domingo, 31 de julho de 2011

Perdida no aeroporto

Pense em uma pessoa ansiosa, metódica e neurótica. Agora, imagine que ela vai viajar e fará o possível para planejar tudo de modo que nada a prejudique: comprou um guia completo sobre o lugar; além do cartão travel money leva uma boa quantidade em notas; deixou todos os telefones de emergência à mão, bem como a papelada para apresentar no aeroporto e evitar problemas.
Foram mais de 20 horas de viagem (contando com a escala que me deixou à toa por cerca de 4 horas) e assim que vi o avião se aproximar lentamente do aeroporto de Auckland, suspirei aliviada e emocionada. Chegando lá, teria de correr para pegar minha mala, apresentar a papelada e responder as perguntas à polícia federal neozelandesa e procurar o terminal para pegar meu voo para Christchurch. Simples assim. Mas antes, tinha que dar uma passadinha no toilette
Foi aí que me perdi. Não encontrava o terminal e o ponteiro apressado do relógio me fazia suar frio. Aproximei-me do balcão de informações e pedi ajuda a um senhor atencioso com um crachá na jaqueta que dizia "voluntário". Tendo em vista que eram 6 horas da manhã, aquele homem devia gostar muito do que fazia. Assim que ele viu minha passagem, simplesmente respondeu que eu deveria me apressar, senão perderia o voo. Pânico!
O senhor, que se não me engano se chamava Bruce, chamou outra voluntária para me acompanhar, uma senhora simpática que foi conversando comigo o caminho todo e me acalmando. Percebi que o sotaque kiwi era mesmo uma coisa bem Flight of the Conchords, e que eles eram adoráveis e prestativos. Ela me levou até o lugar onde eu deveria retirar minha mala (a única que estava lá, diga-se) e me explicou sobre a alfândega e o caminho que eu deveria fazer para chegar ao terminal de onde meu voo partiria.
Tudo certo, até descobrir que teria de andar por uns 15 minutos até chegar ao tal terminal, arrastando minha mala e levando minha mochila pesadinha nas costas. Respirei aquele ar gelado, tremendo de frio e de nervoso. Falaram que tinha um ônibus que ia para lá e, quando eu estava procurando o ponto, perguntei a um homem asiático se ele sabia. "Estou indo para lá, pode me acompanhar". Fomos andando bem rápido, pois ele também parecia estar preocupado com o horário. Conversamos nesse breve caminho - que parecia ser eterno naquele momento -, e ele, muito simpático, ofereceu-se para levar minha mala no carrinho dele. Impressionou-se por eu estar levando tão pouca coisa para passar cinco semanas. "Estou levando o necessário e o que aguento carregar, pois viajarei uma semana sozinha", justifiquei. 
Esse moço era de Wellington e trabalhava para algum ministério (acho que era do planejamento). Quando eu disse que iria para lá no final da viagem, ele falou bem da cidade e, no final, deixou um cartão comigo. Acompanhou-me até o balcão da companhia aérea do meu voo e seguiu para o dele. Agora estava por minha conta.
Sabia que tinha perdido meu voo para Christchurch por conta de ter me perdido no aeroporto e porque a agência comprou um voo muito em cima da hora. Além disso, o avião havia pousado com uns 20 minutos de atraso. Mas a esperança não havia me abandonado e expliquei minha história à atendente que, para variar, era prestativa e simpática. Com feições maori, ela me chamava de Lutiana (como no idioma italiano) e disse que tentaria me colocar no voo seguinte, que sairia dali a duas horas. Eu deveria procurar o balcão em uma hora para verificar.
Minha mente cansada queria se distrair um pouco, mas meu corpo estava muito pesado. Naquele momento, a emergência número um seria ligar para a minha homestay mother em Christchurch e avisar sobre o atraso. Comprei um cartão telefônico e corri para o telefone mais próximo, sempre arrastando minha mala. Por telefone, consegui entendê-la e ela me entendeu, o que achei o máximo. Depois, vi que tinha computador para usar no aeroporto - e de graça - e me adiantei a mandar e-mail para minha mãe avisando que o avião não tinha caído, mas eu estava presa no aeroporto porque havia perdido o voo. Já que estava ali mesmo, mandei um tweet resumindo a peripécia.
Dei uma volta pelo pequeno terminal, reparando lojas e pessoas. Vi um time juvenil australiano de rugby, mas o mais curioso foi ver umas garotinhas de algum time de hóquei regional da Nova Zelândia. Passado o tempo, fui ao balcão e tive a notícia mais feliz do meu dia: eu embarcaria no próximo voo para Christchurch. 
Dias depois, conheci uma brasileira na escola de inglês que tinha passado pelo mesmo que eu no aeroporto de Auckland. Só que ela contou ter chorado e ficado ainda mais desesperada; o inglês dela era de inciante e ela não entendia ninguém. Mas falou das pessoas simpáticas e prestativas que a ajudaram a sair daquela situação. Ah kiwis, vocês são demais!

sábado, 30 de julho de 2011

Mais notas cinematográficas

72 Horas: Suspense surpreendente no qual Russell Crowe interpreta um marido capaz de fazer de tudo para tirar a esposa da prisão. É refilmagem do francês Tudo por ela, que ainda não vi.

Negócio é Negócio: Na Holanda, o diretor Paul Verhoeven fazia filmes muito bons, como essa comédia despretensiosa sobre duas amigas prostitutas em busca do amor - depois de atender clientes com desejos bizarros, claro.

Pão e Rosas: Mais um filme obrigatório da filmografia de Ken Loach. Aqui, Adrien Brody interpreta uma espécie de líder sindical de Los Angeles que quer conscientizar trabalhadores que desconhecem seus direitos.

O Vencedor: Apesar de ser mais uma história de superação situada no mundo do boxe, consegue pegar todos os clichês, bater num liquidificador e transformar em algo relevante. O elenco e a direção ajudam - e muito.

Entre Irmãos: Jim Sheridan dirigiu outros filmes bem melhores, como Meu Pé Esquerdo e Terra de Sonhos. Mas vale para o público feminino se derreter por Jake Gyllenhal e Tobey Maguire.

Verão de Sam: Spike Lee comprova que é mesmo um grande diretor. Só precisava de um roteiro melhor e de se decidir sobre o foco do enredo (drama erótico ou filme de serial killer?).

Gainsbourg: A vida do compositor Serge Gainsbourg parece começar como uma fábula e terminar como uma cinebiografia qualquer. Da metade para o fim, parece uma coletânea de recortes de fatos que o roteiro julga importantes.

Nascido em Quatro de Julho: Mais uma tentativa de Oliver Stone escancarar o terror da Guerra do Vietnã e as injustiças cometidas contra os veteranos. É bom, mas nada de mais.

Inverno da Alma: Depois de tanto burburinho, como não criar expectativas demais por este drama premiado? Faz jus aos elogios, porém não se diferencia tanto de outros filmes do cinema independente norte-americano.

Zé Colmeia: Eu tinha que ver com meus próprios olhos o estrago que fizeram com um dos personagens mais queridos de William Hanna e Joseph Barbera. O urso em si e o Catatau estão até OK, os piores são os personagens humanos e a história horrível.

domingo, 24 de julho de 2011

Momento Sabrina

Sabrina é o meu filme preferido estrelado pela Audrey Hepburn. De alguma forma, eu me identifiquei com a melancólica personagem no início da película - depois não muito, pois ela passa por uma transformação após de voltar de Paris - e eu nunca fui a Paris.
Já comentei rapidamente esse filme (acho que escrevi no mesmo dia em que assisti) e me deu vontade de revê-lo. Estou um pouco (um pouco?) mal-humorada hoje, daí uma das imagens programadas para publicação no meu Tumblr foi justamente essa abaixo:


