sábado, 24 de agosto de 2013

Depois da pausa

Precisei tirar algumas semanas para pensar e repensar antes de voltar a escrever. Não queria ser repetitiva nem me expor ainda mais. Pelos últimos textos pessoais, já dá para traçar um panorama de como me sentia e o que aconteceu nestes três meses. Pensei "é o suficiente". 
Encontrei uma espécie de refúgio em meus amigos e familiares, que pacientemente ouviram meus desabafos. Alguns arriscaram conselhos, outros simplesmente deixaram que eu falasse o que precisava. E aquele sentimento minguante de 'culpa e responsabilidade' foi desaparecendo.
Certamente, todos precisamos de pessoas que nos façam sentir seguros e abrigados - assim, no sentido metafórico. Mas não devemos jogar nossas âncoras e atracar, esperando que as mudanças ocorram ao desembarcar. Não é assim. 
Um dia após o outro, eu tento compreender como as coisas funcionam. Não os outros, mas eu mesma. É como uma busca por autoconhecimento: incessante. E conforme Fran Healy escreveu, "nobody is an island, everyone has to go".

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Como um câncer

Como um câncer, ele se instalou em minha carne. À distância, conseguiu me controlar e manipular insistentemente. Por trás do incômodo que me provocava, surgia a necessidade de uma simbiose, com trocas de segredos e confissões. Mas cada um com sua personalidade forte, desde o início discussões e brigas eram frequentes, fossem os motivos mais sérios ou simplesmente implicâncias.
Quando surgiu a oportunidade de um encontro, fui tomada pelo nervosismo e a insegurança que me são característicos. Temia presente e futuro, conhecendo o passado pouco fácil de que fizera parte em outras relações e mesmo nessa - afinal, já tínhamos dado início ao que foi chamado de "rolo".
Nenhum lado estava completamente certo: os dois erraram, mas também tiveram seus esforços e acertos. Com brigas, idas, reconciliações e voltas, houve inevitável desgaste. Cada um defendendo a si mesmo, poucas vezes foram feitas concessões. O ponto sem volta chegou e acometeu a relação - que eu me esforcei para entender como séria, porém nunca fui convencida de tal coisa. O câncer adormecido se remexeu. O consenso foi de que o fim seria a melhor solução.  
Entre ofensas, defesas, explosões e contra-ataques, ambos saíram magoados. No entanto, não consegui lidar com esse sentimento e nem com a ideia de uma amizade após tudo o que havia acontecido. Queria tirar o câncer de vez, afinal não havia sentido em fingir que nenhuma palavra havia me ferido. Não quis continuar e admiti.
Diante da impossibilidade de conseguir o que queria - que eu mantivesse a amizade e me tornasse alguém de prontidão para ajudá-lo -, ele simplesmente agiu como tantas outras vezes, porém com mais violência. Numa explosão irracional, desceu ao mais baixo nível desde então e proferiu as seguintes palavras:
- Vai tomar no seu #*, sua vagabunda.

Não precisou atingir-me com um soco para demonstrar o quão covarde e autoritário era. Fez da violência verbal a sua arma e justificou-se dizendo que a culpa era minha de ter chegado àquele ponto. Claro, porque é mais fácil culpar alguém por sua atitude do que enfrentar as consequências e conviver com o fato. Como se não bastasse, bloqueou-me para se sobressair como o "dono da razão" (característica que quaisquer cinco minutos de conversa conseguem detectar nele).  
O câncer formou uma ferida e sangrou, mas foi removido. Violentamente, sim. Dolorosamente, sim. E a cicatrização levará algum tempo, mas já começou a acontecer. E assim o câncer desapareceu e eu me recupero lentamente para seguir em frente e retomar minha paz de espírito.

Nota da autora: este texto foi baseado em um acontecimento recente e real. Não houve vencedor nem perdedor, certo nem errado, mas a violência verbal comprovou a fraqueza de um dos lados em aceitar a escolha do outro - e, consequentemente, várias impressões que já haviam se formado ao longo do tempo.

sábado, 3 de agosto de 2013

Desafio dos 200 filmes - Parte 2

06) Um filme de vampiro: A Dança dos Vampiros (The Fearless Vampire Killers, 1967)
Comédia nonsense dirigida por Roman Polanski que traz cenas vampirescas um tanto quanto memoráveis.


07) Um filme que você gostaria de ter assistido no cinema e não viu: Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia, 1962)  
Desde os belos frames construídos magistralmente por David Lean à beleza exuberante de Peter O'Toole e a trilha sonora impecável de Maurice Jarre.


08) Um filme ruim de um diretor bom: Missão: Marte (Mission To Mars, 2000)
Único filme do Brian De Palma que vi no cinema. Por que justo esse?


09) Um filme de baixo orçamento que você tenha gostado: Apenas Uma Vez (Once, 2006)
Custou aproximadamente 180 mil euros. Graças a ele conheci a dupla The Swell Season (formada pelos protagonistas) e pude assistir ao lindo show em 2010.


10) Um filme com uma ótima música tema: Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid, 1969)
Porque Raindrops Keep Falling On My Head é uma das melhores músicas do cinema - e esta cena é um chuchu.