quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Papo calcinha

Sabe o que me broxa? Imagine o seguinte: homem de boné, óculos escuros (pior se forem espelhados), camiseta regata, bermuda florida e chinelão. Esse é o visual que me afasta de qualquer suposta atração física, seja quem for a pessoa. Não é preconceito, apenas um gosto refinado.
Não que eu seja apaixonada só por homens elegantemente vestidos – acrescente óculos de grau e perfume e terá um tipo hipnotizador. Mas relaxo e estilo praiano estão fora do meu radar de atenção. Ah sim, eu sou muito “Elaine” e escolho demais; só que olhar e admirar não arranca pedaço e é até mesmo divertido (ainda que muitas vezes seja frustrante torcer para o admirado notar – e nada).
Resumindo e girando 180º, eu não tenho necessariamente um tipo. E ando tão distante do mundo real que a distração se torna um escudo. Até quando agir assim? Não sei. Muitas vezes é menos dolorido imaginar histórias do que vivê-las. E vive-se acovardada.
“Josh Ritter, marry me! I wanna have your babies!” – deliro. Torna-se mais fácil rir de si mesma por imaginar encontros e declarações impossíveis do que seguir com aquele sorriso bobo de quem esqueceu a carteira em casa porque recebeu uma mensagem no celular capaz de causar pane no lado racional do cérebro.
Os dias se sucedem como uma paródia de O feitiço do tempo. A mesma canção diária no despertador, a mesma trilha sonora que transporta a mente cansada para um lugar distante do ônibus lotado e do metrô barulhento. É como se aquilo que ouço devesse ter acontecido, mas a árvore das decisões perdeu o ramo e interrompeu a trajetória…
Acho que preciso beber.

3 comentários:

Alexandre disse...

O tal do Josh Ritter tá arrazando corações por aqui. (muso não-oficial da blogueira?) rs

Nathália disse...

Agora eu fiquei pensando... Eu também não tenho necessariamente um tipo.

Cristina disse...

"Feitiço do tempo" - acontece de vez em quando...

Acho que tbém não tenho um "tipo", apesar de uma ligeira queda por rapazes loiros.
Agora, imagine: o cara de chinelo, bermuda, óculos escuro e sem camisa, encostado num carro c/ o som (e música de má qualidade) alto e um copo de cerveja na mão... é a visão do inferno. Idem o visual daqueles meninos que vão arrumar namorada no programa do Rodrigo Faro.
Elaine Benes /mode on fatality.