sábado, 30 de agosto de 2014

Leveza

Após a consulta de quinta-feira com a psicóloga, eu me sinto mais leve - como se estivesse passando para uma nova fase, ao contar-lhe coisas que minha mente bloqueava. Por isso dizem que esse tipo de tratamento pode levar anos, pois demora para nos sentirmos totalmente confortáveis e confiantes até nos abrirmos. Estou comendo melhor e tenho até mais ânimo.
Minha avó já recebeu alta do hospital e está aqui em casa. Preciso evitar ficar down neste período - se bem que não somos nós quem controlamos isso -, por isso vou tentar me manter mais animada. 
Foi bom sair, ver pessoas que não encontrava há algum tempo, respirar o ar noturno da cidade, desligar-me um pouco daquilo que tomou conta de mim nos últimos meses. E o mais importante: deixar de me pressionar para tomar decisões que podem esperar o tempo que for. 
Não quero pensar em recaídas nem em sentimentos e emoções que possa vir a ter nos próximos dias. Quero viver o agora, dedicar-me a eu mesma, dormir, acordar, comer, trabalhar, estudar, escrever... sem lembranças ruins me acometendo, sem arrependimentos me invadindo, sem o passado me interrompendo. Enfim, deixar o mar da tranquilidade me invadir e ignorar que um dia a maré diminuirá.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Sobre a necessidade de se sentir feliz

Hoje voltei a ter aquela sensação de estar sendo dilacerada por dentro. Ontem estava me sentindo melhor, mas esta noite tive um sonho que me fez acordar deprimida. Segurei o choro até me descontrolar. Tentei botar para fora a tristeza, mas uma parte dela ainda está dentro de mim. Eu tive recaída, não consegui sustentar a máscara da mulher forte que age friamente. Eu sou humana, sou quente, gosto de dar e receber carinho, preocupo-me com as pessoas. 
Embora ultimamente tenho tentado encobrir-me, sei que não é a solução. Esse negócio de dizer "foda-se, arranjo um melhor" nunca combinou comigo (ainda mais porque a decisão foi em consenso). Sei também que chorar pelos quatro cantos da casa tão pouco irá me ajudar. O processo é lento, já passei por ele antes e sei bem como é. Mas a ânsia para se sentir bem esmaga o meu peito. 
Imagino que deve haver pessoas que pensam sobre mim "Nossa, que pessoa triste e insatisfeita. Acho que nunca a vi feliz". Pode ser que eu não seja feliz há um longo tempo, mas só tenha me dado conta disso de uns dois anos pra cá. Entretanto, isso não significa que eu tenha que culpar os outros - e tão pouco me culpar. 
Parece haver uma busca incessante por ser feliz e satisfeito, compartilhar suas conquistas e realizações. Eu me sinto obrigada a parecer feliz e manter o que sinto dentro de mim, abrindo-me vez ou outra a alguém ou à psicóloga. Ninguém gosta de pessoas negativas, que se abrem num Twitter e tão pouco num Facebook. Ninguém tem nada a ver sobre como realmente me sinto.

Neste momento, estou no hospital. Passarei a noite com minha avó. Trouxe o notebook e estou usando o celular de hotspot. Eu me sinto sozinha aqui, mas também me sinto sozinha em casa. Só que lá, eu posso desabafar com minha mãe e abraçá-la. Aqui é mais solitário. 
Não me sinto solitária apenas a partir dos últimos acontecimentos. Já faz um tempo que sinto isso. Às vezes, mesmo estando com alguém por perto, eu me sentia assim. Só que agora dói mais e não consigo segurar as lágrimas ao pensar. 
Lembro ano passado, da vez que fui ao hospital fazer um exame que já tinha marcado. Estava péssima e aproveitei para ir ao pronto-socorro. Um médico super-bom me atendeu e de cara viu que eu não estava bem. Já tinha chorado tanto por causa dos acontecimentos da noite anterior que meus olhos estava inchados. Ele não quis receitar medicamento para dormir, quando eu disse que não conseguia descansar e sentia muita ansiedade. Indicou um fitoterápico e respondeu que, como profissional, acreditava que a pessoa deveria enfrentar os problemas, e não tomar algo que a forçasse a se sentir melhor. 
Eu entendo esse ponto de vista. Da única vez que fiz tratamento com medicamento psicoterápico, os efeitos colaterais foram tão fortes que eu parei porque não aguentei. Li a bula e me assustei. Não é de espantar, portanto, que a indústria farmacêutica lucre milhões com a infelicidade alheia. Não julgo quem precisa tomá-los nem especialistas que receitem, só acho que o médico que havia me receitado foi desatencioso, pois a consulta havia durado poucos minutos para ele escolher algo tão forte para mim.

