segunda-feira, 9 de março de 2009

A importância de fazer o que se quer

O ano era 1998. Uma professora substituta – assim como 99% delas – esperava o tempo da aula passar conversando com os alunos provisórios. Na época, eu era uma fanática por música e bandas de rock, e quando li a palavra U2 marcada em uma página do caderno dela, descobri uma admiração em comum e comecei a conversa:
- Ah, eu também adoro U2. Você foi ao show?
- Não, mas eu queria ir.
- Por que? Eu não fui porque meus pais jamais me deixariam ir para São Paulo num show deles sozinha.
- Meu namorado não ia, daí eu não fui.

Começou assim. Durante a conversa, percebi que ela parecia gostar mais da banda do que eu, uma fã mesmo. E deixou de ir por causa de um namorado? Mesmo com aquela idade e inexperiência, não compreendi porque uma pessoa deixaria de fazer algo de que gosta por causa de um namorado. O que há de errado em ir a um show sem a pessoa? E qual é o problema em ir sozinha?
Essa história ficou na minha cabeça e depois de alguns anos eu estava namorando alguém (que hoje apelido carinhosamente de “coisa”). No show do Placebo, ele quis pagar meu ingresso para eu ir junto. No entanto, odeio a banda e recusei. Falei que era para ele ir e se divertir, já que eu não curtiria nada. Quando o Oasis veio em 2006, ele não tinha dinheiro (para variar) e eu fui sozinha, sem me preocupar.
Sou uma pessoa que não se preocupa em fazer aquilo que quer sem companhia. Se tudo o que eu quisesse fazer dependesse de alguém, com certeza teria feito só 20% das coisas. Então, eu convido; se não der ou não quiser, eu vou sozinha. Apenas se não estou com tanta vontade assim acabo desistindo e ficando em casa mesmo. Claro, não vou afirmar que adoro sair sozinha sem alguém para conversar, mas não me prendo à dependência, porque entre fazer sozinha algo que quero muito e ficar em casa sozinha, prefiro o primeiro.

5 comentários:

Rodrigo Carreiro disse...

Tem toda razão. A única coisa que ainda não consigo fazer é ir ao cinema sozinho. Acho derrota demais, embora no fundo eu saiba que não é.

Lu. disse...

Se com amigos eu já faço isso, com namorado farei mais ainda. Acho super digno fazer o que se quer, mesmo não tenho companhia. Quantas vezes fui ao cinema sozinha?

Me recuso a perder coisas por causa disso. Claro que ter alguém para se dividir o momento é bom, mas apenas se a pessoa estiver na mesma "vibe".

Marguerita disse...

Está certíssima...
As únicas coisas q não fiz por causa dos outros me arrependo até a morte!!!!!!!

afinal, se quero, não obrigo ninguém a fazer junto...muito menos espero q alguém concorde!

;)

Boa noite..
beijos...

Sunflower disse...

Então, passei a maior parte da minha vida sem namorado. E por causa de namorado não deixo de ir, mas sozinha-inha-inha tb não vou. Como sou uma sociopata em desenvolvimento, ainda preciso de gentes para ir comigo aos lugares.

beijas

Alexandre disse...

Sou do seu time. E preservar um campo de independência e liberdade é fundamental, até pra preservar a salubridade (mental).