:
1. Aspirina;
2. Dormir;
3. Silêncio.

Me sinto bem quando:
1. Acordo espontaneamente após uma ótima noite de sono;
2. Saio para beber e conversar;
3. Vejo um ótimo filme, escuto uma ótima música, leio um ótimo livro.

Me sinto mal quando:
1. Não consigo controlar a ansiedade;
2. Faz muito calor;
3. Tenho cólicas.

Pra mim TPM é sinônimo de:
1. Irritação;
2. Impaciência;
3. Reclusão.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Men in glasses - Part II

Clique no nome para conferir a versão óculos. Part I aqui.  

Clive Owen 

Atualizando...
O link do Noah Wyle não abre. Para visualizar a imagem será necessário copiar o link a seguir e colar na barra de endereços: http://gatesfan.bravehost.com/pics/Microsoft/relaxation%20posv.bmp

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Lolita não está mais à venda

A pré-adolescente com a boca vermelha de batom sorriu e mordeu os lábios de forma provocante. Humbert fingiu não notar, mas o prazer queimava dentro de seu peito. Olhava para ela de esguelha e continuava conversando com a mãe da garota como se não tivesse percebido nada. De repente, Lolita olhou para mim como se estivesse suplicando. No mesmo instante, Humbert e Charlotte interromperam a conversa, perceberam o que estava acontecendo e me lançaram o mesmo olhar. Nabokov surgiu ecoando em minha mente. “Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta”. O escritor russo não estava disposto a me perdoar caso eu desse prosseguimento àquilo.

Enquanto aguardava a mulher retornar, o livro de capa azul encardida repousava silenciosamente naquele móvel. As outras obras sobre o balcão do sebo eram ignoradas, e a de capa verde do Saramago devia estar enfurecida por parar ali sem sentir metade de suas páginas serem tocadas por meus dedos de leitora, vorazes enquanto as histórias conservassem minha afeição.

A mulher regressou e tentou encontrar algum valor nos objetos que simbolizavam o sustento de sua loja. De sobressalto, apanhei Lolita e coloquei de volta na sacola, relembrando algumas passagens do livro, o período da faculdade quando o li e o ótimo professor que lecionou a matéria que me apresentou a obras tão marcantes. “Mudei de idéia, esse aqui não quero mais vender”, respondi à vendedora/compradora.

Imaginei Lolita saltitante, agindo de forma mais semelhante a uma criança do que a um símbolo sexual. Pensei em como teria sido difícil a um russo escrever uma história daquelas em inglês, criticando a sociedade consumista norte-americana da década de 1950 e tratar do tema pedofilia em um período de puritanismo e conservadorismo nas artes. Fantasiei Stanley Kubrick dirigindo Peter Sellers na adaptação cinematográfica de 1962. Todas essas imagens me acompanharam até o caminho de volta. E a língua tocava o céu da boca e os dentes conforme o nome da personagem.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Dúvidas de uma maníaca obsessiva compulsiva

Post dedicado a Adrian Monk, Howard Hughes e Melvin Udall - e quem mais se identificar.

Por que o fio do telefone enrola sozinho?
Noto aquele fio irritantemente enrolado quando vou falar ao telefone. Com cuidado, o desenrolo. Tempos depois, quando volto a usar o aparelho, o dito cujo enrolou sozinho!

Por que sou uma das poucas pessoas que se importa com objetos devidamente alinhados sobre uma mesa, como talheres, jogo americano, guardanapo...?
Uma mesa perfeita para a refeição. Não é preciso muita coisa, eles devem apenas estar alinhados, transparecendo organização e limpeza.

Por que o garçon não tem mais cuidado para não derramar o chope?
Chope escuro é bom – dentro do copo. Vazou e escorreu, não hesito em secar a taça, a mão, o porta-copo, a mesa...

Por que perfeccionistas são tachados de chatos?
O que há de tão ruim em reler um texto várias vezes antes de mostrar a alguém, conferindo milimetricamente se não há repetição de palavras no mesmo parágrafo?

Por que a ação a seguir é tratada como uma compulsão: “repetir mentalmente uma conversa para garantir que nenhum detalhe tenha sido esquecido”?
Eu faço muito isso, como se estivesse (mentalmente) conversando sozinha. Oras, é apenas receio de falar o que não devo ou esquecer alguma coisa no meio da conversa.

sábado, 22 de novembro de 2008

House para maiores

Depois de ver um beijo desses em um episódio de House, eu tinha que ter um sonho impróprio com o gênio rabugento...


