sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Pensamentos randômicos acerca da cultura audiovisual

- Sabe a melhor coisa do trailer de Watchmen? Take a bow, do Muse. A música foi utilizada como trilha da amostra da adaptação da graphic novel do britânico Alan Moore (que eu pretendo ler em breve). Levando em consideração que o diretor é Zack Snyder, responsável pelo trágico (no mau sentido) 300, não espero nada da película. Ainda mais depois de saber que o próprio Moore convenceu o excepcional Terry Gilliam (Brazil, Os Doze Macacos) a não adaptar sua obra porque ela seria “intransponível” para as telas. V de Vingança, também adaptado a partir de uma graphic novel do britânico, é apenas bom e nada mais.

- Terminei de assistir à minissérie inglesa da BBC Pride and Prejudice (Orgulho e Preconceito). Produzida em 1995, traz Colin Firth como Mr. Darcy e Jennifer Ehle como Elizabeth Bennet. A fidelidade ao livro de Jane Austen é impressionante; até os menores detalhes foram captados pelo roteiro. Destaque também para os figurinos e a direção de arte. Nem vou comentar a presença de Firth para não soar mais tendenciosa do que já sou…

- Uma das melhores coisas de Sim Senhor (Yes Man), nova comédia estrelada por Jim Carrey, é o personagem Norman (o neo-zelandês Rhys Darby, da série The Flight of the Conchords), chefe do protagonista. Nerd absoluto, ele promove uma maratona de filmes do Harry Potter em sua casa, com direito a convidados vestidos como os magos da série. Coadjuvante, sim, mas hilário.

- Sabe quando você tenta se encantar com um filme, mas não consegue? Saí do cinema com essa sensação após conferir O Curioso Caso de Benjamin Button. Amálgama de Peixe Grande (Big Fish) com Forrest Gump – o roteirista, aliás, é o mesmo deste último –, é um drama um tanto açucarado, que não consegue promover a devida reflexão nos espectadores sobre seu tema central. E os protagonistas não despertam carisma, tornando a obra tecnicamente bela e emocionalmente fraca.

- Quando fui assistir Austrália, só tinha um objetivo: ver o Hugh Jackman. Acho os filmes do Baz Luhrmann insuportáveis e a Nicole Kidman atua realmente bem em um filme ou outro. Mas esse não é ruim: sua primeira metade tem sequências até de tirar o fôlego, mas depois cai no pieguismo natural ao estilo de Luhrmann.

- A banda indie californiana Cold War Kids foi uma das minhas recentes descobertas. O primeiro album, Robbers & Cowards, lançado em 2006, é um daqueles que você não sente vontade de pular nenhuma faixa. Com influência de blues – e um pouco de folk –, o baixo, a bateria e o piano, aliados ao ótimo vocal e a discretos riffs de guitarra, resultam em músicas matadoras. Já Loyalty to Loyalty, de 2008, é um trabalho um tanto arrastado, onde o blues se destaca ainda mais. Resumindo, é inferior ao seu antecessor: um tanto chato e com poucas músicas marcantes.

- Outra descoberta foi o trio galês Feeder, que tem mais de quinze anos de existência. A exemplo de outras bandas da mesma região, como Manic Street Preachers e Stereophonics, as canções possuem belas melodias. Comecei pelos dois últimos álbuns. Pushing the Senses, de 2005, contém músicas tão gostosas de ouvir que você até relaxa. Mas isso não quer dizer que seja uma obra só de baladas, uma vez que há alguns bons rocks permeando o trabalho. Já Silent Cry, ao contrário do que o nome sugere, é mais pesado. Lançado em 2008, é um antagonista ao Pushing the Senses, prova de que a banda realmente não gosta se repetir.  

4 comentários:

Alexandre disse...

E o Paul Weller? Muito tiozão? rs

Eu quase vi esse "Sim senhor" em Brasília, mas desisti. "Benjamin Button" está nos planos.

Sobre "V de Vingaça". Eu fui assisti-lo no cinema pela pura presença da Natalie Portman, sem mais referências. Mas até hoje não consegui terminar de ver o filme. No cinema, a energia elétrica acabou e me presentearam com um ingresso-substituto em que acabei vendo outro filme. :/

Lu. disse...

Que coincidência, também estou assistindo a série Pride and Prejudice. Realmente, mais fiel impossível. Se Jennifer Ehle é a perfeita Lizzie (apesar de prosseguir imaginando Keira Knightley), Colin Firth é o verdadeiro Mr Darcy. Maravilhoso!

E o chefe do Jim Carrey é fantástico. Queria ir naquela festa do Harry.

Rodrigo Carreiro disse...

Ótima dicas: Feeder e Cold War Kids. Já Benjamin Button eu achei um filmaço ehheh

Menina Enciclopédia disse...

eu conheço bem pouco de feeder, mas já ouvi falar deles e esses filmes eu não vi rs