terça-feira, 30 de março de 2010

A arte de tumblear

Aprendi a tumblear e estou expandindo meus tentáculos. Entrei, me registrei e gostei. Agora convido o leitor a conhecer meu Tumblr. Espere mais do mesmo (mais do que mesmo). Pelo menos é um lugar onde ser desorganizado é ser legal. Bem, você entendeu... 

Top 6 - Irmãos Coen

Seis listas com os seis mais memoráveis dos Irmãos Coen


Anti-heróis
1) Dude (Jeff Bridges), em O Grande Lebowski
2) Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg), em Um Homem Sério
3) Everett (George Clooney), em E aí meu irmão, cade você?
4) Tom Reagan (Gabriel Byrne), em Ajuste Final
5) Llewelyn Moss (Josh Brolin), em Onde os fracos não têm vez
6) H.I. McDunnough (Nicolas Cage), em Arizona Nunca Mais


Vilões
1) Anton Chigurh (Javier Bardem), em Onde os fracos não têm vez
2) Charlie Meadows (John Goodman), em Barton Fink
3) Sidney J. Mussburger (Paul Newman), em A Roda da Fortuna
4) Leonard Smalls (Randall 'Tex' Cobb), em Arizona Nunca Mais
5) Julian Marty (Dan Hedaya), em Gosto de Sangue
6) Prof. G. H. Dorr (Tom Hanks), em Matadores de Velhinhas


Mulheres incríveis
1) Marge Gunderson (Frances McDormand), em Fargo
2) Edwina 'Ed' McDunnough (Holly Hunter), em Arizona Nunca Mais
3) Abby (Frances McDormand), em Gosto de Sangue
4) Maude Lebowski (Julianne Moore), em O Grande Lebowski
5) Amy Archer (Jennifer Jason Leigh), em A Roda da Fortuna
6) Marilyn (Catherine Zeta-Jones), em O Amor Custa Caro 


What the f*ck?
1) Jesus Quintana (John Turturro), o jogador de boliche afetado, em O Grande Lebowski
2) O chefão Leo (Albert Finney) escapa de um atentado e se vinga, em Ajuste Final 
3) O mistério divino, em Um Homem Sério
4) A principal arma de Anton Chigurh (Javier Bardem), em Onde os fracos não têm vez
5) O desfecho de Queime depois de ler
6) Birdy (Scarlett Johansson) tenta recompensar Ed Crane (Billy Bob Thornton), em O homem que não estava lá


Elenco
1) Fargo
2) Onde os fracos não têm vez
3) E aí meu irmão, cade você?
4) O Grande Lebowski
5) Um Homem Sério
6) Queime depois de ler


Dupla ou equipe
1) Everett (George Clooney), Pete (John Turturro) e Delmar (Tim Blake Nelson),  em E aí meu irmão, cade você?
2) Carl (Steve Buscemi) e Gaear (Peter Stormare), em Fargo
3) Dude (Jeff Bridges), Walter (John Goodman) e Donny (Steve Buscemi), em O Grande Lebowski
4) H.I. McDunnough (Nicolas Cage) e Edwina 'Ed' McDunnough (Holly Hunter), em Arizona Nunca Mais
5) Miles (George Clooney) e Marilyn (Catherine Zeta-Jones), em O Amor Custa Caro 
6) Os trapaceiros (Tom Hanks, Marlon Wayans, J.K. Simmons, Tzi Ma e Ryan Hurst), em Matadores de Velhinhas