Cena e frase definem meu atual estado de espírito. Não é algo que eu quero, é algo que simplesmente acontece. E eu queria poder abrir meu armário e encontrar um frasco com a pílula do esquecimento, tomar uma ou duas e dormir. Acordaria sem me recordar de sentimento algum e estaria preparada para mais um dia. Mas enquanto tal remédio não é inventado, o que me resta é escrever algumas linhas e refletir sobre o que penso e sinto. Porque nem vontade de assistir filme eu tenho mais (e isso vindo de alguém que se considera cinéfila), nem de dar muitas explicações sobre esse momento. Preciso apenas me conformar com essa roleta russa sentimental cuja bala age como a flecha de Eros e fere quando atravessa a pele.

sábado, 23 de julho de 2011

O último/ A última...

... filme visto: Nascido em 4 de Julho
... filme visto no cinema: Gainsbourg
... série pela qual fiquei viciada: Parks and Recreation
... episódio de série visto: Sin Say Shun Awards Afterparty (S01E05), de Party Down
... álbum escutado: Attack & Release, do The Black Keys
... cover publicado no 1001 Covers: Cake - Perhaps, perhaps, perhaps
... livro que comecei a ler: Por quem os sinos dobram, do Ernest Hemingway
... música escutada: Strange Times, do The Black Keys
... aventura culinária na cozinha: berinjela-pizza (eu que inventei - acho)
... cerveja comprada: Guinness (está guardada)

terça-feira, 19 de julho de 2011

O imperfeito perfeito

Sou fã da hilária série Parks and Recreation desde o começo, mas admito que ela melhorou bastante com a entrada de Ben Wyatt (Adam Scott) e Chris Traeger (Rob Lowe), principalmente o primeiro. Com isso, Mark Brendanawicz (Paul Schneider) teve de sair - apesar de gostar muito do ator, reconheço que o personagem dele sempre foi, de longe, o mais fraco. 


Ben Wyatt é quase um Mark Darcy das séries de TV: num primeiro momento, é apático e chato; depois, você se apaixona por ele. Além disso, ele é todo certinho e responsável e fica meio nervoso quando está perto do seu interesse amoroso, Leslie Knope (Amy Poehler). Outra semelhança com O Diário de Bridget Jones? Leslie é uma balzaquiana loira que detesta Ben à primeira vista (compreensível, já que ele é o novato que chegou à cidadezinha de Pawnee com a missão de diminuir as dívidas do lugar - cortes no orçamento, demissão de funcionários...). Com o tempo ela (e a espectadora atenta) percebe que, apesar de tudo, Ben é um bom rapaz: competente, esforçado, educado, inteligente e cute. Ah, assim como Mark Darcy, ele também tem um segredo do passado.
Os melhores momentos da dupla são aqueles nos quais rola muita tensão sexual: eles trabalham numa repartição pública onde uma das principais regras é não se envolver com o colega de trabalho. E como ambos gostam muito do que fazem, melhor evitar qualquer tipo de coisa que resulte em problemas.

Cadê o extintor?
Ah sim, como acontece com Mark e Bridget, não poderia faltar a declaração de amor super-fofa. Como não consegui um vídeo decente dessa cena, transcrevo abaixo:


Ben: Eu sei que Pawnee é uma cidade muito especial. Eu... adoro viver nela. E eu aguardo com ansiedade os momentos do dia quando posso passar tempo com a cidade... e conversar com a cidade. E a cidade tem um lindo cabelo loiro também e já leu um número chocante de biografias de políticos para uma cidade, algo que eu gosto. 
Leslie: Oh Deus...
Ben: Desculpe-me. Eu sei que podemos criar problemas, mas eu não aguento mais e acho que deveríamos ao menos conversar sobre isso. Quero dizer, não é só eu, certo?
Leslie: Não, não é só você.

Como não se derreter quando alguém admite que quer morar na sua cidade só para ficar perto de você? Os roteiristas de Parks and Recreation estão pegando pesado na fofura do Ben! Sobre o ator: eu tinha visto alguns filmes com o Adam Scott (Quase IrmãosCasa Comigo? e Ligeiramente Grávidos) e não achava graça nele. Até o Ben Wyatt aparecer!