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A panela dos indiscretos

Sutileza e discrição é uma das qualidades mais admiráveis em uma pessoa, principalmente no ambiente de trabalho. Por exemplo, se existe o horário de almoço para colocar a conversa em dia e fazer futricos e reclamações, por que cochichar longamente durante o expediente? Certamente, para evitar que outros ouçam, mas o próprio cochicho se entrega, ainda mais quando é usado em uma sala pequena, denotando a ansiedade em comentar algum fato que poucos podem ouvir. Mais lastimável ainda é entrar na dita sala para trabalhar e interromper imediatamente um cochicho, provocando a saída voluntária das pessoas, que continuam a cochichar fora da sala.
Mesmo aqueles que são aparentemente experientes no que diz respeito à ética cotidiana, cometem deslizes terríveis e perdem pontos de crédito e confiança. Falar mal do colega em público, debochando e rindo, aproveitando que ele ainda não chegou? Achei que esse tipo de coisa só acontecesse na escola – talvez porque eu tenha abandonado o hábito lá na época do ginásio.
A postura durante o trabalho diz muito sobre a personalidade de alguém. Não defendo uma ditadura onde ninguém converse ou ria e só esteja concentrado nas tarefas, de olho na produtividade, mas há de ter o bom senso de que certas atitudes devem ser evitadas. E, notando até o mais leve olhar de desdém, prefiro almoçar sozinha e ocupar meu tempo com alguma leitura.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O intelectual e a aspirante a jornalista

A entrevista havia sido marcada pelo telefone: seria em uma terça-feira de setembro (não recordo a data), às 15h00. O endereço e uma explicação de como chegar ao local foram anotados com muita atenção. Eu estava ansiosa (e um tanto nervosa). Mas a voz calma do outro lado da linha indicava uma pessoa extremamente gentil.
No dia seguinte, comentei com alguns professores sobre o sucesso em conseguir aquela entrevista.
- Ele é uma flor de maracujá! Muito fofo! – afirmou a professora que conhecia o entrevistado há muitos anos.
- Chame-o de senhor, seja muito educada e aproveite o momento. Será muito importante para o seu TCC – aconselhou o orientador da tese, aparentemente mais nervoso do que eu.

Cheguei antes do horário marcado e fiquei aguardando ele chegar. Estava muito nervosa, afinal era o Antonio Candido. Um intelectual, professor, pesquisador, autor... de grande importância para a cultura brasileira; a figura chave para o meu trabalho, um perfil biográfico jornalístico do critico de cinema Paulo Emilio Salles Gomes, falecido em 1977. Juntos, eles e outros jovens como Ruy Coelho, Decio de Almeida Prado, Gilda de Mello e Souza (para citar alguns), fundaram a revista Clima, na década de 1940. A publicação foi um marco para a crítica cultural brasileira, influenciando autores e editores de grandes jornais a investirem nesse tipo de produto.
Em frente ao prédio, o porteiro avisou que Antonio Candido tinha saído e retornaria por volta das 16h00. Eu quase entrei em pânico, preocupada com o horário, com algum imprevisto que pudesse acontecer e, pior ainda, que ele tivesse esquecido daquele encontro.
Mas, enfim, eis que surgiu um senhor muito simpático. Eu me apresentei a ele, que indagou se a gente não havia marcado para o dia seguinte: ele anotou na agenda que seria na quarta-feira. Felizmente, me recebeu. Pediu desculpas pela confusão e subimos juntos para o apartamento dele, onde seria feita a entrevista. Assim que adentrei, fiquei maravilhada: a sala era uma biblioteca com centenas de livros. Fiquei imaginando ele, outrora, estudando aquilo tudo, fazendo esboços de pesquisas, preparando aulas...
Sentamo-nos em duas poltronas nessa sala. Preparei meu gravador e o bloco de anotações, dei uma relida nas questões e a entrevista começou. Depois de tudo, pensei bem e não foi, de fato, uma entrevista: foi uma conversa, de tão descontraída e enriquecedora. Houve um momento em que fomos interrompidos por uma ligação. Ele pediu licença, atendeu o telefone e voltou à entrevista exatamente no ponto onde havia parado – notei ao ouvir a fita novamente; nem parece que havia tido uma pausa de alguns minutos. Um senhor de 88 anos (hoje ele tem 90), tão lúcido e atencioso que me fez querer chegar à idade dele assim também.
Em certo momento, perguntou “qual é o seu nome mesmo?”. Respondi e ele falou que era muito bonito, lembrando que era parecido com o de sua mãe. De repente, começamos a falar sobre Minas Gerais, Estado onde ele cresceu e do qual a minha família provém. E, claro, não tem como falar de Minas sem mencionar a maravilhosa culinária mineira.
A entrevista gerou muitos comentários na faculdade, e até piadas. “Você não acha que ela deveria fazer uma camiseta escrito ‘Eu entrevistei o Antonio Candido?’", a professora comentou com meu orientador. Mesmo tímida com toda essa badalação, eu me senti orgulhosa. Há fatos na vida que a gente prefere apagar. Melhor, porque assim sobra mais espaço para aquilo que devemos registrar.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Jujubas