quinta-feira, 25 de março de 2010

Geração Rá-Tim-Bum

Eu devia ter uns cinco anos de idade quando minha mãe zepeava os canais de TV em uma cinzenta tarde paulistana e decidiu deixar naquele programa infantil que já havia começado. Nunca tínhamos visto aquilo, mas nos divertimos em cada quadro exibido. A abertura - reprisada também no final, quando sobem os créditos de atores, roteiristas, produtores etc - era totalmente revolucionária para mim. 
Esse foi meu primeiro contato com o Rá-Tim-Bum, programa que animou muitos momentos de minha infância e antecedeu o saudoso Castelo Rá-Tim-Bum. Lembro que em pouco tempo vários amigos meus assistiam a essa atração espetacular, inclusive com direito a se reunir na casa de alguém para todos verem juntos. O "senta que lá vem a história" era o momento preferido da criançada, que até imitava o garotinho deitado no sofá se levantando rapidamente.
O melhor de tudo é que o Rá-Tim-Bum era educativo. Ele atiçou muito a minha vontade de aprender a ler e a escrever. E como sempre gostei de inventar histórias e contar para o colegas, o programa me inspirava em algumas criações - até mesmo em brincadeiras.
Alguns anos depois, surgiu o Castelo Rá-Tim-Bum. Confesso que já era uma nerd nessa época: antes de o programa estrear, já sabia quase tudo sobre ele, pois era telespectadora assídua da TV Cultura e não pude perder o Vitrine especial sobre o novo programa que estrearia em alguns dias. Não perdia um Castelo Rá-Tim-Bum e, muitas vezes, até via a reprise. Lembro de quando viajava para a casa de minha avó em Minas Gerais e lá não sintonizava a TV Cultura. Eu ficava um pouco deprimida, mesmo com os primos para passar o tempo.
Hoje não sei quais são as novidades para os pequenos. Os canais por assinatura oferecem, sim, muitas opções divertidas, mas as mais interessantes são desenhos enlatados. Se eu tivesse filho compraria a coleção completa de Rá-Tim-Bum e de Castelo Rá-Tim-Bum para assistir com ele. Bons tempos...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Da série...

...Candidato a teste do sofá

Sam Worthington

sexta-feira, 19 de março de 2010

O(s) último(s)/ A(s) última(s)...

... filme visto: Meu ódio será sua herança (The Wild Bunch) 
... filme visto no cinema: Toy Story 2 (em 3-D)
... filme novo visto no cinema: O Segredo dos Seus Olhos
... top cover publicado no 1001 CoversOld Devil Moon - Chet Baker
... livro lido: Cinco Contos - Katherine Mansfield 
... DVDs comprados: Diabo a Quatro (Duck Soup) e De-Lovely
... música ouvida: Bebê - Big Band da Santa
... álbum ouvido: Green Album - Weezer
... show assistido: Big Band da Santa, no Centro Cultural São Paulo
... sonhos de consumo adquiridos: mochila cargueira Olympikus e vestido Dzarm.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Top 6 - O sentido da vida

Você já se perguntou "qual é o sentido da vida"? Já se pegou olhando para o céu estrelado em uma noite de verão, abismado com a beleza da abóbada celeste? Já questionou a existência de Deus em um momento no qual as coisas não davam certo? Então confira uma seleção de seis filmes para fazê-lo pensar ainda mais  - ou simplesmente esquecer todos os questionamentos e se divertir diante do absurdo. Ah, agradeço à Cris por lembrar de alguns filmes para a lista.


1) O Sentido da Vida (Monty Python's The Meaning of Life)
Este não é o melhor longa-metragem protagonizado pelo Monty Python, mas é o único que tem um objetivo: desvendar o sentido da vida. Do grupo de amigos mortos por intoxicação alimentar à inglesa protestante que inveja a vida sexual dos vizinhos católicos, é um filme repleto de piadas nonsense como tudo o que o grupo fez.


2) Hannah e Suas Irmãs (Hannah and Her Sisters)
O personagem (ou alter-ego) de Woody Allen, Mickey, é um hipocondríaco ateu que decide acreditar em alguma coisa após a traumática experiência de um tumor não-diagnosticado. Depois de experienciar o judaísmo, o catolicismo e (quase) o hare krishna, ele descobre o sentido da vida em um filme dos irmãos Marx.


