“Você é toda fashion”. Foi o comentário que ouvi de uma jornalista e editora de moda. “Eu lembro até hoje o dia da sua entrevista, você estava vestindo um terninho preto e tinha o cabelo preso. Na segunda vez que veio, seus cabelos estavam soltos”. A melhor impressão deve ter sido a que ficou.
O mais surpreendente é que sou anti-moda. Visto aquilo que me faz sentir bem – tanto no bolso quanto no corpo. Afinal, ao contrário do que dizem, a roupa não faz o monge – e todo aquele trabalho espiritual, não é mais importante do que as vestes dele?
O colégio, certamente, serve de palco para os adolescentes descobrirem a personalidade. Afinal, é nesse ambiente sufocante que somos expostos aos mais banais estereótipos e temos nossa paciência testada por indivíduos desinteressantes e baderneiros. Foi no terceiro ano do ensino médio que usei cabelos curtos pela primeira vez. “Agora você está com cara de jornalista mesmo. Só faltam os óculos”, ouvi dizerem. Com certeza eu deixava as melhores roupas para sair, e não ir à escola – não que eu saísse tanto; morar no interior tem a desvantagem de não ter lugar para ir senão o mesmo de sempre.
Na faculdade, fazia o estilo “viemos aqui para aprender ou... para desfilar?”. Será que foi esse um dos motivos para um certo professor dizer que eu tinha cara de comunista? Alguns já devem me imaginar de jeans com uma camiseta do Che, ou vestindo saias enormes, sandálias rasteiras e blusas largas.
Antes de pensarem que detesto roupas, eu interfiro. Assim como Anton Ego (o adorável critico gastronômico de Ratatouille), gosto tanto de roupas que poucas me agradam. Então, antes de me convidar para sair às compras, pense bem porque posso levar horas só para encontrar a blusa perfeita.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
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8 comentários:
Boa pedida para um post falando sobre isto tbém.
Vivemos numa ditadura da "moda".
E o espaço de ser o que somos? Pelo menos deixar as roupas refletirem um pouco da nossa identidade..
enfilll..
gostei muito do teu texto.
beijos, mulé!
Concordo ctg, mas acabo me divertindo nas duas datas sendo muito irônica!
bj
Concrdo plenamente com você, hall girl
;p
eu sempre achei - hoje - que deveria ter feito estilimos e moda, ou pelo menos corte e costura, exatamente pq odeio tuuuuudo dos outros de tanto que adoro roupa.
beijas
ok...se vc me vir na rua, ou vai sair correndo, ou vai tacar pedra em mim... fato. XD
não tenho nem um pingo de senso de ridículo! XD
hauhauhuahuahuau!
nossa, se formos às compras juntas, acabaremos com meia dúzia de lojas... hauhauhauhauuaua
tb sou chatíssima!
mas enfim...
de que cidade do interior vc é!?
e respondendo ao seu comentário no mundinho! sim, sim, sim.... foi aqui mesmo que mário escreveu macunaíma, nossa, é um dos xodós da cidade! rs... entre tantos outros, como a conferência do jean paul sartre (que aconteceu no mesmo dia em que a ferroviária jogava com o santos e o pelé estava na cidade! rs... rs... rs...)
cidade de interior é engraçada: coleciona pequenas pérolas! rs...
beijos e tenha um bom dia!!
Cara de comunista? Definitivamente não. (rs)
Mas concordo com a jornalista, você é fashion sim. De uma forma discreta, mas é. Acredito que o que ela quis dizer é que você é elegante e sabe se vestir, além dos modismos propriamente ditos.
Bom, eu já comentei isso com você também. Não tão diretamente mas comentei.
:)
Por essas e outras me identifico com vc. Também vou para a facul no melhor estilo “viemos aqui para aprender ou para desfilar?”, e muita gente me recrimina. Alguns dizem: "e se vc encontrar o amor da sua vida? Desse jeito ele não vai te querer!". Não quero alguém que goste de mim pelas roupas que visto, mas pelo que eu sou.
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