Marcela percorria os olhos inchados de tanto chorar pelas prateleiras desorganizadas do corredor de guloseimas do supermercado. Procurava um antídoto doce para aquele momento no qual sentia muita pena de si mesma; apanhou uma barra de chocolate ao leite e colocou na cesta plástica encardida. Deu mais alguns passos e aproximou-se da coluna de balas. Havia gulodices de todas as cores, tamanhos e sabores. Examinou sem muita atenção os pacotes coloridos, até seus olhos brilharem ao focalizar uma embalagem de jujubas. Pequenas, macias, saborosas e inexplicavelmente familiares. Colocou o chocolate de onde havia tirado e chegou ao caixa apenas com as jujubas.
Satisfeita com a simples compra, saiu do supermercado em direção a sua casa. Salivava a todo momento que olhava para as balas, e resolveu parar e abrir a embalagem ali mesmo. Puxou as duas extremidades. Nada. Fez um pouco mais de força e começou a xingar silenciosamente, até perceber uma explosão de jujubas coloridas, expelidas violentamente do pacote e se esparramando pela calçada. Com uma expressão dramática, piscou lentamente os olhos e percebeu o que havia feito: desperdiçou uma porção de doces que seriam aproveitados por algum cão de rua sarnento.
Chorou compulsivamente. Poderia voltar ao mercado, comprar muitas outras jujubas e seguir para casa, mas não quis. Aquelas balas coloridas, espalhadas pelo chão, eram as que ela queria. Soluçando, sentou na calçada. Ficou assim, até esquecer as balas, o ex-namorado, a calça manchada, o colar partido...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Somando e dividindo

Muitas vezes, admiramos uma obra simplesmente porque determinada personagem nos cativou ou guarda alguma semelhança com nossa própria personalidade. E ainda: ela tomou alguma atitude que gostaríamos de ter tomado em algum momento pelo qual já passamos. Seja fictícia ou real, nenhuma personagem é idêntica a alguém: Do mesmo jeito que não existem duas pessoas exatamente iguais no mundo, um alguém real não é idêntico a nenhum personagem. “A vida imita a arte”, sim, mas não completamente – é sempre preciso algumas adaptações para a ficção se tornar verossímil em nosso mundo.
Pensando nisso, selecionei algumas personagens literárias, televisivas e cinematográficas com as quais me identifico. Some todas elas, divida por dez e tenha uma vaga idéia de o quanto sou complicada.

Amélie Poulain (Audrey Tautou – O Fabuloso Destino de Amélie Poulain)
Sente prazer pelas pequenas coisas e tem um olhar atento e curioso sobre fatos mais simples do cotidiano.

Catherine (Jeanne Moreau – Jules et Jim)
Impulsiva e dona da razão, não atura comentários machistas e está sempre pronta para defender seus direitos.

Elaine Benes (Julia Louis-Dreyfus – série televisiva Seinfeld)
Não consegue encontrar um par compatível com seus ideais e é a amiga para todas as horas.

Elisabeth Bennet (Orgulho e Preconceito, de Jane Austen)
Sensata e orgulhosa, não acredita na bondade alheia e é muito cética em relação ao comportamento das pessoas.

Emma Woodhouse (Emma, de Jane Austen)
Erra, reconhece que errou, se arrepende e pede desculpas. Mas continua errando, porque é imperfeita.

Hermione Granger (série literária Harry Potter, de JK Rowling)
Petulante, séria, dedicada e responsável. Tem dois garotos como grandes amigos e está lá quando precisam dela.

