sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Na farmácia

“Tomara que ele não esteja lá”. Andei mais alguns metros e consegui visualizar a fachada da farmácia. “Ah não... ele está no caixa. E é o único caixa aberto”. Eu não tinha muito tempo para passar em outra farmácia antes do trabalho, teria que ser aquela mesmo.

Entrei no estabelecimento, imaginando teorias o tempo inteiro. “Será que ele vai lembrar que eu vim aqui ontem na hora do almoço e comprei a mesma coisa?”. Dirigi-me ao corredor de higiene pessoal feminina. “Mas que cabeça, eu sempre tenho que esquecer algo em casa”. Peguei uma embalagem e tirei o dinheiro da bolsa. “Bem que ele poderia sair do caixa agora. Por que toda vez que venho comprar isso é ele que está lá?”.

Respondi timidamente ao bom dia e entreguei o pacote de absorventes. “Ele é bonito”. Jovem, mestiço, simpático... Isso me deixou com mais vergonha ainda – como se essa situação não afetasse todas as mulheres todos os meses do ano. “Nossa, ele está me olhando com cara de quem me reconheceu de ontem”. Paguei a compra e de repente olhei bem nos olhos dele. “Pronto!”.

Guardei o pacote na bolsa e saí da farmácia. “Imagine se eu fosse comprar outra coisa como, hum, camisinha? Nossa, acho que nunca mais voltava!”. Fiquei perplexa com minha própria timidez. 

4 comentários:

Sunflower disse...

Tava numa boite, mês passado, e não ha dez anos atras, qdo vi que o bonitão me paquerava, fui beber água e derramei a garrafinha quase toda em mim.

Temos jeito?

beijaaaa

Alexandre disse...

opa, flerte na farmácia.. é bom. (rs)

Cristina disse...

Farmácia é um lugar bem próprio pra passar vergonha, não? rs

Tania Capel disse...

ahuhauhauhauhuaa
ainda bem, que não sou a única que encana dessa forma... huahuahuaua!
o lado bom da blogesfera é que a gente sempre encontra pessoas com coragem de confessar essas nossas patéticas paranóias cotidianas...

beijão!