segunda-feira, 30 de agosto de 2010

The Swell Season em São Paulo

No início de agosto já estava com o ingresso na mão para ver o show do The Swell Season em São Paulo. Formado pela dupla de Apenas um vez (Once), o irlandês Glen Hansard e a tcheca Marketá Irglová, o (ex)casal conquistou minha atenção não apenas por causa do filme nem da música Falling Slowly, vencedora do Oscar de canção original em 2008. No auge da minha obsessão pelo Josh Ritter descobri que ele estava abrindo para alguns shows do The Swell Season nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Irlanda, e isso acendeu meu interesse. E mais: li na Paste Magazine que, no começo da carreira, Josh Ritter teve o apoio do Glen Hansard, então líder da banda The Frames, e foi para a Europa graças a esse apoio que se transformou em uma amizade muito forte. Por aí já dá para perceber que Glen Hansard deve ser um dos caras mais gente boa do circuito musical.
Na noite de 27 de agosto, uma sexta-feira, lá fui eu ao HSBC Brasil sozinha - os grandes shows internacionais da minha vida (Oasis, The Chemical Brothers, Muse) eu assisti sozinha. No esqueminha de mesas numeradas com até seis pessoas, achei o meu lugar - mentira, fui levada para lá porque não encontrava de jeito nenhum - e peguei mais da metade do show de abertura dos Varandistas com participação da Maria Gadú
Se tem uma coisa que detesto em show é flash de máquina fotográfica. E se a apresentação é para público na pista, odeio qualquer aparelho eletrônico com câmera, já que fica quase impossível ver o artista no palco com aquele monte de múmia egoísta com a mão levantada tentando tirar foto ou filmar (isso é pior, já que o esforço em atrapalhar a visão dos outros resulta em filmagens péssimas e com áudio tosco). Como era mesinha, a única coisa que me atrapalhou foram os flashes. Então quando Glen Hansard entrou no palco sozinho com seu violão surrado (o mesmo usado no filme), não é de surpreender que todo mundo queria ter o melhor registro fotográfico do mundo.
Depois da primeira música, Marketá e os integrantes do The Frames entraram no palco e tocaram a belíssima Low Rising, do recente Strict Joy. Logo no início eu já tinha certeza de que o show seria excelente. Mas como, infelizmente, tenho memória péssima para nomes de músicas, não serei capaz de citar a maioria das que foram tocadas. 
A Marketá tem um jeito tímido e fala com a mesma voz delicada com a qual canta. É talentosíssima no piano e também toca violão; tem uma voz tão afinada que impressiona. Tanto ela quanto o Glen tentaram se comunicar com o público em português (ela se saiu melhor), mas jogaram a toalha e se renderam ao inglês. Glen é o típico irlandês fanfarrão: comunicativo, engraçado e imprevisível. Eu ri tanto com ele no show que  nem se estivesse numa apresentação de comédia stand up me divertiria tanto. Quando ele começou a se soltar, céus! Falou para o público acompanhá-lo na próxima música (Back Broke) e explicou que deveria ser como se fôssemos "drunken Irish angels". De repente, mudou completamente de assunto para falar de como os motoboys de São Paulo se comportavam no trânsito, dizendo que as pessoas dirigem de maneira insana (isso porque ele nem andou muito pela cidade). No melhor estilo improviso, o irlandês ruivo e barbudo fez uma homenagem cujos versos se resumiam a Honda. Hilário demais!
Sobre os integrantes do The Frames são todos ótimos. O violinista Colm Mac Con Iomaire até apresentou uma canção tradicional irlandesa do seu álbum solo, no melhor estilo KT Tunstall de usar bases pré-gravadas. Outros músicos da banda são Joe Doyle (baixo), Rob Bochnik (guitarra) e Graham Hopkins (bateria).
As músicas do repertório foram dos álbuns Once (a trilha do filme) e Strict Joy, mas também teve outras surpresinhas, como Gold (a música tocada no sarau, no filme); Fitzcarraldo, do The Frames; uma cover de Caetano Veloso (Cucurrucucu Paloma) interpretada por Marketá e a reunião com os músicos dos Varandistas para outra cover, You Ain't Goin' Nowhere, de Bob Dylan - essa aí foi mais improvisada ainda do que HondaNo final, saí com um belo sorriso estampado no rosto, embora ainda quisesse muito ouvir Fallen from the sky. Quem sabe numa próxima?

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi, mto bom o seu blog. Estava pesquisando sobre josh ritter e vim parar aqui.
Sobre o show do swell season, eu fui no do rio e ainda lamento q nao tenham tocado aqui "fitzcarraldo", uma das minhas favoritas do the frames. Aqui, o cover do the frames foi "revelate", q até aceito na minha listinha de favoritas da banda.
uma duvida q tinha era se a banda q tocou com eles era mesmo o the frames, mas vc respondeu isso no seu post. =)
agora é torcer pro glen voltar aqui com aquela galera e tocar o melhor do rock irlandes.

Uma pequena correcao: Cucurruco paloma nao é do caetano, é uma musica popular mexicana q ele cantou no filme "Fale com ela", a convite do diretor, o espanhol Pedro Almodovar.

Keep writing! You're good! =)

Anômima disse...

Olá Wagner! Obrigada pela observação sobre Cucurrucucu Paloma. É que antes de tocá-la, Marketá falou que era uma música do Caetano, mas ele próprio já havia feito uma cover, então.
Se você é fã de Josh Ritter, eu diria que a pesquisa foi corretíssima ao tê-lo direcionado ao meu blog, já que ele é um dos meus artistas favoritos - empatado com Ben Folds.
Obrigada pelos elogios ;)

Anônimo disse...

Oi, como vc deve ter notado, abandonei meu blog desde q voltei de viagem, já q era só pra registrar a viagem. por isso, só vi seu comentario agora. volto a escrever lá qdo definir meu proximo destino. =)