Ben Wyatt tem estilo: o personagem ficou em 8º lugar na lista dos
25 homens mais estilosos da TVescolhidos pela renomada GQ Magazine. 
Vai em frente, Leslie Knope!

domingo, 17 de julho de 2011

Impressões femininas sobre Band of Brothers

Sabe aquele livro/filme/seriado/álbum que todo mundo comentou muito quando foi lançado, você se interessou, porém não teve a oportunidade de ler/assistir/ouvir na época? Daí o tempo vai passando e acaba se esquecendo, até que alguém comenta e, subitamente, você mergulha naquilo. Isso já aconteceu várias vezes comigo - e a minissérie Band of Brothers é o exemplo mais recente.
Exibida em 2001 pela HBO, essa obra-prima televisiva tem produção de Tom Hanks e Steven Spielberg, por isso quaisquer semelhanças com O Resgate do Soldado Ryan estão longe de ser mera coincidência. A minissérie de dez capítulos conta a história da Easy Company na Segunda Guerra Mundial, desde os treinamentos antes da partida rumo à  Europa até o final da guerra. Se o maior mérito de O Resgate do Soldado Ryan é a impressionante sequência do desembarque das tropas na Normandia, norte da França, naquele que ficou conhecido como Dia D, em Band of Brothers o fator psicológico e a maneira como mostra o relacionamento entre os soldados, como irmãos mesmo, emociona e faz refletir.

Mais uma batalha no front
Tiros, sangue e lágrimas
Cada episódio conta com a participação dos verdadeiros combatentes, que relatam diversos aspectos da guerra, sobretudo o lado humano dos soldados e as dificuldades. Sem serem identificados (apenas no último episódio se descobre quem são), eles expressam em palavras toda a emoção de reviver lembranças de um período que marcou a vida de cada um deles. 
Claro, por se tratar de uma produção norte-americana, a visão é a dos aliados e há patriotismo. No entanto, Band of Brothers acerta justamente por não focar apenas no heroísmo e apresentar as dificuldades, burocracias e até o descaso em relação aos próprios soldados. Um exemplo é o episódio no qual o enfermeiro da Easy Company é o narrador: ele é a pessoa que mais sente na pele o horror e os empecilhos à difícil tarefa de tentar de salvar vidas.

O homem, o mito
Personagem central
A figura mais emblemática da Easy Company foi o Tenente Dick Winters (falecido no início de 2011). Interpretado pelo ótimo Damian Lewis, ele não foi apenas o cérebro de sua companhia, mas um homem capaz de manter os soldados unidos e valorizá-los, apesar de todas as dificuldades (medo, frio, fome, dor...). Por isso, não é à toa que ele seja a figura central da obra e tenha cultivado tantos fãs e admiradores. Aliás, antes mesmo da partida da Easy Company para a Europa, Winters já inspirava a confiança dos jovens combatentes.

Ainda não decidi quem é mais pegável
Homens de uniforme
Filmes de guerra costumam ser associados ao público masculino. Devem achar que mulher só gosta de filme adocicado - doce engano. Guerra é um "evento" que marca a vida de todos os envolvidos, não importa sexo ou idade. Agora, tratando-se de uma obra para cinema/televisão, minha abordagem vai além para justificar o interesse feminino por algo como Band of Brothers: homens de uniforme. E o melhor: homens (muito) bonitos de uniforme. Basta dar uma olhada na imagem ao lado, com os principais protagonistas, interpretados por Ron Livingston e Damian Lewis.