Kate (Catherine Zeta-Jones – Sem Reservas)
Exigente, perfeccionista e sistemática, julga o próprio trabalho e o dos outros também.

Lisa Simpson (série televisiva Os Simpsons)
Nerd e vegetariana. Apesar da sensatez, convive com todo o tipo de gente, mas sempre se sente a diferente.

Sally Albright (Meg Ryan – Harry & Sally)
Jornalista, gosta das coisas do jeito dela. É capaz de passar um longo tempo explicando ao garçon como quer a sobremesa.

Vittoria (Monica Vitti – O Eclipse)
Comprovando a complexidade das relações humanas, resiste até ao charme de um Alain Delon no auge da beleza.

sábado, 15 de novembro de 2008

Da série...

...Se eu fosse groupie

Kelly Jones


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Pequena surpresa

Cristina e Ana eram irmãs inseparáveis. Passavam muito tempo juntas e raramente brigavam, por isso os pais nem precisavam chamar a atenção das duas. Quando Ana, a mais nova, estava triste, Cristina pegava pincel, papel e guache, sentava no chão da sala e chamava a irmã. Ficavam horas desenhando e pintando figuras imaginárias, como fadas, centauros, duendes e sereias. E se Ana percebia que a irmã mais velha estava chateada, juntava as moedinhas e a convidava para um sorvete na lanchonete da esquina.
Apesar de a família ser muito unida, passava por um daqueles momentos de transição e de superação. A perda do filho fez com que os pais investissem em um projeto de recomeço, em algum lugar distante e cheio de oportunidades. As filhas reconheciam as dificuldades que a família atravessava e evitavam fazer aquelas típicas cobranças a que as crianças geralmente estão acostumadas quando querem alguma coisa ou estão insatisfeitas.
Em uma manhã de outono, Ana acordou falante e decidida: queria fazer algo diferente naquele dia. E foi além quando mencionou que sentia saudades de quando a mãe a vestia de princesa e a levava para brincar com os primos na casa da avó. Sentia falta desse universo fantástico em que podia fingir ser Cinderela, imitar um sapo saltando pelo pântano ou pintar o rosto e fazer a irmã rir de suas palhaçadas ingênuas. Queria incorporar algum personagem que nunca seria – a não ser durante algumas horas, até ter de tomar banho, jantar, dormir e acordar cedo para a escola.
Percebendo que poderia fazer alguma coisa para alegrar Ana, a mãe correu ao pote da cozinha onde guardava algumas economias emergenciais. Contou tudo, separou uma parte e chamou Cristina. Combinaram de fazer uma surpresa à garotinha, ainda que bastante simples. Enquanto a irmã mais velha distraía a caçula em casa, a mãe desceu as escadas do prédio e rumou em direção à papelaria. Comprou o material e escondeu em cima do armário da cozinha.
- Por que vocês não vão comprar chocolates? Veja, tenho o troco do mercado aqui. Ah, Cristina, leve sua irmã para o parque depois. Tomem cuidado e voltem antes das quatro. – sugeriu a mãe, com um jeito tão doce que seria impossível resistir.
As duas saíram correndo pela porta da sala, se divertiram e voltaram conforme o combinado. Quando entrou pulando no quarto, Ana gritou de surpresa. Em cima de sua cama havia um par de asas lindamente decoradas em papel cartão, uma auréola feita em papel laminado dourado e presa a uma haste, e uma roupa que parecia ser uma camisola branca, que a garota certificou ser a velha peça da mãe, cortada para caber nela. Contente, vestiu a roupa e preparou a fantasia com a ajuda da irmã. Horas mais tarde, o pai chegou cansado e abatido. Ana surgiu sorrindo na sala, salpicando delicadamente o chão com as pontas dos pés. Ele não se conteve de admiração e se ajoelhou para abraçar filha, levantando-a do chão como se quisesse fazê-la voar por todos os cômodos da casa.
No início, Cristina sentiu ciúmes ao presenciar a cena. Depois, lembrou que havia desfrutado, bem mais do que a irmã, dos momentos felizes antes da mudança da família. Ficou ao lado da mãe, observando os dois brincarem como se as pequenas asas de papel fossem reais.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Reservada

So let's get to the point, let's roll another joint

And let's head on down the road

There's somewhere I got to go
And you don't know how it feels

You don't know how it feels

No, you don't know how it feels to be me

(Tom Petty – You don’t know how it feels)

