quinta-feira, 12 de julho de 2012

Nostalgia kiwi

Tive um acesso de nostalgia após ver algumas imagens que tirei da minha breve passagem pela Nova Zelândia. Olhava uma foto e relembrava o momento em que a tirei, a sensação e tudo o que aquele clique inspirou em mim. Foi a melhor escolha que fiz na vida: ter pensado naquele lugar para ir - e sozinha. Canadá era a primeira opção, mas um impulso me fez optar pela pacata Christchurch. Eu queria o diferente, o exótico, o longínquo. Como se a aventureira escondida em mim clamasse por aquilo. 
As quase 20 horas de viagem valeram a pena. O frio na barriga ao descer do avião valeu a pena. O meu desencontro e reencontro no aeroporto de Auckland, no qual me perdi, valeu a pena. O táxi que peguei sozinha para ir à casa da minha família de intercâmbio valeu a pena. Eu diria que tudo valeu - até mesmo o que eu esperava mais e, no fundo, não foi.
A paixão relâmpago valeu a pena. Ela tinha que acontecer. Acabou, mas em algum lugar estava escrito que era para ser. E foi. 
Os amigos que fiz, pessoas tão legais e curiosas, entusiasmadas com aquele lugar, gentis. Viajantes como eu - e alguns mais estudantes do que eu. Estudar foi pretexto. De fato, estudei. Mas tudo ao meu redor me distraía para algo muito além da escola e do aprendizado do idioma - o aprendizado sobre eu mesma. Alguns momentos de solidão, em meu quarto, nos passeios ou nos hostels - não fizeram mal, valeram a pena.
O vento gelado indo de encontro ao meu ouvido, os dentes batendo de frio. Mas ali no meu quarto, naquela cama quentinha e com colchão aquecido, eu pensava "estou mesmo aqui, não é um sonho!". Os pequenos tremores que me acordavam de madrugada e que renderam histórias engraçadas... não valeram tanto assim.
Eu queria mais daquele lugar. Ressuscitar as lembranças estando lá. Rever lugares, conhecer outros. Tirar férias daqui e trazer mais de mim na volta. Trazer uma saudade maior na bagagem. E ter aquela sensação de que valeu a pena. Outra vez.


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