Fuck yeah Fassbender de uniforme!
"Eu te conheço de algum lugar"
Apesar de assistir a uma série dez anos depois reservar fatos chatos, como não ter ninguém para dizer algo como "você viu que episódio espetacular o de ontem?!" e comentar detalhes, é curioso para reconhecer coadjuvantes que hoje estão com a carreira consolidada. Por um lado, David Schwimmer já era um astro em Friends; Donnie Wahlberg fez carreira no New Kids On The Block e tinha participado de O Sexto Sentido; Ron Livingston foi o protagonista do cult Como Enlouquecer Seu Chefe. Por outro, os coadjuvantes Michael Fassbender (X-Men: First Class), Tom Hardy (A Origem) e James McAvoy (Desejo e Reparação) se tornaram astros anos depois de participar da minissérie. Além deles, Kirk Acevedo (série Fringe), Simon Pegg (Star Trek), Stephen Graham (série Boardwalk Empire) e Colin Hanks (filho do Tom) também marcam presença.

Eu tinha que colocar uma
 foto do Matthew Settle
Os outros
E as impressões femininas sobre Band of Brothers não param por aí. Alguns outros belos exemplares do gênero masculino na minha humilde opinião: Matthew Settle (Capitão Ronald Speirs - foto ao lado); Eion Bailey (Soldado David Webster); Rick Gomez (Sargento George Luz) e Shane Taylor (Cabo Eugene Roe).




sábado, 16 de julho de 2011

Comédia 090 - Uma Noite na Ópera

Ficha técnica
Título original: A Night at the Opera. Ano: 1935. País: Estados Unidos. Direção: Sam Wood. Com Groucho Marx, Chico Marx, Harpo Marx, Kitty Carlisle, Allan Jones. 96 min - Preto e branco.

O filme
Maior sucesso cinematográfico da carreira dos Irmãos Marx, Uma Noite na  Ópera é o primeiro filme da trupe sem o caçula Zeppo. Marca também a estreia do trio na MGM, o estúdio de cinema de maior prestígio na época. Com enredo linear, a trama contém sequências malucas, como a piada do contrato, a cena da cabine lotada e a farsa dos aviadores russos. Porém, há espaço para o romance entre um jovem tenor e uma soprano, o qual cabe ao trio fazer com que finalmente fiquem juntos. Leve e engraçado na medida certa.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Da série...

...Ô lá em casa (em dose tripla!)
Ben Whishaw, Tom Hardy e James McAvoy

terça-feira, 12 de julho de 2011

Notas cinematográficas

O sal desse mar: Drama sobre uma jovem norte-americana de descendência palestina que viaja a Israel, onde reconhece suas raízes e se apaixona por um palestino desiludido (o ótimo -– e lindo -– Saleh Bakri).

Potiche – Esposa-Troféu: O que parece ser uma comédia boba sobre a libertação da mulher e a revolução feminista, revela-se um filme inteligente e engraçado. O elenco é liderado pela eterna diva Catherine Deneuve.

A Missão do Gerente de Recursos Humanos: drama israelense sobre o gerente de RH de uma padaria de Jerusalém cuja missão é acompanhar o corpo de uma funcionária imigrante da Romênia, morta em um atentado. Bom, mas falta um algo a mais.

O Pianista: Obra-prima autoral do diretor Roman Polanski (ele foi vítima do holocausto e perdeu a família), perfeitamente dirigida, escrita e atuada. Definitivamente, um filme que merecia estar na minha lista de melhores da década passada

As Viagens de Gulliver: Só serve para aprimorar o senso crítico, pois é ruinzinho. Os efeitos visuais até que são bem feitinhos, mas é difícil assistir ao péssimo aproveitamento de Chris O'Dowd (o Roy da hilária série britânica The IT Crowd).

London River -– Destinos Cruzados: Belíssimo filme cujo contexto são os atentados em Londres, em 2005. Uma mãe inglesa e um pai de origem árabe buscam os filhos desaparecidos após a tragédia.

Um dia em Nova York: Apesar do charme, não dá para comparar com Marujos do Amor, filme anterior a essa sequência. Até os números musicais são apagados.

Intervenção Divina: Criei muita expectativa com esse filme porque adorei O Que Resta do Tempo, do mesmo diretor (Elia Suleiman). Mas achei que faltou uma narrativa tão interessante e inteligente como a da película posterior.