Não, você não sabe como é se sentir assim. Ou talvez saiba. Faria diferença se soubesse ou não? Não sei. Mal nos conhecemos. Ou talvez nos conheçamos o suficiente para eu me sentir assim: estranha.
Às vezes, é engraçado. Eu me contenho para não tomar atitudes impulsivas. E espero. Espero por algo que desconheço. Porém, espero mesmo assim. Evito externar supostas pretensões. Oculto meu interesse sob um manto: minha pele. Apenas o trivial é tratado em nossas conversas desde aquele dia. Ando pelas bordas com medo de cair para fora e com receio de pisar dentro do círculo. Dessa maneira, dou voltas repetitivas, olhando para o centro de esguelha.
Eu juro, evito ao máximo pensar nisso. Mas quando penso, não é tão ruim assim. Fico em meu silêncio interminável, rindo internamente. E um pouco acanhada pela sua curiosidade em saber sobre aquele sonho.
Acima de tudo, tenho respeito. Por isso, opto por desabafar nesse espaço, quase anonimamente. Sem saber se essas palavras e frases curtas serão lidas por você.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Bons tempos...

Bebês são tão divertidos (e trabalhosos). Depois que crescem, perdem a graça e não rendem tantos momentos impagáveis, como esse abaixo. Será que a minha irmã se divertia assim quando rasgava os meus gibis?



segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Coleção de frases randômicas – Parte I

Durante uma aula de Química há alguns anos...
- Professor, o que é HCN?
- É o ácido cianídrico, usado nas câmaras de gás.
- E é tóxico?
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Pai com a filha pequena em um quiosque de sorvetes no shopping. Um garoto compra uma casquinha e os colegas começam a zoá-lo...
- Filha, presta atenção no seu sorvete. Não liga para esses retardados.
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Em um bar na Vila Madalena, em alguma noite de sábado. Alerto uma amiga sobre as pretensões de um sujeito que não larga do meu pé...
- Esse cara tá querendo ficar comigo.
- Coitado!
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Eu e um amigo, conversando no carro...
- Então, o que você achou do blog?
- Não foi tudo isso. Em Hellicopter...
- Não é o show do Bloc Party, é blog!
- Ah! Então, aquela ultrapassagem que tirou o Massa... [confundindo com o piloto Glock]
- Não, eu disse blog!!!
- Nossa, que diálogo mais maluco! Esse dá para você postar lá no blog.
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Minha chefe, navegando na página do UOL, faz um comentário...
- Vi a Ugly Betty e me lembrei de você.
- Er, o que você quer dizer com isso?
- É que o texto falava da nova temporada do House.
- Ah bom!
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Falando em House, uma pérola dita pelo médico querido, na segunda temporada da série, a uma paciente com a peste negra...
- Don't worry, it's treatable. Being a bitch though, nothing we can do about that.
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Um diálogo entre Leonard e Sheldon em The Big Bang Theory...
Leonard: We need to widen our circle.

Sheldon: I have a very wide circle. I have 212 friends on MySpace.

Leonard: Yes, and you’ve never met one of them.

Sheldon: That’s the beauty of it.
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Elaine Benes, em Seinfeld, se justificando a uma passageira no metrô...
- I'm not a lesbian! I hate men, but I'm not a lesbian!
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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Pequena grande cidade

Às vezes comento que São Paulo é uma cidade pequena, mas não falo por ironia. É impressionante o número de coincidências que já me ocorreram por aqui em menos de um ano. A última foi um esbarro casual durante o horário de almoço, que varia de acordo com o fluxo de trabalho. E nesse dia, saí mais tarde do que o costume.
Subia a movimentada rua nas proximidades de um shopping quando um conhecido descia. Estudávamos na mesma faculdade, em outro município, sendo os cursos diferentes, e pegávamos ainda o mesmo ônibus fretado. Ele era uma pessoa quieta demais, acho que só ouvi a voz dele umas cinco vezes em quatro anos.
- Oi, lembra de mim?
Resposta inaudível, mas interpretada como “sim, eu me lembro”.
- Então, o que faz por aqui?
- Estou fazendo um curso – voz sussurada e abafada pelo barulho de ônibus e automóveis.
- Puxa, que coincidência. Trabalho aqui perto.
- ...
- Vou almoçar, tchau. Boa sorte.
- ...
Segui meu rumo, lembrando que ele não havia mudado nada desde aquela época. E como era difícil conversar com ele. Ainda é. Parece que tudo o que se fala não tem interesse algum, já que não existe reciprocidade entre as frases trocadas, tornando o papo um monólogo de dois minutos. Raj. Acho que vou apelidá-lo assim.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Monges fashionistas

