quinta-feira, 30 de julho de 2009

Se eu fosse...

Mais "Se eu fosse..." aqui.

Literatura
...um escritor, seria Rubem Braga.
...um estilo literário, seria conto.
...um conto de fadas, seria A Pequena Vendedora de Fósforos.
…um personagem de Harry Potter, seria a Hermione.
…um livro de Harry Potter, seria O Prisioneiro de Azkaban.

Música
...uma cantora, seria Ella Fitzgerald.
...um cantor, seria David Bowie.

Cinema e TV
...um personagem de The Big Bang Theory, seria o Sheldon.
…um desenho animado, seria Doug.
…um longa de animação, seria Ratatouille.
…um filme de Woody Allen, seria Todos dizem eu te amo.
…um filme de Stanley Kubrick, seria Barry Lyndon.
...um filme dos Irmãos Coen, seria Barton Fink - Delírios de Hollywood.
...um Irmão Marx, seria o Harpo.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Natureba

Há alguns dias estive a trabalho em uma feira de produtos orgânicos e naturais na capital paulista. Aprendiz de vegetariana e defensora – acomodada – dos direitos animais, fui com a certeza de que seria uma ótima oportunidade não somente para render pauta e conhecimento como também para sair um pouco do ambiente viciado da redação.
Ocupando dois andares do famoso prédio da Bienal, a feira tinha ambientes distintos: alguns metros quadrados de business; um corredor de jornais e revistas; vários estandes de produtos alimentícios, com direito a provação; cantinhos zen, com massagens, trilha new age e cheiro de insenso; espaços alternativos de ecofashion… Tudo para agradar as diferentes tribos de consumidores.
No começo, é tudo diferente. Passava de estande em estande pegando cartão, panfleto, fazendo algumas perguntas para saber se a fonte seria interessante para algum dos veículos, provando chocolate sem lactose e hidratante orgânico para as mãos. Uns trinta minutos depois começa a ansiedade para o início da palestra e o cheiro de insensos e fragrâncias começam a me enjoar. A “vila zen” não é não agradável assim.
Ser natureba não deve ser fácil, imagino. Se você opta por utilizar apenas produtos naturais ou orgânicos, melhor preparar – e bem – o bolso. São caros e não muito acessíveis – some a gasolina, a passagem de ônibus ou metrô, e a sola do sapato. E se for comestível, não tem muito sabor. Se for vestuário, não tem muita elegância. Se for cosmético, tem aroma estranho.
Na busca por compradores em potencial, um expositor me para e pede para pingar algumas gotas de loção em minhas mãos. “É bom para respiração, sinusites” e outras doenças respiratórias do qual não recordo. Esfreguei as duas mãos, como ele falou, dei alguns passos adiante e cheirei. Nunca havia passado pela minha cabeça que usar Mentos como sabonete faria bem à minha rinite.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Imagem da semana

Enquanto aguardo ansiosamente pela terceira temporada de The Big Bang Theory (setembro está tão longe) e invejo os sortudos que acompanharam o painel com elenco e produtores da série no Comic-Con, o maior evento nerd do mundo realizado anualmente em San Diego, na California, só me resta babar pela foto abaixo, feita pelo TV Guide (a revista colecionada pelos pais de George Costanza).

Da esquerda para a direita: Simon "Flash" Helberg, Kaley "Supergirl" Cuoco, Johnny "Captain America" Galecki, Kunal "Green Lantern" Nayyar e Jim "Super Big Bang" Parsons

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Literatura na capinha do DVD

Já percebeu que as resenhas de contracapas de DVDs (ou mesmo VHS, o pai do cinema expresso na telinha) raramente são atraentes e costumam apenas trazer infomações extremamente básicas, como prêmios, elenco e resumo da história? Pois, talvez pensando nisso, o(a) autor(a) da sinopse de Desventuras em série (Lemony Snicket's - A Series of Unfortunate Events) resolveu produzir um texto criativo – e ótimo – com as mesmas características narrativas do filme. O resultado, transcrito abaixo, é uma pequena pérola textual:

“Caro espectador: Se você gosta de filmes com coelhos cantando, naves explodindo ou líderes de torcida, você realmente não deveria estar com esse DVD nas mãos. Este é um filme extremamente perturbador, o que em outras palavras quer dizer ‘uma desventura de suspense envolvendo três engenhosos órfãos e um ator vilão chamado Conde Olaf (Jim Carrey) em busca da fabulosa fortuna deles’. Isso inclui um incêndio muito suspeito, deliciosas massas, Jim Carrey, sanguessugas de comportamento inconveniente, uma víbora incrivelmente mortífera, Meryl Streep, e a voz de um impostor chamado Jude Law. A única coisa que poderia tornar esse espetáculo uma desventura maior ainda... são os extras, tais como os comentários feitos por mim ou os ‘erros de gravação’ que provocam risos nervosos. Sinto-me compelido a continuar minhas pesquisas sobre as vidas dos órfãos Baudelaire, mas peço a você que se sinta à vontade para sair em busca de algo menos indigesto, como por exemplo uma caprichada feijoada. Com o devido respeito, Lemony Snicket”.


