segunda-feira, 23 de junho de 2014

Pequena nota sobre o erro

É difícil evitar a dor, mas estou tentando. Ficar me culpando tão pouco adiantará. Todos erram. Alguns mais, outros menos. Alguns sabem perdoar melhor, outros não. Eu já sofri muito no passado, culpando-me, muitas vezes, de algo do qual nem era totalmente responsável. E se a culpa for minha, já foi. Passou. Do que adianta obrigar o perdão?
Todos têm defeitos. Eu passo a analisar os do outro - e são muitos. Como uma pessoa que gosta de alguém, claro que não me importava com vários. Mas, agora que estou na posição de julgada, reservo-me o direito de esmiuçar cada defeito mentalmente. E, pensando assim, realmente aceitei muitos deles. 
Faço isso para me fortalecer e parar de sofrer no quarto escuro. Não vou me levantar em segundos, mas a partir daqui quero ser mais racional. A ajuda que ofereci, o apoio que dei e tudo que consegui fazer com que alcançasse, já me colocam em posição superior. Se a capacidade de perdoar for mesquinha, apenas sinto por estar jogando tudo isso fora.
Não quero dó, nem pena, nem sentimento de obrigação. Não quero ser amiguinha, nem companheira, nem braço direito. Não quero realçar as lembranças boas e ocultar o lado mau do que passou, nem ignorar os segredos que dizem tudo. Mas, coloquei o "gostar" acima de qualquer coisa. E, agora que estou sendo desprezada, não quero me rebaixar.
Não é vingança, não é dor de cotovelo. É decepção, dor no peito e tristeza. É também um pouco de vontade de consertar as coisas, mas com uma ideia na cabeça: sem me humilhar e supervalorizar o outro. Não mais.

terça-feira, 17 de junho de 2014

A Copa dos memes

Nesta Copa do Mundo, impera o conceito bipolar: ame ou odeie. Os indiferentes, como eu, salpicam as redes sociais sem fazer muito alarde, mas se divertem com a melhor coisa do evento futebolístico - os memes e as piadas. Se perco o golaço ou a falta de noção em campo, não tem problema algum. Basta acessar o Twitter e o grande portal para conferir as pérolas dos espectadores inteirados, que não perdem uma oportunidade de brincar com a humilhação alheia.
Eu não gosto de futebol em si - aliás, não gosto de esporte em geral -, mas isso não quer dizer que eu saia professando discurso de ódio por aí. Muito pelo contrário, eu me divirto com a reação dos fanáticos pelo esporte (e não por times em si, que são os chatos que estragam a graça do clima de festa) e com os comentários irônicos e impagáveis que pipocam na tela.
Passo longe dos canais que transmitem os jogos, mas vez ou outra abro a página para conferir o resultado de alguma partida. Porque o jogo em si, este eu considero enfadonho, não importa a goleada ou o talento de seus jogadores. Dá-me agonia pensar que vou ter que passar mais de 90 minutos olhando para uma tela preenchida por fulanos correndo e chutando uma bola. Os primeiros 30 minutos até que são assistíveis, mas não demora muito para eu perder a paciência e procurar outra atividade com a qual possa me distrair - ou simplesmente durmo para passar o tempo.
As coisas complicam um pouco quando o namorado é o oposto e adora ver os jogos, embora até mesmo ele fique entediado em algumas partidas. Nas situações em que tenho de acompanhar, acabo fazendo um esforço para suportar estar ali até o final - distrações, bocejos e cochilos, certamente, fazem parte do momento. Por isso, para os próximos jogos, optei por manter uma certa distância - assim não preciso me submeter a assisti-los nem atrapalhar quem gosta de fazê-lo.
De resto, fica a torcida para que os momentos inesperados sejam devidamente registrados e chacoteados pelas mentes criativas que regem as piadas Internet afora.