quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Silêncio

Ele me procurou no WhatsApp para saber se eu estava bem. Não respondi. Ele enfatizou em outra mensagem que só queria saber como eu estava. Mantive-me em silêncio. A primeira mensagem, li quando voltava do casamento de uma amiga (deixei o celular desligado e só religuei quando estava no carro, de madrugada). A última, quando havia acabado de levantar.
O que eu responderia? Que estava bem até ele me procurar e escrever não uma, mas duas mensagens? Que havia acabado de sair de um casamento que me trouxe à tona algumas lembranças e, depois disso, receber uma mensagem dele foi como uma bomba para acabar com minha noite? Que estou melhor, embora ainda tenha recordações que me façam chorar toda vez que relembro?
Se eu dissesse que estava mal, ele poderia fazer algo para que eu me sentisse melhor? E se eu respondesse que estava bem, ele tiraria alguma culpa que talvez persistisse em sua cabeça?

O meu silêncio foi a maneira que encontrei para poupar ambos - eu, principalmente. Se esse é um dos remédios que me ajudam a ficar bem, não quero lidar com qualquer coisa que me derrube e deixe magoada. Não preciso disso nesta altura da minha vida.

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