“Você é toda fashion”. Foi o comentário que ouvi de uma jornalista e editora de moda. “Eu lembro até hoje o dia da sua entrevista, você estava vestindo um terninho preto e tinha o cabelo preso. Na segunda vez que veio, seus cabelos estavam soltos”. A melhor impressão deve ter sido a que ficou.
O mais surpreendente é que sou anti-moda. Visto aquilo que me faz sentir bem – tanto no bolso quanto no corpo. Afinal, ao contrário do que dizem, a roupa não faz o monge – e todo aquele trabalho espiritual, não é mais importante do que as vestes dele?
O colégio, certamente, serve de palco para os adolescentes descobrirem a personalidade. Afinal, é nesse ambiente sufocante que somos expostos aos mais banais estereótipos e temos nossa paciência testada por indivíduos desinteressantes e baderneiros. Foi no terceiro ano do ensino médio que usei cabelos curtos pela primeira vez. “Agora você está com cara de jornalista mesmo. Só faltam os óculos”, ouvi dizerem. Com certeza eu deixava as melhores roupas para sair, e não ir à escola – não que eu saísse tanto; morar no interior tem a desvantagem de não ter lugar para ir senão o mesmo de sempre.
Na faculdade, fazia o estilo “viemos aqui para aprender ou... para desfilar?”. Será que foi esse um dos motivos para um certo professor dizer que eu tinha cara de comunista? Alguns já devem me imaginar de jeans com uma camiseta do Che, ou vestindo saias enormes, sandálias rasteiras e blusas largas.
Antes de pensarem que detesto roupas, eu interfiro. Assim como Anton Ego (o adorável critico gastronômico de Ratatouille), gosto tanto de roupas que poucas me agradam. Então, antes de me convidar para sair às compras, pense bem porque posso levar horas só para encontrar a blusa perfeita.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Furo desmerecido

A pista estava cheia e eu me esbaldava com os hits dos anos 80. David Bowie, Depeche Mode, INXS... até reparar naquele rapaz sozinho e distraído, vestindo uma camiseta do Echo & The Bunnymen. Ele era bonito, assim como a camiseta. E eu tinha que driblar minha timidez e me aproximar dele. Até que um inconveniente me cercou, e eu quase vi minha chance desaparecer. Momentos depois, eu estava livre. Cheguei perto do rapaz e perguntei seu nome de forma muito engraçada, pois as palavras foram expulsas em uma atitude que parecia ser impensada. Ele respondeu e imediatamente começamos a conversar. Até me chamou para ir a um lugar onde pudesse me ouvir melhor. Conversamos durante um tempo, a ponto de ele já saber o que eu fazia, minhas bandas e meus cineastas preferidos.

Ficamos algumas vezes. Saímos juntos, conversamos sobre decepções, religião, cinema, futuro, música, literatura... Apesar de ele ser uma ótima pessoa, inteligente, bonito e cativante, eu travava no beijo. "It was like kissing my brother", parodiando a Lorraine McFly. Era tão bom andar pela Paulista com ele como uma amiga, conversando e sem me preocupar em parecer chata ou petulante, só que quando nos aconchegávamos mais, era estranho. Seríamos ótimos amigos se tudo ocorresse de modo normal e eu não tivesse desaparecido. Achava ele tão legal que pensei que deveria poupá-lo de qualquer conversa previsível.

Coincidentemente, nos encontramos outras vezes depois. Ele era o mesmo, como se fôssemos amigos. Eu não conseguia ser a mesma, pois lembrava de meu sumiço mal educado, e ficava sem-graça por não conseguir agir como ele. Gostaria de chamá-lo para ir ao cinema sem parecer que tenho outras intenções - mesmo porque não tenho. Mas pessoas como ele merecem alguém menos medrosa, ainda que seja apenas uma amiga.

sábado, 1 de novembro de 2008

Teste de (in)utilidade pública

Which 'Big Bang Theory' Character Should You Be Dating?

Leonard Hofstadter




















You'd score with Leonard ! He's modest and shy and his sweetness won you over.