3) Viver (Ikiru)
Akira Kurosawa apresenta uma bela narrativa sobre um homem que dedicou trinta anos de sua vida ao trabalho burocrático na prefeitura, até descobrir ter câncer no estômago. A partir daí, ele busca viver o tempo que lhe resta da melhor maneira possível. Mas como alguém que passou a vida toda no escritório saberia fazer isso?


4) A Felicidade Não se Compra (It's a Wonderful Life)
Em um momento de crise, o honesto e heróico George Bailey desiste de viver. Eis que aparece um anjo e lhe mostra como seria a vida das pessoas (próximas a ele ou não) caso nunca tivesse existido. Curiosidade: Bailey e Henry F. Potter aparecem entre os 10 primeiros das listas do AFI de heróis e vilões do cinema, respectivamente.


5) Um Homem Sério (A Serious Man)
Larry Gopnik é um professor de física judeu que vê os maiores infortúnios de sua vida cairem todos ao mesmo tempo sobre sua cabeça: o adultério da esposa, os problemas financeiros, o irmão doente, a ameaça de demissão... Com tantos problemas, a única solução é procurar os conselhos espirituais de um experiente e misterioso rabino.


6) Minha Vida Sem Mim (My Life Without Me)
A jovem Ann leva uma vida modesta ao lado do marido e das duas filhas, até saber que tem apenas alguns meses de vida por causa de um câncer. Mas ela oculta a doença de seus familiares e amigos, e decide aproveitar a vida. Escreve uma lista de coisas que gostaria de fazer e grava fitas para suas filhas ouvirem nos aniversários.

terça-feira, 16 de março de 2010

O esquecido

Noite. Acordou com o lençol azul enroscado na perna esquerda e levantou a cabeça para ver as horas no velho relógio despertador que trouxera da casa do avô. Ainda faltavam alguns minutos para que despertasse, mas o calor não o deixaria dormir de qualquer maneira, então se levantou e abriu a porta do banheiro. O chuveiro pingava e o cheiro de mofo escapou para o quarto. Precisava dar um jeito naquilo, mas sempre adiava. O futuro era infinito, poderia esperar alguns litros d'água descerem ralo abaixo ou o fedor impregnar o ambiente de forma a fazer parte daquilo e ser absorvido pelas entranhas. 
Abriu o registro do chuveiro e tomou um refrescante banho frio. Não que quisesse a água fria, mas também não havia consertado o chuveiro desde a última tempestade que queimou a resistência. Sua vida era uma interminável sucessão de adiamentos - dos consertos no banheiro às ligações amorosas. O "tarde demais" fazia parte das respostas ditas por pessoas que um dia se importaram com ele, por cobradores de contas, por técnicos de consertos... era um clichê que lhe arrancava uma careta premeditada toda vez que escapava dos lábios de alguém.
Sua mãe sempre dizia para procurar um médico, fazer exame da cabeça e tomar uns remédios. 
- Coma bastante peixe que faz bem, senão vai ser tarde demais e você nem vai mais lembrar o próprio nome. - a mãe dizia em tom de conselho repreensivo. 
- Tá bom, tá bom. - respondia com a costumeira careta, sem saber se era por causa do conselho ou porque sentia náuseas só de pensar em peixe.
Saiu do banho e esticou os braços para alcançar a toalha, que não estava no gancho. Apertou os olhos e jogou os cabelos molhados para trás, esticando-os com as mãos compridas. Esquecera de pegar a toalha no armário. Bufando, abriu a portinhola do móvel e não a encontrou. Procurou alguma roupa velha com a qual pudesse se secar, mas não sabia onde poderia encontrar. Pensou no lençol suado que enroscou em sua perna, mas esqueceu onde ficava seu quarto. Decidiu ligar para a mãe e pedir ajuda, mas não lembrava o número do telefone. Sentou-se nu no chão úmido do banheiro, com os joelhos dobrados e os braços e a cabeça neles apoiados. Sua vida não tinha mais sentido e dormiria assim até lembrar porque havia se levantado naquela noite.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Casamento sob medida

