quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Desabafos urbanos

O mundo até poderia ser um lugar agradável para viver, se não fossem as pessoas que vivem nele.


O ônibus cheio sacoleja e os passageiros que precisam descer antes se apertam próximos à porta para não perder o ponto. Precavida, pergunto à mulher que pede licença para passar à minha frente:
- Você vai descer no próximo?
- Vou.
Só se fosse próximo à puta que a pariu, porque eu desci dali a duas paradas e ela continuou lá parada na frente na porta.


Em algumas estações de metrô, há apenas a escada rolante para descer e para subir. Ou seja: você não tem a escada tradicional se estiver com pressa. Mas como a população é egoísta e despreocupada, manter a fofoca em dia na escada rolante é bem mais proveitoso do que deixar o lado esquerdo livre para quem realmente precisa ir a algum lugar. E dá-lhe um bando de lesado atrapalhando a vida dos outros!


Depender do transporte público me irrita mais porque eu tenho que aturar os outros. Não gosto de pessoas, sou uma individualista. Mas sou do tipo que respeita - ou seja, nem tão individualista assim. Detesto sentar no assento reservado aos idosos e tenho vontade de chutar quem senta e finge que não vê o senhor parado em pé na frente. Várias vezes já dei meu lugar do assento comum enquanto umas gordas - quase sempre são gordas - fingem que não veem.


E tem outro fator irritante: os pobres metidos a bonzões. É só conseguir um crediário para parcelar o celular modernoso em dez vezes nas Casas Bahia que eles precisam esbanjar e mostrar o que têm. Assiste-se, ou melhor, ouve-se uma demonstração de mau gosto musical, falta de educação e pobreza. Afinal, não ter dinheiro para comprar um fone de ouvido é dose.

5 comentários:

Marguerita disse...

Bá, felizmente não dependedo de transporte público para ir trabalhar, já que as distâncias aqui não são grande coisa.
hehehe
Mas, a do fone de ouvido assino embaixo.

Estupram nossos ouvidos todo dia.

Bj

Rodrigo Carreiro disse...

Hoje você está bem "Morrissey" ehhehe "there is no love in modern life"

Cristina disse...

A quantidade de zé-ruelas que a gente tem que aturar no dia-a-dia é impressionante, haja paciência. Caso contrário, só se cada um morasse dentro de uma bolha, literalmente falando.

Alexandre disse...

Postagem nervosona. Babacas ocupam grande parcela da humanidade, mas não podemos nos esquecer da outra e tocar o barco.

Nathália disse...

Uso trem e metrô todos os dias em SP, sei BEM do que você está falando e também me irrito profundamente com isso.
Acho que o problema da maioria é a falta daquela educação básica, a que vem de casa. Ninguém pensa em ninguém a não ser em si mesmo. É um egoísmo estúpido, que faz com que sentem-se onde quiserem, ouçam o que quiserem no volume que bem entenderem, parem na catraca pra procurar o bilhete único... sem se importar com quem vem atrás, com quem precisa sentar, com quem está ouvindo...
Enfim, também não suporto isso.