terça-feira, 31 de março de 2015

Mais uma etapa

Sinto-me como se tivesse finalizado mais uma etapa. Há anos planejava começar uma pós-graduação, porém não encontrava um curso que me agradasse, ou eram todos caros demais para o meu bolso. Quando consegui me estabilizar e calculei que seria possível conciliar com o trabalho e, o mais importante, pagar, fiz a matrícula.
O curso atrasou, demorou uns dois meses para começar, porque ainda estavam formando a turma. Foram praticamente dois anos de aulas - e férias e tempo de preparo para a monografia -, com seus bons momentos, decepções, estresse, aprendizado, sono. Dias de desgaste, dias de aproveitamento. Nada é perfeito, fato. Sinto como se tivesse aproveitado o que me foi oferecido, mas, como geralmente acontece em cursos que pagamos do nosso próprio bolso, esperava mais. 
No mais, fiz ótimas amizades no curso, tive professores sensacionais e consegui refletir melhor sobre minha carreira, meus descontentamentos e até sobre esse meu jeito idealista. Minha monografia não foi simplesmente uma obrigação para tirar o certificado: eu me empenhei de verdade, busquei força nos momentos menos propícios e aprendi muito com ela. Li autores excelentes, aprendi coisas que jamais aprenderia se não fizesse esse trabalho. 
Ser aprovada com uma boa nota demonstra que nada foi em vão - e que posso continuar com minha linha de pesquisa, se quiser. Ainda não decidi o que fazer, sinto como se fosse um pouco cedo para isso. Quero descansar um pouco a mente e me dedicar a outras atividades por um tempo, pois não penso em começar outra etapa tão logo.
Foi uma fase importante para mim, pois em alguns momentos me senti insatisfeita e pensei em desistir, mas fui insistente - se já tinha chegado até ali, deveria me esforçar para prosseguir. Acho que é um cansaço comum, ainda mais nos dias de hoje em que, com qualquer pessoa que converse, denoto o mesmo cansaço. Antes de considerar isso uma conquista profissional, devo pensar que foi uma conquista pessoal, pois foi uma escolha minha, eu decidi fazer uma pós naquele momento determinado e prossegui. 

Enquanto ainda não faço ideia da minha próxima etapa, quero aproveitar o final desta da qual me despeço.

sexta-feira, 27 de março de 2015

O "questionário do amor" (parcialmente) respondido

Estava lendo esta reportagem da Galileu sobre como a ciência e a tecnologia podem ajudar a encontrar o amor. Achei interessante, mas sabemos que o que funciona para uns, pode não funcionar para outros - tipo esses gadgets que "dão carinho", mandam mensagens românticas automaticamente etc. Cada pessoa tem um repertório, e o desespero para encontrar alguém e ser amado é mais destrutivo do que qualquer coisa.

Com todos os poréns sobre o texto e suas previsões (eu quase parei de ler quando citaram Ela rs), no final tem um questionário que dizem poder ajudar a fazer duas pessoas se apaixonarem: cada uma responde o seu e depois uma encara a outra por 4 minutos, sem desviar o foco da atenção. Achei um tanto engraçado, porque eu não consigo olhar direito as pessoas nos olhos, mas a parte das perguntas é interessante. Vamos ver se alguém fica 50% apaixonado por mim MESMO depois de ler minhas respostas sinceras - para não dizer expositivas.

O professor Arthur Aron elaborou um método para criar intimidade romântica. escolha alguém que combine com você, e Façam as perguntas um ao outro na sequência apresentada. lembre-se de responder com honestidade. 

1. Se pudesse escolher qualquer pessoa no mundo, quem você convidaria para jantar?
Tom Hiddleston - usando aqueles óculos hipster do Comic Relief.

2. Gostaria de ser famoso? Como? 
Sim, somente pelo meu trabalho, meus textos, meus (futuros) livros.

3. Antes de fazer uma ligação telefônica, você ensaia o que vai falar? Por quê? 
Sim. Porque gaguejo e me perco no meio das frases.

4. Como seria um dia perfeito, para você? 
O dia perfeito seria sem planos, mas aconteceria como se tivesse um roteiro: todas as coisas que gosto aconteceriam, sem eu esperar por elas.

5. Quando foi a última vez que cantou sozinho? E para alguém? 
Sozinha não lembro, provavelmente distraída fazendo alguma coisa em casa. Para alguém, que eu me lembre, foi em 2010, para um intercambista que conheci na Nova Zelândia.

6. Se pudesse viver até os 90 anos e ter o corpo ou a mente de alguém de 30 durante os últimos 60 anos de sua vida, qual das duas opções escolheria? 
O corpo, porque acho mais necessário uma mente amadurecida e evoluída, não quero pensar do mesmo jeito que penso agora com 90 anos. É mais uma questão de não querer ter sempre a mesma cabeça do que de vaidade.

7. Tem uma intuição secreta de como vai morrer? 
Sim. E é secreta.

8. Diga três coisas que acredita ter em comum com seu parceiro. 
Opa, pulo essa porque só vale no experimento.

9. O que faz você se sentir agradecido na sua vida? 
Pelos amigos e pessoas que demonstram o que sentem por mim por meio de suas ações (carinho, respeito, compreensão, admiração...).

10. Se pudesse mudar algo no modo como foi educado, o que seria?
Queria que tivessem exigido bem menos de mim.

11. Use quatro minutos para contar a seu companheiro a história de sua vida. 
Opa, pulo essa porque só vale no experimento.

12. Se amanhã você pudesse se levantar desfrutando de uma habilidade nova, qual seria? 
Poder voar.

13. Se uma bola de cristal pudesse contar a verdade sobre sua vida, o que você lhe perguntaria? 
Eu tenho algum propósito neste mundo?

14. Há algo que há muito tempo deseja fazer? Por que ainda não fez? 
Sim, não fiz porque não tenho dinheiro.

15. Qual é a sua maior conquista? 

16. O que mais valoriza em um amigo? 
A preocupação e a pró-atividade - aquela pessoa que pergunta de você e te chama para fazer alguma coisa, não fica só esperando isso vir do outro.

17. Qual é sua lembrança mais valiosa? 
Minha viagem sozinha à Nova Zelândia.

18. Qual é sua lembrança mais dolorosa? 
Pensar em todas as vezes que quis fazer mal para mim mesma.

19. Se você soubesse que vai morrer daqui a um ano de maneira repentina, mudaria algo em sua maneira de viver? Por quê? 
Não. Porque não adiantaria, se vou morrer de qualquer jeito.

20. O que significa a amizade para você?
Compreensão, apoio, respeito e jamais julgar o outro por qualquer coisa.

21. Que importância têm o amor e o afeto em sua vida? 
São importantes, embora não sejam necessários o tempo inteiro.

22. Compartilhem, de forma alternada, cinco características que consideram positivas em seu companheiro. 
Opa, pulo essa porque só vale no experimento.

23. Sua família é próxima e carinhosa? Você acha que sua infância foi mais feliz que a dos demais? 
Às vezes. Não acho que minha infância foi mais feliz que a dos demais.

24. Como se sente em relação a sua mãe? 
Ambiguidade.

25. Diga três frases usando o pronome “nós”. 
Opa, pulo essa porque só vale no experimento.

26. Complete esta frase: “Gostaria de ter alguém com quem compartilhar...”. 
...meus momentos de felicidade e meus receios.

27. Se fosse terminar sendo amigo íntimo de seu companheiro, divida com ele algo que seria importante que ele soubesse. 
Opa, pulo essa porque só vale no experimento.

28. Diga a seu companheiro do que mais gostou nele. Seja muito honesto, e diga coisas que não diria a alguém que acaba de conhecer. 
Opa, pulo essa porque só vale no experimento.

29. Divida com seu companheiro um momento embaraçoso de sua vida. 
Opa, pulo essa porque só vale no experimento.

30. Quando foi a última vez que chorou na frente de alguém? E sozinho? 
Na frente de alguém: Anteontem. Sozinha: Anteontem também.

31. Conte a seu companheiro algo de que já gosta nele. 
Opa, pulo essa porque só vale no experimento.

32. Há algo que seja tão sério a ponto de não ser adequado fazer piadas a respeito? 
Sim, fazer piadas sobre a aparência dos outros e sobre acontecimentos que possam representar dor para as pessoas.

33. Se fosse morrer esta noite, sem a possibilidade de falar com ninguém, o que você lamentaria não ter dito a uma pessoa?  Por que não disse até agora?
Nada, pois acho que se não disse antes, não me faria sentir melhor nem mudaria nada se dissesse agora.

34. Sua casa está pegando fogo, com todas as suas coisas dentro. Depois de salvar seus entes queridos e seus bichos de estimação, sobra tempo para fazer uma última incursão e salvar um único objeto. Qual você escolheria? Por quê? 
Meu notebook, porque é minha ferramenta de trabalho e social.

35. De todas as pessoas que formam sua família, qual morte seria mais dolorosa para você? Por quê? 
Que pergunta f*da. Não sei responder. Mesmo.

36. Divida um problema pessoal e peça a seu companheiro que diga como ele teria agido para solucioná-lo. Pergunte também como ele acha que você se sente em relação ao problema que contou.
Opa, pulo essa porque só vale no experimento (mesmo se valesse, não diria aqui).

segunda-feira, 23 de março de 2015

Influxo

Às vezes, não é preciso haver fatos: são os próprios pensamentos que puxam o corpo para baixo, como se fosse uma âncora que insiste em ser usada nos momentos inoportunos. Contra eles, não há remediação. Afinal, como é possível parar de pensar? 
É a nossa própria mente que nos prega peças. Imprevisível, ela faz surgir ideias nos momentos errados e, quando menos esperamos, lá está ela, mais forte do que os fatos. Uma mente criativa encontra obstáculos para controlar os pensamentos. Eles simplesmente fluem e criam histórias - ou recriam fatos - que buscam vida própria dentro da cabeça. 
É preciso separar lembranças de ideias, o que nem sempre é fácil. É preciso desligar-se de vez em quando, para fazer os pensamentos cessarem. Essa missão pode ser diária ou esporádica - e ela pode cansar mais do que os próprios pensamentos.
Não sei se é uma coisa de gênios, que precisam estar constantemente se reciclando, registrando, produzindo, criando. Uns pintam, outros compõem. Alguns filmam, outros escrevem. Eu já escrevi até cansar, pois, embora meus pensamentos me cansassem, era um tipo de cansaço que só terminava quando os colocava em ordem, embora essa ordem pudesse parecer ilógica à razão de algumas pessoas.
O mais difícil é que, muitas vezes, os pensamentos surgem na tentativa de mudar algo que já aconteceu. Geralmente, esses são os mais difíceis de lidar. Por isso, fazer terapia exige esforço. Você é a mesma pessoa em um ano de sessões, mas não exatamente. Você se questiona mais por suas próprias atitudes destrutivas ou autodestrutivas.

Há algumas semanas, relatei o episódio pelo qual passei, em um ônibus. Eu simplesmente deixei que a âncora dos pensamentos negativos puxasse meu corpo para baixo, ainda que estivesse em um local público, sem temer que as lágrimas chamassem a atenção de outros. Eu não chorei por mim, mas por uma situação na qual não estava diretamente envolvida, mas tomei a dor para mim. 
Mesmo com os conselhos de amigos, permaneci imersa naquela sensação negativa: negando esperanças e soluções; antecipando o pior, que não aconteceu. Ainda que eu apoie e dê conselhos que contradigam a maneira como ajo comigo mesma - sempre fui mais rígida comigo e com meus pensamentos -, não acho justo levar a aspereza com que muitas vezes me trato para fora de mim.

Enfim, este texto é mais um fluxo de pensamentos, que filtro para expulsar a energia que me puxa novamente para baixo. É a maneira que encontrei para me mostrar que, sim, preciso me aceitar como sou, mas nem sempre eu sou a melhor pessoa para mim mesma.

domingo, 22 de março de 2015

Eu tenho medo...

Cavalos
Acho cavalo um animal lindo, mas não gosto de chegar perto por inúmeros motivos: dá coice, morde, é temperamental, pode te derrubar montada nele... Sou a favor de deixá-los em paz, bem longe.

Passar por coisas ruins
OK, este é um medo bastante comum que todo mundo deve ter. Às vezes, meu medo é tão grande que não consigo agir, só pensar nas coisas que poderiam acontecer. Fico tentando me controlar para não repetir atitudes e escolhas, racionalizo mais ainda minhas decisões e fico a um fio de não aproveitar as coisas como gostaria.

Ouvir o álbum seguinte 
Sabe quando você gosta demais do álbum de uma banda ou artista, coloca direto no repeat e já sabe a ordem das músicas? Daí tem o álbum posterior. Eu costumo enrolar para ouvi-lo, tanto que tem vários na lista para conhecer (inclusive do Noel Gallagher), porque geralmente me decepciono. Há exceções, mas sei lá.

Perguntas pessoais de quem mal me conhece
Sendo tímida, introspectiva, discreta etc etc etc, não é de se espantar que eu não apenas tenha medo disso, como também deteste.

Virar uma rabugenta
Eu tenho minhas fases de rabugice, mas daí me tornar uma completa rabugenta não está nos meus planos para um futuro próximo, médio ou longínquo.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Um outro capítulo

Estou tentando parar de tomar o remédio que induz ao sono - tecnicamente já estou parando, só não me acostumei ainda a dormir sem ele. Para isso, tive que readaptar minha rotina e voltar a velhas atividades que há anos não tinha, como ler à noite, especialmente antes de dormir.
No período de estudos para a monografia, eu precisei retomar o hábito de leitura à noite para ter tempo de sobra à tarde para fazer outras coisas (passear, trabalhar, viajar). Mas era meio que uma leitura "por obrigação", embora os livros fossem tão bons que eu nem me incomodava. 
Agora, no entanto, é um fator mais psicológico, porque eu sei que ler me dá sono, por mais que goste do livro, e assim relaxo melhor para dormir. E, também, para me esquivar dessa mania de ficar na internet à noite, seja assistindo série, desenho ou filme; ou ainda, ficar conectada pesquisando pauta para revistas e fan page que administro (a.k.a. trabalhando).
Retomei um livro que tinha começado ano passado e parei por causa da monografia (Almanaque 1964), voltei a ler ficção e comprei um livro sobre as obras dos irmãos Coen. O de ficção é superfininho e li em dois dias (A vida privada das árvores, do chileno Alejandro Zambra). Vi numa promoção da Cosac Naify, sem nunca ter ouvido falar, e li uma sinopse dele. Chamou-me a atenção o título e saber que é literatura latino-americana contemporânea, gênero que quero conhecer mais.
Quero terminar os outros dois em março e continuar com Pavões Misteriosos, do André Barcinski. E ver o que mais tenho na estante que acabei deixando de lado e, finalmente, finalizar a leitura. Também pretendo continuar comprando livros, seja em sebo ou promoções, teóricos ou de ficção, quadrinhos ou literários.

Eu percebi que estava meio estacionada, porque por mais que goste de ver séries todos os dias, meu cérebro estava se atrofiando - esquecer palavras, focar apenas em alguns temas e atividades, não ter paciência para uma leitura mais longa sem um "objetivo" aparente. Ler sempre foi meu principal hobby (ok, segundo, depois de cinema), então deixá-lo de lado por preguiça não é justo. E ler em papel é diferente de ler num tablet, porque a vista parece cansar menos - fora que não aguentava mais ler em inglês, embora o livro sobre os irmãos Coen seja no idioma. 
Quero ler menos anglo-saxões e mais brasileiros e latino-americanos; quero menos leituras acadêmicas e ler mais pelo prazer da narrativa, aproveitando que o cinema, de modo geral, está devendo muito nesse quesito ultimamente.

segunda-feira, 16 de março de 2015

O último/ a última...

... Filme visto: A última noite
... Filme visto no cinema: Kingsman
... Episódio de série visto: S05E14 de The Walking Dead
... Série descartada: Unbreakable Kimmy Schmidt
... Álbum escutado: St. Vincent, da St. Vincent
... Exposição visitada: Ron Mueck, na Pinacoteca
... Livros comprados: Masters of Cinema: Ethan and Joel Coen e A Vida Privada das Árvores
... Cerveja provada: Baden Baden Red Ale
... Vinho provado: Cone Sur Cabernet Sauvignon 2009

sexta-feira, 13 de março de 2015

Notas cinematográficas

The Day of the Doctor: Especial do Doctor Who, de 2013, que traz John Hurt, David Tennant e Matt Smith encarnando The Doctor em períodos diferentes - mas os três contracenam juntos, para deleite dos whovians. Essencial para fãs de Doctor Who. Para quem nunca assistiu (e tem muita curiosidade), recomendo ver a série a partir de 2005 antes do filme.

Bonnie & Clyde: Demorei anos para ver este filme, que lembra, de certa forma, Butch Cassidy and Sundance Kid. Glamouriza bandidos com um enredo envolvente, tornando-os anti-heróis sob o olhar do espectador. A violência foi um tanto forte para os padrões hollywoodianos da época (hoje, com tantos imitadores de Quentin Tarantino - e ele próprio -, é fichinha). Não consigo imaginar um remake - eu sei que já até tem, mas acho que jamais vou querer assistir.

Belle e Sébastien: A temática pode até ser juvenil, mas achei a história mais adulta, já que apesar de ser um filme sobre a amizade de um garoto e uma cachorra, em uma linda região montanhosa da França, o pano de fundo é a Segunda Guerra Mundial. Melhora bastante na segunda metade, quando consegue surpreender. E a cachorra é linda demais.

The World's End: Já tinha assistido no final de 2013, mas resolvi rever por motivos de amo o Edgar Wright e quero me casar com ele. Um filme que fecha com muito estilo a já clássica Trilogia Cornetto, marcada por comédia, ação, referências pop e sátiras nonsense. Sem contar que a trilha, como em tudo que Wright dirige, é um deleite a parte.

Viajar É Preciso: Queria ver filme besta no Netflix e pesquisei algum com a Jennifer Aniston (Miss Comédias Bestas Hollywoodianas). Quando apareceu este, vi que tinha o Paul Rudd e decidi assistir. Meio ruinzinho, como a maioria dos filmes dela, e nem o ator consegue salvar. Na verdade, acho que a melhor coisa mesmo é o personagem tosco do Justin Theroux.

Corações de Ferro: Filme de Segunda Guerra Mundial com mais do mesmo - ótimas cenas de batalha, soldados durões fazendo bullying no pobre coitado do rapaz que foi para o front e não sabe o que fazer, discursos anti-nazistas (sim, é muito mais contra as pessoas do que o ideal por trás de tudo). É bem feito, mas já vi tanto filme com a mesma temática que este não consegue surpreender. Ah, e Shia LaBeouf tem o mérito de ser o pior ator do elenco.

Foxcatcher: Não entendo o buzz que este filme causou. Ele demora tanto para engrenar e mostrar a que veio, com um roteiro arrastado. O diretor Bennet Miller e o diretor de fotografia Greig Fraser formam uma boa dupla, mas sem uma história realmente impactante, eles não conseguem fazer muita coisa - e é incrível como a cinematografia belíssima destoa de tudo.

What We Do in the Shadows: Dirigido e escrito por dois criadores da série Flight of the Conchords, este mockumentary neozelandês me arrancou risos altos. O filme acompanha quatro vampiros que dividem uma velha casa em Wellington, a capital da Nova Zelândia, narrando sua trajetória e o dia a dia (noturno), com direito a baladas, novos amigos, lobisomens e referências a Lost Boys. Entraria fácil numa lista de filmes mais engraçados dos últimos anos.

Enquiring Minds: O que poderia ser um documentário com debates e questionamentos sobre o jornalismo sensacionalista e antiético do National Enquirer, parece mais uma biografia de seus fundadores e uma certa defesa da maneira como os negócios do jornal foram conduzidos ao longo dos anos. Mas, ainda assim, apresenta aspectos históricos interessantes sobre o assunto.

A Estrela Imaginária: Drama italiano com o ótimo Sergio Castellitto, sobre o ex-funcionário de uma fábrica italiana de decide percorrer a China em busca de uma metalúrgica que comprou o mesmo equipamento que causou um acidente fatal onde trabalhou, a fim de evitar outra tragédia. Na viagem, ele contará com a ajuda uma tradutora chinesa, que conheceu na Itália, e conhecerá mais sobre sua história pessoal.

De Volta para o Futuro: Um de meus filmes favoritos visto finalmente na telona. Claro que sabia a história toda, de trás para frente, mas vários detalhes ficam ainda melhores no cinema, onde é possível notar melhor o cuidadoso trabalho da direção de arte. Além disso, as gags visuais se destacam mais, assim como a trilha sonora impecável.

Bônus
House of Cards - 3ª temporada: Após o final da temporada anterior, ficam as grandes perguntas: depois de tanta conspiração e crimes, Frank finalmente conseguiu o almejado cargo de presidente dos Estados Unidos. Mas, e agora? O que resta para conquistar? No primeiro episódio, já temos muitas respostas e surpresas. No geral, mantém o nível da segunda temporada, mas a minha favorita continua sendo a primeira.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Um mês

Era um domingo ensolarado. O centro da cidade serviu de ponto de encontro, onde ela escolheu um lugar familiar de longa data. Arte, uma taça de afogatto e um filme para o fim do dia. Depois, poderia ser uma cerveja e um passeio mais longo pelas ruas repletas de histórias. Não havia um roteiro definitivo para a despedida, apenas planos rascunhados que poderiam ser alterados a qualquer momento.
Pinturas, cores, formas, narrativas. Passos lentos e apressados. Olhar distraído e atento. No café, a colher tocava gentilmente o sorvete de creme imerso no café espresso, decorado pela doçura aveludada do chantilly. Depois, como dois andarilhos, percorreram algumas quadras antes da sessão. Perguntas, respostas e relatos. Na sala escura, o filme iria começar. Bang bang. Sem mocinhos nem bandidos. Ou seriam bandidos mocinhos? O final trágico foi vitória de quem? Quantos pensamentos!
O sol repousava, mas o dia persistia. Uma cerveja para fechar a noite quente, que tal? As ruas ocupadas por foliões a amedrontavam. Pessoas, barulho, suor. Sentiu-se protegida e foi escoltada por entre a multidão. "Acho que estou perdida, deixa eu consultar meu GPS". Mas sentiu a mão ser tomada e a surpresa a abateu docemente. Soltou-se ali, com o beijo. Não disfarçou a reação inesperada, nem sentiu um milhão de pensamentos atravessar sua mente. Apenas se entregou àquele momento e deixou ser conduzida pela agradável sensação de redescoberta.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Da série...

... Posso levar pra casa?


Lee Pace e seu cachorro Carl

quinta-feira, 5 de março de 2015

Hester Collyer, a alter-ego

The Deep Blue Sea (lançado no Brasil com o título simplista Amor Profundo) é um dos meus filmes favoritos. Baseado em uma peça teatral homônima de Terence Rattigan, que aliás nunca li nem assisti, é uma obra que me encantou pela cenografia, fotografia e ótimas atuações, especialmente da Rachel Weisz, que entrega o melhor papel de sua carreira sem precisar apelar para nenhum artifício que uma atriz menos competente poderia cometer, caso tivesse o papel de Hester Collyer em mãos.


