segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Notas cinematográficas

O Crítico: "Oba, filme argentino. Olha, estão falando bem. Satiriza comédia romântica? Se for com inteligência, deve ser ótimo." Bem, está longe de ser um dos meus 30 filmes argentinos favoritos. Além de criticar a fórmula das comédias românticas, ele a empresta e aplica em uma história de amor sem sal entre um crítico de cinema chato (pleonasmo) e uma cleptomaníaca hipster. No final, até que se tenta algo diferente, mas até lá o tédio não me fez importar com os rumos da história.

Bem-Vindo à Prisão: Principal pretexto para ver esta comédia na Netflix - Will Arnett, de Arrested Development. Um dos comediantes com melhor timing cômico da atualidade vale uma conferida neste despretensioso filme de prisão, que tem até Michael Shannon como um neonazista sádico e uma ponta de Bob Odenkirk, que também dirige. Para quem não gosta mesmo do gênero, melhor passar longe.

The Trip: Versão condensada (muito bem editada, aliás) de uma minissérie britânica de mesmo nome, lançada em 2010 e estrelada por Steve Coogan e Rob Brydon. Ótimos diálogos e um enredo que consegue tratar da amizade sem parecer piegas - e apelando para o humor ácido sempre que possível. Enfim, uma pequena surpresa para quem não viu a série e busca um filme diferente. Disponível na Netflix.

The Rover - A Caçada: Após dirigir o ótimo Animal Kingdom, o que mais David Michôd faria na sua terra natal, a Austrália? Novamente, ele conta com a presença de Guy Pearce em uma trama violenta e quase silenciosa, um road movie que cruza o outback em uma história de reviravoltas. E, quem diria, Robert Pattinson é um bom ator.

Whiplash: Desde já, é um dos melhores filmes que já vi. A começar pelo tema: jazz. O foco na bateria resulta em um longa com uma belíssima edição, sem contar a excelente trilha sonora. As atuações, a direção e a fotografia também me impressionaram. Enfim, é uma obra grandiosa, sem precisar ser longa demais ou repleta de efeitos técnicos, exemplificando perfeitamente o poder da narrativa.

Boyhood: Um filme comum em que a ideia é melhor do que ele próprio. A falta de carisma do protagonista acaba criando desinteresse - a melhor personagem (e atuação, diga-se) é da Patricia Arquette, tanto que o longa poderia ser melhor se focasse nela. O roteiro não apresenta a costumeira visão filosófica de Richard Linklater e decai consideravelmente na última parte. A montagem, aliás, é um dos pontos negativos (surpreende-me que esteja concorrendo ao Oscar nessa categoria, ao lado de Grande Hotel Budapeste e Whiplash). Enfim, só mesmo o marketing dos "12 anos de filmagem" para gerar tanto falatório.

The Skeleton Twins: Vez ou outra, comediantes famosos arriscam em filmes mais sérios, como se fosse uma forma de superação. Nesta comédia dramática, Kristen Wiig e Bill Hader, que trabalharam juntos durante anos no Saturday Night Live, mostram que realmente sabem atuar e chegam a surpreender. O filme retrata dois irmãos em crise e exagera mais no drama do que nas cenas cômicas (que são bem poucas). Vale conferir.

Birdman: Um roteiro repleto de clichês, desde a premissa principal à caracterização dos personagens. Uma direção mais preocupada com os planos sequência do que com a atuação do elenco (achei todos, menos a Amy Ryan, com bastante overacting). Uma montagem cujo maior propósito é o marketing (se fosse tradicional, duvido que o filme teria todo esse hype). Confesso que dei várias desligadas nos 2/3 iniciais, pois achei tão chato e desinteressante... mas há quem ame o filme.

Nenhum comentário: