domingo, 4 de setembro de 2011

A melhor série de todos os tempos (do fim de semana)

Quando virei fã de vez do diretor Edgar Wright, logo depois de assistir ao segundo filme dele, Hot Fuzz, em 2007, fui pesquisar sobre o que mais ele tinha feito. Descobri que aos 25 anos de idade ele já tinha uma série no currículo: Spaced (1999-2001). Fiquei muito curiosa para assisti-la, mas nessa época ainda não era tão fácil baixar séries. O tempo passou e eu esqueci completamente desse fato, até que uma lâmpadazinha brilhou acima da minha cabeça na tarde de sábado (ontem, portanto) e eu direcionei a seta do mouse para o Google e pressionei meus dedos no teclado em busca de Spaced.

Eu sabia que não iria me decepcionar. Depois de ter visto Shaun of the Dead, Hot Fuzz e Scott Pilgrim vs. The World, Edgar Wright não me decepcionaria, mesmo que a série tivesse sido produzida anos antes de sua estreia no cinema. E não deu outra: Spaced é uma pequena obra-prima televisiva britânica. Em outras palavras, mais nerd do que The IT Crowd e The Big Bang Theory juntas - e isso é um elogio.
Escrita e estrelada por Simon Pegg (o outro gênio por trás de Shaun of the Dead e Hot Fuzz) e Jessica Stevenson (que agora atende pelo sobrenome Hynes), a série teve apenas 14 episódios (insanos, diga-se) divididos em duas temporadas. Começa com dois completos desconhecidos que têm uma coisa em comum: ambos precisam de um lugar para morar em Londres. Cansados da procura incessante por um apartamento bom e barato, encontram o anúncio de um local com dois dormitórios a um preço justo. O problema é que a senhoria só aluga para casal. Então, nada mais justo do que fingirem ser namorados para poder morar lá.
Acrescente a essa inocente mentira o fato de Tim Bisley (Pegg) ser um dos caras mais nerds no universo: coloca pôsteres de cultura pop espalhados pelo apartamento, consegue passar um dia inteiro jogando videogame, trabalha numa loja de quadrinhos e é um quadrinista frustrado. Daisy Steiner (Hynes), por outro lado, é uma aspirante a escritora que nunca consegue escrever nem arrumar um emprego no qual passe mais do que alguns dias. Juntos, têm uma química perfeita - mas são apenas bons amigos, como fazem questão de frisar para os amigos.Some à dupla de protagonistas outros personagens hilários: a senhoria divorciada que vive brigando com a filha adolescente e não desgruda de uma garrafa de vinho; o artista plástico psicótico que só consegue criar quando está infeliz e/ou deprimido; o melhor amigo fanático por armas e estratégias de guerra; a melhor amiga que gasta todo o salário com roupas de grife; o ciclista clubber que vive chapado com ecstasy. E ainda, todo episódio tem várias referências a filmes, séries e programas de TV, inclusive na trilha sonora. Por exemplo, tem um episódio no
Say Anything ao som de
Take That (clique para ampliar)
qual é possível ouvir Oasis, Take That e a música tema de Thunderbirds. As citações cinematográficas são mais calcadas no gosto pessoal dos roteiristas, por isso Star Wars é a referência-mor, principalmente o Episódio I - A Ameaça Fantasma, o filme da saga que Tim odeia (ele perde o emprego por detestá-lo e chega a dizer que Jar Jar Binks faz os Ewoks parecerem o Shaft). Ah, e para quem não entender a referência, não se preocupe: aparece uma legenda toda vez que alguma é feita.
Por isso, depois de uma maratona de Spaced durante o fim de semana, eu não poderia deixar um post desses de lado. Afinal, seja qual for a maneira pela qual encontrou este blog (Google, Twitter, Facebook, recomendação...), caro nerd leitor, espero estar contribuindo para o seu crescimento cultural. Para o bem ou para o mal.


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