Enfim, conto e desabafo porque não aguento segurar dentro de mim nem por um dia.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Troca de band-aid

Você tem um machucado (um corte, uma ferida...). Antes de fazer o curativo, precisa limpá-lo e secá-lo. Assim, prepara a pele antes de colocar o curativo. Só que, uma hora, vai precisar trocar o band-aid. Puxa de uma vez ou vai tirando devagarzinho? Sente a dor rápido e forte ou a deixa vir aos poucos, com menor intensidade?
Estou tentando trocar o meu band-aid. Já se passaram dias desde que o coloquei, mas ainda não sei como fazer. Na verdade, estou pensando em deixá-lo por mais algum tempo antes de decidir de que maneira farei. Às vezes, puxo a parte adesiva e dou uma espiadinha, mas logo recubro de novo. E ao fazer isso, cutuco a ferida e vejo se ainda provoca dor. E dói.
Vez ou outra, mesmo coberta, a ferida sangra, espontaneamente ou após ser pressionada. O último caso é proposital. O sangue surge e a dor também. A ferida, que parecia estar descansando e se recuperando, lateja. O corpo todo parece sofrer com isso.
Ao sangrar espontaneamente, a dor não é menos intensa, mas vem ao acaso. Um pequeno motivo já causa isso. E a ferida parece remexer, pedindo para tomar um ar e ver a luz do dia.
Minha indecisão quanto a trocar o band-aid da ferida pode demorar ou terminar logo. Posso sentir uma dor rápida e forte, antes de recobrir com um novo curativo, ou lenta e suportável. Em ambos, preciso ter paciência para posicionar o novo band-aid. Só espero que em nenhum dos casos a parte adesiva acabe ficando em cima da ferida, pois assim nunca vai se curar e ainda terei raiva ao removê-la.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Tão perto, tão longe

Aqueles dias em que, mesmo tão distante,
com sua energia e insistência,
manipulou-me como um brinquedinho
e eu deixei porque queria apenas sua atenção

Aqueles dias em que, mesmo tão distante,
contou-me segredos e fantasias
esperando que não o julgasse
mas satisfazendo-se por compartilhar aquilo

Aqueles dias em que, mesmo tão distante,
fazia-me chorar em desespero
com medo de perder algo
que até hoje não sei se tive

Aqueles dias em que, mesmo tão distante,
meu coração palpitava de preocupação
com medo de que em seu sofrimento
se entregasse a um final trágico

Aqueles dias em que, mesmo ao seu lado,
eu o sentia como um estranho
agindo de maneira silenciosa
respirando e me tocando

Aqueles dias em que, mesmo ao seu lado,
confundia-me com histórias
que ofuscavam o futuro
que jamais teríamos juntos

Aqueles dias em que, mesmo ao seu lado,
aflorava a insegurança
misturada com a vontade
de fazer tudo certo

Aqueles dias em que, mesmo ao seu lado,
eu me sentia tão sozinha, 
silenciosa em meus desejos
de abraços e carinhos

domingo, 24 de agosto de 2014

O sentido da amizade

O fim de semana parece ter durado uma eternidade. E isso é bom. Os ares de Ubatuba e de Paraty trouxeram frescor ao meu estado de espírito, ajudando a purificar meus sentimentos. E me preparando para esta semana, que será cheia. 
Minha avó irá operar amanhã. Ansiedade (quase) sob controle, eu tento não ficar pensando muito nisso. Os amigos com quem comentei estão me apoiando, eu consigo sentir pela sinceridade deles. E isso é tão bom! Até me faz repensar o sentido da amizade e que não devo "forçar a barra" com algo que nem mesmo nesse âmbito me deixa segura.
O que me traz a outro assunto, sobre o qual mais refleti nos últimos dois dias: existe amizade após o fim? Minha resposta seria: depende das circunstâncias. Estou tentando considerar, mesmo que seja algo que nunca fez parte da minha vida e da minha personalidade. Preciso sentir segurança quanto a manter tal amizade, algo que ainda não me convenceu.
Preciso pensar mais em mim e nas minhas necessidades. Se em outro âmbito não fui satisfeita, por que milagrosamente seria neste? Será que vale a pena criar expectativas sobre algo que acontece tão naturalmente? Afinal, ou a pessoa é leal ou não é. 
O verbo "merecer", que não gosto de usar, acaba vindo à minha mente. Acho muito relativo dizer que "alguém merece tal coisa" (mas a frase "você não me merece" continua sendo a mais cafajeste; da próxima vez que ouvi-la vou simplesmente excluir da minha vida quem disser). Para merecer dedicação e preocupação, deve concedê-las. Não quero mais me desgastar por tão pouco.