Quando você viu seu pai pela última vez?: Traz boas atuações de Colin Firth e Jim Broadbent, mas ambos já estiveram melhores e em filmes melhores. A velha história de relacionamento entre pai e filho, sem acrescentar nada de novo.

Casamento silencioso: Comédia dramática romena cujos momentos sensacionais se resumem a apenas 15 minutos (o jantar de casamento silencioso). Não gostei do modo maniqueísta como retrata o comunismo, assemelhando-se a um daqueles filmes panfletários norte-americanos.

Brideshead - Desejo e Poder: Uma pena que o melhor do filme, o excelente Ben Whishaw, seja um mero coadjuvante do insosso Matthew Goode, que é apenas um ator atraente. Filme dispensável que começa bem, mas depois desanda.

domingo, 10 de julho de 2011

As preferidas - reloaded

Os preferidos - reloaded e de um tempinho atrás. A lista está sem ordem de preferência.


Elaine Benes (Julia Louis-Dreyfus) - Seinfeld
É a definição da mulher em busca do relacionamento perfeito e, quando consegue, o interesse não é mútuo como deveria ser. Tornou-se a "pior melhor amiga" do universo dessa série.


Leslie Knope (Amy Poehler) - Parks and Recreation
Com quanto mais seriedade ela encara o trabalho burocrático no departamento de parques e recreação, mais situações constrangedores e engraçadas atrai. Uma verdadeira heroína feminista.


Britta Perry (Gillian Jacobs) - Community
Ela poderia ser uma mulher perfeita caso o mundo em que vivesse não fosse tão machista, cruel e hipócrita. Como não é, só atrai piadas para si graças ao seu modo revolucionário de encarar a vida.


Bernadette Rostenkowski (Melissa Rauch) - The Big Bang Theory
Uma das melhores personagens da série, com seu jeito meigo, voz aguda e tiradas inesperadas. Quem não gostaria de ter uma amiga/namorada como a Bernadette?


Alex Dunphy (Ariel Winter) - Modern Family
Filha prodígio de Phil e Claire, é uma nerd neurótica e aplicada que acha tudo muito errado e injusto. Não perde a oportunidade de mostrar a arrogância ao corrigir os outros.


Gloria Delgado-Pritchett (Sofía Vergara) - Modern Family
Um colombiana de sangue quente e um sotaque que enlouquece até o marido. Gloria é a personagem mais hilária da série e o talento da atriz mostra que não basta um corpão para brilhar na tevê estadunidense.


Lucille Bluth (Jessica Walter) - Arrested Development
Qualquer lista com as piores mães da televisão tem que ter a megera matriarca da família Bluth. Alcóolatra, calculista, sarcástica, vingativa... faltam palavras para descrever essa mulher que o espectador adora odiar.


Linda Bluth (Portia de Rossi) - Arrested Development
Loira, linda e burra. Uma vadia confessa, adora chamar a atenção de qualquer homem que seja um mínimo atraente - em parte para suprir a carência do marido que tem fobia de ficar nu.


Dra. Elliot Reid (Sarah Chalke) - Scrubs
Também conhecida como Barbie (por causa das madeixas loiras), começou como uma residente insegura e pressionada pelos pais. A insegurança, aliás, se reflete em qualquer área de sua vida.


Margaret Schroeder (Kelly Macdonald) - Boardwalk Empire
É um mistério como uma mulher tão correta se deixou envolver por um gângster como Nucky Thompson. Mas, numa cidade corrompida, espera-se de tudo.


April Ludgate (Aubrey Plaza) - Parks and Recreation
Apática, mal humorada e sarcástica. Essa estagiária tem um carisma que só é revelado quando está perto de seu amor platônico, o engraxate-metido-a-roqueiro Andy.


Jen (Katherine Parkinson) - The IT Crowd
Ela é gerente do departamento de TI de uma empresa, mas não sabe NADA de computadores. Anti-nerd e anti-geek, tenta resolver as coisas de maneira pouco ortodoxa. 