Decidi uma coisa: Quero me casar. Agora só falta encontrar o noivo. Aqueles que já me conhecem há algum tempo podem fazer cara de espanto e perguntar – ainda que para si mesmos – “o quêêêê???”. E respondo: “o que o quêêêê???”.
Há algo de glamouroso e idealizado no casamento. E não falo do vestido de noiva, da lista de convidados, da igreja, da festa ou das bebidas e comidas. Falo da trilha sonora. E da viagem de lua de mel.
Sendo agnóstica, dispenso a presença de um padre. Promessas de amor eterno perante o representante oficial de Deus? Hum, não. A igreja, para mim, seria um mero acessório para a suposta formalidade divina de uma união. Risca-se a igreja, risca-se o vestido de noiva.
A lista de convidados, da minha parte, seria limitada a pessoas muito especiais. Consigo imaginar um salão de festas simples, porém bonito e aconchegante, e eu entrando ao som de Right Moves, do Josh Ritter. Seria, de certa forma, semelhante a uma entrada triunfal na igreja, com a diferença de que tudo seria muito mais informal.
A valsa dos noivos seria ao som de jazz: Chet Baker interpretando Deep in a dream. E para continuar sonhando acordada, Dream a little dream of me, com Doris Day. As outras músicas serão devidamente escolhidas, mas quero fechar a noite com Ella Fitzgerald sings Cole PorterIt’s De-lovely.
A lua de mel já está planejada também. New York, New York. Até o hotel já escolhi: Algonquin. Eu sei, sou cult demais… Com tanta coisa para fazer em Nova York, e ainda por cima hospedada perto da Broadway, no hotel famoso por ter sido ponto de encontro de grande figuras do jornalismo, teatro, literatura e cinema, os momentos a dois não seriam tão românticos assim.


Como já disse, meu casamento já está planejado. Agora só falta encontrar o meu noivo.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Inglês de americano

Em busca de um mochilão para minha viagem, não desperdicei a oportunidade de entrar na loja esportiva de um shopping paulistano, que anunciava em sua imensa vitrine descontos tentadores por conta da liquidação do final da estação.
Segui para a seção de "Aventura" para conferir se as mochilas estavam inclusas na liquidação quando fui abordada por uma jovem vendedora. Atenção: o relato a seguir não tem a intenção de debochar ou satirizar a moça.
O jeito que ela falou comigo enquanto eu olhava distraidamente algumas artigos já me fez imaginar que se tratava de alguém novo na loja, pois notei um certo despreparo. Respondi que estava à procura de mochilões para viagem e que queria ver algo em promoção. Após checar, cheguei à conclusão, antes dela, de que os produtos não faziam parte da liquidação. Mas a moça se interessou e perguntou com curiosidade:
- Você gosta de aventura?
- Na verdade é só uma viagem de um mês fora.
- Para onde você vai?
- Nova Zelândia.
- Nossa, que legal!
- Mas vou lá, na verdade, para estudar inglês. 
- É? Nem sabia que falavam inglês lá. Pensei que só se falasse inglês nos Estados Unidos.


Ninguém é obrigado a saber qual idioma é falado em determinado país, mas a vendedora de uma loja de itens esportivos e para viagem pensar que o inglês só é falado nos Estados Unidos me causou uma grande surpresa. Minhas sobrancelhas arquearam e expliquei - sem parecer pedante, longe disso - que havia outros países onde o idioma era falado, como Austrália e Canadá, e a moça ficou sem-graça. Falou que estava pensando em estudar inglês também, mas que tinha escolhido outro curso. Agradeci por ela ter me atendido e percebi que a educação no Brasil anda pior do que na minha época de estudante de escola pública. 

