sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Impressões femininas sobre Missão Madrinha de Casamento

Missão Madrinha de Casamento é um filme essencialmente feminino. Produzido por Judd Apatow, que dirigiu besteiróis inofensivos como O Virgem de 40 anos e Ligeiramente Grávidos, é como se fosse uma versão feminina de suas comédias. Aliás, a crítica até rotulou a película de "Se Beber, Não Case de saias". Então, ao assistir se prepare para momentos absurdos, escatológicos, sensíveis e, claro, hilários.
Co-escrito e atuado pela engraçadíssima Kirsten Wiig, do Saturday Night Live, conta também com outra atriz que fez parte do programa, Maya Rudolph. A química perfeita das atrizes ganha o apoio de Melissa McCarthy (vencedora do Emmy 2011 de atriz em série cômica), Wendi McLendon-Covey e Ellie Kemper. Sem esquecer de mencionar Rose Byrne, tão linda quanto talentosa como a arquirrival da protagonista.

Aquela bandeira é um mau sinal
O mundo é das mulheres
O roteiro foca, basicamente, as mulheres. A premissa é simples: Lillian, uma balzaquiana de trinta e tantos, é pedida em casamento. Imediatamente, chama a melhor amiga, Annie, para ser a madrinha. Na festa de noivado, Annie é apresentada às outras madrinhas e conhece Helen, a esposa elegante e rica do chefe do noivo. No meio dessa trama, pouco importa mostrar o relacionamento de Lillian com o futuro marido: a atenção é toda voltada para as mulheres.
Embora o universo feminino seja exposto de forma caricata, o exagero de cada personagem não deixa de ser engraçado. Características como ciúme da melhor amiga, inveja da bonitona rica e incapacidade de lidar com os problemas amorosos e financeiros dão uma profundidade maior à personalidade da boca suja Annie, que não deixa de ser adorável e faz com que a plateia feminina se identifique com ela, tanto nos momentos de sobriedade quanto naqueles nos quais ela não tem a menor razão sobre as atitudes que toma - enfim, é uma personagem que alguns não se atrevem a julgar porque sabem como ela se sente.

Cat fight!
Drama Comédia de situações
Annie é como se fosse a protagonista de uma comédia de situações. Tudo o que acontece é resultado de algo que ela fez ou disse - às vezes, até quando a atitude é de outros. Sarcástica, fala o que pensa, mas não pensa antes de falar. Longe de ser perfeita, acredita ter a razão e joga a culpa do que acontece nos outros - enfim, não é muito diferente de qualquer ser humano. E quando uma grande chance desponta bem na sua frente, ela prefere ignorar porque acha que está lidando com um fato do passado que prefere esquecer - um fracasso provocado não por uma incompetência sua, mas por um conjunto de circunstâncias sócio-econômicas.

Posso levar o Rhodes pra casa?
Homens... tsc
As primeiras cenas mostram Annie e Ted (o bonitão Jon Hamm, da série Mad Men) em uma noitada de sexo, na qual fica subentendido que não está sendo tão legal para ela. Na manhã seguinte, ele simplesmente pede a Annie que vá embora da casa dele. Com medo de assumir compromisso, Ted usa Annie apenas para satisfazer-se. Mas como toda mulher tola, ela é hipnotizada pelo típico cafajeste e insiste nessa estranha relação. Porém, outro homem aparece inesperadamente na sua vida: Nathan Rhodes, um policial rodoviário interpretado pelo irlandês Chris O'Dowd. Mais conhecido pela série britânica The IT Crowd, O'Dowd ganha sua grande chance no cinema, após pequenos papéis em Piratas do Rock e Um Jantar para Idiotas - sem contar o ruinzinho As Viagens de Gulliver, no qual interpreta um péssimo vilão. A fofura em pessoa, Rhodes arrancou suspiros da plateia feminina na sessão em que fui, comprovando que gentileza, sensibilidade e romantismo têm que fazer parte do pacote.

No fundo eu sou gente boa
Comédia romântica?
O filme tem os seus momentos de romantismo à la Bridget Jones (obrigada, Nathan Rhodes!), mostrando a crise da mulher de quase meia-idade que optou por desistir enquanto cumpria a importante missão de ser a madrinha de casamento perfeita. Aliás, a missão é um divisor de águas na vida da anti-heroína: tudo acontece ao mesmo tempo, enquanto se desdobra para impressionar todos e tenta disfarçar o ciúme e a inveja que sente por Helen. É como diz um certo ditado citado no filme: o bom de estar no fundo do poço é que não há como piorar, só restando se reerguer e dar a volta por cima. Será?

Um comentário:

Isadora disse...

tava super afim de assistir esse filme, e simplesmente SUMIU de todos os cinemas que eu fui! O.o
acabei vendo "Amizade Colorida" e me surpreendi, viu? achei muito bem feito e, apesar dos clichês, com diálogos bem inteligentes e um humor muito bacana. gostei ;)