terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sobre grunge e Steve

No início da década de 1990, o cineasta norte-americano Cameron Crowe resolveu fazer um filme que tratasse de relacionamento amoroso tendo como pano de fundo o movimento músico-cultural que acabou ficando conhecido como grunge. Aliás, bandas de Seattle - cidade na qual o filme foi rodado -, como Soundgarden, Alice Chains e Pearl Jam, aparecem no longa. O tempo passou e Singles - Vida de Solteiro, tornou-se uma obra um tanto datada: uma comédia romântica descolada, que chama mais atenção pela trilha sonora e participações especiais (será que você conseguiria reconhecer Eric Stoltz, Chris Cornell, Tim Burton e o próprio Crowe no elenco?).
Apesar de não ser grande coisa, o filme é bastante simpático e vale a pena ser visto. No meu caso, valeu ainda mais por um motivo: o personagem de Campbell Scott, Steve. É de praxe esse gênero cinematográfico trazer heróis românticos sensíveis e capazes de arrancar suspiros, mas nem sempre eu me encanto muito - geralmente as caracterizações são tão forçadas para agradar o público feminino que me desinteressam. Mas Steve é aquele cara comum que espera para ver no que vai dar e é certeiro nas investidas. Seu interesse romântico é uma moça traumatizada com relacionamentos passados que acaba não colocando muita fé no rapaz, dá uma de difícil e de durona até sucumbir à "cantada abaixo":



Como se não bastasse Campbell Scott ter estrelado aquele romance meloso - e bonito - com a Julia Roberts intitulado Tudo Por Amor (ou Dying Young, no original), quase na mesma época ele ainda interpretou um cara como Steve. Como Scott nunca foi alçado a galã hollywoodiano (acho-o muito mais bonito, por exemplo, do que um Tom Cruise ou um Brad Pitt) é um mistério, mas talvez a escolha por papéis seguintes que fossem menos óbvios tenham direcionado sua carreira para produções mais artísticas e menos comerciais e papéis menores em grandes produções (vide O Espetacular Homem-Aranha, o qual ainda não vi).
Mas caso queria conferir um filmes bem leve e despretensioso, fica a dica: Singles. E não, não é preciso ser mulher para achá-lo bacaninha - mas se for, o Steve é um bom motivo para assistir.

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