Assisti ao filme pela primeira vez em 2012, simplesmente por causa de Tom Hiddleston, que interpreta o jovem amante de Hester. Vi pelo monitor do computador mesmo, pois já havia estreado há tempos no exterior e eu não esperava que sequer fosse lançado nos cinemas daqui. Porém, bastou Rachel Weisz ter sido indicada ao Globo de Ouro pelo seu papel para os distribuidores finalmente se darem conta da importância da obra e a exibirem, ainda que tardiamente, em algumas salas brasileiras.


O fato é que gostei muito de The Deep Blue Sea desde a primeira vez que vi. Identifiquei-me com Hester, senti seus desejos e tristezas, esperanças e neuras. Uma mulher imersa na infelicidade, presa a um corpo do qual tenta se livrar em uma recaída de mágoas. Assim que estreou, fui imediatamente revê-lo na tela grande. E que filme! Tornou-se meu favorito de 2013, mesmo já tendo assistido no ano anterior. 
Pois The Deep Blue Sea é um filme angustiante. Vê-lo no cinema te faz se sentir sob a pele de Hester. A bela trilha sonora; o melancólico contexto pós-Segunda Guerra Mundial; uma Inglaterra se arrastando para sair da depressão - assim como Hester -; um bom marido, mas que não supre as necessidades íntimas; e um amante hiper-sexualizado, mas que não a completa como mulher.


Já não lembro em quantos momentos me senti como Hester: presa na própria angústia, atada à indecisão, confusa pela própria vida. Repleta de expectativas mal cumpridas, desacordada em memórias de um passado não muito distante e quase afogada na culpa que outros a infligiam.
The Deep Blue Sea não pretende ser o retrato de uma mulher, nem de uma época. É uma releitura transformada em um pequeno grande filme que poucos assistiram, mas que muitos podem ter identificado cada uma de suas nuances poéticas e artísticas.


Logo fará dois anos que o conferi no cinema, saindo da sala com a certeza de que há um pouco de Hester Collyer dentro de mim. Não revi o filme desde então, pois temo como eu vá me sentir depois. Afinal, pequenos momentos de felicidade e prazer valem a pena para se autodestruir pelo que não foi e se culpar pelo que se arrependeu tardiamente? O que diferencia amor de amizade e amor de paixão?

segunda-feira, 2 de março de 2015

As preferidas das séries

Agora é a vez das moças na versão 2015. (Evitei repetir as personagens desta lista de 2011.

Donna Clark (Kerry Bishé) - Halt And Catch Fire: No início, ela parece ser apenas um pretexto para mostrar que Gordon Clark é um homem de família. Mas, Donna é muito mais do que esposa e mãe.

Holly Flax (Amy Ryan) - The Office: Naturalmente engraçada e divertida, não tinha como Michael Scott não se apaixonar por ela. Melhor ainda seria se a personagem estivesse em todas as temporadas da série.

Michonne (Danai Gurira) - The Walking Dead: A mulher da katana é uma badass com coração de ouro, conferindo equilíbrio para o lado feminino da série - que não deve em nada aos homens.

Mindy Lahiri (Mindy Kaling) - The Mindy Project: Ansiosa, faladora, romântica, desastrada... muitos adjetivos podem descrever a protagonista desta série que foge do glamour novaiorquino e aposta no humor moderno.

Molly Solverson (Allison Tolman) - Fargo: Para fazer jus a Frances McDormand, do filme dos irmãos Coen, sai a policial grávida e entra a jovem Molly, tão inteligente e perspicaz quanto sua antecessora.

Patsy Stone (Joanna Lumley) - Absolutely Fabulous: Louca e fabulosa, é impossível não rir com as tiradas sádicas de Patsy. Tão odiável que não tem como não amar essa criatura.

Peggy Carter (Hayley Atwell) - Agent Carter: Diva, espiã e companheira, Peggy é a heroína que estava faltando no Universo Marvel e na televisão.

River Song (Alex Kingston) - Doctor Who: "Hello sweetie". Só esse bordão já justifica a presença da personagem feminina mais interessante e complexa da série cult britânica.

Selina Meyer (Julia Louis-Dreyfus) - Veep: Menos idealista que Leslie Knope e muito mais sarcástica, Selina personifica a política que não mede esforços para alcançar seus objetivos.