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Melancolia infanto-juvenil

Na minha infância, tinha uma coleção de livros de contos de fadas que adorava ler, mesmo sem saber como fazer isso, pois me divertia com as belas ilustrações feitas com bonecos e cenários que eu sonhava em estar. Para saber o que realmente acontecia nas histórias, esperava pela boa-vontade de alguém alfabetizado e paciente, pois eu tinha a mania de interromper para dar mais uma olhada nas imagens e fazer a comparação com o que havia sido narrado.
Imaginava como deveria ser saborosa a casa de doces que João e Maria encontravam após serem abandonados pela madrasta malvada na floresta. E o sapato de cristal da Cinderela, como ele não se quebrava? Feijões mágicos eram feijões coloridos ou balas que tinham gosto de feijão?
Mas essas dúvidas nunca superaram o desejo de mudar o final de um desses contos. Embora todos sempre tivessem um final feliz (Joãozinho derrota o Gigante e fica milionário; Branca de Neve é despertada do coma com um beijo apaixonado; Polegarzinha encontra vários seres da sua espécie...), havia um que terminava de maneira triste e trágica: A pequena vendedora de fósforos. Para quem nunca leu, informo que se digitar o título no Google aparecerão inúmeros resultados de sites que transcreveram a clássica história do dinamarquês Hans Christian Andersen.
Enquanto estava em minha casa, cercada de brinquedos e jogos, com uma mãe sempre preocupada com o horário do lanche da tarde, aquela garota estava à deriva e sozinha em uma grande cidade, amedrontrada pela fome, pelo frio e pela solidão. E pior: numa noite de ano novo.
Talvez esse conto tenha sido a minha primeira percepção de que o mundo estava além das paredes de casa, do portão da escola, do banco do carro. Enquanto a pequena vendedora de fósforos sucumbia à morte e reencontrava a avó, eu tentava, em vão, abrir a porta de minha casa, entregar-lhe um cobertor e servir um copo de leite quente. Foi o fim da inocência, a descoberta de que nem sempre havia pessoas boas e acolhedoras ou um final feliz.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Da série...

...Cenas que me fazem sorrir


Harpo Marx tocando harpa em Os Quatro Batutas (Monkey Business, 1931). Primeiro, ele faz uma performance cômica ao instrumento, debochando dos agudos líricos da cantora. Depois, "viaja" enquanto interpreta sua canção clássica - repare em como o rosto do ator (um harpista autodidata que impressionava todos com seu talento musical e também tocava piano) se torna iluminado neste momento.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Son(h)o mudo

A estafa insiste em permanecer em meus dias. Mesmo após horas seguidas dormidas, levanto cansada e expressando o quanto gostaria que fosse noite para poder descansar mais.
No sono, sonhos. Delírios do cotidiano e ansiedade expressos em imagens pálidas. Por que meus sonhos têm cores opacas? Por que neles as pessoas são melancólicas? Por que sempre ajo impulsivamente?
A cabeça lateja, os olhos são mantidos abertos forçosamente, a atenção precisa ser endireitada para não se desviar. O relógio para e só retoma o curso rotativo quando quer, deixando-me à espera da hora que se atrasa.
A impaciência, devota do improdutivo, toma uma cadeira ao meu lado e me observa a trabalhar. Puxa-me um fio de cabelo, aponta para os ponteiros imóveis do relógio, sorri sarcasticamente, ri sadicamente, puxa o cadarço do meu tênis e me tira do lugar.
Subitamente, arranco o relógio do pulso e removo seus ponteiros inertes. Levanto-me da cadeira e sigo para a rua, com as pequenas agulhas do relógio entre os dedos, buscando algo para provocar e extravasar o tédio acumulado ao longo da semana. Uma criança brinca com balões coloridos e eu os estouro com os ponteiros afiados, deixando para trás os restos de borracha e o choro agudo e mimado. Um homem bravo me repreende, e devolvo a suposta lição de moral com uma careta provocativa e a língua amoral.
Um piano com rodinhas desce a rua em velocidade e para na nossa frente, entoando uma canção animada que dá início à perseguição, que culmina em uma frenética escalada ao prédio. Lá do alto, o vento sopra e a harpa ecoa suavemente. Deixo-me cair entre colchões, cobertas, edredons e travesseiros, de onde levanto quando avisto a luz da manhã invernal.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A verdade está lá fora?

Uma decepção. Uma briga. Um aborrecimento. Uma tristeza. Um fim? Depende do ângulo. A vida continua, mas de fato houve um fim. À base de muito choro, dor e confusão, mas o que veio depois foi um amortecimento dos sentimentos e emoções – e aquela vontade imensa de fugir e sumir.
Durante meses coloquei na cabeça que a verdade estaria lá fora. Não em Marte, Saturno ou Júpter, mas do outro lado do oceano ou da linha do Equador. É a romanceação de que a vida poderia não ser tão fácil no início, mas levaria à felicidade, ao crescimento e – claro – à verdade. Parei de romancear e delimitei os objetivos com os pés no chão. Informei-me, planejei e, finalmente, estou prestes a tomar a decisão. Diferentes locais passaram pela minha mente e restou a dúvida entre os kiwis e os ursos. Digo, Christchurch (Nova Zelândia) e Toronto (Canadá).
O arquipélago do Pacífico sempre instigou a minha curiosidade por estar distante de outras nações e não ter a imponência de uma Austrália, além de outros fatores, como a natureza exótica e selvagem e, sim, Flight of the Conchords. Já o Canadá tem a preferência por oferecer preços mais convidativos, estar próximo dos Estados Unidos e, sim, Kids in the Hall. Mas, no final, quem acabou ganhando foram as ilhas solitárias.

A data da viagem ainda não foi estabelecida, apesar de eu já ter feito minha escolha. Passarei um mês estudando inglês e respirando novos ares. Se a verdade está lá fora, só depois de voltar descobrirei.


"Para quem não me conhece, muito prazer. Eu sou o Kiwi"