Antes que o rancor me acometa, prefiro pausar minha reflexão. Porque a mágoa e a decepção já estão retomando o curso, conforme as lembranças insistem em voltar - e não quero que a pessoa ocupe um lugar de tanto destaque no meu estado emocional.

sábado, 23 de agosto de 2014

Reflexão além da mágoa

Estou mantendo uma espécie de diário no blog, mesmo sem querer. porém, está me ajudando. Estou longe de casa, mas volto amanhã. Ainda bate uma melancolia de vez em quando, mas acho que deve ser normal. Estou tentando relaxar, porque semana que vem não será fácil. Além de ter de encarar a pós de novo e me preocupar com o TCC (duas coisas com as quais estou completamente desmotivada), minha avó fará uma cirurgia e rola aquela tensão.
Tenho tentado fazer um exame de consciência (com relação a outras coisas que não menciono por aqui), mas às vezes é pior. Tenho muito o que resolver, mas quando penso parece que a minha cabeça irá explodir. 
E mesmo longe, para espairecer e descarregar a energia negativa (não acredito tanto nessa de recarregar as energias), eu penso nele. Estou concluindo que minha mágoa com o que aconteceu é porque eu gostaria muito que desse certo. Do meu modo, tentei e fiz o que podia, só que me desgastei. Isso não quer dizer que o outro não tenha tentado também, mas da minha parte, houve um desgaste que trouxe insatisfação. 
Por exemplo, se estivéssemos juntos, provavelmente eu não teria viajado. Porque o que eu queria era viajar ao lado dele, mas projetar isso para frente estava me desanimando. Eu precisava disso - e a oportunidade da viagem surgiu repentinamente, como um remédio para os sentimentos. 
Em outro relacionamento que tive, passei anos apoiando e entendendo os problemas da pessoa. Mas quando nos separamos, consegui fazer planos e concluir vários deles. Podia viajar simplesmente pensando em mim, e não tendo que justificar "Ah, mas ele não pode. Fica para quando ele resolver os problemas dele" e esquecer do que quero também. Não sinto que tenho mais saúde para adiar vontades por causa de outra pessoa. E era disso que eu tinha medo no meu relacionamento: regredir a uma infelicidade que já havia conhecido muito bem.
Mesmo refletindo sobre isso, sinto meu peito apertar de vez em quando. Não quero imaginar aquilo que eu gostaria de viver e jogar a vontade para o futuro. Não quero viver cada semana com a incerteza gerada pelo desgaste. Não quero descontar minha insatisfação em alguém com quem tive bons momentos.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Um longo dia que passou

A madrugada foi longa e o dia também. Passei o dia imersa numa tristeza que nem eu consigo explicar. A raiva passou, mas a mágoa parece ter aumentado. São muitas coisas numa cabeça só, tudo gira, nada faz sentido. Eu começo a chorar de repente e nem o porquê. Estou com medo que a tristeza se torne depressão (se já não está se tornando), daí penso "não sei como vou conseguir desta vez". 
Mas o fim de semana será para espairecer, fugir da rotina e tentar esquecer - ao menos momentaneamente - aquilo tudo que me acomete. Ver o mar, sentir sua brisa, pisar descalça na areia. Faz meses que preciso disso, que tenho essa necessidade de respirar o ar marítimo - nem ligo pra banho de mar, só aquela atmosfera de praia já me ajuda.
O peito ainda dói, qualquer coisa que pense me leva ao passado. Eu queria muito esquecer tudo para passar o dia bem. Mesmo que eu não estivesse satisfeita com o relacionamento e tivesse feito várias tentativas para melhorar (o relacionamento e minhas atitudes), é incrível como ainda sofro. Por que tem que ser assim? Não seria mais fácil aceitar o fim (com o qual concordei) e seguir adiante? Sim, seria. Mas nem sempre é como poderia ser, porque todos lidamos com esse tipo de situação de maneira diferente.
O primeiro passo foi esclarecer aquilo que, mesmo com o fim, continuava incomodando. Depois, eliminar a raiva. Agora acho que preciso esperar a mágoa e a dor passarem e evitar que a ansiedade aumente - ela precisa diminuir, na verdade.

Agradeço aos meus amigos pelo apoio, demonstrando interesse pelo que estou sentindo ou sendo pacientes em meus desabafos. Minha irmã, tão longe, ajuda como pode. Minha mãe, que está ao meu lado, atravessa, mais uma vez, um momento difícil comigo. Meu pai está longe também, mas semana que vem vou poder vê-lo.
Eu detesto ser monotemática e não passo por isso porque quero. Tenho dificuldades de lidar com assuntos ligados a relacionamentos, ainda mais este que foi tão difícil. Quem me conhece sabe como insisti para levar adiante, mesmo cansada e sem forças. Mas não culpo a pessoa com quem estava. Como já afirmei em outros posts, ambos tentamos e sofremos, cada um conhece melhor o seu lado.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Releitura