domingo, 7 de março de 2010

Adolescência cinematográfica

Antes de comentar o cinema na minha adolescência, preciso abordar a pré-adolescência. Nessa época eu ainda era uma fã do Tom Hanks, sendo que Forrest Gump me marcou tanto a ponto de considerá-lo até hoje um dos grandes filmes do cinema, mesmo com um senso crítico bem mais apurado - é um longa patriótico mezzo auto-ajuda. Também me tornei fã de Jim Carrey e ficava louca para ver os filmes dele no cinema. Aliás, comecei a comprar a revista Set para saber das novidades da carreira do ator e seus últimos trabalhos. Foi nesse período também que comecei a ir ao cinema com mais frequência - não era tanta assim, mas já foi uma evolução. Lembro de ter visto na telona desde filmes infanto-juvenis, como 101 dálmatas e Space Jam, a produções mais adultas, por exemplo Marte ataca!, de Tim Burton, e a A outra face, de John Woo.
É na pré-adolescência que as meninas ficam mais obcecadas com determinados artistas. Enquanto a maioria só falava de Brad Pitt, Leonardo DiCaprio e Tom Cruise, eu tinha uma queda pelo Chris O'Donnell, uma espécie de bom rapaz da época. Porém, não foi nada que eu pudesse denominar obsessão. 
Já adolescente, tentei - sem sucesso, diga-se - me interessar pelos filmes que faziam a cabeça de colegas de classe. O pessoal se interessava por coisas como Pânico, Eu sei o que vocês fizeram no verão passado e American Pie, mas eu não gostava do estilo desses filmes, algo como "se é isso o que a geração quer ver, vamos fazer clones" - não deu outra e desembestaram para as paródias Todo mundo em pânico e Não é mais um besteirol americano.
Mas eu fui, sim, uma adolescente normal, do tipo que se divertiu horrores com a A múmia - até hoje esse é um dos filmes que mais me diverte -, suspirou com Cidade dos anjos e ficou com medo do escuro por causa de O sexto sentido
Nas prateleiras da videolocadora buscava filmes de diferentes gêneros, conforme as indicaçõs da Set, mas acabava me prendendo a produções dos anos 1980 em diante. Depois comecei a diversificar meu gosto para filmes, descobrindo Chaplin com O grande ditador, e John Huston com O homem que queria ser rei. Um quê de garota cult me diferenciava das pessoas com as quais eu convivia pelo simples fato de achar Danny Boyle o máximo (por causa de Cova rasa e Trainspotting), assim como as ideias dos irmãos Coen.
Decidi que queria dedicar minha vida à sétima arte. Pensava em ser cineasta ou crítica de cinema. Nenhuma dessas carreiras se concretizou, mas a curiosidade e o interesse em descobrir um outro cinema - aquele que fascina, impressiona, emociona, comove, ensina, estimula a pensar - acabaram se tornando necessidade na minha vida. 

sábado, 6 de março de 2010

Literatura inspiradora

À primeira vista, não me interessei por Cinco contos apenas pelo fato de a autora, de Katherine Mansfield, ser neo-zelandesa. Na verdade, adoro a forma narrativa dos contos e me chamou a atenção de se tratar de uma escritora. E como gosto de produzir textos, quis conhecer mais uma mulher que se aventurou pelas letras.
O trecho citado, retirado do conto "Tomada de hábito" (tradução do original "Taking the veil", de 1922), contém uma das melhores definições de amor (ou paixão) que já encontrei - talvez com a qual mais me identifico. 


"Algo horrível tinha acontecido. Inesperadamente, no teatro, a noite passada, quando ela e Jimmy estavam sentados um ao lado do outro no balcão nobre, sem nenhum aviso prévio - na verdade, Edna tinha acabado de comer uma amêndoa coberta com chocolate e devolvera a caixa para Jimmy - ela se apaixonou por um ator. Realmente se apaixonou.
Era um sentimento diferente de qualquer coisa que tinha imaginado antes. Não era nem um pouco agradável. Muito menos vibrante. A não ser que você possa chamar de vibrante a mais terrível sensação de abandono, agonia, infelicidade e desespero. Combinada com a certeza de que se aquele ator cruzasse com ela na calçada, enquanto Jimmy estivesse procurando um cabriolé, ela o seguiria até os confins da terra. (...)"


MANSFIELD, Katherine. Tomada de hábito. In Cinco contosRio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.