Mel (Kristen Schaal) - Flight of the Conchords
A fã número um da dupla de músicos folk formada por Bret e Jemaine é psicótica e tem a língua presa. Uma hora se descobre que Mel é inofensiva - mas até lá, tenha muito medo. 

sábado, 9 de julho de 2011

A melhor banda de todos os tempos (das últimas semanas)

Eu sinto vontade de chorar quando lembro que o Vampire Weekend fez um show em São Paulo no início deste ano e eu não fui. Como se sabe, ingresso para grandes shows internacionais no Brasil são muito caros, e eu não tinha mesmo como pagar quase 200 reais para ver um show  no meio da semana (sem contar o dinheiro para o taxi). 
Conheci a banda, de fato, no final de 2010, conferindo essas listas de melhores do ano. A música Run foi listada, se não me engano, pela Paste Magazine, que no site disponibilizou o áudio. Nem preciso falar que apertei o play três ou quatro vezes seguidas, além de ser estimulada a baixar o segundo álbum do quarteto, Contra (alguém ainda usa o verbo comprar quando se refere a álbuns musicais?). Maravilhoso desde a primeira audição, fiquei brava comigo mesma por não ter me interessado antes pela banda só por causa do nome ruim (Vampire Weekend me lembrava algo do tipo Simple Plan ou My Chemical Romance).
Nas últimas semanas, finalmente lembrei que precisava baixar o álbum de estreia do grupo, lançado em 2008. E, mais uma vez, não esperava que fosse tão bom. Fiquei decepcionada por eles terem vindo justo no começo do ano ao Brasil, uma época difícil para mim. 
A sonoridade da banda e a voz doce do Ezra Koenig fazem minha cabeç... meus ouvidos. O Ezra nem é o mais bonitinho da banda, mas ele é tão fofo e canta de maneira tão graciosa que já virou muso pra mim. Abaixo um video gravado no estúdio de uma rádio com a música M79, minha preferida do primeiro álbum.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A autora pede licença

Eu só me dou conta de que publico besteirinhas demais no blog, no Twitter, no Tumblr e no Facebook quando algum parente ou "aquela tal pessoa" diz que lê ou dá algum feedback (retweet, resposta, comentário, "curtir"...). Mas a vida é tão séria (ou eu sou tão séria com a vida?) que acabo extravasando na web. Comecei anônima - simplesmente Garota no hall -, mas aos poucos fui me libertando e mostrando quem sou. E aí, já sabe: escreveu besteira, encare as consequências. Um texto mais melancólico e já começam a dizer que estou deprimida; uma opinião pessoal, sem mencionar nomes e situações, e posso ser taxada de arrogante, pedante e/ ou insatisfeita com a vida.
A entrada é livre, mas quem paga o preço com a neurose sou eu. Afinal, quem gosta de ser interpretado erroneamente ou ser levado a sério demais quando metade do que escreveu saiu dos cafundós da mente para deixar o relato mais poético? Nem tudo é a verdade absoluta - e eu jamais seria verdadeira o bastante, expondo minha vida num meio ao qual todos têm acesso.
Na web, sou mais fútil e elevo temas irrelevantes a interesses pessoais (meus musos que o digam!). Podem dizer que só escrevo sobre filmes, séries e música, mas é claro que minha vida não é movida a isso (ok, cinema é minha paixão - fato!). A seriedade da vida não costuma ser levada para este mundo: temas que me perturbam (veja ou leia o noticiário para compreender o que quero dizer) raramente são abordados e problemas pessoais envolvendo terceiros ficam no âmbito pessoal.
Desabafar sem escancarar. Contar sem aprofundar. Ser sincera sem ser imparcial. Ser a Garota no hall sem ser a Lucie - e, consequentemente, sem ser a Luciana. Uma farsa? Uma personagem? Uma blogueira em busca de licença poética para relatar causos sem a corrente da verdade presa aos pulsos? Ou apenas uma autora pretensiosa para jogar na cara que preza tanto a expressão dos sentimentos quanto a escolha do olhar pessoal e da defesa do interesse próprio para contar tudo como acha que foi?