Cá estou com insônia. Tentei forçar dormir, mas percebi que não conseguiria e senti aquela necessidade de escrever. Acordei repentinamente, em seguida veio uma dor de estômago que não me permitiu descansar novamente. Tenho me alimentado mal, bem aos poucos estou voltando a comer. A ansiedade aumentou consideravelmente - desde o assalto, na verdade -, mas está estável. 
Nessas condições, é claro que acabo pensando no que aconteceu nos últimos dias. Todo fim de relacionamento me provoca mágoa e raiva - não sei se mais gente é assim, falo por mim. Agora estou mais magoada, o que pode ser melhor do estar com raiva, embora também seja ruim. A raiva amenizou ontem, depois que eu e ele tivemos uma conversa por email, tentando esclarecer alguns pontos conturbados para ambos.
O intuito não era nos resolvermos, mas tentar diminuir um pouco o que ficou de ruim entre a gente. Nesses momentos, bate a saudade e tenho até uma recaída. Por isso penso que é mais fácil superar relembrando coisas ruins e motivos que justificam o fim, mas não é bom sentir raiva de pessoas ou situações.
Eu não queria que fosse assim, não queria ter tomado a decisão do final de semana. Tentei resolver (muitas vezes comigo mesma, com apoio da psicóloga e de outra pessoa próxima) os sentimentos confusos, relevar alguns acontecimentos, mas quando veio tudo de uma vez na minha cabeça, não consegui. É como se adiasse tomar uma decisão por receios: era bom estar junto, mas pairavam insatisfações.
Primeiro vem aquela sensação de perder alguém, mas logo me lembro que a decisão foi um consenso. Não há porque eu sentir culpa do que foi resolvido, pois pode ser bom para ambos - por pior que seja continuar gostando da pessoa, só que "gostar" não basta para permanecer com alguém. Tentamos resolver alguns dos problemas antes, mas eles se mostraram insolúveis, seja pela personalidade ou pela urgência da situação.
Paira um arrependimento, mas não posso alimentá-lo. Os momentos de felicidade eram permeados por dúvidas e lembranças ruins. Foi um relacionamento problemático, não há como negar. E ter algo estressante entre duas pessoas realmente desgasta.
É difícil seguir em frente e retomar a rotina e as responsabilidades. Levantar e ver um dia vazio pela frente, simplesmente porque não há forças para preenchê-lo. Mas posso começar agora - pretendo dormir mais, na verdade -, mudando algo que pode ter sido bom para mim no momento, só que não faz sentido manter: um post no Facebook que publiquei no modo público porque senti a necessidade de "gritar" algo que me perturbava (mencionado no post anterior).
Ocultei-o porque eu mesma não queria mais olhar para ele. Consegui com que lessem e até comentassem com mensagens de apoio. Aquilo me deu força, admito. Porém, não preciso mais. Fiz propositalmente, queria mesmo que ele lesse e soubesse o que os outros pensariam sobre aquilo. Estava com raiva por outro motivo e quis descontar no post. 
A pessoa mencionada viu, ficou magoada e me escreveu. Foi aí que começamos a trocar emails e eu percebi que não queria sentir raiva dele e magoar ainda mais a nós dois. Afinal, estamos bastante mal com o fim, não é necessário jogar combustível para alimentar mais sentimentos ruins. 
As lembranças que incomodam podem não ser apagadas com o tempo. Preciso saber lidar com elas para que não me atrapalhem. Também prefiro que as lembranças boas permaneçam num canto, para evitar que as lágrimas venham ao relembrá-las. Espero manter-me sob controle e evitar mágoas para mim - e isso inclui não machucar outras pessoas, pois nunca me senti feliz por ferir alguém.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A decepção não superada

Quase todo fim de relacionamento suscita aquela listagem de reclamações, ainda mais em tempos de Internet e redes sociais, que parecem dar mais liberdade para a pessoa expressar como está se sentindo e contar lembranças e defeitos do que passou. Alguns, irritados, ousam dizer "Ah, quando estavam juntos, era tudo bom. Por que agora vem esse poço de reclamações?". Porque, antes, tentamos encontrar motivos e forças para relevar alguns acontecimentos. Quando eles acabam, é como se a rede que segurasse isso tudo estourasse e os problemas vazassem. E, cá entre nós, alguns seres humanos têm a necessidade de desabafar - seja oralmente ou por escrito.
Eu voltei à psicóloga há cerca de um mês porque percebi que não estava bem e precisava de apoio profissional. O blog funciona, às vezes, como um meio de expressão simultânea - o que não dá para guardar ou esperar, preciso escrever. Lê quem quer.

