terça-feira, 14 de outubro de 2014

Cinco filmes no cinema


Meu gosto por cinema voltou admiravelmente ao normal. Claro que ainda tento escapar de filmes tristes para não chorar, embora tenha visto Era uma vez em Nova York, que adorei, mas... chorei. 

Começando com Magia ao luar, a mais recente empreitada cinematográfica de Woody Allen. A premissa, em si, é muito aquém dos outros filmes do diretor/roteirista. O resultado final é apenas bom, com um desfecho inacreditável e uma montagem que quebra totalmente o ritmo. Ainda assim, a trilha sonora e Colin Firth, que tem, de longe, as melhores falas, conseguem compensar a falta de originalidade. Ah, e Emma Stone também está encantadora.

Era uma vez em Nova York é um dos melhores que vi este ano. Gostei muito dos últimos dois filmes de James Gray: Os Donos da Noite e Amantes, ambos estrelados por Joaquin Phoenix. Aliás, neste épico situado na Nova York dos anos 1920, Phoenix brinda com uma excelente atuação. No entanto, é Marion Cotillard quem brilha e comove, como a imigrante polonesa recém-chegada. O dramático roteiro, inspirado nos avós de Gray, é reforçado pela fotografia, direção de arte e figurinos, além de efeitos visuais que recriam a cidade sem a artificialidade que infesta os filmes atuais.

Último filme de Alain Resnais, falecido este ano, Amar, beber e cantar adapta uma peça de teatro para o cinema, mantendo o cenário típico de palco e investindo em tomadas diferenciadas e no talento de seu elenco. Mas, ao longo do filme senti um certo cansaço, pois tem muitos diálogos e o enredo fica um pouco truncado da metade para o final. Apesar disso, vale como experiência narrativa - quem adora teatro com certeza deve gostar ainda mais do longa.

Não esperava muito de O último concerto, mas por se tratar de um filme que retrata músicos clássicos e ter Phillip Seymour Hoffman e Christopher Walken (além de Catherine Keener), pensei que talvez valesse a pena ver na telona. Eu realmente acreditei que eram os atores que tocavam os instrumentos - ainda acho que cada um deles tenha conhecimento avançado em música. As duas tramas principais são ótimas, mas seria melhor se o filme focasse apenas nelas - tem conflitos demais na trama.

Antes de assistir, eu só queria que Garota exemplar fosse melhor do que o filme anterior de David Fincher, Os homens que não amavam as mulheres. Embora seja inferior a outros longas do diretor (Seven, Clube da Luta, Zodíaco e A rede social), consegue entrar no top five do cineasta, que é um dos mais talentosos em atividade no cinema hollywoodiano. O roteiro é cativante, Rosamund Pike está fantástica e Ben Affleck constrói um personagem como poucas vezes fez em sua carreira. 
 

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