quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Infância cinematográfica

Eu sempre gostei de cinema. Pelo menos, não me lembro de não gostar de entrar naquela sala fechada e escura com uma grande tela branca onde eram projetadas imagens que me divertiam. Meu hábito de ir ao cinema era precário, uma vez que quando seus pais não gostam desse tipo de lazer e você é criança, não tem como fazer seus próprios gostos sem um responsável. Apenas nas férias eu assistia aos filmes em película, e eram sempre dos Trapalhões ou da Xuxa, e me divertia a valer ao lado dos meus primos.
Em casa, assistia aos filmes exibidos pelos canais de televisão ou as fitas de videocassete. Adorava entrar em uma videolocadora, mas minha mãe restringia minhas escolhas dizendo "isso não é para criança". Era chato. Aos cinco anos de idade, não podia assistir a quase nada. Lembro até hoje de ver um cartaz de Os fantasmas se divertem, e logo me interessei por aquela bizarrice, mas "não era para minha idade". Só vi o filme anos depois, em alguma sessão da tarde.
Mais tarde, quando me tornei uma fã do Tom Hanks com apenas 8 anos, queria ver todos os filmes dele. Chorei quando meus pais não quiseram me levar para ver Sintonia de amor. Quando o filme saiu em VHS, chorei ainda mais porque achei muito lindo. E, sim, comprei Tarde demais para esquecer só porque a personagem da Meg Ryan amava esse filme.
Outro filme que me fez chorar na infância foi Meu primeiro amor. Aliás, ainda não conheci uma menina que não tivesse chorado com o final trágico do Macaulay Culkin, meu muso mirim. Eu tinha um poster dele dentro do guarda-roupas e adorava Esquecerarm de mim. O posto do Macaulay foi tomado pelo Elijah Wood, mas só alguns anos depois, na pré-adolescência.
Meu gênero preferido era a comédia. Desde os filmes do Chris Columbus, que misturavam aventura, a coisas mais sofisticadas para a minha idade, como Uma equipe muito especial (com o Tom Hanks). Outro filme desse ator que eu amava era Meus vizinhos são um terror. Saudades da época de comédias bobinhas do futuro vencedor de dois Oscar...
Deixei para o final a parte polêmica: filmes do qual não gostava. A primeira vez que assisti ET, do Spielberg, não assisti. Isso mesmo. Minha mãe conta que colocou a fita no videocassete e eu comecei a chorar de medo porque a bola do Elliot voltou sozinha - ou seja, nem cheguei a ver o ET. Não sei se foi por causa do trauma, mas nunca gostei muito desse filme e é um dos que menos gosto do Spielberg até hoje. De Goonies, aprendi a gostar com o tempo, conforme fui crescendo e entendendo melhor a história. E a minha primeira experiência coeniana foi um fracasso. Mas que criança vai entender e desfrutar de um filme maravilhoso como Arizona nunca mais aos sete anos de idade? 
Com a pré-adolescência, eu... bom, essa parte fica para um outro dia. 

Um comentário:

Rodrigo Carreiro disse...

Minha infância também é marcada por muitos filmes de comédia e alguns de ação. E ainda tem os dramas e romances, que minha mãe sempre alugava e eu pegava de relance. Passei anos "gostando" de vários filmes que tinha "visto" de relance dos 5 aos 12 anos, por aí. "Bagdá Café" ficou no meu imaginário. Tem ainda "Dossiê Pelicano", "Filadélfia", "Perfume de Mulher" e "Uma Linda Mulher". Revi todos nos últimos 5 anos... saudades!