O fato é que meu último relacionamento provocou sofrimento desde o início. Foram situações com as quais tanto eu quanto a outra pessoa não soubemos lidar. Aos poucos, foram feitos os reajustes. Mas isso não me privou da ansiedade, da depressão e do sofrimento. Tivemos os bons momentos e os ruins. As brigas com causa e as sem causa. A culpa de um e do outro.
Quando uma pessoa apresenta para você, logo de cara, nuances obscuras de sua personalidade, justificando que prefere ser sincera antes que descubra ao longo do tempo, é impactante. Eu não soube lidar muito bem com isso, era muita informação sendo despejada de uma vez, sendo que nem consenso havia de que um queria se envolver seriamente com o outro.
Em um momento de fragilidade, acreditei que daria certo dessa vez (a anterior havia sido há alguns anos, quando nos conhecemos e saímos poucas vezes). Mas foi muito difícil lidar com tudo, ainda mais que eu estava doente e nem sabia. Entre brigas, idas e recaídas, comprometemo-nos a levar a sério o que sentíamos um pelo outro. O apoio mútuo seria indispensável para levar aquilo adiante. 
Só que me desgastei. Passei por coisas complicadas que tentei esquecer, mas não consegui. Importei-me tanto em ver o outro lado, que esqueci do meu. Ou quando pensava em mim, acabava brigando. 

Não é um motivo que leva um relacionamento ao fim, mas vários que acabam acumulando. Da minha parte, o principal deles tem a ver com o assalto relatado aqui. Quando cheguei em casa, minha mãe me ajudou com o curativo dos machucados e liguei para a operadora de celular para cancelar a linha. Em seguida, tentei falar com ele. Quando me atendeu, contei o que havia acontecido, que estava muito nervosa e tinha me machucado. Ele se ofereceu para ir à minha casa, e eu disse que queria. Mas, ele sugeriu ir apenas no dia seguinte, uma segunda-feira. Eu falei que preferia que viesse no domingo mesmo. Era umas 17h30. Ele disse que iria, mas demoraria um pouco, pois estava na casa do amigo e precisaria tomar banho em casa e pegar o ônibus. Entendi perfeitamente e aguardei.
Mesmo não estando bem, preparei um jantar para a gente e, por volta das 21h, ele veio. Até aí, tudo bem. Só que, no dia seguinte, acabei descobrindo que quando liguei, ele estava jogando um jogo de tabuleiro que havia comprado naquele dia. E esperou terminar a partida para então vir me ver. Daí compreendi porque ele preferia vir depois, já que estava no meio de um "compromisso inadiável".
Tentei superar a decepção ao longo da semana, mas daí foi juntando com outros fatos e a mágoa ficou ainda maior. Por que eu não valho a pena a ponto de não parar um jogo para me ver e apoiar? Só eu tenho que estar à disposição para ajudar e se preocupar? Qual seria o futuro de algo assim?
O "gostar" não fez tanta diferença, pois meus sentimentos pareceram enfraquecer diante de todos os questionamentos que me rodeavam. Eu lidei com tantos acontecimentos mais difíceis, e tudo que precisava era de alguém que realmente demonstrasse preocupação pelo que estava passando. Quem já foi assaltado sabe como é difícil: vai além da perda material. Quando se é mulher e está sozinha no momento, sem ninguém para ajudar, acredito que seja pior, pois a impotência parece perseguir.
Por isso, a mágoa é por tudo: pelas constatações, pelo fim, por acontecimentos passados que insistem nas lembranças, pelas coisas que dissemos um ao outro. E só me resta desabafar e tentar superar como puder.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Dia 2

O Dia 2 talvez seja o pior dos dias. É aquele em que "a ficha cai", em que o choro engasgado se liberta em soluços e lágrimas que jorram. É o dia em que se quer dormir eternamente, sem sonhos nem pensamentos. Mas, apesar desses desejos, é o dia em que se acorda e relembra tudo o que aconteceu. 
Não é o dia de voltar atrás, mas de tentar aceitar o que aconteceu. Aquele dia em que os pensamentos dialogam e os bons momentos insistem em aflorar. É o primeiro dos últimos dias da saudade - ou ao menos assim se espera. É o dia em que a imaginação se dirige ao Lacuna e pede para que todas as lembranças sejam apagadas. É o dia em que se tenta comer. É o dia em que a mente implora para escrever e libertar um pouco da dor que a incomoda.
É o dia também no qual alguém diz para aceitar a dor e chorar. Chorar muito, livrar-se da mágoa. Desintoxicar-se do sofrimento, expulsá-lo. É o dia em que outro recomenda distração: leia, faça algo que goste, passe o tempo. Mas o primeiro conselho é mais prático e imediato.
No fundo, o Dia 2 é o dia da incerteza: de não saber como será dali para frente, de não querer fazer planos, de ignorar o futuro. Um dia cercado de receios e palpitações desenfreadas.


domingo, 17 de agosto de 2014

Sobre meios e fins

"Por que?", indagou-se.

