sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Fados, uma escolha acidental

Ontem assisti a Fados, de Carlos Saura. Não, eu não sou fã do gênero e nem do diretor. A escolha se deu porque os ingressos para I love you Phillip Morris, da programação da Mostra, estavam esgotados quase três horas antes da sessão. O plano B seria pegar um filme interessante que não demorasse a começar. Saí da Consolação insatisfeita com os outros filmes do HSBC Belas Artes - os melhores começariam bem mais tarde - e lembrei da promoção de quinta-feira do Espaço Unibanco, na Augusta, com preço mais convidativo. Lá, decidi por Fados.
Trata-se de um documentário-musical. Não contém análises sociológicas ou culturais sobre o gênero, nem músicos relatando suas relações com ele. Do início ao fim, traz diferentes artistas interpretando, de forma instrumental ou cantando, as diferentes vertentes do fado, de Angola a Portugal, passando por Brasil, Moçambique e Cabo Verde. Com a exceção de alguns cantos femininos agudos e estridentes e de canções mais enfadonhas do que as músicas mais chatas do Radiohead, Fados oferece um passeio pela cultura musical lusitana, onde olhos e ouvidos se encantam com a beleza das imagens construídas e conduzidas por Saura. Ao final, fiquei com vontade de ouvir mais fados instrumentais, com a sonoridade épica da guitarra portuguesa. 
O que eu conhecia do gênero se resume, de forma simples e direta, à participação do Madredeus no filme O céu de Lisboa, de Wim Wenders. Os músicos do grupo português, uns gajos muito elegantes, são excelentes, mas o vocal da cantora chegava a me irritar (percebe que não gosto de agudos?). Agora, Lisboa e outras cidadades lusas subiram na minha lista de lugares para visitar em um futuro não muito distante.

Um comentário:

Cristina disse...

Qdo era criança, lembro que meu pai tinha um disco de fados. Ele não ouvia muito, mas eu fiquei c/ medo de ele brigar qdo meu irmãozinho sentou em cima do disco e o quebrou no meio rs. Acho que nunca mais ouvi fado na minha vida.