A grande avenida da cidade que nunca dorme brilha com a luz de postes, faróis e centros comerciais. O ar frio dá ares melancólicos à noite de segunda-feira e a calçada está apinhada de gente agasalhada, ora apressada ora tranquila; ora silenciosa e perdida em pensamentos ora falante e acompanhada.
Na calçada, um homem vestido de forma elegante, porém simples, toca flauta para os passantes. Espera que joguem alguns trocados, e eu deposito minhas moedas prateadas e recebo um aceno de cabeça em troca. Paro ali, próxima a ele, e observo o modo como embala canções populares no instrumento. Muitos passam por ele, mas poucos prestam atenção à sua música. Ficar ali, à toa e sem compromisso, soa como o momento de intervalo em um dia cheio.
O sabor do chocolate ainda está em minha boca e recordo o visitante da exposição que me abordou três vezes enquanto eu tirava algumas fotos. Não sei seu nome, mas sua curiosidade quanto à minha presença ali chamou a atenção.
Lanço mais alguns olhares às cenas a minha volta e congelo o tempo em uma concentrada piscada com os dois olhos. O filme é armazenado na memória para ser revelado mais tarde em forma de palavras.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
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2 comentários:
Amo figuras passantes! Viu "Bella"? Tem uma cena de um morador de rua cego que é lindíssima.
Isso me fez relembrar do saxofonista da calçada do Conjunto Nacional.
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