Procuramos respostas para tudo. Para atitudes, perguntas, acontecimentos, sentimentos. A busca é incessante, pois respostas são necessárias. Na maioria das vezes as temos, mas nem sempre queremos compartilhá-las.
Frequentemente, questionamos o caráter dos outros, mas poucas vezes refletimos sobre o nosso. Dizemos coisas sem pensar, magoamos e seguimos em frente. Não acredito no perdão. Pedi-lo denota humildade e reconhecimento do erro, mas aceitá-lo significa mais para quem o pede do que para quem perdoa.

O peito dói como se uma lâmina gelada o atravessasse. É uma dor causada mais pelos meios do que pelo fim. Enquanto bondade e maldade tentam conviver pacificamente dentro de nós, vez ou outra uma delas se exaspera. E a maldade, assim como a bondade, age sem enxergar quem atinge. Porém, ela dilacera o alvo, arrebata-o. Comprime seus pulmões, atinge sua cabeça. 

Não há o que fazer. Os erros levam ao fim. A dor é maior pelo caminho percorrido para se chegar a ele. Não há justificativas ou perdões; aconteceu, passou.

Por isso, não peço desculpa nem perdão. Espero, apenas, que o mal causado se extingua como a chama agonizante da paixão.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A tela das mulheres objetos

Não sou especialista em feminismo nem conservadora, mas toda vez que estou em algum site ou rede social e vejo algo sobre Sin City 2, a primeira coisa que penso é: "Lá vem mais objetificação de mulher". Porque mostrar determinadas mulheres como "heroínas" ou "femme fatales" não justifica a exaltação das mesmas, se a objetificação ocorre por elas precisarem aparecer seminuas para suprir a necessidade masculina de ver uma gostosa na tela (neste caso, várias gostosas).
Ultimamente, estou muito insatisfeita e irritada com essa necessidade de as mulheres precisarem ser sempre objetificadas, nas telas ou fora delas - o que faz com que eu deixe de assistir a inúmeros filmes por já saber o que está por vir. O próprio Ela, que todo mundo por aí chama de "sensível e delicado", é um enorme exemplo de objetificação: um sistema operacional com a voz de Scarlett Johansson, sendo que Joaquin Phoenix atuou com a Samantha Morton (atriz talentosa e com vários prêmios no currículo). 
Que homem fantasiaria com a voz de Scarlett fingindo orgasmos? Milhares. Pronto, uma escolha "eficaz" para um filme hipócrita e vazio. Ponto para Spike Jonze, que consegue objetificar de maneira velada. Acreditar que o protagonista estava realmente apaixonado pela tal Samantha (o sistema operacional) é forçar demais a minha inteligência, quando tudo o que ela faz é suprir a carência do rapaz, que age como um controlador ciumento - longe de apaixonado. 
Voltando a Sin City, que é escancarado ao objetificar suas mulheres: vi o primeiro filme apenas uma vez. Lembro que achei visualmente impactante, mas, no geral, uma grande bagunça - recordo apenas de alguns segmentos, especialmente o de Mickey Rourke, meu favorito. Eu gostei na época, só que ainda era aquela moça ingênua que gostava de tudo que assistia. O fato de eu nunca querer ver a película novamente denota que tem coisa muito melhor para rever do que uma história sem pé nem cabeça que se apoia no sexo e na violência - e no visual chupinhado da graphic novel de Frank Miller.
Daí, ver mais atrizes vestindo a carapuça de mulher objetificada me dá tédio - e uma certa pena delas, que nem devem ler o script. A pior piada em relação ao filme foi o tal pôster censurado da Eva Green, que interpreta uma mulher fatal seminua (uau, ela nunca fez isso, né?). Não bastasse Eva ser uma atriz muito fraca, que alcançou a fama por causa dos peitos (diga-me um filme no qual ela não os mostre ou ao menos use decote), seu único atributo é censurado. Poxa Sin City 2, com polêmicas assim você vai longe!
Não repreendo quem curta filmes como Sin City, que utilizam o fetiche masculino por armas e mulheres seminuas (ou nuas mesmo) como premissa, nem quem achou Ela uma história de amor muito romântica. Acho apenas que a barra está sendo forçada de tal maneira que eu me sinto a última chata de galocha da poltrona. Porque não basta ser, eu tenho que me sentir assim também.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Assalto

Nesta semana, sofri meu primeiro assalto em terras paulistanas - e espero que seja o último. A perda material magoa (um celular que havia ganhado), mas o pior é o sentimento de impotência diante do ocorrido. Um homem, provavelmente morador de rua, percebeu minha distração ao manusear o celular e me agarrou por trás, segurando meu braço e me intimidando. Não estava armado - foi a primeira coisa que notei -, por isso ofereci resistência até o fim. Caí no chão, ralei coxa, joelho e cotovelo, gritei por socorro. Não larguei o celular. Até que vi um outro homem se aproximar e pedi ajuda, mas era um comparsa do assaltante. Assim que percebi, larguei o celular. Não apanharia de dois.
Corri, gritei "ladrão", segui-os com os olhos. Se tivesse ajuda, continuaria correndo até a rua onde os vi adentrar. Mas, sozinha nada faço. Estava próxima a um posto policial, então aproveitei a corrida para pedir ajuda. Não tive. Carona para fazer BO na delegacia. Não tive. Junto comigo, duas testemunhas que viram os ladrões correr me deram apoio. Da polícia, consegui carona até a minha casa - no carro particular de um dos policiais.
Se fosse um crime mais grave, sofreria em silêncio, em plena luz do dia, em uma tarde de domingo. Uma imagem não sai da minha cabeça: e se outro tipo de crime fosse cometido? Eu sofreria com os gritos ignorados e abafados, seria questionada pela minha "atitude" e vestimenta. Talvez, ouviria que "poderia ter evitado".
Enquanto um delito relativamente pequeno me instiga a imaginar outras situações, sei que há centenas de mulheres sofrendo com a ignorância alheia, sem ajuda e com conselhos tardios de que "não teria acontecido se...". Impressionante como um pensamento leva a outro - e como um acontecimento ruim reflete outra lembrança que me esforço para esquecer.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Comer para conhecer

Comer em São Paulo não é uma atividade muito barata, seja em restaurante ou em casa. Mas, vez ou outra dá aquela vontade de comer algo diferente, com outro sabor e até outra cultura. Muitas vezes, recorre-se à memória ("aquele lugar gostoso que tem uma sobremesa que gosto"); outras, ao bolso ("vamos procurar um lugar qualquer baratinho"). A indicação amiga pode marcar presença ("fulano falou que é bom, quero experimentar"), bem como a do guia ("li num site que é um lugar novo, podemos conhecer"). Porém, uma coisa é certa: é preciso uma dose de fome para instigar o programa.
Deixando os buffets por quilo de lado (se bem que recentemente descobri um vegetariano ótimo), é tanto lugar que abre e fecha todos os meses que fica realmente difícil escolher quando se está disposto a mexer no bolso. A comodidade acaba influenciando ("é aqui perto"), então geralmente a gente acaba conhecendo apenas um pedaço da cidade. E como São Paulo é enorme, não é pouco.
Há uma semana, descobri que o Kekanto não é só um guia para achar endereços e contatos: funciona como uma rede social de avaliações, especialmente para restaurantes. Como sempre tive antipatia do Foursquare (para mim sempre será ForSquared, mas pode ser que um dia eu perca a birra dele), rapidamente criei um perfil no Kekanto e comecei a procurar bares e restaurantes dos quais me lembrava. A principal graça está em opinar, no entanto não tive tempo de comentar muitos. E, de quebra, já fiquei interessada em conhecer outros lugares que vi no site.

(Enquanto não preparo mais um post gastronômico, vou preparando meu bolso para comer fora de casa.)

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Além do abdome

Apesar de não ter amado Guardiões da Galáxia, achei o filme divertido e bem produzido. Como entretenimento, portanto, é bastante eficiente - embora, no meu ponto de vista, careça de química entre os personagens e precise de um vilão realmente interessante, coisa que Os Vingadores acerta em cheio.
Mas, não estou aqui para falar especificamente sobre o filme, e sim sobre algo nele que me chamou atenção: Peter Quill, o anti-herói interpretado por Chris Pratt (ator que ganhou a graça do público e da crítica graças à série Parks and Recreation). No entanto, não me refiro meramente a ele na qualidade de muso, mas sobre a necessidade de fazer com que Pratt perdesse (vários) quilos para se transformar num bombadinho espacial. 
Para começar, a malhação que o ator fez só é comprovada na cena do banho na prisão. Claro que é sempre prazeroso ver six-pack abs, mas é realmente importante que um herói seja assim, bem como questiono se toda heroína tem que usar roupa apertada/decotada e ter bunda e peitos grandes? O que teria de errado se Quill fosse um cara mais normal, sem corpo de quem passa horas na academia? Não poderíamos aceitar Pratt do jeito que ele realmente é? E se realmente fosse necessária uma caracterização mais magra, não bastaria ele simplesmente perder uns quilinhos?
Essa busca pela perfeição me intriga muito. Em fotos e vídeos, todos precisam ter cabelos, pele e corpos perfeitos. Em filmes, mesmo que seja uma cena de 10 segundos, busca-se a forma perfeita. O que me lembra uma cena totalmente desnecessária do Matt Damon sem camisa em Elysium, na qual é evidente que ele estava "fora de forma" e a equipe de maquiagem precisou delinear um abdome definido nele. 
Sim, a gente gosta de ver o Ryan Gosling exibindo os resultados de meses de academia na tela do cinema, mas não nos importamos de vê-lo completamente normal, exibindo um talento que vai muito além da beleza física - convenhamos, Gosling exerce um estranho fascínio, porque ele nem é tão lindo assim (embora seja).
Por isso, eu gostava de Chris Pratt do jeito que ele era: aquele cara comum que você encontraria comendo um hambúrguer na lanchonete da esquina e bebendo um caneco de chope no bar. Afinal, quando já temos Thor e Capitão América, para quê precisamos de mais um bombado salvando o mundo?

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O último/A última...

... filme visto: Os Sem-Floresta (pela quarta vez - acho)
... filme visto no cinema: Os Guardiões da Galáxia
... episódio de série visto: S01E04 de Extant
... livro lido: O Jornalista e o Assassino, de Janet Malcolm
... exposição visitada: Iberê Camargo, no CCBB-SP
... passeio de exploradora: centro de São Paulo, com direito a Galeria do Rock e Praça das Artes
... aventura culinária na cozinha: batata rústica (do meu jeito)
... cerveja provada e aprovada: Urbana Boo
... momento de gulodice: sorvete de pistache da Vipiteno
... comprinha de mulher: sapatilhas

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Quanto mais série melhor

Após ficar provisoriamente órfã de True Detective, House of Cards e Fargo, busquei outras séries para suprir minha necessidade de programas excelentes. Ainda que nenhuma destas sejam tão geniais - algumas são guilty pleasure mesmo -, parte delas está cumprindo bem o papel. Vamos lá:

- True Detective e House of Cards ganharam um post, mas não cheguei a comentar minha paixão por Fargo. O receio inicial, quando confirmaram uma série inspirada no filmaço dos irmãos Coen, foi imediatamente liquidado no primeiro episódio. São capítulos bem escritos e dirigidos, com conexões inteligentes e atuações inspiradas de todo o elenco. Enfim, uma obra-prima que já nasceu cult.
O azarado se recompõe em Fargo

- Na falta de uma série de comédia para acompanhar (enjoei da maioria a que assistia, pois foram ficando repetitivas e desinteressantes), escolhi Veep. Motivo? Julia Louis-Dreyfus, a eterna Elaine Benes de Seinfeld. E olha, não me arrependi. Embora lembre bastante Parks and Recreation (uma mulher na política que precisa fazer o jogo), seu viés é ainda mais político e incorreto

- Quando li um texto que comparava Halt and Catch Fire à chatíssima Mad Men, desanimei. Mas pensei "vamos ver um episódio, né? Afinal, tem o Lee Pace". Achei surpreendente - talvez porque minhas expectativas estivessem baixas. O que mais gosto é de como colocam as personagens femininas em pé de igualdade com as masculinas. Vale a pena conferir - ainda mais se você for um geek vidrado nos anos 1980.
Os protagonistas de Halt and Catch Fire

- Meus únicos motivos para ver Sons of Anarchy foram Charlie Hunnam e a trilha sonora com Black Keys. Ainda estou no começo da série, que já tem sete temporadas, e nem sei se vou continuar assistindo. Mas confesso que até onde vi, estou gostando bastante.

- A premissa de The Strain está longe de ser original, tão pouco o tema vampiresco. Mas dois episódios foram o bastante para me convencer a acompanhar este projeto de Guillermo Del Toro. O enredo curioso e a produção meticulosa conseguiram atrair minha atenção. Vamos ver no que dá.
Caçador de vampiros à moda antiga em The Strain

- Vi o primeiro episódio de Girls e achei boa. Mas, para quem adorou o filme Frances Ha, parece uma pseudo produção indie descolada (é da HBO, então não tem nada de indie nela). O tema batido não me instiga a acompanhar, mas vou ver mais alguns episódios.

- O protagonista de BansheeAntony Starr, fazia uma novela tosca que assisti uma vez na Nova Zelândia. Logo, só vi esta série por causa dele. E só acompanho por causa dele também, já que seu personagem é bem interessante (interprete como quiser). 
Um xerife muito interessante em Banshee
- A premissa de Silicon Valley é boa, mas as série acaba reproduzindo alguns estereótipos e clichês de sitcoms populares. Parece que foi criada para lançar um novo olhar sobre os geeks e wannabes, mas cai na armadilha de vê-los sob a mesma lente do mainstream.

- A comédia dramática Nurse Jackie é outra série com boa premissa, mas que soa repetitiva logo nos primeiros episódios. Mesmo querendo fugir do comum, ao mostrar uma enfermeira competente, mas longe de ser samaritana, a própria estrutura entrega a dificuldade.

- Já The Leftovers não passou de dois episódios. Achei chata, com personagens desinteressantes e aquela aura de "quero ser a série do momento". Muito pretensiosa pro meu gosto.